Prova Teórica. Iberoamericana. Duração da prova: 4 h. Tenha em conta todas estas recomendações:



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Transcrição:

Iberoamericana Duração da prova: 4 h Prova Teórica Tenha em conta todas estas recomendações: - Escreva o seu nome SOMENTE nesta folha. - Identifique claramente o problema e a parte do mesmo a que está respondendo. - Sempre que começar a responder a um novo problema, utilize uma NOVA folha de resposta. NUNCA misture numa mesma folha respostas de problemas diferentes. Por exemplo, NÃO comece a responder ao problema 3 numa folha em que já tenha respondido ao problema 2. - Escreva apenas de um dos lados da folha de resposta. - Enumere todas as folhas indicando também o número total de folhas que vai entregar (sem considerar o enunciado). Por exemplo, se entregar um total de 12 folhas, identifique a folha 7 com o número 7/12, etc. - Antes de começar a resolver um problema leia cuidadosamente TODO o enunciado do mesmo. - Se precisar de mais folhas peça-as ao vigilante/fiscal. - No final guarde a calculadora e todo o material de escrita no envelope correspondente. Nome:

Elevador Espacial Electrodinâmico Todas as naves utilizadas em missões espaciais devem levar consigo uma fonte de energia que forneça a energia necessária para atingir os seus objectivos/objetivos. Esta fonte é, normalmente, combustível químico, células fotovoltaicas ou reactores/reatores nucleares. Um serviço espacial de entrega de energia pode ser bastante dispendioso. Por exemplo, a Estação Espacial Internacional precisará, ao longo de sua vida útil, de aproximadamente 77 toneladas de combustível químico, só para evitar a gradual diminuição do raio da sua órbita. L S 2 S 1 r 0 R 2 R 1 Figura 1: Sistema Elevador Terra (o desenho não está à escala) Para resolver estes problemas, propôs-se um dispositivo alternativo de propulsão, conhecido na literatura inglesa como Tether e que nós designaremos por Elevador Espacial. Os elevadores espaciais são sistemas nos quais duas massas que orbitam em redor da Terra

estão unidas por um cabo (ver Figura 1). Quando o cabo é um condutor eléctrico, designa-se o elevador por Elevador Espacial Electrodinâmico (EEE). Nos elevadores convencionais, os motores químicos ou eléctricos promovem a troca de momento entre a nave espacial e o combustível, mas um EEE troca momento com o planeta por intermédio do seu campo magnético. Para concretizar, consideremos dois satélites S 1 e S 2, ambos de massa igual a M = 500 kg. Os satélites, que orbitam em torno da Terra, estão ligados por um cabo condutor de comprimento L = 50 km e massa desprezável/desprezível. Considera-se que a Terra é uma esfera de massa M T e raio R T. O centro de massa do sistema de satélites encontra-se a 1000 km acima da superfície terrestre. São por isso válidas as desigualdades L << R 1 e L << R 2 (1) Ao longo de todo este problema iremos supor que o movimento orbital dos dois satélites ocorre num único plano que passa pelo equador terrestre, e que estes satélites se podem considerar massas pontuais. 1) Suponha que o movimento dos satélites S 1 e S 2 é tal que o prolongamento da linha que os une (e que coincide com a direcção/direção do cabo que os mantém unidos) passa sempre pelo centro da Terra. Nestas condições, encontre a expressão analítica e calcule o valor numérico para: a) a velocidade angular do sistema em torno da Terra b) a tensão no cabo que une os satélites Nota importante: para aproximações, pode usar a seguinte expressão, válida quando << a: 1 1 2 1 2 2 + a a ( a )

2) Para um observador solidário/fixo com um objecto/objeto numa órbita estável, a força de inércia (fictícia ou aparente) equilibra a força da gravidade. Num sistema como o EEE, as forças estão equilibradas no centro de massa. Porém, na esfera mais afastada da Terra a força de inércia é superior à força da gravidade. Daí resulta que um objecto/objeto nela localizado sentirá uma força efectiva/efetiva de sentido oposto ao da gravidade terrestre (gravidade artificial). a) Obtenha a expressão analítica dessa força para um objecto/objeto de massa m localizado no interior do satélite S 2. b) Mostre que essa força é aproximadamente proporcional ao comprimento do cabo, L. 3) Em órbitas baixas (r 0 ~ 1000 km), quando o cabo condutor que mantém os dois satélites unidos atravessa o campo magnético terrestre, induz-se nele uma força electromotriz/eletromotriz. Devido à presença da ionosfera condutora, estabelece-se uma corrente eléctrica/elétrica que circula pelo cabo condutor. Surge então uma força sobre o cabo devido à interacção/interação da corrente com o campo magnético terrestre. a) Calcule a magnitude e sentido da corrente eléctrica/elétrica induzida no cabo condutor. Suponha que a resistência eléctrica/elétrica efectiva/efetiva do sistema condutor-ionosfera é R=10 k. Suponha ainda que o cabo está coberto por um material isolador/isolante, excepto/exceto nos seus extremos. Considere válida a aproximação dipolar do campo magnético terrestre e que a sua magnitude sobre o equador e a uma altura de 10 3 km acima da superfície terrestre é B 0 =210-5 T. Suponha ainda que o EEE roda para Leste e que os dois satélites S 1 e S 2 são fabricados de um material não condutor (ver Figura 2). b) Determine a magnitude, direcção/direção e sentido da força resultante da interacção/interação entre a corrente calculada no ponto a) e o campo magnético terrestre. c) Que efeito tem essa força sobre o EEE?

S Equador N Figura 2: Diagrama do campo magnético terrestre: N e S indicam o pólo norte e o pólo sul do campo magnético terrestre, respectivamente. 4) Considere agora que o cabo forma um ângulo com a direcção/direção radial à Terra, tal como se mostra na Figura 3. a) Determine o valor do ângulo para o qual o sistema se encontra numa orientação em equilíbrio estável. Justifique. b) Determine a frequência de oscilação do sistema quando é ligeiramente afastado da sua posição de equilíbrio. Nota: Pode ser útil o seguinte desenvolvimento, válido para x pequeno: 1 ax 1 2 1+ ax + bx 2 + 1 3 2 4 a2 b x 2 2

M M r 0 Figura 3: Sistema EEE-Terra (o desenho não está à escala) Dados Importantes: G = Constante de Gravitação Universal = 6,6710-11 Nm 2 /kg 2 M T = Massa Terrestre = 5,9710 24 kg R T = Raio Terrestre = 6367 km

Missão a Vénus A forma mais simples de realizar uma viagem entre dois planetas do Sistema Solar é utilizando o que se designa por Órbita de Transferência de Hohmann. Esta é a trajectória que menos energia consome. Neste processo o satélite percorre, no espaço interplanetário, um caminho que é uma semi-elipse, com o Sol num dos focos. O planeta interior encontra-se na posição mais próxima do Sol (periélio) e o planeta exterior no ponto mais afastado dessa cónica/cônica (afélio) (Ver Figura 1). No nosso caso, uma suposta missão a Vénus, pode-se considerar que as órbitas dos planetas envolvidos são círculos perfeitos que estão no mesmo plano. Podemos assumir ainda que se consegue a configuração ideal para a transferência de Hohmann, onde a posição de Vénus (à chegada da nave) é diametralmente oposta à posição em que estava a Terra no instante da partida do satélite. Satélite Semi-elipse de transferência Vénus na chegada: R V = 108,21 10 6 km Sol Terra à partida: R T = 149,59 10 6 km Figura 1 a) Determine o tempo de voo/vôo de uma missão da Terra ao planeta Vénus numa trajectória/trajetória de Hohmann, considerando que o movimento do satélite obedece às mesmas leis que qualquer astro do sistema solar e desprezando as perturbações gravíticas/gravitacionais de todos os planetas. Com o intuito de fornecer energia à nave instalam-se 2 painéis solares idênticos para aproveitar a potência irradiada pelo Sol, que é de 4 x 10 23 kw. As células fotovoltaicas, que convertem a luz do Sol em electricidade/eletricidade, precisam de absorver apenas uma pequena fracção/fração desse total para alimentar a nave. Actualmente/atualmente usam-se células de Arseneto de Gálio com uma eficiência de cerca de 35%.

b) Determine a área mínima que deve ter cada painel solar do satélite para fazer a viagem até Vénus. Suponha que, depois de abandonar a atmosfera terrestre, a nave precisa uma potência mínima de 2 kw para o funcionamento correcto/correto dos seus instrumentes e também que os painéis solares se orientam sempre perpendicularmente à luz solar. Uma das propostas mas interessantes que existem para o desenvolvimento de uma nave interplanetária é o que se conhece como veleiro solar ou vela de fotões/fótons (nave espacial do Conde Duku na Guerra das Estrelas, Episódio II ). É um tipo de propulsão espacial baseada no aproveitamento da pressão da radiação do Sol. Os fotões/fótons transferem quantidade de movimento aos objectos/objetos com que colidem. O impulso que assim se gera é permanente e gratuito e, já que no espaço não existe atrito, qualquer velocidade adquirida deste modo manter-se-á quase indefinidamente. c) Encontre uma expressão para a pressão de radiação em função da energia radiante por unidade de tempo e área, supondo que a superfície do painel é perfeitamente absorvente. Hoje em dia, os painéis solares das naves espaciais ou dos satélites são ocasionalmente usados como velas solares para fazer pequenas correcções/correções à sua órbita sem gastar combustível. A Figura 2 mostra o desenho esquemático do satélite. A massa da parte cilíndrica da nave é M = 480 kg, o seu raio é r = 1 m e a massa de cada painel é m = 30 kg. m M m 2a a Massa e comprimento desprezáveis/desprezíveis Figura 2

d) Calcule a aceleração angular inicial que se imprime à nave, quando esta orbita Vénus, se um dos painéis absorver totalmente a radiação incidente e o outro reflectir/refletir 50% da radiação incidente. Suponha que os painéis solares estão inicialmente orientados perpendicularmente à luz solar. Devido a um defeito, a nave sai da sua órbita e é necessário saber o quanto se pode aproximar do Sol sem que se fundam os painéis. Sabe-se que a energia emitida por unidade de tempo e por unidade de área por um objecto/objeto à temperatura T é dada pela lei de Stefan-Boltzmann S = T 4 e onde é uma constante universal e e é a emissividade. Um corpo em equilíbrio com a sua vizinhança irradia e absorve a mesma quantidade de energia por unidade de tempo, mantendo a sua temperatura constante. Para um absorvente ideal e = 1. Considerando que as placas solares são constituídas apenas por Arseneto de Gálio, que a sua espessura é desprezável e que o Sol emite energia uniformemente em todas as direcções/direções: e) Determine a distância ao Sol para a qual as células solares começam a fundir, tendo em conta que a temperatura de fusão do Arseneto de Gálio é de 1511 K. Suponha que os painéis estão sempre orientados perpendicularmente à luz solar. Dados úteis: = 5,67 10-8 W/m 2 K 4 Momentos de inércia: - Cilindro, em relação ao seu eixo: MR 2 /2 - Placa, em relação ao seu maior eixo: ML 2 /12 (L é a largura da placa)

Criostato para baixas temperaturas Um sistema simples para controlar a temperatura de uma amostra entre 77 K e 300 K consiste em submergir o recipiente com a amostra num banho de nitrogénio/nitrogênio líquido (NL) contido numa garrafa térmica de vidro. No nosso caso o recipiente que contém a amostra é um cilindro de 5 cm de raio conectado com o exterior por meio de um tubo cilíndrico de 1 cm de raio. As paredes laterais do cilindro e do tubo são adiabáticas (isoladores térmicos). A temperatura da amostra no interior do cilindro mantém-se a 100 K mediante um sistema que regula a corrente eléctrica/elétrica que passa numa resistência. Um esquema simplificado desse sistema está representado na figura 1. As tampas do cilindro interior são feitas de dois materiais, cobre e óxido de alumínio (alumina), sendo a parte externa de cobre. O cobre tem uma espessura de 1 cm e a alumina 3 cm. A 77 K as condutividades térmicas do cobre e da alumina são k cu = 600 W/m K e k A = 26 W/m K, respectivamente. A experiência mostra que, em condições de regime estacionário, o fluxo de calor, ou seja, a quantidade de calor por unidade de tempo e por unidade de área, que passa através de uma parede plana de espessura e, área A, e condutividade térmica k, é dado por: 1 Q A t T = k e onde T é a diferença de temperatura existente entre as faces da parede de espessura e e área A. Obtenha a expressão analítica e os valores numéricos para: a) A temperatura na interface entre o cobre e a alumina. b) O calor por unidade de tempo que atravessa as duas tampas do cilindro interior. O raio interior da garrafa térmica que contém o nitrogénio/nitrogênio líquido é de 15 cm. As paredes e a tampa da garrafa térmica são adiabáticas. Na tampa da garrafa

térmica existe um dispositivo que permite manter a pressão no seu interior igual à atmosférica, p a. Dispositivo que regula a pressão Cobre Recipiente que contém a amostra Alumina 100 K Resistência Cobre NL 77 K Garrafa térmica Figura 1 Obtenha a expressão analítica e os valores numéricos para: c) A massa de nitrogénio/nitrogênio líquido que se evapora por unidade de tempo. d) A mudança do nível de nitrogénio/nitrogênio líquido por unidade de tempo. e) O número de moles/mols de gás que saem do dispositivo por unidade de tempo. Dados úteis: Temperatura de ebulição do nitrogénio/nitrogênio líquido à pressão atmosférica: 77 K Calor de vaporização do NL: v = 198,38 kj/kg. Densidade do nitrogénio/nitrogênio líquido: L = 808,61 kg/m 3 Densidade do nitrogénio/nitrogênio gasoso a 77 K: G = 4,61 kg/m 3 Massa molecular do nitrogénio/nitrogênio gasoso: m N = 28,01 g/mol Constante dos gases: R = 8,31 J/mol K Pressão atmosférica, p a = 1,01 10 5 Pa