A Concessão dos Serviços de Transportes Coletivos da Região Metropolitana de Goiânia*



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Transcrição:

A Concessão dos Serviços de Transportes Coletivos da Região Metropolitana de Goiânia* Débora Ferreira da Cunha 1 Resumo: Em razão do vencimento dos contratos de concessão dos serviços do Sistema Integrado de Transporte da Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (SIT-RMTC), no ano de 2006, a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos realizou o processo licitatório, que estabeleceu as novas concessões dos serviços do SIT-RMTC. Dessa forma, os serviços do SIT-RMTC foram concedidos a empresas privadas, através de licitação, para se manter a prestação do serviço de transporte coletivo nas condições vigentes, com vistas para sua evolução, a partir da execução do Programa de Transporte, estabelecido no Plano Diretor Setorial de Transporte Coletivo da Grande Goiânia. Palavras-chave: Licitação, Transporte Coletivo, Região Metropolitana de Goiânia. Introdução A Constituição Federal de 1988 (CF 1988) estabelece duas formas para o provimento do serviço de transporte coletivo: a exploração direta e a delegação a particulares mediante permissão ou concessão, precedida de licitação pública (Artigo 175). A delegação dos serviços de transportes públicos a particulares é o instrumento praticado e consolidado no país, esta foi a forma como o serviço de transporte coletivo na Grande Goiânia foi instituído originalmente. Na Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC), coexistiam as duas formas. A exploração direta realizada pela empresa pública Metrobus Transporte Coletivo S/A, do Estado de Goiás, ainda que decorrente de concessão da Prefeitura de Goiânia, e a delegação a empresas concessionárias privadas, através da concessão. Com o vencimento formal dos contratos de concessão ocorrido em março de 2006, coube à Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos, mediante aprovação da Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos, o estabelecimento da forma e das bases necessárias para o provimento do serviço de transporte coletivo no âmbito da rede metropolitana. A licitação é um instrumento regulatório em que o poder público pode selecionar, através de concorrência entre empresas eficientes, de forma a oferecer oportunidade de reorganização do sistema de transporte público, garantindo segurança jurídica e recursos para investimentos. Entretanto, no processo licitatório devem ser definidos claramente os direitos, obrigações, responsabilidades e riscos do gestor público e dos operadores privados, como também, as formas de participação permanente dos usuários na definição, fiscalização e avaliação dos serviços. Di Pietro (1994, 2002) conceitua licitação como o procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem às condições fixadas no instrumento de convocação, a possibilidade de formularem propostas dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente para celebrar o contrato. O inciso II do art. 15 da Lei nº. 8.987/95 dispõe que um dos critérios a serem considerados no julgamento da licitação é a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder concedente pela outorga da concessão. * Artigo apresentado no 17º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito. Sessão Temática: Gestão/Políticas de Transporte Público, realizado em outubro de 2009, em Curitiba PR. 1 Mestre. Professora da Faculdade de Ciências Sociais UFG; Pesquisadora do Observatório das Metrópoles: núcleo Goiânia. E-mail: cunhadf@hotmail.com 65

Diversos autores consideram a licitação dos serviços de transporte a forma legal e transparente de delegar a operação dos serviços para os operadores privados, mas não é a solução para todos os problemas de transporte (ARAGÃO et al., 2000). Muitos trabalhos publicados tratam da concessão dos serviços de transportes urbanos através da licitação, apresentando experiências, problemas e desafios, propondo modelos de regulamentação e recomendações (ANTP, 1999; ARAGÃO et al., 2000; ARAGÃO et al., 2001). Nesse sentido, entende-se que através de licitações competitivas pode-se buscar por empresas mais eficientes, capazes de propiciarem um ambiente estável para as mesmas, com regras bem definidas e tarifas previamente acertadas, em um ambiente competitivo entre as empresas mesmo antes do início das operações. Este trabalho pretende mostrar como ocorreu o processo licitatório do SIT-RMTC e o modelo de concessão adotado pelo poder público que serviu como base para o edital de licitação e os atuais contratos de concessão do sistema. 1 Marco Institucional Em 1976, a administração municipal de Goiânia delegou ao Estado a incumbência de planejar e fiscalizar a prestação dos serviços de transportes municipais por um prazo de 30 anos, portanto, com vencimento em 2006. Por este ato, disseminaram-se as bases da unidade sistêmica, que marca positivamente o ordenamento institucional do transporte coletivo metropolitano, marcado pela criação em anos mais recentes da Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos e da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo. O serviço de transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia (RMG), e de alguns municípios do seu entorno que mantêm uma relação econômica a ela vinculada, especialmente com o município de Goiânia, está organizado em uma rede de serviços instituída através da Lei Complementar nº. 34/2001, do Estado de Goiás, denominada Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC). O Quadro 1 apresenta uma síntese de mais de trinta anos de história do transporte coletivo da RMTC. A rede metropolitana possui como atributo fundamental o conceito de unidade sistêmica, que, no contexto do transporte coletivo urbano, representa o tratamento unificado dos deslocamentos da população pelos meios coletivos de transporte, em tudo que conforma um sistema de transporte, seja, na sua dimensão físicoespacial (vias, terminais, corredores), logística (linhas, trajetos, horários, meios e forma de integração), no modelo de operação e no acesso do passageiro ao serviço (tarifas, forma de pagamento, forma de controle). Quadro 1 Síntese da história do transporte coletivo da RMTC Período Marca do período - Estabelecimento da estrutura da rede e dos serviços, fundamentada no 1970 a 1985 conceito da integração e ancorada no Eixo Anhanguera. - Centralização da gestão pelo Estado. - Estagnação da rede e dos serviços. - Crescimento acentuado da população e instabilidade econômica do país. 1986 a 1999 - Acomodação por parte das operadoras e uma ausência do poder público. - Reformulação do Corredor Anhanguera. - Instabilidade das relações contratuais. 2000 a 2002 - Paralisia de investimentos. - Planos e projetos de reformulação são realizados, mas não executados. - Inicia-se a reestruturação da rede de transporte coletivo. - Implantação de novos terminais. 2003 a 2004 - Aumenta a oferta de ligações integradas. - O desequilíbrio do sistema. - Reordenamento da atuação das empresas operadoras e do serviço alternativo. 66

2004 a 2005 2005 a 2008 Fonte: Adaptado do PDSTC (2007). - Ajuste da operação do serviço local. - Redução da tarifa do Eixo Anhanguera. - Unificação tarifária. - Renovação da frota. - Retomada de ações em corredores de transporte. - Vencimento dos contratos de concessão do SIT-RMTC. - Atualização do Plano Diretor Setorial de Transportes Coletivos da RMG. - Licitação da concessão dos serviços do SIT-RMTC. - Renovação da frota. A RMTC é a unidade sistêmica regional, composta por todas as linhas e serviços de transportes coletivos, que promove a interligação de dezessete municípios com o Município de Goiânia. A rede, portanto, atende a dezoito municípios, com um serviço de transporte coletivo unificado, uma área de 6.576 km 2 e uma população de pouco menos de dois milhões de habitantes (IBGE, 2010). A Figura 1 mostra o raio de cobertura da RMTC. Este modelo de unidade de serviços de transporte coletivo, com a amplitude estabelecida na legislação de Goiás, é singular no país, em razão da inexistência de: - conflitos institucionais; - sobreposições de funções e de serviços conflitantes; - obstáculos à maior integração da rede. Figura 1 Raio de cobertura da Rede Metropolitana de Transportes Coletivos Fonte: PDSTC (2007). 67

A regulamentação e o gerenciamento dos serviços de transporte estão também fundamentados na lógica de unidade sistêmica, que permeia a doutrina institucional do transporte coletivo metropolitano em Goiás, mediante duas instâncias que asseguram a participação do Estado de Goiás e dos Municípios: a Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos (CDTC) e a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC). A seguir, o desenho esquemático do Modelo Institucional da RMTC, (Figura 2). Figura 2 Modelo Institucional da Rede Metropolitana de Transportes Coletivos CDTC Estado e Municípios CMTC Órgão Gestor Braço Executivo da CDTC EMPRESAS CONCESSIONÁRIAS CONSÓRCIO DA RMTC SINDICATO DAS EMPRESAS - SETRANSP Fonte: Elaboração própria. A CDTC foi instituída pela Lei Complementar nº. 34/01, com a finalidade de ser o órgão deliberativo das questões de transporte coletivo, competindo-lhe, de forma soberana, o estabelecimento da política pública de transporte que rege a RMTC. Para unidade de tratamento dos assuntos do transporte coletivo no âmbito metropolitano, a legislação estabelece que o Estado de Goiás e todos os municípios servidos pela RMTC, exercerão seus poderes, direitos, prerrogativas e obrigações inerentes ao serviço público de transporte coletivo, exclusivamente na CDTC, ( 4º. da LC nº. 34). Define-se então a CDTC como instância única para o exercício das competências municipais relativas ao transporte coletivo. A CMTC é o órgão responsável pela gestão executiva e plurimunicipal da RMTC, com a competência de executar a organização, o planejamento, o gerenciamento, o controle e a fiscalização operacional de todas e quaisquer modalidades ou categorias de serviços públicos de transportes coletivos de passageiros, prestados ou que possam ser prestados no contexto sistêmico da RMTC, (Art. 9º. da LC nº. 27/99). Na forma da Lei, à CMTC cumpre executar as decisões da CDTC, à qual se vincula, cabendo-lhe, também, apresentar os estudos, propostas e projetos técnicos para deliberação. Aos atuais Contratos de Concessão celebrados em 25/03/2008, provenientes da Concorrência CMTC nº. 01/2007, vinculam-se as concessionárias privadas Rápido Araguaia Ltda., HP Transportes Coletivos Ltda., Viação Reunidas Ltda., Cootego Cooperativa de Transportes do Estado de Goiás, e a estatal Metrobus Transporte Coletivo S.A., responsáveis pela 68

produção e execução dos serviços ofertados na RMTC. O Consórcio da Rede Metropolitana de Transportes Coletivos representa a atuação conjunta e consorciada das concessionárias privadas na operação da Central de Controle Operacional (CCO), na prestação do Serviço de Informação Metropolitano SIM, e nas atividades de gestão, operação e manutenção dos Terminais de Integração da RMTC. O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Goiânia SETRANSP, entidade sindical representativa das concessionárias, e agente responsável pela arrecadação tarifária da RMTC através da bilhetagem eletrônica integrada por meio do Sistema Inteligente de Tarifação de Passagens SIT-PASS. 2 Descrição do Processo Licitatório do SIT-RMTC Com o vencimento dos contratos de concessão dos serviços do SIT-RMTC, em 21 de março de 2006, a CDTC utilizando-se de sua prerrogativa legal para decidir sobre a outorga de concessões de serviços que integrem ou venham integrar a RMTC, determinou a CMTC iniciar e realizar o processo para as concessões dos serviços de transporte da RMTC. Em seguida, por meio da Deliberação nº. 56/2006-CDTC aprovou o Plano de Trabalho e seu cronograma, estabelecidos para garantir o adequado desenvolvimento de suas etapas. A realização das atividades definidas no Plano de Trabalho foi coordenada pela CMTC, que serviram de objeto para produção de instrumentos técnicos e jurídicos necessários à licitação da concessão dos serviços do SIT-RMTC. Visando o aparelhamento das novas concessões dos serviços públicos inerentes ao SIT-RMTC, para efetivação dos processos licitatórios, foi estabelecido o Plano de Trabalho identificado pelas seguintes etapas e atividades detalhadas no Quadro 2: Quadro 2 Plano de Trabalho dos processos licitatórios do SIT-RMTC ETAPA ATIVIDADES 1 Realização dos procedimentos formais necessários ao encerramento Encerramento dos Atuais dos contratos firmados junto às concessionárias atuais, a serem Contratos de Concessão materializados na forma de Termos de Encerramento de Contratos. 2 Desenvolvimento dos estudos técnicos de planejamento de Atualização do Plano Diretor transporte, no âmbito da CMTC, necessários à avaliação e à Setorial de Transportes proposição de adequações dos modelos operacional, físico e Coletivos da RMG (PDSTCtecnológico do SIT-RMTC, com o produto final intitulado: Plano RMG) Diretor Setorial de Transporte Coletivo da Grande Goiânia. 3 Modelagem das Concessões Desenvolvimento dos estudos de modelagem das concessões dos serviços de transporte coletivo do SIT-RMTC, incluindo os instrumentos de gestão: contrato, regulamento e sistema de avaliação e controle da qualidade dos serviços, e modelo de licitação para a concessão dos serviços, com a correspondente geração dos produtos materializados na forma de Modelo de Concessão. 4 Audiências Públicas Realização de audiências públicas. 5 Apresentação, discussão e aprovação dos modelos de concessão no Homologação da âmbito da CDTC-RMG. Modelagem das Concessões 69

6 7 8 Editais de Licitação das Concessões Publicação dos Editais de Licitação Realização dos Certames Licitatórios Ajuste e finalização dos textos, dos atos convocatórios e seus anexos, com a correspondente edição dos denominados Editais de Licitação para Concessão de Serviços de Transporte Coletivo da Região Metropolitana de Goiânia. Lançamento e publicação dos editais de licitação das concessões. Realização dos certames licitatórios das concessões. Fonte: Adaptado Deliberação nº. 056/2006-CDTC. A administração pública tem como objetivo oferecer condições adequadas de mobilidade à população, bem como serviços de transporte coletivo com atributos de qualidade, economia e atualidade, configurados de forma sustentável nas cidades, para a necessária inclusão social. Assim sendo, foi necessário o estabelecimento de um instrumento para as ações de planejamento e implantação de soluções de transporte coletivo em toda a região atendida pela RMTC. Para isso, realizou-se a reavaliação e proposição de ajustes nos modelos operacional, físico e tecnológico do SIT-RMTC, para adequá-los ao atendimento das necessidades atuais e futuras da população da RMG. Foram avaliados os cenários de crescimento demográfico, de mudanças econômicas e sociais, de uso e ocupação do solo urbano, e de reflexo das políticas urbanas dos diferentes municípios que compõem a RMTC. Além disso, para os estudos de avaliação geral do SIT-RMTC, levaram-se em conta também os princípios, diretrizes e ações previstas nas políticas de transporte e mobilidade de cada município, expressados nos seus respectivos Planos Diretores Municipais. Em 2004 foi elaborado o Plano Diretor Setorial de Transporte Coletivo para a RMG (PDSTC-RMG). Tendo em vista as necessidades decorrentes da evolução dos trabalhos de preparação para a licitação da concessão dos serviços do SIT-RMTC, a CMTC realizou no período de 2006 a 2007, amplos e detalhados estudos de demanda, de oferta e de infraestrutura para o serviço de transporte coletivo da rede, com um horizonte de curto e médio prazos, visando à compreensão das dinâmicas do transporte urbano, sua projeção, prognósticos e proposição de medidas, projetos e ações, de forma a atualizar o PDSTC-RMG. O PDSTC da Grande Goiânia estabeleceu como instrumento executivo para a implantação da política metropolitana de transporte coletivo um conjunto de ações reunidas no Programa Metropolitano de Transporte Coletivo (PMTC), cujos objetivos são a superação das carências e necessidades atuais, além de preparar condições indispensáveis para sustentabilidade da mobilidade no cenário futuro. Portanto, no PMTC foram dimensionados e fixados os investimentos a serem realizados a curto e médio prazo, abrangendo aportes de recursos, tanto do poder público, quanto das concessionárias, que advirão da licitação das concessões. As análises mostraram possibilidades de definir um modelo de financiamento com as seguintes fontes de recursos (Quadro 3): 70

Quadro 3 Fontes de recursos do Programa Metropolitano de Transporte Coletivo 1. Recursos Privados 1.1 Obrigação contratual: investimentos diretos das futuras concessionárias na operação: Investimento em frota; Sistema de Controle Operacional; Sistema de Informação aos Usuários; Administração e operação de Terminais; Garagens. 1.2 Participação do setor privado nos investimentos a serem realizados pelo poder público no curto prazo. Os valores resultantes desta participação serão utilizados para a execução de: Obras de reformulação e reconstrução de terminais existentes; Obras de construção de estações de conexão; Obras de tratamento de pontos de parada; Obras de recuperação do Corredor Anhanguera; Obras de implantação do Corredor Norte-Sul. 1.3 Participação nos investimentos a serem realizados pelo poder público no médio prazo. 2 Recursos Públicos 2.1 Valores obtidos dos tesouros municipais e estadual, a título de investimentos. 2.2 Recursos financeiros obtidos de convênios com a União. 2.3 Financiamentos públicos a serem obtidos pela CMTC com instituições financeiras de fomento (BNDES, BID, BIRD). Fonte: PSDTC-RMG, 2007. Os estudos, avaliações e atualização dos modelos físico, operacional e tecnológico do SIT-RMTC, foram condicionantes para as definições da modelagem das novas concessões do sistema e para orientação dos procedimentos licitatórios correspondentes. Os quais são de responsabilidade da CMTC e que produziram dados considerados pela entidade gestora, a CMTC, como verdadeiros, necessários e suficientes para a realização de uma licitação que atenda aos interesses públicos e que possa prestar um serviço de transporte de qualidade à população. Em linhas gerais, buscou-se a fixação de um modelo contratual estabelecendo definições claras de responsabilidades, obrigações, direitos, riscos, formas de remuneração, tarifas e meios de recomposição de seu valor, formas de controle dos serviços e de fiscalização, meios de informação ao usuário para a defesa dos interesses individuais e coletivos, meios de solução de controvérsias, entre outros demais elementos. O modelo proposto visou à estabilidade do provimento dos serviços de transporte e a realização dos investimentos necessários para a criação de um ambiente harmônico de relações institucionais. A modelagem foi aprovada e homologada pela CDTC, que em seguida determinou à CMTC a conclusão da elaboração e a publicação do edital de licitação das novas concessões, no prazo máximo de trinta dias. No entanto, em função de atrasos e pendências relativas às etapas anteriores, entre outros fatos ocorridos, como liminares na justiça, pedido de indenização do desequilíbrio econômico-financeiro pelas empresas, eleições, o edital foi publicado em 12/12/2007. A CMTC, empresa pública instituída pela Lei Complementar Estadual nº. 034/2001, na condição de titular dos serviços e gestora executiva da RMTC, tornou público através do Edital de Concorrência 01/2007, a realização de Licitação na modalidade de Concorrência, certame de âmbito nacional, do tipo melhor proposta técnica, com preço fixado no edital, nos termos das Leis Federais nº.s 8.666/1993 e 8.987/1995, visando delegar, na forma de concessão, os serviços do SIT-RMTC da RMG. Cabe registrar que o Ministério Público defende 71

que a única escolha capaz de promover o serviço de transporte público adequado, eficiente e módico, sobretudo em consonância com a conjuntura atual dos municípios brasileiros é a licitação consubstanciada no tipo menor tarifa. A concorrência foi regida pelas leis federais citadas e em observância ao modelo da outorga dos serviços objeto da Audiência Pública realizada no dia 31/05/2007, no Centro de Cultura e Convenções de Goiânia, aprovado pela CDTC-RMG, por intermédio da Deliberação nº. 058/2007. Finalizados os certames licitatórios, a CMTC homologou o resultado da Concorrência 01/2007, e, realizou a assinatura dos novos contratos com as empresas vencedoras, em 25 de março de 2008. Assim, os serviços de transporte coletivo da RMTC foram concedidos por um prazo de 20 anos, na forma de quatro lotes de serviços, vinculados às áreas geográficas de atendimento ou áreas operacionais, denominados: Lote 2, Lote 3, Lote 4 e Lote 5, e um lote de serviço correspondente à linha Eixo Anhanguera (Lote 1), que não foi objeto de concessão da licitação realizada. Com base nos contratos de concessão do SIT-RMTC, foram destacados alguns pontos para que se pudesse fazer um comparativo de antes e após a licitação dos serviços do SIT-RMTC (Quadro 4), visando neste momento apresentar os cenários para mostrar a capacidade e possibilidade de melhorias dos serviços com a realização da licitação e formalização dos novos contratos de concessão. A partir daí, o poder público e as concessionárias deverão executar e cumprir os contratos assinados, para isto, a concedente dos serviços deverá acompanhar, fiscalizar e exigir das concessionárias as obrigações contratuais. Quadro 4 Comparativo entre os contratos de concessão do SIT-RMTC Itens Contratos do SIT-RMTC Até fev/2008 A partir de mar/2008 Abrangência Zonas operacionais Áreas operacionais - Gestão pública dos serviços - Gestão pública dos serviços - Controle e fiscalização - Controle e fiscalização dos dos Serviços serviços Concedente - Administração, manutenção, conservação, limpeza e segurança dos terminais, estações e plataformas. - Conselho de arbitragem de Transporte - Sistema de Controle de Qualidade 8 empresas 4 empresas - Execução dos serviços e pessoal - Execução dos serviços e Pessoal - Central de Controle Concessionárias Operacional - Sistema de Informação ao Usuário - Administração, operação, manutenção, conservação, limpeza e segurança patrimonial dos terminais, estações e plataformas. Prazo 30 anos 20 anos Número de linhas 252 252 72

Frota 1.371 veículos idade média da frota = 7 anos 1.371 veículos - Renovação da frota (aquisição de 1.043 novos ônibus) Sistema de Bilhetagem Sit-Pass Sit-Pass Automática R$ 1,80 (reajustes R$ 2,00 (Tarifa Básica Contratual com reajuste a cada Tarifa solicitados pela categoria) 12 meses) Arrecadação de Receitas Sindicato da categoria Sindicato da categoria Pagamento ao Poder 1% da receita operacional 1% da receita operacional bruta Público bruta Pontuais e emergenciais para garantir a continuidade e Participação do setor público e privado na aplicação Investimentos regularidade na prestação de recursos em infraestrutura de curto e médio prazo. dos serviços do SIT- RMTC. Fonte: Elaboração própria. Tendo em vista o critério utilizado para julgamento da licitação, em eventual prorrogação dos contratos, recomenda-se que esta não esteja condicionada tão somente ao interesse público primário, pois deve, ainda, ensejar a revisão da tarifa, a fim de expurgar a parcela correspondente à amortização do investimento já efetuada. Esta é a interpretação que melhor se coaduna com os princípios da supremacia do interesse público pelo privado e da modicidade tarifária. Considerações Finais A realização da licitação para estabelecimento das novas concessões dos serviços do SIT-RMTC representou não só o cumprimento das obrigações, definidas pela legislação, mas, acima de tudo, uma oportunidade para o estabelecimento de uma nova relação, entre o poder público e empresas, para a prestação dos serviços e para efetivação do Programa de Transporte (PMTC). Com a expectativa de implantar o PMTC, a concessão tornou-se mais adequada e recomendada, pois se trata de um instrumento que fornece segurança aos interessados, para a prestação de serviços complexos, abrangentes, com responsabilidades e obrigações associadas, para vultosos investimentos iniciais, ao longo do prazo de execução dos serviços. Aproveitando a oportunidade com a nova concessão, o estudo da modelagem procurou avaliar a viabilidade de um modelo de atribuição de responsabilidades, entre o poder público e o setor privado (concessionárias), para implementação das ações propostas no PMTC, abrangendo responsabilidades individuais e outras solidárias, para o alcance das metas definidas. Dessa forma, os serviços de transporte coletivo da RMTC serão prestados mediante concessão a pessoas jurídicas selecionadas por meio de licitação pública, com observância da legislação federal, em especial da Lei nº. 8.987/1995 e Lei nº. 8.666/1993, e das definições da Deliberação nº. 058/2007-CDTC. Portanto, a licitação aliou o cumprimento da obrigação legal, dada pelo vencimento dos contratos, com a oportunidade de se estabelecer um novo modelo de atuação privada e de relacionamento público. Constituiu objeto imediato da presente licitação, selecionar a melhor proposta para operação dos serviços do SIT-RMTC da RMG, sob o regime de concessão, em cada um dos quatro lotes de serviços vinculados às áreas geográficas de atendimento (áreas operacionais). Contudo, a entidade gestora propôs que o novo contrato dos serviços de transporte da RMTC, espelhasse um maior comprometimento do setor privado com a prestação dos serviços em toda a sua dimensão. Para 73

isso, o novo contrato e o modelo de escolha dos futuros operadores, tiveram como base a necessidade de se implantar as mudanças previstas para o transporte coletivo e não apenas a simples renovação das bases em vigor. Dito de outra forma, o ponto de partida foi o Plano Diretor de Transporte Coletivo. Referências Bibliográficas ANTP - Associação Nacional de Transporte Público. O transporte na cidade do século 21. Revista dos Transportes Públicos. Número 84. Ano 21. São Paulo: ANTP, 1999. ARAGÃO, J.; A. BRASILEIRO; O. LIMA NETO; E. SANTOS E R. ORRICO FILHO (2000). Construindo modelos de relações institucionais e regulatórias no transporte público urbano: algumas considerações metodológicas. In Santos, E. e J. Aragão (Ed.) Transporte em Tempos de Reforma. Ensaios sobre a problemática. Brasília: LGE, 2000. ARAGÃO, J.; A. BRASILEIRO; R. ORRICO FILHO E E. SANTOS (2001). Um novo modelo de regulamentação para o transporte público urbano por ônibus no Brasil. In Nassi, C; A. BRASILEIRO; E. Kawamoto e LINDAU, L. A. Transportes: experiências em rede. Rio de Janeiro: FINEP, 2001. BRASIL. Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.. BRASIL. Lei nº. 8.666, 21 de junho de 1993. BRASIL. Lei nº. 8.987, 24 de fevereiro de 1995. CDTC Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos. Deliberação nº. 056, 12 de dezembro de 2006. Goiânia. Deliberação nº. 058, 24 de julho de 2007. Goiânia. CMTC Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos. Dados Estatísticos do Sistema. 2004-2008. Contratos de Concessão dos Serviços do SIT- RMTC, 2008. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 1994.. Parcerias na administração pública: concessão, permissão, franquia, terceirização e outras formas. 4 ª ed. São Paulo: Atlas, 2002. GOIÁS. Lei Complementar nº. 027, 30 de dezembro de 1999. GOIÁS. Lei Complementar nº. 034, 8 de outubro de 2001. IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Brasil, 2010. PDSTC Plano Diretor Setorial de Transporte Coletivo da Grande Goiânia. Goiânia, 2007. TRANSURB Empresa de Transporte Urbano do Estado de Goiás. Contrato de Concessão dos Serviços Integrados de Transporte Coletivo Urbano do AGLURB e Aditivos, 1997. 74