Esta apresentação baseia se no trabalho em curso no âmbito do projeto do Cindes e também em estudos anteriores que tenho vindo a desenvolver sobre o tema de cooperação brasileira para o desenvolvimento. 1
Exposição dividida em 4 partes. Primeiro, como enquadramento geral, uma apresentação do conceito de cooperação brasileira e discussão de sua amplitude. Depois, irei analisar com mais detalhe duas modalidades de cooperação: a cooperação técnica e a cooperação financeira que é um conceito ainda em formação. Por fim, irei propor alguns assuntos para reflexão e debate. 2
Sinais do dinamismo da política externa brasileira relativamente a África: Desde 2003, o Brasil abriu ou reabiu embaixadas em 17 países africano, atingindo um total de 35 embaixadas e 2 consulados no continente, mais do que o Reino Unido segundo Thomas Patriota (2011). Durante o mandato Lula, o Presidente fez mais de duas dezenas de visitas a África, para além das muitas missões do Itamaraty. A Presidente Dilma começa a dar sinais de continuidade desta política, e já visitou 3 países da África Austral. 3
Esta é a definição utilizada no estudo do IPEA, ABC e Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, de 2010 (publicado no início deste ano). Mas esta não é uma definição definitiva e a metodologia de cálculo da cooperação brasileira para o desenvolvimento está ainda em processo de afinamento. 4
O estudo do IPEA identifica e analisa 4 modalidades de cooperação. 5
A destacar: Importancia significativa das contribuições para organismos multilaterais (onde se incluem bancos regionais) eg. Agências da ONU, Banco Mundial, Banco Inter Americano, Banco Africano. Destaca se aqui as contribuições do Brasil para o Fundo de Conversgência Estrutural e de Fortalecimento Institucional do Mercosul (FOCEM) que durante o período totalizam mais de 30% do total da contribuições Crescimento significativo da assistência humanitária, que se destina essencialmente para países da América Latina e Caribe (Paraguai, Haiti, Cuba, Jamaica, Peru, Honduras e Nicaragua). Crescimento também acentuado da cooperação técnica Acerca da cooperação técnica: Difícil de estimar, dado que é prestada essencialmente em espécie com contribuições dos próprios funcionários do aparelho de Estado brasileiro. 6
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Atualmente existem projetos de cooperação técnica em pelo menos 38 países africanos, a norte e a sul do Sahara. 9
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Cooperação ao nível do setor agrícola é crescente. O diálogo Brasil Africa em Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural, promovido no final do mandato Lula, teve um paper fundamental, nomeadamente no envolvimento do MDA que veio a dar um novo enfoque à cooperação destacando modelos de desenvolvimento sustentados na agricultura familiar. 12
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Frequentemente, é difícil distinguir entre créditos externos e empréstimos com fins de desenvolvimento econômico. Muitos países do Sul concedem créditos à exportação com o objetivos de desenvolvimento econômico. Daí a inclusão pelo DCF na definição de CSS. Existem pelo menos duas medidas possíveis de concessionalidade. A da OCDE e a do FMI. Segundo o relatório da ECOSOC, a do FMI leva a uma contabilização menor mas é mais consistente com as abordagens dos países receptores.
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PROEX: Programa de Financiamento à Exportação do Governo Federal COMACE: Comitê de Avaliação de Créditos ao Exterior, integrante da Fazenda que formula as directrizes de política de recuperação dos créditos externos do Brazil e estabelece parâmetros para as renegociações das dívidas, seguindo as orientações do Clube de Paris. MDIC: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior CAMEX: Câmara de Comércio Exterior órgão integrante do Conselho de Governo, tem por objetivo a formulação, implementação e a coordenação de políticas relativas ao comércio exterior. COFIG: Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações colegiado integrante da CAMEX, com as atribuições de enquadrar e acompanhar as operações do Programa de Financiamento às Exportações, estabelecendo os parâmetros e condições para concessão de assistência financeira às exportações e de prestação de garantia da União. Banco do Brasil e BNDES: agentes financeiros que operacionalizam os programas Perdão da dívida: A partir de 2010 o COMACE começa a reunir mais vezes por ano dado o aumento significativo de operações de perdão da dívida na África: 1x em 2009, 3x em 2010 e 5x em 2011. Mais Alimentos África: programa do MDA que visa a viabilização da agricultural familiar (produtividade e seguranaça alimentar) através de disponibilização ibili de crédito para aquisição iiã de maquinário i e equipamentos agricolas brasileiros e cooperação técnica. Condições de crédito: 15 anos de pagamento, 3 de graça e 2% juro; 17 de pagamento e 5 de graça para países HIPC. CAMEX já aprovou 640 milhões de USD. 20
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