ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL CONSELHO SECCIONAL DO PIAUÍ EDITAL 001/2015 TESTE SELETIVO PARA ADVOGADO Espelho de respostas Prova Subjetiva Questão 1: Abordar a colisão entre o princípio da legalidade e a vinculação dos Poderes aos direitos fundamentais. Ressaltar que o prefeito não possui legitimidade para proposição de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental e que, por isso, a não aplicação da lei depende da vontade de outro ente ajuizar a ADPF. Como a doutrina é divergente, o aluno poderia se posicionar contra ou a favor a aplicação da lei, desde que usando os fundamentos acima. Questão 2: O candidato deve abordar os seguintes pontos, nos quais estão destacados as ideias centrais: 01 - princípios constitucionais da Administração Pública aplicados à licitação (art. 37, caput, Constituição Federal) e princípios específicos previstos no artigo 3º da Lei 8.666/93, com destaque para o julgamento objetivo. 02 - inviabilidade de competição entre sociedades de advogados, o que torna a licitação inexigível, conforme art. 25, caput, da Lei 8.666/93, considerando: - a impossibilidade de se aferir melhor técnica advocatícia através de licitação, por se tratar de serviço técnico profissional especializado (art. 13, III e V) e atividade 1/5
intelectual personalíssima, de singularidade inerente (art. 25, II, da Lei 8.666/93), que não permite julgamento objetivo; - o dever legal de obediência aos deveres do Código de Ética e Disciplina (art. 33, caput, da Lei 8.906/94 Estatuto da Advocacia e da OAB), em especial a vedação à disputa entre sociedades de advogados com base no critério menor preço, dada a incompatibilidade da advocacia com procedimento de mercantilização (art. 5º, Código de Ética e Disciplina); - a discricionariedade conferida ao Administrador para escolha de uma sociedade de advogados dentre as notoriamente especializadas para o serviço, com base na confiança que rege a relação cliente-advogado (princípio do Código de Ética e Disciplina), elemento subjetivo, desde que voltado ao atendimento ao interesse público (ausência de desvio de finalidade), o que também não permite o julgamento objetivo; 03 - a necessidade de procedimento prévio à contratação, no qual seja motivada a escolha de dada sociedade de advogados, com destaque para a notória especialização (art. 25, II, 1º, da Lei 8.666/93); 04 Precedentes dos Tribunais: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE. SINGULARIDADE DO SERVIÇO. INVIABILIDADE DE COMPETIÇÃO. NOTÓRIA ESPECIALIZAÇÃO. DISCRICIONARIEDADE DO ADMINISTRADOR NA ESCOLHA DO MELHOR PROFISSIONAL, DESDE QUE PRESENTE O INTERESSE PÚBLICO E INOCORRENTE O DESVIO DE PODER. APELAÇÃO IMPROVIDA. 1. Depreende-se, da leitura dos arts. 13 e 25 da Lei 8.666/93, que, para a contratação dos serviços técnicos enumerados no art. 13, com inexigibilidade de licitação, é imprescindível a presença dos requisitos de natureza singular do serviço prestado e inviabilidade de competição. 2. É impossível aferir, mediante processo licitatório, o trabalho intelectual do Advogado, pois trata-se de prestação de serviços de natureza personalíssima e singular, mostrando-se patente a inviabilidade de competição. 3. A singularidade dos serviços prestados pelo Advogado consiste em seus conhecimentos individuais, estando ligada à sua capacitação profissional, sendo, dessa forma, inviável escolher o melhor profissional, para prestar serviço de natureza intelectual, por meio de licitação, pois tal mensuração não se funda em critérios objetivos (como o menor preço). 2/5
4. Diante da natureza intelectual e singular dos serviços de assessoria jurídica, fincados, principalmente, na relação de confiança, é lícito ao administrador, desde que movido pelo interesse público, utilizar da discricionariedade, que lhe foi conferida pela lei, para a escolha do melhor profissional. (...) (AC Nº 575332 RN (0003616-70.2013.4.05.8400) - RELATOR P/ACÓRDÃO : DES. FEDERAL PAULO MACHADO CORDEIRO (CONVOCADO) julgado em 26 de fevereiro de 2015) ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS ADVOCATÍCIOS (...) ARTS. 13 E 25 DA LEI 8.666/93. REQUISITOS DA INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO. SINGULARIDADE DO SERVIÇO. INVIABILIDADE DE COMPETIÇÃO. NOTÓRIA ESPECIALIZAÇÃO. DISCRICIONARIEDADE DO ADMINISTRADOR NA ESCOLHA DO MELHOR PROFISSIONAL, DESDE QUE PRESENTE O INTERESSE PÚBLICO E INOCORRENTE O DESVIO DE PODER, AFILHADISMO OU COMPADRIO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. (...) 4. É impossível aferir, mediante processo licitatório, o trabalho intelectual do Advogado, pois trata-se de prestação de serviços de natureza personalíssima e singular, mostrando-se patente a inviabilidade de competição. 5. A singularidade dos serviços prestados pelo Advogado consiste em seus conhecimentos individuais, estando ligada à sua capacitação profissional, sendo, dessa forma, inviável escolher o melhor profissional, para prestar serviço de natureza intelectual, por meio de licitação, pois tal mensuração não se funda em critérios objetivos (como o menor preço). 6. Diante da natureza intelectual e singular dos serviços de assessoria jurídica, fincados, principalmente, na relação de confiança, é lícito ao administrador, desde que movido pelo interesse público, utilizar da discricionariedade, que lhe foi conferida pela lei, para a escolha do melhor profissional. 7. Recurso Especial a que se dá provimento para julgar improcedentes os pedidos da inicial, em razão da inexistência de improbidade administrativa. (REsp 1192332 RS, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, J. em 12/11/2013) AÇÃO PENAL PÚBLICA. (...) INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO CARACTERIZADA PELA NOTÓRIA ESPECIALIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS CONTRATADOS, COMPROVADA NOS AUTOS, ALIADA À CONFIANÇA DA ADMINISTRAÇÃO POR ELES DESFRUTADA. PREVISÃO LEGAL. A hipótese dos autos não é de dispensa de licitação, eis que não caracterizado o requisito da emergência. Caracterização de situação na qual há inviabilidade de competição e, logo, inexigibilidade de licitação. 2. "Serviços técnicos profissionais especializados" são serviços que a Administração deve contratar sem licitação, escolhendo o contratado de acordo, em última instância, com o grau de confiança que ela própria, Administração, deposite na especialização desse contratado. Nesses casos, o requisito da confiança da Administração em quem deseje contratar é subjetivo. Daí que a realização de procedimento licitatório para a contratação de tais serviços - procedimento regido, entre outros, pelo princípio do julgamento objetivo - é incompatível com a atribuição de exercício de subjetividade que o direito positivo confere à Administração para a escolha do "trabalho essencial e indiscutivelmente mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato" (cf. o 1º do art. 25 da Lei 8.666/93). (...) (AP 348 SC, Relator: EROS 3/5
GRAU, Tribunal Pleno, DJe-072 DIVULG 02-08-2007 PUBLIC 03-08-2007 DJ 03-08-2007 PP-00030 EMENT VOL-02283-01 PP-00058 LEXSTF v. 29, n. 344, 2007, p. 305-322) Peça processual: ITEM Pontuação Endereçamento: 0,2 Juiz de Direito da Vara Única da Comarca de Qualificação das partes 0,2 Adequação/título: Assistência 0,4 Narrativa dos fatos 0,4 Fundamentação: 2,3 1 - Cabimento da Assistência e Legitimidade da OAB - artigo 49, parágrafo único, e 44, II, (defesa dos advogados) da Lei 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB). (0,4 pt) 2 - Ausência de crime. Absolvição sumária (art. 397, III, do Código de Processo Penal) (0,5 pt) 3 - Legalidade da conduta do advogado: a) prévia explicação sobre a abrangência do serviço, preço e forma de pagamento, atendendo ao princípio da boa-fé objetiva (art. 422, Código Civil; art. 2º, II, e art. 8º do Código de Ética Código de Ética e Disciplina da OAB) (0,2 pt) b) confecção de contrato escrito (art. 35, do CEDOAB) (0,2 pt); c) moderação (razoabilidade) na pactuação dos honorários contratuais, considerando tratar-se de pagamento majoritariamente condicionados ao êxito 4/5
e, portanto, após considerável demora (somente após trânsito em julgado e execução) (art. 36, CED) (0,3 pt); d) desconto dos honorários após prévia autorização do cliente via procuração com poderes especiais para receber e dar quitação (art. 35, 2º, CED) (0,2 pt); e) os honorários de sucumbência são verbas autônomas do advogado, não se confundindo com os honorários pagos pelo cliente (art. 23 do EAOAB) (0,2 pt); f) a soma de honorários contratuais e de sucumbência são inferiores ao proveito econômico do cliente (art. 38, caput, do CEDOAB), mesmo após a dedução dos valores pertencentes ao advogado (0,3 pt); Pedidos: - habilitação da OAB como Assistente do acusado Armando Bessa (0,4) - absolvição sumária do acusado (0,6) 1,0 Habilidade de redação (0,5 pt) Capacidade de síntese argumentativa (0,5 pt) Domínio da língua portuguesa (0,5 pt) 1,5 TOTAL 6,0 5/5