5º Seminário. Propostas da campanha nacional. A Política Ambiental no Sector Energético Português. 3 de Julho de 2008



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Transcrição:

5º Seminário A Política Ambiental no Sector Energético Português 3 de Julho de 2008 Propostas da campanha nacional

Índice da apresentação - O que é a RFA - RFA Europeia - Exemplos e comparação com PT - RFA Nacional

Os objectivos da Campanha Transferência Carga Fiscal Internalização dos custos ambientais Trabalho Remoção da tributação adversa Ambiente Instrumentos Económicos Promoção de um uso racional de recursos naturais Redução da poluição Incentivo para a inovação tecnológica Desenvolvimento Sustentável

Paradigmas da RFA Dois principais obstáculos políticos: 1.Competitividade a nível internacional 2.Impacte negativo na distribuição da receita

1. Competitividade Duplo dividendo: Paradigmas da RFA Aumento emprego Transferência 10% dos impostos sobre o trabalho para o ambiente Aumento do PIB Melhoria das condições ambientais Incentivo à inovação tecnológica

Paradigmas da RFA 2. Impacte negativo na distribuição da receita O crescimento real da despesa anual para as famílias é de 0.1%, devido ao aumento de eficiência energética que induz 1 Outros : baixa popularidade dos impostos ambientais; falta de harmonização entre taxas nacionais e normas comerciais comunitárias e internacionais 1 Weizsacker et al., 1992. Ecological Tax Reform a proposal for sustainable development. The Business Council for Sustainable Development. Institute for European Environmental Policy. Zed Books Ltd. ISBN 1856490963. USA.

RFA na UE Reforma Fiscal Ambiental nos países membros da UE Impostos sobre o trabalho (1985-1999) 23,8 23,0 do PIB Impostos ambientais (1985-1999) 2,77 2,84 do PIB Estaremos perante uma Reforma Fiscal Ambiental? Fonte: Eurostat, Comissão Europeia, AEA

RFA na UE Receita de impostos relacionados com o ambiente e trabalho em percentagem do total dos impostos 70 60 50 40 30 20 10 0 de dk fi nl pt se uk no eu25 2001 Amb 2001 Trab 2002 Amb 2002 Trab 2003 Amb 2003 Trab 2004 Amb 2004 Trab 2005 Amb 2005 Trab Fonte: oecd (www.oecd.org/env/tax-database)

Categorias de impostos ambientais UE 15

RFA na UE Receita das eco-taxas e redução das contribuições sociais na Alemanha Receita de ecotaxas (biliões de euros) Redução das contribuições para a segurança social (percentagem) Fonte: Ministério Federal das Finanças da Alemanha 2004 (2003: estimativa)

Compromisso da UE Crise energética Mundial continuará BAU?!? Emissões mundiais de CO2 - Milhões Ton 30 25 20 15 10 5 Podemos continuar assim para sempre?!? Business as usual (BAU) Mudança Radical É nossa decisão! 0 1750 1800 1850 1900 1950 2000 2050 2100

Utilização de instrumentos económicos como ferramentas políticas Melhoram os sinais dados pelos preços valorizam os benefícios e custos externos das actividades económicas => alteração de comportamento; Proporcionam à indústria uma maior flexibilidade na realização de objectivos Incentivam as empresas a procurar a inovação tecnológica de modo a reduzir ainda mais os impactos adversos no ambiente ("eficiência dinâmica") Favorecem o emprego quando utilizados no contexto da reforma fiscal ou orçamental em favor do ambiente Fonte: COM(2007). LIVRO VERDE. sobre instrumentos de mercado para fins da política ambiental e de políticas conexas.

O (mau) exemplo de Portugal Objectivos e Evolução real dos GEE (Ano base 1990) -45% Evolução 1990-2000 -28% Objectivo 2008-2012 Fonte: Comissão UE -19% -21% -21% -13% -13% -13% Grécia Irelanda Portugal Espanha -8% -7% -8% -6% -4% -2% 0% -1% 2% 4% 3% 3% 4% 6% Luxemburgo Alemanha Reino Unido UE-Total França Dinamarca Suécia Holanda Áustria Itália Bélgica 13% 15% A evolução recente é metade do objectivo 24% 25% 24% 30% 27% 35%

Lições para o legislador: Como? Aumento da consciência sobre os desafios ambientais Reforço dos objectivos ambientais do imposto Reforço da vantagem do uso de um instrumento fiscal (eliminação das externalidades negativas) Reforçar que a taxação de uma actividade não provoca impactes na competitividade Sublinhar experiências positivas noutros países da OCDE

Como? O que saber: Qual a magnitude de taxação ambiental que pode ser justificada sob os princípios do poluidor-pagador e utilizador-pagador? Aumentar o custo do consumo do recurso tem o efeito desejado?e até que nível é esse efeito óptimo? Para atingir a neutralidade fiscal, que outros impostos podem ser reduzidos? Como é que efeitos de distribuição negativos podem ser evitados ou compensados?

Conclusões Experiência positiva em países da OCDE e na Europa. Introdução tímida com barreiras e com falta de harmonização É necessário um bom design do sistema fiscal para atingir os objectivos necessários (ambiente e emprego) A transferência de carga fiscal é melhor que o aumento de impostos

Conclusões (continuação) A UE sofre de muita poluição, sobre-utilização de recursos naturais e desemprego Ao mesmo tempo é líder no esforço ambiental, e deve cumprir com os compromissos de Kyoto RFA é o instrumento certo É necessário agarrar esta campanha!

Propostas da campanha: RFA Nacional Transferência de receitas fiscais dos impostos sobre o trabalho para impostos baseados em critérios ambientais (10%) Eliminação ou reforma de todos os subsídios prejudicais ao ambiente Criação de incentivos fiscais para a protecção do ambiente Políticas de poupança e eficiência energética

Próximos passos importantes Colaboração com o EEB na promoção de uma RFA Europeia; Forte intervenção e lobbying sobre o poder politico; Consulta e Promoção com empresas e cidadãos desta temática; Elaboração de um relatório com as principais conclusões.

Muito obrigada pela atenção! www.geota.pt Joana Prates geota.sec@netcabo.pt