O REGIME REPUBLICANO EM PORTUGAL PARLAMENTARISMO
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- Branca Flor Ferrão Lima
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1 O REGIME REPUBLICANO EM PORTUGAL PARLAMENTARISMO
2 Republicanismo português As raízes ideológicas remontavam à Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade. Liberdade de pensamento, igualdade perante a lei, solidariedade social entre todos os componentes da sociedade. Aderiram ao cientismo positivista e fizeram da luta contra a ignorância e obscurantismo uma cruzada política que se manifestou nos ataques à Igreja e ao Vaticano.
3 Defenderam: - Uma base municipal e uma estrutura federal assente numa organização socialista do trabalho (associativismo). -A democracia política. -Um Estado descentralizado em que cada município fosse um Estado em miniatura. -Posições nacionalistas e colonialistas. -Sufrágio directo e universal numa Nação livre e soberana. -Subordinação do poder executivo ao legislativo, em que os representantes eleitos pelo povo elaboram a Constituição e as necessárias alterações. -O reformismo social, que lhes trouxe os apoios do reduzido operariado existente em Portugal e da mais representativa burguesia média e pequena.
4 Reforçaram: -Com o imobilismo da monarquia e a sua incapacidade em lidar com as crises; - Com o afastamento dos socialistas porque estes não aceitaram fazer do rei e da monarquia o bode expiatório de todas as crises portuguesas. Além de que a fraqueza da indústria nacional impedia um movimento operário.
5 Apoios do republicanismo Forças armadas; Intelectuais portugueses; Elementos em todas as camadas sociais mas com particular relevância para as camadas mais pobres (operários), lojistas, pequena e média burguesia comercial e industrial urbana de Lisboa (o maior núcleo) e das restantes cidades do país.
6 Objectivos Pretendeu-se manter fiel aos seus princípios: 1- Tradição municipalista como base da organização política; 2- Implantação de uma democracia política (sufrágio universal, eleição directa das assembleias legislativas, subordinação do poder executivo ao poder legislativo, extinção de todas as formas senhoriais de propriedade); 3- Instauração de uma democracia económica (promoção das cooperativas); 4- Laicização social; 5- Combate ao poder eclesiástico e à Igreja; 6- Substituição dos símbolos nacionais.
7 Características políticas do regime republicano português Tipo de regime: PARLAMENTARISTA. Base política: CONSTITUIÇÃO DE 1911: - Elaborada pela Assembleia Nacional Constituinte; - Teve como fonte inspiradora principal a Constituição brasileira de 1891; - Estabeleceu o demoliberalismo; individualismo laicisista do - Poder legislativo repousava no congresso da República, constituída por duas câmaras: Deputados e Senado, eleitas por sufrágio universal); - Poder executivo estava nas mãos do Presidente da República e dos Ministros; - Poder Judicial era exercido pelo Supremo Tribunal.
8 LEGISLAÇÃO SOCIAL
9 Sociedade republicana Alta burguesia: ligada à banca, grande comércio e propriedade fundiária; Classe média: a que mais sofreu com a mudança e que, por isso, hostilizou a República apesar de ter sido a sua grande defensora; Clero: perdeu muito poder. Padres foram presos, espancados perseguidos O Estado Republicano não foi apenas laico, foi também antieclesiástico. O conflito com a Igreja foi permanente e, na sequência da promulgação da Lei da Separação da Igreja e do Estado.
10 Operariado: era muito reduzido e melhorou substancialmente os seus direitos apesar da pobreza e dos numerosos conflitos entre os sindicatos e as forças governamentais republicanas. Passaram a usufruir de direito de greve (lei da Greve), foram fixadas e reduzidas as horas de trabalho, obtiveram assistência social, procurou-se impedir a indigência e mendicidade, construíram-se os primeiros bairros operários. Camponeses: não sofreram grandes alterações. A emigração aumentou quer para o Brasil quer para as colónias portuguesas em África (Angola)
11 Educação Grande combate ao analfabetismo: - Obrigatoriedade e gratuidade do ensino primário (7 aos 10/12 anos); - Criação de escolas primárias e de Escolas Normais para formação de professores primários; - Criação de escolas técnicas e agrícolas; - Criação de escolas de ensino superior: universidades; - Apoio à educação física, jornalismo, ciência, técnica e cultura musical; - Criação de bibliotecas populares e de museus; - Liberdade de ensino, o que possibilitou os cursos diversificados para o ensino de adultos Apesar de todos os esforços, a maioria da população portuguesa continuava analfabeta. Os seus resultados sóse verificaram mais tarde.
12 Decadência da República 1- Os governos conseguiram equilibrar o deficit até à 1ª Guerra Mundial, apesar do clima de instabilidade política. 2- A entrada de Portugal na guerra, para defesa e garantia das colónias portuguesas em África ameaçadas pela Alemanha e pela Inglaterra: - agravou a situação económica do país; - levou ao desequilíbrio financeiro; - aumentou o custo de vida; - agravou o descontentamento social; - provocou a sucessão de governos; - mostrou a incapacidade dos republicanos em lidarem com a crise; - propiciou o aparecimento de uma ditadura militar liderada pelo Major Sidónio Pais, que acabou por ser assassinado, não tendo a sua morte fortalecido a democracia.
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