Estudos de pós-graduação que focalizam juventudes, músicas e escolas: algumas indicações para a Educação Musical



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Transcrição:

1 Estudos de pós-graduação que focalizam juventudes, músicas e escolas: algumas indicações para a Educação Musical Margarete Arroyo margaret@ufu.br Universidade Federal de Uberlândia Resumo. Esta comunicação tem por objetivo apresentar algumas indicações para a Educação Musical dos resultados da pesquisa que propôs mapear, analisar e discutir uma parte do conjunto de dissertações e teses produzidas no Brasil entre 1996 e 2007 relativo à temática juventudes e músicas. Esse conjunto, composto de 101 trabalhos de pós-graduação stricto sensu, foi organizado em subtemáticas de estudo. Entre elas está a articulação entre juventudes, músicas e escolas composta de onze trabalhos, objeto de apreciação neste texto. O mapeamento e a análise desses 11 trabalhos estão norteados pelos seguintes objetivos: delinear a trajetória da produção do conhecimento na subtemática na área da Educação Musical e áreas afins; destacar como os estudos selecionados construíram seu arcabouço sobre a condição juvenil (SPOSITO, 2002, p.8), bem como sobre música e escola; e apontar novas possibilidades de investigação do assunto no campo da Educação Musical. O fundamento teórico para análise e interpretação está no campo epistemológico da Educação Musical, de acordo com (KRAEMER, 2000). Os procedimentos metodológicos estão baseados na pesquisa documental e na análise de conteúdo (BARDIN,1988). Os resultados apresentados indicam para a área de Educação Musical: a necessidade de ampliação da produção para as regiões centro-oeste, norte e nordeste; para estudos na zona rural e no contexto das classes sociais economicamente mais favorecidas, além de atenção às pesquisas já empreendidas para que se promova o avanço no estudo do assunto. Palavras-chave: juventudes, músicas, escolas Introdução Desde 2006 está em construção um banco de dissertações e teses nacionais que abordam a temática juventudes e músicas. Até o momento estão catalogados 101 trabalhos produzidos entre 1996 e 2007. Essa produção foi subtematizada para fins de análise e o subtema juventudes, músicas e escolas é o foco de atenção neste texto. 1 Esta comunicação tem por objetivo apresentar algumas indicações para a Educação Musical dos resultados da pesquisa que propôs mapear, analisar e discutir as dissertações e tese que se ocuparam dessa subtemática. As subtemáticas mapeadas nos 101 trabalhos estão apontadas na tabela 1 Tabela 1 Subtemáticas do tema Juventudes e música 1 A localização e catalogação das dissertações e teses, bem como a montagem do banco desses trabalhos estiveram a cargo das bolsistas do programa PIBIC/UFU/CNPq Thenille Braun Janzen (2006/2007) e Thais Vieira do Nascimento (2007/2008), as quais agradeço a valiosa contribuição. A análise dessa produção está sob responsabilidade da autora desta comunicação.

2 Totais de trabalhos Juventudes e músicas Diss Tese Subtotal % Hip Hip Hop 17 03 20 Hop Rap* 11 2,5 13,5 32,67 DJ 01 01 34,5 Aprendizagem Diferentes 09 09 não-formal e informal contextos Autoaprendizagem 02 02 19 18,81 Projetos socioculturais 04 04 08 Escola 2 10 03 13 12,87 Rock 07 07 6,93 Funk* 04 0,5 4,5 4,95 Ensino Percussão 02 04 3,96 Violino 1 Apreciação musical 1 Lazer, consumo e mídias 03 01 04 3,96 Punk 03 03 2,97 Memórias da juventude 01 01 02 1,98 Rave 02 02 1,98 Profissionalização 02 02 1,98 Orquestra jovem 01 01 0,99 Coro- desenvolvimento vocal 01 01 0,99 Composição Musical 01 01 0,99 Cena Musical paraibana 01 01 0,99 Mangue beat 01 01 0,99 Jovem Guarda 01 01 0,99 totais 84 17 101 % 83,16% 16,83% 100% 100% Apesar do conjunto de 11 trabalhos constituir-se em um número pequeno, entendemos que pelo tipo de busca feita 3 ele representa o universo quase total de produção discente de pósgraduação produzidos na subtemática em foco no período entre 1996 e 2007. Trata-se, portanto, de um assunto pouco estudado. Dada a relevância do mesmo para a área de Educação Musical, quer porque pouco tem sido pesquisado sobre adolescentes e jovens nesse 2 A diferença quantitativa de trabalhos na subtemática escola entre o quadro 1 e o número de dissertações e teses selecionadas para análise neste artigo (onze) deve-se à não localização de dois trabalhos completos (GILIO, 1999; SILVA, 2004) e a exclusão de outro por contextualizar-se na educação de jovens e adultos (EJA) (RIBAS, 2006). 3 Foram rastreados 35 sites de bancos de teses em todas as áreas do conhecimento. O conjunto de 101 foi produzido nos seguintes programas de pós-graduação: Antropologia; Ciências Sociais; Comunicação Social; Economia; Educação; Educação, Arte e História Cultural; Educação Física; História; Língua Português; Lingüística; Música, Política Social; Psicologia; Serviço Social; Sociologia.

campo, quer porque o momento atual tem demandado estudo nesse assunto, acreditamos na contribuição da análise dessa produção. 3 Objeto de estudo As 11 produções discentes de pós-graduação objetos de análise neste artigo são: 1. LIMA, Augusto César Gonçalves e. A escola é o silêncio da batucada?: estudo sobre as relações de uma escola pública no bairro de Oswaldo Cruz com a cultura do samba. 2005. 283 f. Tese (Doutorado em Educação) Departamento de Educação, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005. http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/cgibin/prg_0599.exe/6713_1.pdf?nrocosis=19154&cdlinprg=pt 2. LORENZI, Graciano. Compor e gravar músicas com adolescentes: uma pesquisa ação na escola pública. 2007. 165 f. Dissertação (Mestrado em Música) Instituto de Artes, Programa de Pós-Graduação em Música, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007. http://www.bibliotecadigital.ufrgs.br/da.php?nrb=000593131&loc=2007&l=8ba35ad7d36cf2 1f 3. MAIA, Carla Valéria Vieira Linhares. Entre gingas e berimbaus: um estudo de caso sobre culturas juvenis, grupos e escola. 2004. 386 f. Dissertação (Mestrado em Educação) Instituto de Ciências Humanas, Pontífice Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2004. http://www.sistemas.pucminas.br/bdp/silverstream/pages/pg_consitem.html 4. MÜLLER, Vânia Beatriz. A música é, bem dizê, a vida da gente: um estudo com crianças e adolescentes em situação de rua na Escola Municipal Porto Alegre EPA. 2000. 208 f. Dissertação (Mestrado em Música) Instituto de Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2000. 5. PELAEZ, Neyde Carstens Martins. A música do nosso tempo : etnografia de um universo musical de adolescentes. 2005. 114 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005. http://www.tede.ufsc.br/teses/paso0156.pdf 6. RABAIOLI, Inácio. Práticas musicais extra-escolares de adolescentes: um survey com estudantes de Ensino Médio da cidade de Londrina/PR. 2002. 145 f. Dissertação (Mestrado em Música) Instituto de Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2002. http://www.biblioteca.ufrgs.br/bibliotecadigital/2003-1/tese-art-0377784.pdf 7. ROSSI, Doriane. Atividades musicais extracurriculares e aulas de artes nas escolas estaduais de ensino médio do município de Curitiba. 2006. 235 f. Dissertação (Mestrado em Educação)-Programa de Pós Graduação em Educação, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2006. http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/1884/6597/1/diss+intro+romanos.pdf

8. SANTOS, Lisiane Gazola. Sons das tribos-compondo identidades juvenis em uma escola urbana de Porto Alegre. 2006. 164 f. Dissertação (Mestrado em Educação) Faculdade de Educação, Programa de Pós - Graduação em Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006. http://www.bibliotecadigital.ufrgs.br/da.php?nrb=000582078&loc=2007&l=c36541d05515e7 15 9. SILVA, Adelícia Dias da. Música no ensino médio: possibilidade e caminhos na criatividade. 2004. 126 f. Dissertação (Mestrado em Música) Escola de Música e Artes Cênicas, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2004. 10. SILVA, Helena Lopes da. Música no espaço escolar e a construção da identidade de gênero: um estudo de caso. 2000. 197 f. Dissertação (Mestrado em Música) Instituto de Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2000. 11. WILLE, Regiana Blank. As vivências musicais formais, não-formais e informais dos adolescentes: três estudos de casos. 2003. 152 f. Dissertação (Mestrado em Música) Instituto de Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003. http://www.biblioteca.ufrgs.br/bibliotecadigital/2003-1/tese-art-0369554.pdf 4 O mapeamento e a análise desses 11 trabalhos estão norteados pelos seguintes objetivos: delinear a trajetória da produção do conhecimento na subtemática na área da Educação Musical e áreas afins; destacar como os estudos selecionados construíram seu arcabouço sobre a condição juvenil (SPOSITO, 2002, p.8), bem como sobre música e escola; e apontar novas possibilidades de investigação do assunto no campo da Educação Musical. O fundamento teórico para análise e interpretação está no campo epistemológico da Educação Musical, de acordo com (KRAEMER, 2000). Para esse autor, a Pedagogia da Música ocupa-se das relações entre as pessoas e as músicas sob os aspectos de apropriação e de transmissão. Ao seu campo de trabalho pertence toda a prática músicoeducacional que é realizada em aulas escolares e não escolares, assim como toda cultura musical em processo de formação (KRAMER, 2000, p.51). Os procedimentos metodológicos estão baseados na pesquisa documental e na análise de conteúdo (BARDIN,1988). Campo conceitual A delimitação da subtemática juventudes, músicas e escolas demandou conceitualizar essas três categorias para nortear o levantamento das dissertações e teses.

5 De acordo com Mauger, à dificuldade na definição da categoria juventude deve-se a essa ser epistemologicamente imprecisa. (apud SPOSITO,2002, p.7), Essa dificuldade na definição da categoria juventude, assunto obrigatório de diversos estudos, tem implicações para a seleção das próprias investigações. Ainda citando Mauger, Sposito escreve: as dificuldades não são desprezíveis, pois seria quase impossível recorrer a um uso do tema juventude que se impusesse de modo igual a todos os pesquisadores (SPOSITO, 2002, p.8). Com base nessas considerações, a delimitação dessa categoria na seleção das dissertações e teses deu-se em termos do nível de escolarização ensino fundamental e médio e da flexibilização na terminologia (adolescentes, jovens, estudantes, alunos). A categoria músicas contempla os diversos gêneros e estilos, quer das músicas comumente denominadas popular, de concerto ou da cultura popular (folclórica) ou qualquer outra classificação que apareça e seja referida como música. A categoria escola abrange as instituições de educação básica (Ensino Fundamental; Ensino Médio), públicas e privadas. Esse recorte é justificado pelos desafios relativos à interação juventudes e músicas, recorrentes nesses contextos. Ficam, assim, de fora da pesquisa, as escolas específicas de música, quer profissionalizantes ou livres, bem como o contexto da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Análise e indicações O mapeamento das 10 dissertações e uma tese foi realizado com base em um roteiro previamente elaborado e modificado sempre que necessário Esse roteiro registrou: a localização do trabalho em termos de, entre outros, campo de conhecimento e programa de graduação; recorte da realidade; construção do objeto de estudo e resultados. Esses onze trabalhos foram produzidos entre 2000 e 2007, em programas de pósgraduação das seguintes áreas de conhecimento: Antropologia Social (UFSC, 1); Educação (UFRGS, 1; UFPR, 1; PUC-Rio, 1; PUC Minas Gerais, 1); Música, sub área Educação Musical (UFRGS 5; UFG, 1). É interessante apontar as regiões do país onde os trabalhos de campo foram empreendidos, visto que esse dado possibilita analisar a diversidade e convergência dos dados empíricos relacionados ao assunto em pauta. Sete das onze produções de pós-graduação têm seus campos empíricos situados em capitais (três dissertações na cidade de Porto Alegre ; uma em Curitiba, uma em Belo Horizonte e uma em Goiânia; uma tese no Rio de Janeiro). Quatro

6 dissertações coletaram seus dados em cidade do interior (uma em Gravataí, região metropolitana de Porto Alegre; uma em Pelotas RS; uma em Joinville - SC e uma em Londrina PR). Outro elemento interessante para a análise dessa produção é a rede escolar, o nível de escolarização e o turno nos quais as pesquisas tiveram lugar. Também é relevante o contexto sócio-histórico-cultural da instituição já que ele singulariza a instituição, o que nos permite referirmos à escola no plural. Dez trabalhos estão contextualizados em escolas públicas vinculadas às redes municipal, estadual ou federal, sendo que um deles também levanta dados em escola particular. Um trabalho focaliza exclusivamente uma escola particular. Os níveis de escolarização focalizados estão equilibrados: quatro trabalhos nos anos finais do ensino fundamental e cinco no ensino médio. Das dissertações contextualizadas no ensino médio, duas delas abordam o turno noturno, uma com exclusividade. As escolas são particularizadas por: estruturar-se para atender exclusivamente crianças e adolescentes em situação de rua (MÜLLER, 2000); por situar-se no subúrbio carioca que tem uma forte história e práticas ligadas à cultura do samba (LIMA, 2005); escola de ampliação de universidade (SILVA, 2000); escola particular de confissão luterana (PELAEZ, 2005); escola pública situada no centro da cidade (SANTOS, 2006). Há um certo equilíbrio na abordagens dos espaços escolares focalizados, bem como entre esses e os espaços de fora da escola. No primeiro caso, há paridade entre estudar a relação juventudes, músicas e escolas situadas nas atividades curriculares da sala de aula e as situações de sala de aula, porém em atividades extracurriculares. Os espaços escolares exteriores às salas de aula são pouco privilegiados nas pesquisas. O recorte da população de jovens estudantes nos trabalhos é feito a partir de elementos como: idade, série, gênero, classe social. Também varia como esses sujeitos são referidos pelos pesquisadores. Ambos os aspectos devem ser ressaltados, pois trazem subjacentes ou explicitadas concepções sobre ser jovem, bem como sobre a condição desse como estudante/alunos. Parte significativa dessa produção de pós-graduação focaliza a interação dos jovens com as músicas fora do âmbito escolar, porém preocupados em como essa interação é tratada na escola. Perspectivas sociológicas e antropológicas são maioria nesses 11 trabalhos, havendo também fundamentos na história da cultura e no materialismo histórico. Exceto um, todos trabalham com pesquisa qualitativa.

Todos os onze autores indicaram estar envolvidos com o campo da educação, sendo que a maior parte das pesquisas teve origem nas experiências dos autores como educadores. 7 Considerações finais A maior parte desses estudos (72,72%) situa seus campos empíricos na região sul; 18,18% na região sudeste e 9,09% na região centro-oeste. A concentração da produção no sul e sudeste deve-se ao maior número de programas de pós-graduação nessas regiões, mas também pode ser decorrente de dificuldades de disponibilização das dissertações e teses em bancos eletrônicos. Todavia, estudar a articulação entre juventudes, músicas e escolas nas regiões ausentes ou pouco presentes nesse conjunto de trabalhos, torna-se uma indicação para pesquisadores. Parece positiva a presença significativa de dados levantados em cidades do interior. Entretanto, a ausência de estudos nas zonas rurais é outra lacuna a ser superada. Chama atenção a dedicação dos pesquisadores às instituições públicas de educação. Porém, é preciso também compreender como jovens das classes economicamente mais favorecidas interagem com as músicas no contexto escolar, e resistir a modismos, no caso, de focalizar apenas nas juventudes comumente referidas como carentes. Finalmente, houve um incremento da disponibilização eletrônica das dissertações e teses nos últimos anos, mas o acesso ainda é difícil, o que restringe a circulação da produção. Talvez, daí, a pouca referência desses 11 estudos entre os próprios autores. Considerando os trabalhos produzidos a partir de 2002, houve apenas quatro dissertações citadas entre os pesquisadores. É preciso estar atento a esse aspecto, para que o avanço do conhecimento nessa subtemática não fique comprometido. Referências BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1988. GILIO, Anésia Maria da Costa. "Pra que usar de tanta educação para destilar terceiras intenções?": jovens, canções e escola em questão. 1999. 290 f. Dissertação (Mestrado em Educação) Centro de Estudos Sociais Aplicados, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 1999. KRAEMER, Rudolph-D. Dimensões e funções do conhecimento pedagógico-musical. Em Pauta Revista do PPG em Música UFRGS, Porto Alegre, v.11, n.16/17, p. 50-73, abr/set, 2000.

LIMA, Augusto César Gonçalves e. A escola é o silêncio da batucada?: estudo sobre as relações de uma escola pública no bairro de Oswaldo Cruz com a cultura do samba. 2005. 283 f. Tese (Doutorado em Educação) Departamento de Educação, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005. Disponível em: <http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/cgibin/prg_0599.exe/6713_1.pdf?nrocosis=19154&cdlinprg=pt> Acesso em: 12 de out. 2007. MÜLLER, Vânia Beatriz. A música é, bem dizê, a vida da gente: um estudo com crianças e adolescentes em situação de rua na Escola Municipal Porto Alegre EPA. 2000. 208 f. Dissertação (Mestrado em Música) Instituto de Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2000. PELAEZ, Neyde Carstens Martins. A música do nosso tempo : etnografia de um universo musical de adolescentes. 2005. 114 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005. Disponível em: <http://www.tede.ufsc.br/teses/paso0156.pdf> Acesso em: 03 de set. 2006. RIBAS, Maria Guiomar de Carvalho. Música na educação de jovens e adultos: um estudo sobre práticas musicais entre gerações. 2006. 199 f. Tese (Doutorado em Música) Instituto de Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.ufrgs.br/> Acesso em: 15 de dez.2007. SANTOS, Lisiane Gazola. Sons das tribos-compondo identidades juvenis em uma escola urbana de Porto Alegre. 2006. 164 f. Dissertação (Mestrado em Educação) Faculdade de Educação, Programa de Pós - Graduação em Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.ufrgs.br/da.php?nrb=000582078&loc=2007&l=c36541d05515e 715> Acesso em: 15 de dez.2007. SILVA, Elizabeth Marciano da. A escola e a cultura do jovem da periferia: um estudo sobre a relação entre movimento hip hop e currículo. 2004. 125 f. Dissertação (Mestrado em Educação, Arte e História da Cultura), Faculdade de Filosofia, Letras e Educação, Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2004. SILVA, Helena Lopes da. Música no espaço escolar e a construção da identidade de gênero: um estudo de caso. 2000. 197 f. Dissertação (Mestrado em Música) Instituto de Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2000. SPOSITO, Marília P. (coord.) Juventude e escolarização (1980-1998). Brasília: MEC/INEP/COMPED, 2002. 201 p. (Série Estado do Conhecimento, n.7). Disponível em: <http://www.publicacoes.inep.gov.br/arquivos/juventude_escolarizacao_n7_151.pdf>. Acesso em: 08 de ago. 2005. 8