TEXTO BASE: Roma Antiga Monarquia (753 509 a.c.) A história da Roma antiga divide-se politicamente em três fases: Monarquia, República e Império. Tais fases foram permeadas por constantes processos de conquistas territoriais, disputas pelo poder e revoltas populares. Para compreender como uma pequena cidade da antiguidade transformou-se em um dos mais poderosos impérios da história da humanidade é necessário debruçarmos sobre sua história desde sua formação. Povos seminômades que migraram das regiões da Europa e Ásia A grande realização de Roma foi transcender a estreita orientação da cidade-estado e criar um Estado universal que unificou as diferentes nações do mundo mediterrâneo. (...) Roma... ultrapassou as limitações da mentalidade da cidadeestado e desenvolveu um sistema de lei e cidadania para todo o império. Os hebreus distinguiram-se por seus profetas e os gregos, por seus filósofos; o gênio de Roma encontrou expressão no direito e no governo. (PERRY, Marvin. Civilização Ocidental Uma História Concisa. 2ª Ed.. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 87.) A cidade de Roma foi fundada no século VIII a.c. (753 a.c.) por povos de origem indo-europeias denominados Latinos, que habitavam a zona central da Península Itálica desde o século X a.c., e viviam, a princípio, de atividades agropastoris em uma região conhecida como Lácio próxima ao Rio Tibre e entre sete colinas, aos pés do Monte Palatino. No entanto, a Península também era habitada por outros povos, como os Etruscos (ao centro-norte), Gregos (ao sul formando a Magna Grécia após a 2ª Diáspora), além dos Ilírios, Úmbrios, Volscos, Équos, Sabinos, Lígures (autóctone) e Sícules (autóctone) - todos eles chamados também de italiotas - entre outros.
Essa variedade de grupos étnicos propiciou a formação das primeiras vilas e aldeias que garantia maior segurança para seus habitantes, fazendo com que surgissem as primeiras cidades da região. Neste sentido, Roma surgiria como uma pequena aldeia latina, que buscava defender-se da expansão etrusca (militarizada) e, lentamente, passou a atuar como uma cidade de base agrícola e que possuía uma estrutura política baseada em uma monarquia em que o rei concentrava imensos poderes em suas mãos, mas tinha algumas ações limitadas pelo Conselho de Anciões, também chamado de Senado. Além dele, havia a Cúria ou Assembleia, que validava as leis votadas pelo Senado. Essa estruturação política refletia também a organização da sociedade romana dividida em grupos socioeconômicos. Deste modo, podemos afirmar que a sociedade romana no período monárquico era uma sociedade organizada de forma censitária, isto é, dividida pela renda de seus integrantes e que possuía pouca mobilidade social, e onde a posse das terras era um fator determinante de prestígio político, econômico e social. Essa posse de terras deu-se a partir da formação de sociedades gentílicas (ou Genos) em um processo semelhante ao que ocorreu na Grécia antiga, quando da formação de pequenos grupos familiares que passaram a desestrutura-se pelo aumento demográfico, gerando as propriedades privadas e, consequentemente, as disparidades sociais. O mito da Fundação de Roma O período que permeia a fundação de Roma e sua monarquia é permeado pela ausência de vastas fontes históricas escritas. Tendo na explicação mitológica uma das principais fontes sobre a fundação de Roma em que os versos do poeta Virgílio em sua obra Eneida possui seu maior expoente. Segundo os versos, Enéias, príncipe troiano, depois da guerra contra os gregos fugiu para a Península Itálica, fundando a aldeia de Alba Longa. Disputas pelo poder levaram à luta entre dois irmãos, fazendo com que um deles depusesse o irmão do poder, aprisionando sua filha. Esta, chamou a atenção do deus da guerra Marte e dele engravidou, dando origem a dois irmãos gêmeos: Rômulo e Remo. O tio-avô dos garotos, para garantir seu reinado, ordenou a morte dos bebês, mas o algoz acabou por lança-los sobre um cesto no rio Tibre. Com a proteção dos deuses, os meninos chegaram à margem do rio e foram cuidados por uma loba (Lúpus) que os amamentou. Mais à frente, os garotos foram achados por um camponês que os criou. Os irmãos passaram a saber de suas origens e depuseram seu tio-avô. Mas, acabaram por disputar o poder entre eles e, segundo o mito, Rômulo matou seu irmão Remo e fundou Roma.
Os patrícios compostos pela elite agraria e econômica romana eram os grandes proprietários de terras e descendiam das primeiras famílias latinas a ocupar a região; possuíam cidadania romana e podiam ocupar os altos cargos do Estado a origem dos patrícios (hereditariedade) era fator fundamental para reconhecimento de seus direitos de cidadão. Organizavam-se em gens pequenos grupos familiares.entre suas funções estava propor e votar as leis, escolher os reis e nomear os funcionários do governo; Os clientes composto por homens livres, era uma subdivisão dos plebeus, contudo, este grupo dependia da proteção social e auxílio econômico dos patrícios, prestando-lhes, em troca, serviços pessoais e dando sustentabilidade para o poder dos patrícios sobre os demais, recebendo, em determinado aspecto, algumas vantagens; Os plebeus composto pela maioria da população, eram homens e mulheres livres que atuavam na sociedade nas mais variadas ocupações: comércio, prestadores de serviços, agricultores, artesãos, entre outros eles não participavam da política romana, não possuindo os direitos dos cidadãos e não fazendo parte das gens; Os escravos que, a princípio, eram compostos por homens que não conseguiam arcar com suas dívidas, sendo escravizados por seus credores, mas, posteriormente, eram compostos por povos que eram conquistados durante a expansão romana e não possuíam qualquer direito, pois, em geral, eram vistos como objetos. ATENÇÃO Atentar para o Modo de Produção Escravista característico na Antiguidade Clássica (Grécia e Roma). REI (ETRUSCO) CONTROLE MILITAR, JURÍDICO E RELIGIOSO. PATRÍCIOS CIDADÃOS: PARTICIPAÇÃO NO SENADO E NA CÚRIA CLIENTES PLEBEUS HOMENS LIVRES PRESTAVAM SERVIÇOS PESSOAIS AOS PATRÍCIOS EM TROCA DE PROTEÇÃO ESCRAVOS HOMENS LIVRES, CAMPONESES, ARTESÃOS, COMERCIANTES SEM PARTICIPAÇÃO POLÍTICA SEM DIREITOS, TRATADOS COMO OBJETOS PLEBEUS EDIVIDADOS E PRISIONEIROS DE GUERRAS A PRINCÍPIO, UMA PEQUENA PORÇÃO DA POPULAÇÃO
Acredita-se que os etruscos teriam sido povos que surgiram da Ásia Menor O período monárquico da Roma antiga foi caracterizado pela dominação etrusca, uma vez que estes passaram a possuir grande influência militar na região, dividindo com os patrícios o poder político em Roma. Cabe ressaltar, que o domínio dos etruscos se estendeu por todo o Lácio partindo de uma política militar expansionista do norte em direção ao sul da Península itálica. No entanto, segundo fontes históricas, são registrados sete reis durante o período. Dos quais, quatro deles tiveram origem Latina e Sabinas e três deles Com o governo de reis etruscos, Roma passou a prosperar absorvendo grande influência etrusca e grega, desenvolvendo a arquitetura, técnicas de construções de estradas, instalações sanitárias, engenharia hidráulica (aquedutos, instalações subterrâneas, entre outros), metalurgia, cerâmica e arte, além da absorção de vários traços culturais inclusive religiosos e ligados à linguagem (vocábulos etruscos transpassados para o latim - língua dos latinos). O domínio etrusco sobre o Lácio vigorou entre os séculos VII e VI a.c., tendo nos reis: Tarquínio o antigo, Sérvio Túlio, Tarquínio o soberbo, seus representantes. Este último, após diversas derrotas sobre sua política expansionista na Península Itálica (principalmente com os gregos e celtas), passou a enfraquecer-se. Momento em que houve um levante da classe dos patrícios que se contrapunham ao domínio etrusco fazendo com que os etruscos fossem expulsos de Roma e que os patrícios passassem a estabelecer em Roma um outro sistema político: A República (em 509 a.c.) consolidando assim, seus poderes sobre a população em geral.
BIBLIOGRAFIA CAMPOS, Flávio. CLARO, Regina. Oficina de História. Volume Único. 1ª Ed.. São Paulo: Leya, 2012. COTRIN, Gilberto. História Global: Brasil e geral. Volume Único 10ª ed. São Paulo: Ed. Saraiva, 2012. PERRY, Marvin. História da Concisa da Civilização Ocidental Uma história concisa. 2ª Ed.. São Paulo: Martins Fontes, 1999. VICENTINO, Cláudio. História Geral ed. Atual e ampliada. São Paulo: Scipione, 2002.. História para o ensino médio: história Geral e do Brasil. E. Atual. São Paulo: Scipione, 2008.