CAPÍTULO 13 LINHAS PRIVATIVAS COMERCIAIS Todos os serviços de conectividade e comunicação de dados oferecidos por qualquer operadora de telecomunicações, devem terminar nos pontos finais de utilização na infra-estrutura do usuário, ou seja, na famosa última milha (last mile). Esta última milha normalmente está relacionada em mais de 90% dos casos, com um ou dois pares de fios que saem da central local mais próxima e seguem até o usuário no mesmo trajeto dos pares de fios de um circuito de telefonia. A viabilidade da utilização da rede cabeada, ou qualquer outra mídia como fibra ótica ou Wireless, vai depender de uma série de quesitos técnicos e de disponibilidade da operadora que está oferecendo este serviço. Quando um cliente deseja conectar um ou mais pontos utilizando essa infra-estrutura básica da operadora, ele estará utilizando um serviço dedicado. A operadora deverá neste caso proporcionar uma conexão física e lógica com os pré requisitos acertados entre usuário e operadora entre os pontos de interesse. A obrigação da operadora pode ficar limitada a disponibilização de uma banda de 300-3400Hz para uso de modems analógicos adquiridos pelo cliente, ou por um serviço que inclui além do link, os modems digitais compatíveis com a velocidade em bps requerida pelo cliente. Em ambos os casos estes são chamados serviços dedicados de comunicação de dados. Comercialmente, apesar de que em alguns casos a infra estrutura é a mesma, se diferenciando pelo par de modems que o segundo caso inclui, eles são tratados de maneira bem diferente. No Brasil, em geral, os serviços que não incluem os modems, e que portanto são indicados para velocidades inferiores à 33,6kbps, são chamados de Serviço de Linha Dedicado Analógico (SLDA) e também são utilizados para serviços de voz. Para velocidades de 1200bps à 155Mbps os modems, agora do tipo Digitais, entram obrigatoriamente no circuito e são chamados de Serviço de Linha Dedicado Digital (SLDD). Em qualquer parte do mundo, a idéia é a mesma. O nome comercial do serviço é que muda... Na prática, em alguns casos, para circuitos de baixa velocidade (< 33,6Kbps), uma SLDD é possível ser constituída por uma SLDA que inclui um par de modems analógicos no serviço. Internamente, na infra-estrutura de comunicação de dados da operadora, o encaminhamento lógico e físico para estes dois serviços é completamente distinto. Atualmente a SLDA é muito vantajosa para aplicações urbanas, mas por questões legais, já que o usuário é quem tem controle sobre o uso do meio através de seus próprios modems, muitas operadoras só disponibilizam estes serviços em casos especiais. Para aplicações interurbanas, também é raro sua utilização. Em função disso, este capítulo, procura mostrar alguns detalhes da contratação de um serviço SLDD, já que ele contém muito mais variáveis do que o SLDA. Vale lembrar também que em outros serviços que utilizam redes de transporte de grande abrangência geográfica como por exemplo Frame- Relay, IP dedicado e ATM, os pontos de acesso estarão nas centrais locais e a forma de seu acesso é sempre da mesma forma, através de um circuito dedicado que inclui um par de modems, geralmente do tipo digital, assim como o SLDD. Porém neste caso ele já está incluso nos valores de desta rede maior, contratada pelo cliente. SLDD DESCRIÇÃO 1
O Serviço de Linha Dedicada Digital - SLDD é um serviço de transmissão de dados através de circuitos privativos. O serviço é próprio para empresas que dispõe de redes geograficamente separadas e necessitam interliga-las, com transparência a protocolos, atraso praticamente nulo e velocidades variadas (de 1,2 Kbps a 155 Mbps). Características principais Garantia total de banda: o serviço SLDD se baseia na construção de circuitos exclusivamente dedicados sobre uma Supervia Digital (Backbone). Transparência a protocolos: elimina a necessidade de conversões de protocolo através de circuitos digitais determinísticos. Troca de informações em tempo real: a tecnologia empregada na rede impõe atrasos praticamente nulos entre os pontos. Pode conter modalidades do serviço: - Simples: circuitos privativos para tráfego de dados; - Especial: oferece circuitos privativos para tráfego de dados, mais os roteadores ou FRAD s para tráfego de voz e dados (dependendo da aplicação desejada pelo cliente, é possível locar outros equipamentos mediante projeto especial possibilitando tráfego de multimídia). Aplicações típicas: Terminal remoto, Interconexão de LAN's, Caixas automáticas, Acessos de terminais Host, Aplicações CAD/CAM. Composição do Preço: Preço fixo em função da velocidade e do degrau; 13.1APLICAÇÕES Necessidades de atraso praticamente nulo delay e elevada vazão, tráfego constante, aplicações cliente-servidor, são as que mais se beneficiam do SLDD. Interligação de redes locais: para comunicação local ou de longa distância; Criação de backbone: para integração de vários pontos de tráfego de dados, especialmente na comunicação urbana; Interligação de CPU Host - Host: de dois ou mais hosts localizados distantes, principalmente em distância inferior ao degrau D3; Interligação de redes seguras: maior segurança por ser uma rede dedicada e exclusiva; Interligação de Call Center: para atendimento e transbordo de rotas de provedores de informação; 13.2MERCADO ALVO Médias sofisticadas: interconexão de Local Área Network - LAN, workflow, banco de dados compartilhado, Intranet e Extranet, integração voz e dados; Grandes empresas: interconexão de LAN s, banco de dados compartilhado, Intranet, Extranet, Enterprise Resource Planning-ERP, centralização de call center, integração de voz e dados; 2
Grandes empresas financeiras: centralização de call center, integração voz e dados, caixas ATM quiosques de auto-atendimento bancário, interconexão de LAN s, banco de dados compartilhado, Intranet e Extranet; Órgãos de governo: interconexão da LAN s, banco de dados compartilhado, Intranet e Extranet, centralização de call center, integração voz e dados. 13.3BENEFÍCIOS Alta qualidade das linhas, proporcionando maior velocidade de transmissão e reduzidas taxas de erro; Ótima relação custo/benefício, principalmente em redes urbanas; Fácil entendimento e utilização; Evita investimentos. Não necessita alterações nos equipamentos e redes para conversão de protocolos; Permite planejar e controlar os custos - preço fixo (flat) independente de volume de tráfego; Segurança absoluta; somente o destinatário terá acesso aos dados enviados; Facilidade na construção da rede; Redução de custos com a integração voz e dados na mesma rede (SLDD especial). 13.4VANTAGENS Retardo praticamente nulo; Serviço determinístico com desempenho garantido; As redes de compostas por SLDD s, apresentam arquitetura simples e de fácil operação; Permite a contratação de diferentes velocidades, de acordo com as necessidades; Garantia de transmissão de toda a banda; Gerência total da rede. Possibilidade de monitoração de todos os componentes da rede modems, linhas de acesso etc. pela operadora, garantindo a integridade do serviço; Na opção SLDD especial, evita investimentos em roteadores e garante interoperabilidade e gerencia de rede fim a fim; Transporta protocolos Systems Network Architecture SNA.; Possibilidade de tráfego de voz e imagem com alta qualidade; Baixo tempo de reparo e instalação; Rapidez na remoção de defeito; Cobrança em fatura telefônica normalmente os valores relativos à prestação dos serviços e locação dos equipamentos serão debitados mensalmente na fatura telefônica indicada pelo cliente; 13.5DETALHES DE CONTRATAÇÃO E PROCESSO DE EFETIVAÇÃO O serviço é ofertado na forma de acessos instalados nas dependências do cliente incluindo a interface digital = modem nos padrões conforme velocidade contratada no acesso. As velocidades de acesso ofertadas em Kbps são: Velocidades em Kbps Interface 1.2 V.24 (RS232) 2.4 V.24 (RS232) 3
4.8 V.24 (RS232) 9.6 V.24 (RS232) 14.4 V.24 (RS232) 19.2 V.24 (RS232) 28.8 V.24 (RS232) 64 V.35 128 V.35 192 V.35 256 V.35 384 V.35 512 V.35 768 V.35 1024 V.35 1536 V.35 2048 G.703 / V.35 Na modalidade especial, são instalados e configurados os CPE s (Roteadores) nas dependências do cliente, segundo a combinação e configuração de portas disponíveis em cada modelo e solicitadas pelo cliente. A relação de CPE s é verificada segundo a disponibilidade e aplicação do cliente podendo ser acrescida de outros modelos/capacidades. A seleção desses CPE s deverá ser realizada em estudo conjunto com engenharia e operação. 13.5.1OPÇÕES DEQUALIDADE DE SERVIÇO QoS Disponibilidade média da rede; Relação entre o tempo de operação plena e prejudicada da rede, no período de 30 dias; Disponibilidade do acesso; Relação entre o tempo de operação plena e prejudicada do acesso, no mesmo período; Tempo máximo de atraso da rede; Prazo de instalação; Prazos de manutenção: de 4 à 10 Horas; Interrupções programadas; Taxas de erro (BER); Delay; Nota: A qualidade de serviço pode ser negociada em casos especiais, tornando-se um SLA (Service Level Agreement). A negociação de SLA s deve necessariamente ter a participação das áreas de engenharia e operação envolvidas com o serviço. 13.5.2COMPOSIÇÃO DE PREÇOS Prazo de contratação: Permanente: Indeterminado ou Determinado (de 30 dias à 5 anos); ou Temporária (3 dias à 29 dias): Taxas: As taxas (instalação, mudanças, etc) podem possuir valores fixos independente da localidade e tempo de contrato. Exemplos: Taxas e mensalidade. SERVIÇO REFERE-SE Á: (COBRANÇA POR EVENTO OU POR CIRCUITO OU POR PONTA) 4
Taxa de instalação < 64k Taxas de Instalação 64k a 2Mbps Mudança de endereço < 64k Mudança de endereço 64k a 2Mbps Mudança interna < 64k Mudança interna 64k a 2Mbps Taxa de visita improdutiva Atividade de designação e instalação do meio de acesso (em cada ponta entre a estação da operadora e o endereço do cliente), modems (no cliente), interligações nas estações dos meios de transmissão (DG, DI, DID, DO, multiplexadores, rádios, etc.), configurações de equipamentos (nós) e testes fim a fim. Atividade semelhante à ativação, porém apenas no acesso da ponta que mudou de endereço mais a desativação do acesso no endereço antigo (retirada de equipamentos). Atividades para mudar de local a instalação do modem, dentro das dependências do cliente ( mesma sala). Retornar a um endereço para executar um serviço ou a instalação de um acesso ou equipamentos (modems) quando da data acordada, a atividade foi impedida pelo cliente (domicílio fechado, obras inacabadas, etc.) Taxa de mudança de velocidade Atividades de reconfiguração de equipamentos e se <64k necessário troca dos modems, do meio de acesso (mudar para Taxa de mudança velocidade 64k a velocidades mais altas) e meios de transmissão chega a ser 2Mbps uma completa desativação mais uma nova ativação. Taxa de instalação de ROTEADOR Inclui sua configuração para a aplicação específica. Mensalidade Uso do circuito pelo cliente, 24 horas por dia, 7 dias por semana, para trafegar dados entre seus pontos de acesso. Cobrada mensalmente por circuito, na data de vencimento (ciclo) escolhido pelo cliente Varia com a velocidade do circuito e degrau (distância) entre os pontos de acesso. Normalmente: Para SLDD s locais, cobra-se uma taxa de instalação apenas para o circuito. Para SLDD s interurbanas, cobra-se uma taxa de instalação por ponta do circuito. 13.5.3 FIDELIZAÇÃO E RESSARCIMENTO: A fidelização se traduz no contrato pela cláusula que estabelece o ressarcimento que o cliente deve pagar caso rescinda o contrato antes do prazo acordado. Esse ressarcimento é calculado com fórmula própria tomando como base a quantidade de meses que faltam para a conclusão do contrato, multiplicado pelo valor da mensalidade e por um percentual que varia em função do valor total do contrato. 5