Manual de Procedimentos para Aplicação de Indicadores de Gestão Florestal Sustentável. Ficha Técnica



Documentos relacionados
1. METODOLOGIA DE SELECÇÃO DE PRAGAS E DOENÇAS FLORESTAIS

Figura 1: Bosque de Casal do Rei, alguns meses após o incêndio que ocorreu no Verão de 2005.

Promoção da actividade resineira em Portugal no âmbito da PAC pós 2013

PORTUCEL SOPORCEL. INVESTIGAÇÃO NAS ÁREAS DA FLORESTA E DO PAPEL Uma renovação de raiz EMPRESA

RESULTADOS PRELIMINARES EM ENSAIOS GENÉTICOS DE SOBREIRO.

PRÁTICAS SILVICULTURAIS

ANEXO 7 FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Incêndio. quilómetros, devido aos seus fumos negros e densos

BLOCO 11. ASSUNTOS: Controlo Análise dos Registos Contabilísticos Análise de estrutura e de eficiência Análise de actividade PROBLEMAS:

Hugo Saturnino Paulo Fernandez e José M. Monteiro Coimbra - 30 Maio de 2009

ELEGIBILIDADE DA PARCELA AGRÍCOLA APLICAÇÃO DO ARTIGO 34.º DO REGULAMENTO (CE) N.º 1122/2009

CAPÍTULO 7 EVOLUÇÃO DA ÁREA NA AUSÊNCIA DO PROJECTO

BOAS PRÁTICAS. Fonte: Manual Boas Práticas Agrícolas para a Agricultura Familiar

MEDIDA 8 - PROTEÇÃO E REABILITAÇÃO DOS POVOAMENTOS FLORESTAIS PDR 2020

A Sustentabilidade do Uso da Biomassa Florestal

APRESENTAÇÃO PÚBLICA. do resultado da monitorização dos Indicadores de Gestão Florestal Sustentável

Avaliação Quantitativa de Biomassa Florestal Queimada

A BIOMASSA FLORESTAL PRIMARIA

Título de Emissão de Gases com Efeito de Estufa

O Risco dos Incêndios Florestais

Seminário de Abertura da Discussão Pública da proposta de Programa de Acção Nacional de Combate à Desertificação

Termo de Referência para Elaboração do Plano de Manejo Florestal Sustentável

A Gestão da Carga na Sustentabilidade do Pomar

A utilização de um rotor mecânico na colheita de azeitona

Um laboratório com 35 hectares!

Controlo de Espécies Vegetais Exóticas Invasoras

Jornal Oficial da União Europeia L 310/11

Utilização Racional de Biomassa Florestal Mitos e Realidades

ESTRUTURA EMPRESARIAL NACIONAL 1995/98

PRAGAS FLORESTAIS. Gorgulho-do-eucalipto. Formação. 18 de junho e 11 dezembro. Dina Ribeiro. INFD-672LGH

Consulta Pública. Florestas de Alto Valor de Conservação da Unidade de Gestão Florestal do Grupo Unifloresta. Às Partes Interessadas do Grupo

Departamento de Engenharia Civil, Materiais de Construção I 3º Ano 1º Relatório INDÍCE

Custos de Gestão e Produção do Sobreiro

NOTAS PRÉVIAS I - DE APRESENTAÇÃO

Segurança e Higiene do Trabalho. Volume XX Indicadores de Segurança. Guia Técnico. um Guia Técnico de O Portal da Construção

SEMINÁRIO REGA DE CEREAIS PRAGANOSOS / OS CEREAIS REGADOS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DE ALQUEVA. Benvindo Maçãs INRB, I.P.

Segurança e Higiene no Trabalho

Energia, tecnologia e política climática: perspectivas mundiais para 2030 MENSAGENS-CHAVE

Conceitos Básicos para Avaliação de Impactos Ambientais. [Kemal Vaz] [2 F 10:15 11:15]

Modelos de cobertura em redes WIFI

Gestão da Qualidade. Identificação e Quantificação de Indicadores de Desempenho nos SGQ :12 Natacha Pereira & Sibila Costa 1

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA. site do programa, comunicou a suspensão, a partir de 11 de Fevereiro de 2011, de

Manual do Revisor Oficial de Contas. Projecto de Directriz de Revisão/Auditoria 840

Validação da Cartografia de Habitats

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS COMBINADAS

Documentos indexados no ISI Web of Knowledge,

A IMPORTÂNCIA DA VERIFICAÇÃO DAS SONDAS NA SECAGEM INDUSTRIAL DE MADEIRA

Posição da SPEA sobre a Energia Eólica em Portugal. Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves

A PAC pós Áreas potencialmente elegíveis e suas implicações nas decisões nacionais

FERNANDA ROTEIRO DE ESTUDOS DE RECUPERAÇÃO E REVISÃO

Análise Social, vol. XX (84), º,

Portaria n.º 1633/2007 de 31 de Dezembro

Segurança e Higiene do Trabalho. Volume XXVI Vibrações. Guia Técnico. um Guia Técnico de O Portal da Construção.

Segurança e Higiene do Trabalho

PROJECTO DE NORMA REGULAMENTAR

Diagnose do estado nutricional de plantas de Milho

PLANO DE FORMAÇÃO COTR - CRIAR CONHECIMENTOS E CAPACIDADES

MEDIDAS PRIVADAS DE GESTÃO DO RISCO: ASSOCIADAS DA UNAC. Estratégias de Gestão do Risco Florestal

1. INTRODUÇÃO 2. ANÁLISE ESTRATÉGICA

PLANIFICAÇÃO CIÊNCIAS NATURAIS (8.º ANO) 2015/2016 Docentes: João Mendes, Madalena Serra e Vanda Messenário

CADEX. Consultoria em Logística Interna. Layout de armazém. Objectivos. Popularidade. Semelhança. Tamanho. Características

NP EN ISO 9001:2000 LISTA DE COMPROVAÇÃO

Bloco B: ESPAÇOS VERDES E SUSTENTABILIDADE. 1.3 Uso eficiente da água nos espaços verdes

Regulamento da CMVM n.º 97/11 Critérios de Avaliação e Peritos Avaliadores dos Imóveis dos Fundos de Investimento Imobiliário

SOLUÇÕES DE SEQUESTRO DE CARBONO NA AGRICULTURA E FLORESTA COM MÚLTIPLOS BENEFÍCIOS AMBIENTAIS

UMA METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DA EFICIÊNCIA AMBIENTAL DE EMPRESAS INDUSTRIAIS

VALOR DOS DIREITOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL NO SECTOR CULTURAL E CRIATIVO

Paulo Fernandes. Departamento Florestal Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

ANEXO 3. A floresta portuguesa FACTOS E NÚMEROS

Integração da Gestão de Risco Operacional noutras Áreas da Gestão. Maio 2008

C. Pereira Cabrita, Paulo Vaz, Diogo S. Madeira, João C. Matias, Davide S. Fonseca

DIREÇÃO REGIONAL DE JUVENTUDE E DESPORTO DESTACAMENTO DE DOCENTES PARA O MOVIMENTO ASSOCIATIVO DESPORTIVO ANO LETIVO 2014/2015

MAPEAMENTO FLORESTAL

Agricultura e Desenvolvimento Rural: Que instrumentos de Financiamento

Resumo de SAÚDE AMBIENTAL E ECOLOGIA. Parte 01. Nome: Curso:

Estudos de Imagem e Notoriedade

Pela primeira vez na história demográfica recente, Portugal registou em 2007 um saldo natural negativo

1. Promover a melhoria das condições de vida das população das áreas susceptíveis

Apresentação da Solução. Divisão Área Saúde. Solução: Gestão de Camas

Este documento constitui um instrumento de documentação e não vincula as instituições

QUANTIFICAÇÃO DE BIOMASSA FLORESTAL DE PINUS ELLIOTTII COM SEIS ANOS DE IDADE, EM AUGUSTO PESTANA/RS 1

PUBLICAÇÕES:TECNOMETAL n.º 139 (Março/Abril de 2002) KÉRAMICA n.º 249 (Julho/Agosto de 2002)

FBD.01TP.35. CE-CTET-GERAL AAP+AECOPS GER 00X / 01TP

Florestar Sustentabilidade da Floresta

Qualidade em e-serviços multicanal

ARTIGO TÉCNICO. Os objectivos do Projecto passam por:

CAP. 4b INFLUÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA

5.º INVENTÁRIO FLORESTAL NACIONAL Apresentação do Relatório Final. Direcção Nacional de Gestão Florestal

PRACTICE Acções de Recuperação e Prevenção para Combater a Desertificação. Uma Avaliação Integrada

GESTÃO DE ARQUIVOS E DEPÓSITOS. Regulamento

AUDITORIAS DE VALOR FN-HOTELARIA, S.A.

Programa de Desenvolvimento Rural do Continente para

Capítulo III Aspectos metodológicos da investigação

6. AGRICULTURA DE PRECISÃO. EXEMPLO DA AVALIAÇÃO DO EFEITO DA TOPOGRAFIA E DA REGA SOBRE A VARIABILIDADE ESPACIAL E TEMPORAL DA PRODUTIVIDADE DO MILHO

Norma Nr.016 / 1999 de 29/12 REVOGA AS NORMAS N.º 10/96-R E N.º 11/97-R

Transcrição:

Ficha Técnica Autoria Federação dos Produtores Florestais de Portugal - Conselho Nacional da Floresta Coordenação Científica Fernando Páscoa Coordenação Técnica Paula Salazar Consultores Carlos Machado José Gonçalves Ferreira Paula Soares Pedro Ochôa de Carvalho Equipa Técnica Inês Teixeira Neil Beck Apoio Financeiro Medida 4 Acção 4 "Estudos Estratégicos" Página 1 de 47

Colaboradores AGRESTA Associação dos Agricultores do Vale do Minho; APROFLOR, Associação Produtores Florestais Trás-os-Montes Alto Douro; AFT, Associação dos Produtores Florestais de Tábua; AADP, Associação dos Agricultores do Distrito de Portalegre; AFLOSOR, Associação Produtores Florestais da Região de Ponte de Sôr; ANSUB, Associação dos Produtores Florestais do Vale do Sado; ASPAFLOBAL, Associação dos Produtores Florestais do Barlavento Algarvio Agradecimentos A Federação dos Produtores Florestais de Portugal agradece a colaboração das seguintes personalidades e entidades, cujo contributo foi essencial para a realização deste projecto: António Monteiro Alves; Fátima Jorge; Fernanda Ribeiro; José Gaspar; José Ribeiro Lopes; Maria Corinta Ferreira; Margarida Tomé; Odete Duarte; Sérvulo Correia. Câmara Municipal de Arcos de Valdevez; Centro de Formação Agrícola da Guarda; Confederação dos Agricultores de Portugal; RAIZ, Instituto de Investigação da Floresta e Papel; Silviconsultores, Ambiente e Recursos Naturais, Lda; Silvicentro, Serviços Agro-Florestais, Lda. Página 2 de 47

Índice 0. INTRODUÇÃO... 4 1. Procedimentos Indicador: Volume total (GFS1/01)... 5 Indicador: Estrutura (GFS1/02)... 11 Indicador: Armazenamento de Carbono (GFS1/03)... 15 Indicador: Perigo de incêndio (GFS2/04)... 21 Indicador: Desfoliação (GFS2/07)... 22 Indicador: Deficiências nutricionais (GFS2/08)... 29 Indicador: Pragas e doenças (GFS2/09)... 31 Indicador: Produtividade em termos de produção principal (GFS3/11)... 34 Indicador: Diversidade vegetal arbustiva em sub-coberto (GFS4/13)... 38 2. Dimensão das parcelas e métodos de amostragem... 46 3. Tratamento de dados... 47 4. Apresentação de Resultados... 48 Página 3 de 47

0. INTRODUÇÃO O Manual de Procedimentos para Aplicação de Indicadores de Gestão Florestal Sustentável resultou da necessidade de definir métodos, adiante descritos por procedimentos, para recolha, processamento, tratamento e sistematização da informação considerada necessária para avaliação dos indicadores de gestão florestal sustentável, objecto de estudo do Projecto Gestão Sustentável dos Sistemas Florestais Portuguesa. Na operacionalização dos indicadores foram recolhidos elementos com base em parcelas de amostragem, elementos para a totalidade da área e elementos obtidos através de inquéritos aos proprietários nas áreas de intervenção. Efectuou-se o levantamento das metodologias de quantificação aplicáveis às espécies em estudo, para os indicadores quantitativos e sempre que aplicável e possível recorreu-se a metodologias já publicadas. Concebidos de modo a reflectirem uma abordagem simples, credível, e exequível dos métodos de referência adoptados na futura Norma Portuguesa (NP) Sistemas de Gestão Florestal sustentável, base de referência para a operacionalização dos indicadores em estudo, os procedimentos foram parametrizados com uma estrutura semelhante: I- objectivo do procedimento, II justificação, III- definições, IV modo operativo, V- apresentação dos resultados, VI- objectivo e metas e bibliografia. Para tornar o processo operacional houve necessidade de proceder à revisão das definições, das unidades e dos métodos inicialmente previstos na futura NP, tendo sido adoptadas novas terminologias, corrigidas e adaptadas definições existentes. Os procedimentos apresentados referem-se aos indicadores avaliados com base em elementos recolhidos em parcelas de amostragem. Descrevem-se ainda, de forma sucinta, os métodos de amostragem adoptados e a dimensão das parcelas para os povoamentos florestais, objecto de estudo. Os elementos recolhidos na totalidade da área de intervenção e os elementos obtidos por inquérito, obtiveram maior expressão na produção de mapas temáticos e nos resultados dos contactos com os proprietários das áreas de intervenção, assim, optou-se por colocar os elementos considerados relevantes directamente no questionário que serviu de base aos inquéritos e no Manual de Instruções para o Trabalho de Campo (documento complementar à operacionalização dos indicadores) Visando exemplificar os resultados da aplicação dos procedimentos e outros elementos relacionados com a operacionalização dos indicadores, nomeadamente gráficos e quadros, seleccionou-se aleatoriamente uma área de intervenção do projecto. Página 4 de 47

1.1. Indicador: Volume total (GFS1/01) I. Objectivo do procedimento Pretende-se estimar o volume da componente aérea do povoamento, existente na área de intervenção, por espécie florestal. Considerou-se como critério geral para aplicação do indicador, o volume total do fuste ou do tronco no momento do inventário. O volume será avaliado por amostragem em parcelas. O presente procedimento aplica-se a povoamentos puros ou mistos das espécies: eucalipto, azinheira, alfarrobeira, castanheiro, pinheiro bravo, pinheiro manso e sobreiro. Todas as outras espécies presentes nas áreas de intervenção e que não constam nesta lista serão, também, contabilizadas para o cálculo do volume. II. Justificação O volume dos povoamentos florestais constitui uma das principais ferramentas de decisão ao dispor do gestor florestal. Define, para a maior parte dos sistemas silvícolas, a quantidade de matéria prima existente, em dado momento, na floresta. III. Definições Outras espécies: todas as espécies florestais excluindo eucalipto, sobreiro, azinheira, alfarrobeira, pinheiro bravo, pinheiro manso e castanheiro Tronco: eixo principal da árvore Fuste: parte do tronco sem ramos Estrato: área homogénea sob o ponto de vista do uso florestal do solo Volume total do tronco: volume considerado desde a altura de corte até à altura total Volume total do fuste: volume da parte do tronco sem ramos Diâmetro: no texto significa sempre diâmetro medido a 1,30 m (dap) Fonte: Gomes (1963) Página 5 de 47

IV. Modo Operativo 1. Métodos de Avaliação/Medição 1.1) Determinação ou estimativa da idade Segundo o IFN deve ser inscrita a idade estimada de cada árvore, expressa em anos. São exemplos: Pinheiro bravo: a idade é estimada a partir da contagem de verticilos da árvore ou de sinais deles existentes no fuste. Só em último caso se faz recurso à verruma de Pressler. Eucaliptos e castanheiros em regime de talhadia: a idade é estimada em função do porte das varas e das condições de crescimento (qualidade da estação). Dada a dificuldade destas avaliações deve recorrer-se sempre que possível, a inquirição local. Sempre que não for possível determinar a idade dos povoamentos ou árvore, far-se-á uma estimativa da idade média por inquérito ou comparação com outro povoamento envolvente. 1.2) Classes de idade As classes de idade são estruturadas de forma diferente conforme a espécie a que se referem, sendo identificadas de acordo com os códigos constantes da tabela seguinte (adaptada do Manual de Instruções para o Trabalho de Campo do IFN (1999)): povoamentos equiénios classe de idade (anos) código resinosas 0 a 9 0 10 a 19 1 20 a 29 2 30 a 39 3 40 a 49 4 50 a 59 5 60 ou + 6 povoamentos de folhosas em plantações ou sementeiras P regime de alto fuste (excepto recentes < 10 eucalipto) jovem 10 a 35 Y meia idade - 35 a 60 M adultos - 60 ou + A eucalipto e povoamentos de 0 a 3 0 folhosas em regime talhadia 4 a 7 4 8 a 11 8 12 a 15 12 16 a 19 16 20 ou + 20 povoamentos multiénios outras situações irregular/jardinado idade média povoamento cortes rasos povoamentos queimados J C Q Página 6 de 47

Para o sobreiro, anotar, por parcela o último ano de descortiçamento e sempre que possível classificar o tipo de cortiça: virgem, secundeira ou amadia. 1.3) Estimativa do volume total do tronco para as espécies alfarrobeira, castanheiro e pinheiro manso em alto fuste A determinação do volume total do tronco baseia-se na equação de volume total usada no Inventário Florestal Nacional - DGF- na cubagem de árvores de povoamentos de folhosas diversas, na cubagem de árvores de povoamentos de resinosas diversas e na cubagem de árvores de povoamentos de pinheiro manso. Para cada espécie ou agrupamento de espécies consideradas, à excepção do sobreiro e da azinheira, utilizaram-se relações hipsométricas estabelecidas pela DGF (comunicação escrita). A equação do volume total e as relações hipsométricas encontradas são as abaixo apresentadas. 2 2 a + b h b d b d h v 1 + 2 + = 3 1000 Pinheiro manso a = 6,2700 b 1 = 0 b 2 = 0 b 3 = 0,0392 Folhosas diversas a = 0 b 1 = 0 b 2 = 0 b 3 = 0,0393 Resinosas diversas a = 0 b 1 = 0 b 2 = 0 b 3 = 0,0350 onde: v, volume total (m³); h, altura total (m); d, diâmetro (cm). h = hdom (1 + b1 hdom b e 2 hdom ) (1 e b 3 d ddom ) Pinheiro manso b 1 = 0,0041 b 2 = -0,0088 b 3 = 2,0519 Castanheiro bravo b 1 = 0 b 2 = 0 b 3 = 4,2762 Castanheiro manso b 1 = 0 b 2 = 0 b 3 = 2,7618 Carvalhos b 1 = 0,0054 b 2 = -0,0114 b 3 = 2,0144 Folhosas diversas b 1 = 0 b 2 = 0 b 3 = 3,0117 Resinosas diversas b 1 = 0 b 2 = 0 b 3 = 3,0117 onde: h, altura total (cm); d, diâmetro (mm); v, volume total (m³); hdom, altura dominante (cm); ddom, diâmetro dominante (mm). 1.4) Estimativa do volume total do tronco para o castanheiro em talhadia Para estimar o volume em povoamentos explorados em talhadia recorreu-se aos trabalhos de Maia (1988). O autor definiu para a Serra de Bornes tabelas de volume de simples entrada para talhadia de castanheiro. Página 7 de 47

v = 7,892 + onde: v, volume total (dm³); d, diâmetro (cm). 2 0,521 d 1.5) Estimativa do volume total do tronco para o eucalipto Tendo por base o trabalho de Tomé (1990) e os resultados obtidos por Tomé e Ribeiro (2000) seleccionaram-se, respectivamente, para o cálculo do volume total com casca e para a curva hipsométrica geral, as seguintes equações: v = 0,000048 d 1,819071 h 1,070288 onde: v, volume total com casca (m 3 ); d, diâmetro (cm); h, altura total (m). a( h = hdom e 1 - d 1 ddom ) a = a 0 +a h hdom na N/1000 + a d dg a 0 = -1,770086 (1ªrotação); a 0 = -1,729112 (talhadia) a h = -0,233239; na = 0,548798; a d = -0,055274 onde: h, altura total (m); hdom, altura dominante (m); d, diâmetro (cm); ddom, diâmetro dominante (cm); N, densidade (ha ¹); dg, diâmetro médio quadrático (cm). 1.6) Estimativa do volume total do tronco para pinheiro bravo Com base nas equações da Direcção Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas (1969) descrevem-se as equações de volume da árvore para as regiões: Região 1 - Minho v = 13,3 + 0,03467d²h Região 2 - Trás-os-Montes e Beira Alta v = 13,7 + 0,03440d²h Região 3 - Beira Litoral v = 18,3 + 0,03168d²h Região 4 - Ribatejo e Oeste v = 9,6 + 0,03559d²h Região 5 - Beira Baixa v = 17,3 + 0,03293d²h Região ao sul do Tejo v =[ - 0,00830+ 0,25410(d²h)/10] onde: v, volume total do tronco (dm³); d, diâmetro (cm); h, altura total (m). A curva hipsométrica geral a utilizar será a elaborada por Páscoa et al. (1989): h = 3,042258 0,6534 hdom 0,0954 G 0,08714 N 4,020/t 8,276/d e onde: h, altura total (m); hdom, altura dominante (m); G, área basal (m²ha -1 ); N, densidade (ha -1 ); t, idade (anos); d, diâmetro (cm). Página 8 de 47

Com base na curva hipsométrica estima-se, para cada árvore a altura total. No caso das árvores dominantes usa-se a altura real medida. Por aplicação da equação de volume total do tronco obtém-se o volume ao nível da árvore. Com base no somatório dos volumes das árvores e conhecendo a área da parcela, obtém-se o volume por hectare. 1.7) Estimativa do volume total do fuste para o sobreiro e para a azinheira Para estimar o volume utiliza-se a fórmula do volume do cilindro com altura igual à altura do fuste ponderado por um coeficiente de forma 0,9: v = (π r² h) 0,9 v = π (d²/4) h 0,9 onde: v, volume total (m 3 ); h, altura do fuste (m); d, diâmetro (m). 1.8) Informações a recolher no campo Castanheiro, pinheiro bravo, pinheiro manso, eucalipto e a alfarrobeira área da parcela (confirmação) n.º árvores vivas da parcela nº de árvores /varas vivas com diâmetro 7,5 cm n.º de árvores/varas vivas com diâmetro < 7,5 cm diâmetro de todas as árvores altura das árvores dominantes idade Sobreiro e azinheira área da parcela (confirmação) n.º árvores vivas da parcela nº de árvores com perímetro 23,55 cm nº de árvores com perímetro< 23,55 cm perímetro ou diâmetro de todas as árvores espessura de cortiça altura do fuste Página 9 de 47

V. Apresentação dos resultados Sugere-se a apresentação de resultados sob a forma de volume (m³/ha) por classes de idade, e volume por classes de dap ou de pap, por espécie e por estrato. Objectivo: evolução positiva (não perda) do volume total (tomado como somatório do volume principal e do volume secundário). Para este efeito, deverão ser registados os volumes saídos em desbaste. Sendo possível reconstruir todos os desbastes até à data do inventário deverão ser considerados. Não sendo possível, devem ser registados a partir do inventário. Meta: definida ao nível do plano de gestão. Referências bibliográficas: DGF, 1999. Manual de Instruções Para o Trabalho de Campo do Inventário Florestal Nacional. Lisboa, 80 pp. Direcção Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas, 1969. Tabelas. 73 pp. Gomes, A. M. A., 1963. Medição das Árvores e dos Povoamentos. Secretaria do Estado da Agricultura, Direcção Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas. Maia, M. L., 1988. A Silvicultura do Castanheiro na Região de Trás-os-Montes. Instituto Nacional de Investigação Agraria, Estação Florestal Nacional, Bragança. Páscoa, F., J. Bento e C.P. Marques, 1989. Inventário Florestal do Pinheiro Bravo. Previsão da Produção Lenhosa Para o Período de 1988/2048. 69 pp. Tomé, J., 1990. Estimação do Volume Total, de Volumes Mercantis e Modelação do Perfil do Tronco em Eucalyptus globulus Labill.. Dissertação para obtenção do Grau de Mestre, Mestrado de Produção Vegetal, ISA, Lisboa, 63 pp. Tomé, M. e F. Ribeiro, 2000. Relatório Final do Projecto PAMAF 4026 Desenvolvimento de um Sistema de Apoio à Avaliação de Madeira em Pé em Povoamentos de Eucalipto. DEF, ISA, Lisboa. Página 10 de 47

1.2. Indicador: Estrutura (GFS 1/02) I. Objectivo do procedimento Caracterizar a estrutura e composição do povoamento. A estrutura será definida com base nas suas componentes horizontal e vertical, respectivamente, pelas classes de diâmetro medidas a 1,30 m e pelas classes de estratificação das copas. A composição refere-se à variedade e natureza das árvores no povoamento. A caracterização será efectuada por amostragem em parcelas. II. Justificação A variabilidade estrutural dos povoamentos florestais tem grande influência na silvicultura e nas características do ecossistema florestal. Consideram-se a variabilidade da estrutura vertical, a distribuição das copas por classe hierárquica, e a variabilidade da estrutura horizontal, através da sua distribuição por classes de diâmetro. Estruturas simplificadas (povoamentos monoespecíficos e/ou regulares) optimizam a exploração florestal, enquanto que estruturas complexas (povoamentos mistos e/ou irregulares) apresentam maior frequência no fornecimento de bens e serviços e apresentam, geralmente, maiores valores de diversidade biológica. III. Definições Estrutura, diz respeito às características de ocupação do espaço acima do solo pelas árvores, isto é, às formas de arranjo interno dos povoamentos. (Alves, 1988). Composição, em sentido restrito, referir-se-á apenas à variedade e natureza específica ou cultural dos indivíduos componentes dos povoamentos. Distinguir-se-á, assim, entre povoamentos puros, constituídos por uma só essência florestal predominante, e povoamentos mistos, nos quais coexistem indivíduos pertencentes a mais de uma essência florestal; uma essência resinosa e outra folhosa ou uma espécie tolerante e outra intolerante, por exemplo. Considerar-se-ão, povoamentos puros, aqueles em que a percentagem de espécies estranhas não ultrapasse 10%. (Alves, 1988). Árvores dominantes: aquelas cujas copas atingem os níveis mais elevados do coberto, estendendo-se acima do nível geral do copado, se apresentam desenvolvidas, embora possam suportar certa competição lateral, e recebem plena luz vinda de cima e em parte lateralmente; trata-se de árvores de maiores dimensões do que a das árvores médias do povoamento. (Alves, 1968, cit. DGF, 1999). Página 11 de 47

Árvores codominantes: aquelas cujas copas marcam o nível geral do coberto, usualmente de dimensões médias, suportam competição lateral e recebem plena luz vinda de cima e relativamente pouca lateralmente. (Alves, 1968, cit. DGF, 1999). Árvores subdominantes: aquelas cujas copas de dimensão mais pequena do que as das classes anteriores, se prolongam entre os espaços existentes entre as copas destas últimas e recebem apenas alguma plena luz da parte superior. (Alves, 1968, cit. DGF, 1999). Árvores dominadas: aquelas cujas copas se encontram sob as das classes anteriores, não recebendo luz directa. (Alves, 1968, cit. DGF, 1999). Outras espécies: todas as espécies florestais excluindo o pinheiro bravo, pinheiro manso, eucalipto, azinheira, sobreiro, alfarrobeira e castanheiro. IV. Modo Operativo 1. Método de Avaliação/Medição 1.1 Caracterização da composição (a) Identificar e quantificar as espécies arbóreas florestais presentes na parcela. 1.2 Caracterização da estrutura horizontal Para todas as árvores de cada espécie florestal identificada medir o diâmetro a 1,30 e agrupar por classes de diâmetro. No Manual de Instruções Para o Trabalho de Campo do IFN (DGF, 1999) sugere-se para as classes de diâmetro intervalos de 5 cm tendo como limites, por exemplo: Classe 10 7,5 < dap 12,4cm Classe 15 12,5 < dap 17,4cm Classes com dap superior a 17,5 cm devem de igual modo ser definidas com base em intervalos 5 cm sendo a classe representada pelo valor médio do intervalo. 1.3 Caracterização da estrutura vertical Avaliar o grau de coberto de copas com base na fotointerpretação e definir no campo a posição relativa de estratificação das copas, árvore a árvore. Página 12 de 47

Tendo como referência padrão, a figura 46 do Manual de Instruções para o Trabalho de Campo do IFN determina-se a percentagem de cobertura. Fonte: DGF, 1999 Classificar as árvores segundo a posição relativa de estratificação das copas tendo por base uma adaptação da Figura 25 do acima referido manual de instruções. 1,2 3 4 Fonte: DGF, 1999. Página 13 de 47

1.4 Informações a recolher no campo Identificação das espécies florestais presentes na parcela diâmetro posição hierárquica da copa da árvore V. Apresentação dos resultados Sugere-se tabela e histograma apresentando a distribuição das árvores por espécie, e dentro de cada espécie, por classes de diâmetro e de classificação da copa. O histograma refere-se à média das parcelas no estrato. Objectivo: Aumento ou manutenção da complexidade estrutural aos níveis do talhão ou da unidade de gestão. Metas: Definidas ao nível do plano de gestão. Referências bibliográficas: Alves, A. A., 1988. Técnicas de Produção Florestal. 2.ª Edição. Instituto Nacional de Investigação Científica, 331pp. DGF, 1999. Manual de Instruções para o Trabalho de Campo do Inventário Florestal Nacional. 80 pp. Página 14 de 47

1.3. Indicador: Armazenamento de carbono (GFS 1/03) I. Objectivo do procedimento Pretende-se obter uma estimativa da quantidade total de carbono presente na componente arbórea da área de intervenção, tendo por base parcelas de amostragem. O presente procedimento aplica-se a povoamentos puros ou mistos das espécies azinheira, alfarrobeira, eucalipto, castanheiro, pinheiro bravo, pinheiro manso e sobreiro. Todas as outras espécies presentes nas áreas de intervenção e que não constam nesta lista serão, também, contabilizadas para o cálculo do carbono. II. Justificação Uma das principais funções associadas aos ecossistemas florestais prende-se com a sua capacidade para imobilizar carbono e de, por isso, se constituírem como sumidouros deste elemento. O aumento do volume dos povoamentos tem consequências positivas para o comportamento deste indicador, embora a efectividade dessa retenção esteja fortemente condicionada pela utilização dada aos produtos extraídos da floresta. III. Definições Outras espécies: todas as espécies florestais excluindo eucalipto, sobreiro, azinheira, alfarrobeira, pinheiro bravo, pinheiro manso e castanheiro Biomassa: no presente procedimento subentende-se que a biomassa é expressa em peso seco. IV. Modo Operativo 1. Métodos de Avaliação / Medição 1.1) Estimativa da biomassa para alfarrobeira, castanheiro e pinheiro manso Com base no volume total do tronco (Cf: Volume Total) estimar o carbono armazenado, considerando para a biomassa a componente lenho. Não são contabilizados os ramos, as folhas nem o sistema radical por não se conhecerem referências à determinação destes componentes. Determinação da biomassa lenhosa Biomassa lenhosa (ton/ha) = Volume lenhoso (m 3 /ha) x Densidade da madeira Página 15 de 47

Segundo Carvalho (1996) as densidades para as espécies indicadas são as seguintes: Espécies Densidade (valores médios) Alfarrobeira 830 kg/m 3 Castanheiro 515-600 kg/m 3 Pinheiro manso 550 kg/m 3 1.2) Estimação da biomassa para sobreiro e azinheira Com base no volume total do fuste (Cf: Volume Total), estimar o carbono armazenado, considerando para a biomassa as componentes lenho e copa (folhas+ramos). Para o sobreiro deve ainda ser considerado o peso de cortiça. Determinação da biomassa lenhosa Biomassa lenhosa (ton/ha)= Volume lenhoso(m 3 /ha) x Densidade da madeira Segundo Carvalho (1996) as densidades destas espécies são dadas por: Espécies Densidade (valores médios) Azinheira 900 kg/m 3 Sobreiro 750 kg/m 3 Determinação da biomassa da copa Para estimar a biomassa da copa ao nível da árvore, utilizaram-se as equações elaboradas por Silva et al. (1984) para o cálculo da biomassa das podas em sobreiro, assumindo que a fracção retirada em podas corresponde aproximadamente a 35% do total da biomassa de copa. Neste caso o mesmo procedimento aplica-se também à azinheira. 1,6222 0,38 0,01308 pap pr + 0,001712 Bm = 0,35 2 ( pap pr) 0,976 onde: Bm, biomassa da copa (kg); pr, número de pernadas; pap, perímetro a 1,30 m (cm). Página 16 de 47

Determinação do peso de cortiça Ribeiro e Tomé (2000) desenvolveram as seguintes equações para estimação, ao nível da árvore, do peso de cortiça: (a) equação para uso imediato antes do descortiçamento (9 anos) ln w = 2,3665 + 2,2722ln(pap c ) + 0,4473ln(hdf) (b) equação para uso depois do descortiçamento ou numa idade intermédia do ciclo de produção ln w = 2,7506 + 1,9174ln(papd ) + 0,4682ln(hdf) onde: w, peso de cortiça seca ao ar (kg);pap c, perímetro medido a 1,30 m com cortiça (m); pap d, perímetro medido a 1,30 sem cortiça (m); hdf, altura descortiçada do fuste (m). 1.3) Estimativa da biomassa do eucalipto A estimativa das biomassas totais e por componentes ao nível do povoamento é dada pelas seguintes equações (Soares e Tomé, 2000): N 1,139248-0,042397 0,011507t 1000 2,404311 b t = (0,009544 0,000253IQE) G hdom onde: b t, biomassa total (kg); G, área basal (m 2 ha -1 ); N, densidade (ha -1 ); t, idade (anos); IQE, índice de qualidade da estação; hdom, altura dominante (m). A biomassa do sistema radical determina-se com base no trabalho de Fabião (1986), em que o autor sugere o valor 0,12 para expressar a relação, entre a biomassa radical e a biomassa da parte aérea. Para o cálculo do Índice de Qualidade da Estação (IQE) sugerese a equação de crescimento em altura dominante do modelo Globulus (Tomé et al., 1998): ln(1 e k10 ) ln(1 e k10 ) 1 kt ln(1 e 1) ln(1 e kt1 hdom ) 10 = A hdom1 onde: hdom 1, altura dominante (m) na idade t 1 ; A, assimptota. Apresentam-se os valores das estimativas dos parâmetros, para as 1ª e 2ª rotações, e para as regiões: norte litoral: A = 38,15; k = 0,0676; sul litoral: A = 32,42; k = 0,0676; interior: A = 35,73; k = 0,0676. Página 17 de 47

Segundo Soares e Tomé (2000) os coeficientes de conversão de biomassa em carbono, por componentes, são apresentados na seguinte tabela: Componentes %carbono Lenho, raízes 49.0 Casca 46.8 Ramos 47.4 Folhas 49.2 1.4) Estimação da biomassa do pinheiro bravo Com base no volume total do tronco (Cf: Volume Total) e na densidade do pinheiro bravo estimar o carbono armazenado no tronco. Com base no valor encontrado e no quadro de percentagem da biomassa por componentes para o pinheiro bravo, estimar os restantes componentes através de uma regra de três simples. Segundo Carvalho (1996) a densidade de madeira para a espécie é dada por: Espécies Densidade (valores médios) Pinheiro bravo 565 kg/m 3 Determinação da biomassa de lenhosa Biomassa lenhosa (ton/ha)=volume lenhoso(m 3 /ha) x Densidade da madeira A estimação da biomassa florestal é baseada num estudo de Montero et al. (1999). Segundo estes autores a percentagem da biomassa por componentes para o pinheiro bravo é dado por: Componente Classes de diâmetro(cm) <10 10-15 15 20 20-25 25-30 30-35 35-40 40-45 Fuste (1) 62 77 79 79 79 76 73 72 Ramos < 2 cm (1) 20 7 7 8 7 8 7 8 Ramos 2-7 cm (1) 8 7 4 3 5 6 11 11 Agulhas 10 9 10 10 9 10 9 9 total 100 100 100 100 100 100 100 100 biomassa total (kg/árvore) 12,59 41,10 85,93 135,28 209,27 303,68 455,42 659,68 (1) inclui madeira e casca Página 18 de 47

Com base no resultado determina-se a biomassa total na parcela (multiplicar pelo nº de árvores) e por hectare. 1.5) Estimação da biomassa de outras espécies folhosas e resinosas Com base no volume total do tronco anteriormente determinado (Cf: Volume Total), estimar o carbono armazenado, considerando para a biomassa a componente lenho. Não são contabilizados os ramos, as folhas nem o sistema radical por não se conhecerem referências à determinação destes componentes. Tendo por base os valores apresentados por Carvalho (1996) para várias espécies de folhosas e de resinosas, assumiram-se como valores médios para a densidade de madeira dos grupos outras folhosas e outras resinosas os seguintes. Espécies Densidade (valores médios) Outras folhosas 600 kg/m 3 Outras resinosas 480 500 kg/m 3 1.6) Conversão da biomassa total em carbono Na conversão da biomassa em carbono assume-se um valor médio de 50%: Carbono = Biomassa Total x 0,5 1.7) Informações a recolher no campo Para todas as espécies área da parcela (confirmação) n.º árvores vivas da parcela altura das árvores dominantes (m) diâmetro 7,5 cm (árvores/varas) Específico eucalipto e pinheiro bravo idade Específico sobreiro e azinheira espessura da cortiça (cm) altura de descortiçamento do fuste nº de árvores com perímetro < 23,55 cm nº de pernadas perímetro à altura do peito, nas árvores com perímetro 23,55 cm Página 19 de 47

V. Apresentação dos resultados Tabela apresentando o carbono imobilizado em toneladas de carbono por hectare (ton ha -1 ), por estrato e espécie. Objectivo: manutenção ou evolução positiva. Meta: definida ao nível do plano de gestão. Referências bibliográficas: Carvalho, A., 1996. Madeiras Portuguesas: Estrutura Anatómica, Propriedade, Utilização. Vol.I. Instituto Florestal, Lisboa, xx pp. Fabião, A., 1986. Contribuição Para o Estudo da Dinâmica da Biomassa e de Produtividade Primária Líquida em Eucaliptais. Região Litoral do Centro de Portugal. Dissertação para obtenção do Grau de Doutor, ISA, Lisboa. Montero, G., C. Ortega, I. Cañellas e A. Bachiller, 1999. Productividad aérea e dinámica de nutrientes en una repoblación de Pinus pinaster Ait. sometida a distintos regímenes de claras. Investigación Agraria - Sistemas y Recursos Forestales: 175-205. Silva, R., F. Páscoa e M. Tavares, 1987. Biomassa residual das operações florestais. FLORESTA, 8: 7-10. Ribeiro, F. e M. Tomé, 2000. Relatório Final do projecto CORKASSESS - Field Assessment and Modelling of Cork Production and Quality. DEF/ISA, Lisboa. Soares, P. e M. Tomé, 2000. Relatório Final do Projecto Life Cycle Assessment. DEF/ISA, Lisboa. Tomé, M., A. Falcão e A. Amaro, 1998. Globulus v.1.0.0: a regionalised growth model for eucalypt plantations in Portugal. In: A. Ortega e S. Gezan (eds), Proc. IUFRO Conference Modelling Growth of Fast-Grown Tree Species, Valdivia, Chile 3-5 Set. 1997, 138 145. Página 20 de 47

1.4. Perigo de incêndio (GFS 2/04) I. Objectivo do procedimento Definir a severidade do perigo de incêndio na área de intervenção através da classificação do nível de combustibilidade e da avaliação da estrutura do povoamento, tendo como base parcelas de amostragem. II. Justificação do indicador O perigo de incêndio (ou de vulnerabilidade do povoamento) resulta da interacção entre a combustibilidade e a estrutura do povoamento, e permite qualificar simultaneamente o grau de dificuldade de extinção que um incêndio oferece aos meios de combate aéreo e os danos que causa ao estrato arbóreo. A tomada de decisões no âmbito da gestão de combustíveis e da silvicultura preventiva deve preferencialmente ter como ponto de partida o potencial de severidade do incêndio, e não a combustibilidade. Deve, assim, procurar gerir-se os espaços florestais no sentido de reduzir a severidade do incêndio na unidade de gestão, procurando compromissos com a necessidade de cobertura vegetal do solo, quer para efeitos de conservação do solo e da água, quer para efeitos de conservação da diversidade biológica. III. Definições Perigo de incêndio: resultado, frequentemente expresso sob a forma de um índice, de factores de perigo (tanto constantes como variáveis) que afectam a eclosão, alastramento e dificuldade de controlo de um incêndio, bem como os estragos que este provoca Carga de combustível: peso seco do combustível presente por unidade de área em dado local, geralmente expresso como ton/ha Combustível florestal: material vegetal susceptível de arder Continuidade de combustível: grau ou extensão da distribuição contínua das partículas de combustível num leito de combustível, que afecta a capacidade de um incêndio manter a combustão e alastrar IV. Modo Operativo 1. Método de Avaliação/Medição Segundo Fernandes (2000), o perigo de incêndio obtém-se por conjugação do nível de combustibilidade e estrutura do povoamento. Página 21 de 47

1.1) Classificação do nível de combustibilidade Ainda segundo Fernandes (2000), a classificação da combustibilidade recorre a uma tabela de dupla entrada, que tem como variáveis a espessura da folhada superficial (a fracção não decomposta e menos compacta) e o grau de ocupação (estrutura da vegetação do subbosque: herbáceas, fetos e arbustos). Classificação do nível de combustibilidade Ausência de vegetação Estrutura da Espessura da folhada (cm) vegetação do sub-bosque < 2 2-3 4-5 6 Bastante descontínua, ocupa menos de 1/3 do terreno, com altura normalmente inferior a 0,5 m. É fácil caminhar Moderadamente contínua, ocupa mais de 1/3 do terreno, com altura normalmente entre 0,5 m e 1 m. É relativamente fácil caminhar. Contínua, ocupa mais de 2/3 do terreno, com altura de 0,5 a 1,5 m. É difícil caminhar, sendo necessário escolher o percurso com cuidado. Contínua, ocupa mais de 2/3 do terreno, com altura superior a 1,5 m. Visibilidade muito reduzida, sendo necessário usar os braços para progredir no terreno. Reduzido Moderado Elevado Muito elevado Legenda: Reduzido: O fogo propaga-se lentamente e com chama de reduzidas dimensões, e a sua intensidade não ultrapassa 500 kw/m. Equipas de combate pequenas e equipadas com meios ligeiros (manuais) têm êxito na supressão do incêndio. Moderado: A intensidade do fogo pode variar entre 500 e 2000 kw/m. A rapidez de propagação é moderada, com chamas moderadamente altas. Meios terrestres são efectivos no combate directo ao incêndio. Elevado: A intensidade do fogo inclui-se no intervalo 2000-4000 kw/m, e a sua velocidade de propagação é moderada a rápida. Dependendo da estrutura do povoamento poderá ocorrer ignição ocasional de árvores ou até períodos intermitentes de fogo de copas, com projecção de faúlhas a curta distância. O ataque directo com meios terrestres é pouco efectivo, devendo o combate ser baseado em acções indirectas (linhas de contenção Página 22 de 47

efectuadas por meios mecânicos) e no uso de meios aéreos (por aplicação de água e retardante). A probabilidade de sucesso da primeira intervenção 1 é moderada a elevada. Muito elevado: A intensidade do fogo varia de 4000 a 10000 kw/m, com chamas acima da copa das árvores, e propagação rápida a muito rápida. Em povoamentos densos ocorrerá fogo de copas contínuo com abundante projecção de faúlhas a distâncias moderadas. O controlo da frente do fogo é muito difícil ou impossível. As acções de combate são eficazes apenas nos flancos e retaguarda do incêndio. A probabilidade de êxito da primeira intervenção é reduzida. Extremo: A intensidade do fogo excede 10000 kw/m, com propagação extremamente rápida, fogo contínuo de copas, projecção de faúlhas a grandes distâncias, e formação de turbilhões de chamas. A contenção do fogo é impossível, devendo as acções ofensivas dar lugar a acções defensivas. A probabilidade de sucesso da primeira intervenção é muito reduzida. 1.2. Caracterização da estrutura do povoamento (a) Caracterização do coberto de copas do estrato arbóreo (Cf: GFS1/02) e classificação segundo as seguintes classes: < 50%; entre 50-75% e > 75%. (b) Medir a distância entre a base da copa das árvores e o solo e agrupar segundo as classes > 5 m, entre 3-5 m e < 3 m em coberturas superiores a 50%. Com base numa tabela de dupla entrada, entra-se com os níveis de combustibilidade anteriormente definidos, e com o coberto de copas do estrato arbóreo (distância ao solo da base da copa das árvores). 1 A primeira intervenção que se toma como referência é a ideal, definida como o ataque directo por uma equipa pequena (até 6 homens), dispondo de um buldozer de 50 kw (classe D3) e de 500 l de água, ocorrendo num prazo de 30 minutos desde a detecção de um incêndio em terreno plano e com bons acessos. Página 23 de 47

Nível de combustibilidade REDUZIDO MODERADO ELEVADO MUITO ELEVADO EXTREMO Classificação da severidade do fogo Coberto de copas do estrato arbóreo 50-75% > 75% < 50% Distância ao solo da base da copa das árvores >5 m 3-5 m <3 m >5 m 3-5 m <3 m Reduzido Moderado Elevado Muito Elevado Legenda: Extremo Reduzido: Os prejuízos causados pelo fogo ao estrato arbóreo são inexistentes ou irrelevantes, excepto em povoamentos constituídos por espécies sensíveis (ex. bétula, resinosas de casca fina). Moderado: O fogo causará danos notórios na copa das árvores (amarelecimento das folhas) mas, dependendo da espécie, a mortalidade será reduzida a moderada. Elevado: As copas das árvores são bastante afectadas, incluindo combustão das folhas, e corresponde a graus de mortalidade moderado a elevado. Muito elevado: As copas das árvores são muito afectadas, incluindo graus elevados de combustão, implicando a mortalidade total das resinosas e parcial das folhosas adaptadas ao fogo. Extremo: Destruição total das copas das árvores. Sobreiros e eucaliptos poderão rebentar após o fogo. 1.3. Informações a recolher no campo espessura da folhada (cm) distância entre a base da copa das árvores e o solo altura da vegetação do sub-bosque: herbáceas, fetos e arbustos coberto de copas do estrato arbóreo Página 24 de 47

estrutura do sub-bosque cartografar os matos da área de intervenção V. Tratamento da Informação Elaboração de uma carta para a totalidade da área de intervenção com a quantificação de área por nível de severidade de incêndio, com base na cartografia de matos da área de intervenção e com base na informação recolhida ao nível das parcelas (tabela de severidade do fogo). Objectivo: redução da severidade do incêndio na unidade de gestão. Meta: definida ao nível do plano de gestão. Referências bibliográficas: Fernandes, P., 2000. Avaliação Expedita da Combustibilidade e Severidade do Fogo em Povoamentos Florestais. 7pp. (não publicado) Página 25 de 47

1.5. Desfoliação (GFS 2/07) I. Objectivo do procedimento Pretende-se, com base na avaliação visual das copas, estabelecer classes de desfoliação. Tendo por base o guia fotográfico de modelos de desfoliação de Peña et al. (1994) a avaliação será feita por comparação destes modelos de desfoliação com as espécies presentes na parcela ou, quando aplicável, com base numa escala de fotografias locais. O estado das copas será avaliado e classificado em classes de desfoliação de acordo com a redução da densidade da copa, isto é, num aumento da sua transparência, tendo como base parcelas de amostragem. II. Justificação A desfoliação é um indicador de sanidade das plantas, sendo uma resposta a diferentes tipos de stress. Alguns desses factores estão fora do controlo da prática silvícola, destacando-se entre eles a poluição atmosférica e a seca. No entanto, e qualquer que seja a causa da desfoliação, é importante intervir no sentido de contrariar eventuais causas de desfoliação actuando sobre uma dada área florestal. III. Definições Desfoliação: perca anormal de folhas ou agulhas nas espécies florestais, causada por agentes bióticos e/ou abióticos. Copa de substituição: Uma copa formada por ramos epicormicos (rebentaram a partir de gomos adventícios e/ou suprimidos), uma tentativa para compensar a perca de agulhasou folhas e/ou acontecimentos traumáticos. O desenvolvimento desta copa depende da capacidade da árvore para reagir a condições adversas (agentes desfolhadores, infestação por parasitas, fogo, dano causado por condições climáticas adversas, poluição). Pode desenvolver-se dentro da principal ou ao longo do tronco. (Peña et al.,1994) IV. Modo Operativo 1. Método de Avaliação/Medição 1.1) Avaliação do estado das copas Por comparação do real estado da copa examinada das espécies presentes nas parcelas com modelos de desfoliação, nomeadamente do guia fotográfico para avaliação de copas (Peña et al., 1994) ou com uma escala de fotografias locais, avalia-se a transparência da copa. 1.2) Classificar o grau de desfolha, segundo o seguinte quadro (Cadahia et al., 1991): Página 26 de 47

Classe Grau de desfolha da árvore % de agulhas ou de folhas perdidas 0 sem 0 10 1 ligeira 11 25 2 moderada 26 60 3 acentuada > 60 4 árvore morta 1.3) Considerações na avaliação da transparência da copa (Peña et al.,1994) 1. Para se avaliar a transparência da copa, a árvore deve ser observada de um ou mais pontos de observação favoráveis que permitam uma boa visão da parte superior da copa. 2. Para avaliar a intensidade deve-se dividir a copa em 3 ou 4 partes iguais, notando-se cada uma das partes e convertendo a soma dos valores obtidos para cada sector em percentagem total. A visualização da árvore no campo deve ser feita a uma distância equivalente à altura da árvore e o sol deve incidir sobre as costas do observador. 3. Árvores com copas dominantes avaliamos a copa começando por baixo a partir dos ramos verdes mais baixos. Não consideramos os ramos secos que possam ter morrido como processo natural da desramação da copa. 4. Árvores crescendo em povoamentos começamos a nossa avaliação por baixo, a partir dos ramos verdes mais baixos em contacto directo com a parte principal da copa. 5. Rebentação da toiça se formar uma única unidade, em que é difícil separar os seus componentes, avalia-se como uma unidade. Se os componentes se conseguem individualizar então avaliamos somente o mais alto. Em qualquer caso só se faz uma avaliação para cada toiça. 6. Árvores com copas distintas e separadas a avaliação final alcança-se calculando a média ponderada de transparência de cada copa. 7. Árvores com copas de substituição uma copa de substituição reduz os valores da transparência determinada pela redução da copa principal. Na nossa avaliação da copa de substituição incluímos os rebentos da copa, mas não os do tronco 1.4) Guia fotográfico do ICP Forest e CE (Peña et al.,1994) complementado com fotografias locais para determinação de classes no sobreiro 1.5) Informações a recolher no campo posicionamento da árvore no povoamento de acordo com o indicador estrutura identificação sempre que possível da causa provável (praga ou doença/nutrição, stress hídrico...) classe de desfoliação Página 27 de 47

diâmetro período de aplicação do indicador: meados de Junho a meados de Setembro V. Tratamento da Informação Sugere-se tabela apresentando a proporção de árvores em cada classe de desfoliação, por espécie e posição social no povoamento. Identificação sempre que possível da causa. Objectivo: diminuição da proporção de copas com indícios de desfoliação. Meta: definida ao nível do plano de gestão Referências bibliográficas Peña, G. S., A. Economou, E. Beccu, G. Canu, S. Cocco, F. Bussotti, E. Cenni, A. Cozzi, M. Ferretti e M. Conceição Andrada, 1994. Espécies Florestais Mediterrânicas - Um Guia Para Avaliação das Copas. Comissão das Comunidades Europeias, Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa, CEC-UN/ECE, Bruxelas. Cadahia, D., J.M. Cobos, S. Soria, F. Clauser, R. Gellini, P.Grossoni e M.C. Ferreira, 1991. Observação de Danos em Espécies Florestais Mediterrâneas. Comissão das Comunidades Europeias, Direcção Geral da Agricultura. Ministerio de Agricultura, Pescas Y Alimentacion, Espanha, 96 pp. Página 28 de 47

1.6. Deficiências nutricionais (GFS 2/08) I. Objectivo Avaliar a sintomatologia de carências nutritivas, nas parcelas de amostragem e sempre que possível associar-lhe uma causa. II. Justificação A nutrição das plantas é um processo dinâmico, influenciado por diferentes factores, que não pode ser estimado por uma simples avaliação laboratorial da fertilidade do solo. O ritmo de crescimento e a sintomatologia de deficiências conhecidas são indicadores importantes da qualidade da estação e importantes auxiliares para a correcção de eventuais deficiências nutritivas. III. Definições Deficiência nutricional: carência nos factores limitantes ao desenvolvimento das plantas, como por exemplo o azoto, o fósforo e o potássio IV. Modo Operativo Métodos de Avaliação/Medição 1.1. Observar alterações de cor da copa e identificar a classe de descoloração: As classes de descoloração consideradas são as apresentadas no quadro abaixo (Cadahia et al., 1991): Classe Alteração de cor da Copa % de agulhas ou folhas descoloridas 0 Sem descoloração ou quase 0-10 1 Ligeira 11-25 2 Média 26-60 3 forte > 60 Caso se detecte alteração da cor e/ou perda anormal da superfície foliar, analisar as prováveis causas. Se não se identificar nenhuma praga e/ou doença, relacionada com essa sintomatologia e se se suspeitar de alguma deficiência nutricional aconselha-se o recurso a um técnico especializado. Sendo o eucalipto a única espécie de que se conhece uma chave de diagnóstico dos principais sintomas visuais de deficiência nutricional (Gonçalves, 2000), tentar, como exemplo, relacionar o sintoma encontrado com a carência de determinado nutriente, tendo por base a referida chave que se encontra descrita no seguinte quadro : Página 29 de 47

Sintoma Nutriente 1 Sintomas nos tecidos mais velhos (parte inferior da copa e base dos ramos): Clorose uniforme das folhas, as quais tomam tons mais avermelhados ou Azoto amarelados. Senescência precoce das folhas, com subsequente queda das mesmas. Redução de crescimento e produção de sementes. Pontos ou manchas roxas sobre limbo foliar verde-escuro, os quais podem Fósforo evoluir para necroses. As folhas apresentam crescimento reduzido. Normalmente, há atraso da floração, com grande queda na produção de sementes. Redução de crescimento. Clorose nas pontas e margens das folhas, subsequentemente secam e Potássio tornam-se necróticas. Senescência precoce das folhas. Árvores ficam mais sensíveis à deficiência hídrica do solo. Clorose internerval das folhas, com reticulado verde e grosso sobre fundo Magnésio amarelado. Dependendo do grau da deficiência, geralmente seguida de necrose. 2 Sintomas nos tecidos mais jovens (terço superior da copa e pontas dos ramos): Clorose uniforme das folhas, quais adquirem tons verde-limão Enxofre Clorose evoluindo para necrose nas margens e pontas das folhas. Cálcio Encarquilhamento das margens do limbo, as quais ficam voltadas para o lado superior da folha. Morte dos rebentos terminais. Cessa o crescimento apical. Folhas menores, mais grossas do que o normal, encarquilhadas e Boro quebradiças. Morte dos ramos terminais, em casos extremos, com exudação de gomas. Super-rebentação de ramos. Entrenós mais curtos. Fissuras na casca, de onde podem emergir gomas escuras. Má polinização. Atraso na floração. A lâmina foliar fica estreita e alongada. Há redução do tamanho dos Zinco entrenós com formação de tufos terminais de folhas, tipo roseta. Clorose internerval. Redução da produção de sementes. Nervuras com reticulado verde e fino contra fundo amarelado. Em casos Ferro extremos pode ocorrer branqueamento das folhas. V. Apresentação dos resultados Sugere-se tabela apresentando a proporção de árvores em cada classe de descoloração (ou de sintomatologia), por espécie e classe de dominância. Identificação sempre que possível da causa. Objectivo: diminuição da proporção de copas ou outros órgãos com indícios de carências nutritivas. Meta: definida ao nível do plano de gestão. Referências bibliográficas Gonçalves, J.C, V. Benedetti, 2000. Nutrição e Fertilização Florestal. Institutio de Pesquizas e Estudos Florestais. Piracicaba Cadahia, D., J.M. Cobos, S. Soria, F. Clauser, R. Gellini, P.Grossoni e M.C. Ferreira, 1991. Observação de Danos em Espécies Florestais Mediterrâneas, Comissão das Comunidades Europeias, Direcção Geral da Agricultura. Ministerio de Agricultura, Pescas Y Alimentacion, Espanha, 96 pp. Página 30 de 47

1.7. Pragas e doenças (GFS 2/07) I. Objectivo Efectuar a prospecção de pragas e/ou doenças nas árvores com base em parcelas de amostragem e, sempre que possível, associar-lhe uma causa. II. Justificação Os agentes bióticos, provocando danos nos órgãos ou tecidos das plantas, são dos principais agentes de degradação das florestas. O controlo oportuno das pragas e doenças, fazendo uso de medidas directas (controlo biológico, cortes fitossanitários, armadilhas, etc.) aliado a uma atitude de vigilância e monitorização frequentes, são elementos indispensáveis à manutenção de um estado fitossanitário adequado à floresta sustentável. III. Definições Agente patogénico: organismo causador de um doença, tal como virose, micoplasmose, bacteriose, micose ou nematose Praga: nível de população de um insecto que interfere negativamente com o objectivo da unidade de gestão florestal Doença: perturbação com origem num agente patogénico, com intensidade e extensão condicionadas por factores ambientais, e que provoca um desvio no funcionamento normal dos processos fisiológicos da planta IV. Modo Operativo Métodos de Avaliação/Medição 1.1. Prospecção das principais pragas do pinheiro bravo Plantações jovens Thaumetopoea pityocampa (processionária do pinheiro) Rhyacionia buoliana (torcedora) Povoamentos Tomicus piniperda (hilésina do pinheiro) Ips sexdentatus (bóstrico grande) Orthotomicus erosus (bóstrico pequeno) Bursaphelenchus xylophilus (nemátodo) Pinhas e sementes Pissodes validirostris (gorgulho das pinhas) Dioryctria mendacella (lagarta das pinhas) Página 31 de 47

1.2. Prospecção das principais pragas do pinheiro manso As pragas indicadas para o pinheiro bravo também podem encontrar-se em pinheiro manso. Contudo, as mais importantes são: Plantações jovens Thaumetopoea pityocampa (processionária do pinheiro) Rhyacionia buoliana (torcedora) Pineus pini (cherme do pinheiro silvestre - aparece frequentemente em plantações com 2 ou mais anos) Pinhas e sementes Pissodes validirostris (gorgulho das pinhas) Dioryctria mendacella (lagarta das pinhas) 1.3. Prospecção das principais pragas do castanheiro Euproctis chrysorrhoea (portesia - desfolhador) Insectos que atacam as castanhas Curculio elephas (balanino) Cydia splendana (lagarta da castanha) 1.4. Prospecção das principais pragas do eucalipto Plantações Melolontha papposa (melolonta; sopas de galinha - principalmente no ano da plantação) Gonipterus scutellatus (gorgulho do eucalipto; goníptero - desfolhador) Phoracantha semipunctata (broca do eucalipto) 1.5. Prospecção das principais pragas do sobreiro Plantações jovens Phalera bucephala (falera - desfolhador) Lymantria dispar (limantria - desfolhador, apenas em zonas pontuais) Tortrix viridana (burgo - desfolhador primaveril dos gomos) Euproctis chrysorrlhoea (portésia - desfolhador primaveril) Periclista andrei (lagarta verde - desfolhador primaveril) Página 32 de 47

Sobreiros adultos Phalera bucephala (falera - desfolhador) Lymantria dispar ( limantria - desfolhador, apenas em zonas pontuais) Tortrix viridana (burgo - desfolhador primaveril dos gomos) Euproctis chrysorrlhoea (portésia - desfolhador primaveril) Periclista andrei (lagarta verde - desfolhador primaveril) Coroebus florentinus (cobrilha dos ramos ) Coroebus undatus (cobrilha da cortiça ) Crematogaster scutellaris (formiga da cortiça - em zonas degradadas) Platypus cylindricus (plátipo) Landes Curculio elephas (balanino) 1.6. Prospecção das principais pragas da azinheira As espécies que atacam o sobreiro também podem atacar a azinheira. Contudo, o desfolhador que ataca principalmente a azinheira é a malacosoma. Malacosoma neustria (malacosoma; lagarta de libré - desfolhador) V. Apresentação dos resultados Sugere-se apresentação de tabela por espécie e por praga a % de árvores atacadas. Objectivo: Diminuição da proporção de danos causados por agentes bióticos. Meta: definida ao nível do plano de gestão. Agradecimento especial: Corinta Ferreira Página 33 de 47

1.8. Produtividade em termos de produção principal (GFS 2/09) I Objectivo do procedimento Estimar a produtividade em termos de produção principal dos sistemas florestais em estudo. II Justificação Pretende-se uma estimativa da produtividade dos sistemas florestais em análise, para três situações previamente identificadas: a) Sistemas em que a produção principal é o lenho e as espécies são instaladas com espaçamento definitivo (acréscimo médio anual entre o momento da instalação e o momento da análise) b) Sistemas em que a produção principal é o lenho e os povoamentos são sujeitos a desbastes (acréscimo periódico médio ou corrente entre dois momentos, tendo em atenção os volumes retirados em desbastes entre esses dois momentos) c) Sistemas em que produção florestal principal é não lenhosa em que é suposto tenderse para um rendimento anual ou periódico (acréscimo médio periódico ou corrente entre dois momentos, tendo em atenção as quantidades produzidas entre esses dois momentos). O acréscimo médio anual e o acréscimo periódico médio ou corrente são formas de avaliar a taxa média de crescimento do produto florestal principal. Têm uma grande influência na determinação do momento óptimo de colheita de produtos florestais. Nota: este conceito aplica-se exclusivamente quando o produto principal é o lenho, e mesmo nestes casos quando o termo de explorabilidade pretendido é o absoluto ou biológico que ocorre quando o acréscimo médio anual (ama) é máximo e iguala o acréscimo corrente. Tendo a actividade florestal (sobretudo a de produção lenhosa) um carácter eminentemente financeiro, as taxas de juro usadas têm concerteza mais influência no termo de explorabilidade que o máximo do ama (Páscoa, 2001). III - Definições Acréscimo médio anual de um povoamento (ama): a razão entre o volume total do povoamento num dado momento e a sua idade. É reportado à idade correspondente. Acréscimo médio anual de uma árvore: a razão entre o volume da árvore e a sua idade. É reportado à idade correspondente. Página 34 de 47