A democracia na Grécia antiga esteve intimamente ligada



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Transcrição:

61 c A democracia na Grécia antiga esteve intimamente ligada a) ao período homérico (séculos XII a VIII a.c.), ao trabalho servil, às lutas entre grandes e pequenos proprietários de terras e ao voto censitário. b) ao período arcaico (séculos VIII a VI a.c.), ao trabalho livre, à pacificação do conflito entre as classes e ao sufrágio universal. c) ao período clássico (séculos V e IV a.c.), ao trabalho escravo, às lutas entre os cidadãos ricos e pobres e ao voto direto. d) ao período helenístico (séculos III e II a.c.), ao trabalho livre, à pacificação dos conflitos entre os cidadãos e ao voto por sorteio. e) a todos os períodos (séculos XII a III a.c.), ao trabalho escravo, à desigualdade entre os cidadãos e à eleição de representantes. Na Grécia, a cidade-estado que primeiro instituiu a democracia direta foi Atenas, com a reforma da Clístenes (507 a.c.). A democracia escravista ateniense coincidiu com o apogeu da civilização grega no século V a.c. conhecido como o Período Clássico da Antigüidade. 62 b Para forjar, na Baixa Idade Média (séculos XI a XIV), sua própria identidade cultural e encontrar os meios técnicos e intelectuais para sair da "idade das trevas", em que se encontrava desde o fim do Império romano, o Ocidente valeu-se principalmente da civilização a) bizantina. b) islâmica. c) greco-romana. d) judaica. e) germânica. A Baixa Idade Média, ao encaminhar a Europa para a abertura tecnológica e cultural proporcionada pelos Tempos Modernos, utilizou em certa medida importantes elementos provenientes da civilização islâmica (ou, mais especificamente, árabe). Como exemplos, podemos citar os algarismos (aliás, de origem indiana), a bússola, a pólvora e o papel (invenções chinesas, mas introduzidas na Europa pelos árabes), técnicas de irrigação, além de progressos na Medicina (cuja principal figura foi Avicena) e no pensamento filosófico (com destaque para o árabe-hispânico Averróis). 63 a O desaparecimento da servidão feudal, na Europa Ocidental, na Baixa Idade Média, foi a) iniciado com o aparecimento de um mercado urbano para a agricultura, que levou à troca da renda tra- HISTÓRIA

balho pela renda dinheiro e intensificado com as revoltas camponesas. b) realizado violenta e inesperadamente durante a peste negra, quando os camponeses aproveitaram-se da situação para se revoltar em massa contra os senhores. c) proporcionado pela ação conjugada de dois fatores externos ao âmbito dos camponeses, as guerras entre os próprios nobres e destes com as cidades. d) liderado pacificamente pela Igreja Católica, protetora dos camponeses, e concluído com a ajuda dos reis interessados em arruinar o poder dos senhores feudais. e) determinado pelo fluxo de dinheiro que os senhores feudais recebiam das cidades em troca da liberação dos camponeses, empregados no sistema de produção em domicílio. O crescimento populacional que acompanhou o Renascimento Comercial e Urbano na Baixa Idade Média exigiu uma reformulação da produção agrícola feudal, até então voltada para a auto-suficiência do feudo. Nesse contexto, o trabalho servil tendeu a ser substituído por uma relação de produção em bases monetárias. Todavia, onde se lê revoltas camponesas como fator de desintegração da servidão, seria preferível constar fuga servil, pois as grandes rebeliões camponesas (como, por exemplo, a Jacquerie, na França) foram todas violentamente reprimidas. 64 e A arte do Renascimento é chamada de a) barroca, e se inspira no gótico e no românico. b) romântica, e se inspira na natureza. c) maneirista, e se inspira na objetividade. d) realista, e se inspira na subjetividade. e) clássica, e se inspira no mundo greco-romano. O Renascimento Cultural, ocorrido no início da Idade Moderna, foi caracterizado pela revalorização da cultura clássica (greco-romana) e pela negação dos valores culturais medievais, dominados pelo pensamento eclesiástico. 65 d A reforma religiosa do século XVI teve o poder de aproximar, de unir, os homens (e as mulheres) e, ao mesmo tempo, de dividi-los, de separá-los transformando, a despeito da língua, das leis e das tradições, estranhos em amigos e compatriotas em inimigos. Algo semelhante a isso também ocorreu depois, com a) a Revolução inglesa no século XVII e a crise de 1929. b) a Guerra de Trinta Anos no século XVII e o nacionalismo no século XIX. c) a Ilustração no século XVIII e o fascismo no século

XX. d) a Revolução francesa no século XVIII e o comunismo no século XX. e) a belle époque no século XIX e a globalização na década de 1990. A Revolução Francesa celebrizou-se por um ideal de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, enquanto o comunismo no século XX desfraldava a bandeira do igualitarismo absoluto. Todavia, essas propostas, ao tentar se viabilizar, geraram conflitos pelo poder extremamente violentos e traumáticos, que dividiram as populações que deveriam se integrar no processo revolucionário. Exemplos: a luta entre girondinos e jacobinos, durante a Revolução Francesa, e a Guerra Civil entre Vermelhos e Brancos, na Revolução Russa. 66 e Sobre a Revolução Industrial, do final do século XVIII, é correto afirmar que a) surge do desenvolvimento científico estimulado pelo governo inglês e ao qual o capitalismo só recorre depois de comprovadas suas vantagens econômicas. b) prepara o desenvolvimento do capitalismo, o qual só iria, contudo, se tornar um sistema econômico estável depois de superada a etapa imperialista. c) gera o aparecimento do capitalismo, o qual só pode existir com o sistema manufatureiro, única forma que permite o trabalho assalariado. d) resulta da utilização da política econômica de livre câmbio adotada pelo governo inglês, com base nas teses a favor do capitalismo do economista Adam Smith. e) decorre do desenvolvimento do capitalismo e dá a este, com a produção fabril, os meios tecnológicos para se tornar um sistema economicamente dominante. A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra por volta de 1760, foi caracterizada pela divisão do trabalho fabril, pela aparição do proletariado, pela luta de classes e pelo fortalecimento político da burguesia. Esses elementos, associados à inserção de novas tecnologias (carvão, vapor e ferro) dentro do processo produtivo, contribuíram para a cristalização do sistema capitalista. 67 c "Não são raros [no período colonial] os casos como o de um Bernardo Vieira de Melo, que, suspeitando a nora de adultério, condena-a à morte em conselho de família e manda executar a sentença, sem que a Justiça dê um único passo no sentido de impedir o homicídio ou de castigar o culpado...". (Sérgio Buarque de Holanda, Raízes do Brasil.) O texto demonstra

a) a ineficácia das instituições judiciárias. b) a insegurança dos grandes proprietários. c) a força imensa, mas legal, do pátrio poder. d) a intolerância com os crimes de ordem sexual. e) a gestão coletiva do poder no interior da família. O exemplo citado no texto evidencia o patriarcalismo vigente na sociedade colonial brasileira e que ainda hoje conta com resquícios consideráveis. No Período Colonial, esse poder era reforçado e adquiria embasamento legal, por força dos códigos vigentes na época (primeiro as Ordenações Manuelinas e, depois, as Filipinas). 68 b "Nosso sistema é impróprio para governar províncias dominadas. Elas não têm lugar nele. Elas se tornariam sedes de corrupção e isto iria afetar nosso próprio corpo político. Se nós admitimos a ilha [Cuba] como um estado ou um grupo de estados, deveríamos permitir que ela fizesse parte de nosso governo." (William Graham Summer, em 1896.) Neste texto, o autor a) alerta para a necessidade de dominação direta norte-americana em Cuba e outros lugares, para salvaguardar os interesses do seu país. b) condena a dominação direta norte-americana em Cuba e outros lugares, porque ela poderia comprometer os princípios vigentes em seu país. c) aprova o domínio direto norte-americano em Cuba e outros territórios e quer que eles tenham o mesmo sistema de governo do seu país. d) critica a política colonialista praticada pelas potências capitalistas em Cuba e na América Latina, em nome dos valores que regem seu país. e) defende a presença norte-americana em Cuba como uma exceção necessária, mas não a criação de outras colônias para o seu país. O texto citado critica, na verdade, uma possível dominação norte-americana sobre Cuba, uma vez que o comentário foi formulado em 1896 antes, portanto, da Guerra Hispano-Americana (EUA x Espanha) de 1898. Trata-se de observações que na época eram apenas hipotéticas, mas poderiam se viabilizar a qualquer momento, dentro do expansionismo norte-americano celebrizado pelo nome de Big Stick. Por outro lado, cumpre observar que o comentarista aceitaria a integração de Cuba nos Estados Unidos o que asseguraria a manutenção dos princípios da democracia e representação política que remontam à Revolução Norte- Americana de 1776. 69 d Em termos de geopolítica, a existência de uma única grande potência mundial cria uma situação de unipola-

ridade, a existência de duas potências cria situação de bipolaridade e a de mais de duas, de multipolaridade. Desse ponto de vista, o século XX conheceu a) uma hegemonia unipolar até 1918, bipolar entre 1919 e 1945, e multipolar a partir de 1945, com a criação da ONU. b) uma dialética infernal entre bipolaridade e unipolaridade, que levou o mundo a duas guerras mundiais e ao impasse atual. c) um equilíbrio entre bipolaridade, que dominou na primeira metade do século, e unipolaridade, na segunda metade. d) uma evolução que, de multipolar até 1945, passou à bipolar entre 1945 e 1990, e à unipolar a partir de 1990. e) uma alternância constante entre multipolaridade e unipolaridade, começando com a primeira e terminando com a segunda. Em se tratando de geopolítica, o século XX pode ser caracterizado por três fases distintas: 1) 1901-1945: multipolaridade devido às disputas ocorridas entre os países europeus, os EUA e o Japão, sendo este período marcado pelas duas Guerras Mundiais; 2) 1945-1990: esse período é caracterizado pela bipolarização mundial devido à ascensão de duas potências após a II Guerra Mundial os EUA (capitalista) e a URSS (socialista); 3) pós-1990: essa fase é caracterizada pela unipolaridade, em razão do esfacelamento do bloco socialista, e pela ratificação dos EUA como potência hegemônica, constituindo-se a Nova Ordem Mundial. 70 a "Não resta outra coisa senão cada um defender-se por si mesmo; duas coisas são necessárias... a fim de se recuperar a mão livre no que diz respeito ao comércio e aos índios". (Manuel Beckman, 1684.) As duas principais reivindicações do líder da Revolta que leva seu nome são a) a revogação do monopólio da Companhia de Comércio do Estado do Maranhão e a expulsão dos jesuítas que se opunham à escravidão indígena. b) a saída dos portugueses do Grão Pará e Maranhão e a supressão dos aldeamentos indígenas, que monopolizavam as chamadas "drogas do sertão". c) a repressão ao contrabando estrangeiro, que prejudicava os negócios dos atacadistas portugueses, e a liberdade para importar escravos negros d) a expulsão dos holandeses do Nordeste, que monopolizavam o comércio do açúcar, e a reedição da guerra justa, que proibia a escravidão indígena. e) a revogação do monopólio comercial da Metrópole sobre o Norte e Nordeste da colônia e a proibição para importar escravos negros. A fala de Beckman refere-se à necessidade em que se

viam os colonos maranhenses de dispor de liberdade para comerciar diretamente com a Metrópole e para capturar índios, já que os senhores de terras da capitania tinham dificuldade em pagar os altos preços cobrados pelos escravos africanos. Ora, a criação da Companhia de Comércio do Estado do Maranhão, que monopolizava todo o comércio da capitania com Portugal, de um lado, e a defesa que os padres jesuítas (tendo Antônio Vieira como principal representante) faziam dos indígenas iam de encontro às reivindicações do líder nativista maranhense. 71 c Sobre os quilombos, é correto afirmar que a) desapareceram depois da terrível repressão que se abateu sobre Palmares no final do século XVII. b) sobreviveram a todas as repressões, porque sempre contaram com ajuda externa dos pobres livres. c) formaram-se em grande número, pequenos e grandes, durante toda a história da escravidão brasileira. d) foram tolerados pelas autoridades porque, ao se isolarem em lugares inacessíveis, não ameaçavam a sociedade. e) ficaram confinados às zonas produtoras de açúcar, tabaco e cacau do Nordeste, durante o período colonial. A fuga de escravos, com a conseqüente formação de quilombos, constituiu uma das formas mais características de resistência dos negros à escravidão no Brasil, tanto no Período Colonial como no Império. Esse fenômeno não se restringiu à área açucareira, mas chegou a ocorrer em áreas tão improváveis quanto Pará e Mato Grosso. 72 e No Brasil independente, os seis anos que separam o Ato Adicional (1834) da Maioridade (1840) foram chamados de "experiência republicana", devido a) ao caráter das revoltas intituladas Cabanagem, Balaiada e Sabinada. b) aos primeiros anos da revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul. c) à força do Partido Republicano na Câmara dos Deputados. d) à extinção da monarquia durante a menoridade de D. Pedro II. e) às Assembléias Legislativas Provinciais e à eleição do Regente Uno. O Ato Adicional à Constituição de 1824, entre outras medidas, criou as Assembléias Legislativas Provinciais e a Regência Una. A criação das Assembléias Provinciais, ao dar uma ligeira autonomia às províncias (não se pode esquecer de que o presidente da província, que dispunha do po-

der de veto, era ainda nomeado), introduziu no Brasil Monárquico um elemento federativo que seria característico do Período República. Quanto à Regência Una, um caráter de experiência republicana residia no fato de o regente ser eleito pelo voto direto (embora censitário) dos cidadãos. 73 d A industrialização em São Paulo, antes da década de 1930, apresentou um perfil a) associado à iniciativa estatal, especializado em bens de produção e com trabalhadores sindicalizados e anarquistas. b) dominado pelo capital internacional, diversificado em termos de produção e com trabalhadores sindicalizados comunistas. c) independente do mercado externo, especializado em bens de produção e com trabalhadores sindicalizados anarquistas. d) dependente da economia cafeeira, diversificado em termos de produção e com trabalhadores estrangeiros anarquistas. e) subordinado aos grandes capitais, especializado em produtos de exportação e com trabalhadores dominados por sindicatos pelegos. A industrialização paulista, antes da Revolução de 1930, foi alimentada por capitais excedentes da produção cafeeira. Já a mão-de-obra do período tinha principalmente origem européia, com predomínio de operários italianos (portugueses e espanhóis, em menor número) que, na Europa, haviam aderido ao anarquismo, mas que no Brasil se transmutaram em anarcossindicalistas. 74 a Canudos (1893-1897), Contestado (1912-1916), Juazeiro (1890-1924) e Cangaço (na década de 1920) demonstram que, na Primeira República, a) o campo foi palco de intensos movimentos sociais que, embora heterogêneos, expressavam revolta contra a miséria e a exclusão social. b) a oligarquia dominante estava tão segura de seu poder que não se preocupou muito em reprimir movimentos carentes de idéias e de organização. c) os movimentos insurrecionais foram poucos, mas muito perigosos para o sistema de poder, porque representavam apenas os pobres. d) o sistema político, embora oligárquico, era flexível e aberto o suficiente para integrar e absorver os descontentamentos sociais. e) os movimentos sociais expressavam reivindicações e aspirações de caráter misto, rural e urbano, articulando milenarismo com anarquismo. A Primeira República ou República Velha (1889-

1930), ao manter a estrutura fundiária herdada do Brasil Colonial e Imperial, baseada no latifúndio e na exploração do trabalho escravo (e, depois, do camponês livre), gerou movimentos sociais rurais que se manifestaram de formas distintas mas sempre resultantes da miséria, opressão e ignorância que caracterizavam a vida das populações rurais brasileiras. Obs.: Juazeiro (do Norte), no Ceará, era a cidade que centralizou a enorme ascendência do Padre Cícero Romão Batista sobre o campesinato nordestino. 75 b Visto à luz das reformas de caráter neoliberal, realizadas pelos governos brasileiros na década de 1990, o modelo econômico implantado pelo regime militar em 1964 aparece hoje, mais do que aparecia na época, a) associado ao capital internacional e em ruptura com o modelo anterior, baseado num capitalismo nacional. b) nacionalista e continuista com relação ao modelo anterior, que associava capitalismo nacional e internacional. c) empenhado em uma política econômica modernizadora, que rompia com o passado e diminuía a esfera de ação estatal. d) subordinado aos interesses do capital internacional, que o impediu de modernizar a produção agrícola. e) vinculado a uma política econômica conservadora e em alinhamento automático com a política externa norte-americana. O modelo econômico do regime militar brasileiro (1964-85) pode ser considerado continuísta no sentido de que manteve uma estreita vinculação com o capital internacional, iniciada no governo JK. Todavia, os presidentes militares adotaram uma postura mais nacionalista (e, portanto, menos continuísta) ao impedir a participação de capitais estrangeiros em certas áreas que envolviam tecnologia de ponta e a segurança nacional (na informática e na indústria bélica, principalmente).