A IMAGEM CORPORAL DE IDOSOS PRATICANTES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NO CENTRO DE CONVIVÊNCIA DE IDOSOS VILA VIDA



Documentos relacionados
PREFEITURA MUNICIPAL DE CHOPINZINHO PR SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE GESTÃO

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

Proposta para Implantação do Programa Atividade Física & Mulheres

REVISTA DA UFG - Tema MELHOR IDADE Órgão de divulgação da Universidade Federal de Goiás - Ano V, No. 2, dezembro de 2003

A ACTIVIDADE FÍSICA F PREVENÇÃO DA IMOBILIDADE NO IDOSO EDNA FERNANDES

ENVELHECIMENTO E A PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL

PLANO DE TRABALHO IDOSO

5.1 Nome da iniciativa ou Projeto. Academia Popular da Pessoa idosa. 5.2 Caracterização da Situação Anterior

De volta para vida: a inserção social e qualidade de vida de usuários de um Centro de Atenção Psicossocial

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Anais. III Seminário Internacional Sociedade Inclusiva. Ações Inclusivas de Sucesso

BAILANDO NA TERCEIRA IDADE: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A DANÇA EM UMA ASSOCIAÇÃO DE IDOSOS DE GOIÂNIA/GO

Atividade Física e Saúde na Escola

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA. PROJETO DE LEI N o 6.845, DE 2010 (Apenso o Projeto de Lei n o 6.887, de 2010) I - RELATÓRIO

VIII JORNADA DE ESTÁGIO DE SERVIÇO SOCIAL

Programa de Ginástica Laboral

VALÊNCIAS FÍSICAS. 2. VELOCIDADE DE DESLOCAMENTO: Tempo que é requerido para ir de um ponto a outro o mais rapidamente possível.

PROGRAMA MUNICIPAL DE PROMOÇÃO DO ENVELHECIMENTO ATIVO E SAUDÁVEL

CONCEITOS E MÉTODOS PARA GESTÃO DE SAÚDE POPULACIONAL

Apêndice IV ao Anexo A do Edital de Credenciamento nº 05/2015, do COM8DN DEFINIÇÃO DA TERMINOLOGIA UTILIZADA NO PROJETO BÁSICO

REGULAMENTO NÚCLEO DE APOIO PEDAGÓGICO/PSICOPEDAGÓGICO NAP/NAPP. Do Núcleo de Apoio Pedagógico/Psicopedagógico

DIMENSÕES DO TRABAHO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE: O ENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÕES DE TRABALHO PRECOCE

TRABALHADORES DE SAÚDE DE UM MUNICÍPIO DO RIO GRANDE DO SUL

PRINCÍPIOS Prevenção e o controle das doenças, especialmente as crônico-degenerativas estimulam desejo

Em resumo, trata-se de seis (6) modalidades de serviços de 24 horas:

Gestão da Qualidade Políticas. Elementos chaves da Qualidade 19/04/2009

Curso de Formação de Conselheiros em Direitos Humanos Abril Julho/2006

TÍTULO: AUTORES: INSTITUIÇÃO: ÁREA TEMÁTICA 1-INTRODUÇÃO (1) (1).

ATIVIDADE FÍSICA ASILAR. Departamento de Psicologia e Educação Física

Você conhece a Medicina de Família e Comunidade?

UM RETRATO DAS MUITAS DIFICULDADES DO COTIDIANO DOS EDUCADORES

FACULDADE MORAES JÚNIOR MACKENZIE RIO REGULAMENTO DO PROGRAMA DE NIVELAMENTO CAPÍTULO I DA NATUREZA

Programa de Controle de Peso Corporal

CURSO: ENFERMAGEM. Objetivos Específicos 1- Estudar a evolução histórica do cuidado e a inserção da Enfermagem quanto às

TERCEIRA IDADE - CONSTRUINDO SABERES SOBRE SEUS DIREITOS PARA UM ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Como mediador o educador da primeira infância tem nas suas ações o motivador de sua conduta, para tanto ele deve:

Treinamento Personalizado para Idosos. Discentes: Dulcineia Cardoso Laís Aguiar

CURSO PRÉ-VESTIBULAR UNE-TODOS: CONTRIBUINDO PARA A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO *

ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL

PROJETO VEM CUIDAR DE MIM

O Emprego Doméstico na Região Metropolitana de Belo Horizonte em 2013

EXERCÍCIO E DIABETES

Instituições de Longa Permanência: Desafios e Modelos Possíveis. Neuma Nogueira Coordenadora do Grupo Vida - Brasil

Mostra de Projetos Terceira Idade e Movimento

AS TEORIAS MOTIVACIONAIS DE MASLOW E HERZBERG

ATIVIDADE FÍSICA, APTIDÃO FÍSICA, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA

SAÚDE E EDUCAÇÃO INFANTIL Uma análise sobre as práticas pedagógicas nas escolas.

VIII Jornada de Estágio de Serviço Social O SERVIÇO SOCIAL NA PROLAR: BUSCANDO A EFETIVAÇÃO DO DIREITO À MORADIA.

Quando o entardecer chega... o envelhecimento ainda surpreende muitos. Programa de Preparação para a Aposentadoria

É projeto porque reúne propostas de ação concreta a executar durante determinado período de tempo. É político por considerar a escola como um espaço

Roteiro VcPodMais#005

Aula 1 Uma visão geral das comorbidades e a necessidade da equipe multidisciplinar

A SAÚDE NO GOVERNO LULA PROGRAMA DE GOVERNO

Projeto. Supervisão. Escolar. Adriana Bührer Taques Strassacapa Margarete Zornita

Elétrica montagem e manutenção ltda. AVALIAÇÃO DE COLABORADORES

O ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 ANOS: CONTRIBUIÇÕES PARA UM DEBATE

Como agregar valor durante o processo de auditoria

Orientação para Aposentadoria. Donália Cândida Nobre Assistente Social Suzana Pacheco F. de Melo Psicóloga

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

14 de novembro. Em 2012, o tema proposto é "Diabetes: Proteja Nosso Futuro" Ações do Ministério da Saúde

Serviço Social. DISCURSIVA Residência Saúde 2012 C COORDENADORIA DE DESENVOLVIMENTO ACADÊMICO D A. wwww.cepuerj.uerj.br ATIVIDADE DATA LOCAL

SEMANA DE ATENÇÃO À PESSOA IDOSA INSTITUCIONALIZADA

PROGRAMA ATIVIDADE MOTORA ADAPTADA

TRABALHO PEDAGÓGICO NA PERSPECTIVA DE UMA ESCOLA INCLUSIVA. Profa. Maria Antonia Ramos de Azevedo UNESP/Rio Claro.

GUIA PRÁTICO APOIOS SOCIAIS FAMÍLIA E COMUNIDADE EM GERAL

Protocolo em Rampa Manual de Referência Rápida

VIII Jornada de Estágio de Serviço Social A ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DO DEFICIENTE VISUAL - APADEVI

Violência contra a pessoa idosa Discutindo Indicadores Maria Cecília de Souza Minayo

CUIDAR DE CUIDADORES: PROGRAMA DE TREINAMENTO PARA CUIDADORES DE IDOSOS DEPENDENTES

CHECK - LIST - ISO 9001:2000

PAR. Torne-se um PAR para que sua vida seja ÍMPAR ACELBRA-RJ

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

ESTADO DE SANTA CATARINA

Organizando Voluntariado na Escola. Aula 1 Ser Voluntário

PROJETO. A inserção das Famílias no CAMP

MULHERES IDOSAS E AIDS: UM ESTUDO ACERCA DE SEUS CONHECIMENTOS E SITUAÇÕES DE VULNERABILIDADE

Promoção para a Saúde


Envelhecimento Ativo VEREADOR NATALINI

REQUERIMENTO DE INDICAÇÃO Nº... DE (Do Sr. Francisco Praciano)

PPRDOC PROGRAMA DE PREVENÇÃO E REABILITAÇÃO DE DOENÇAS OCUPACIONAIS E CRÔNICAS

INTRODUÇÃO. Sobre o Sou da Paz: Sobre os Festivais Esportivos:

Família. Escola. Trabalho e vida econômica. Vida Comunitária e Religião

PROJETO CASA LAR DO CEGO IDOSO CIDADANIA NO ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL

1 IDENTIFICAÇÃO 2 INTRODUÇÃO

Dispõe sobre a política nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências.. CAPÍTULO I. Da Finalidade

ANEXO I DESCRIÇÃO DAS ATRIBUIÇÕES DOS CARGOS TABELA A ATRIBUIÇÕES DO CARGO PROFESSOR E PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA 20 HORAS

CONSTRANGIMENTOS DOS SERVIÇOS E EQUIPAMENTOS NA ADMISSÃO DE PESSOAS IDOSAS DO FORO MENTAL

Mais informações:

CONCEPÇÕES DE IDOSOS ACERCA DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PARA UM ENVELHECER SAUDÁVEL

Pedagogia Estácio FAMAP

1. Documento:

Trabalho em Equipe e Educação Permanente para o SUS: A Experiência do CDG-SUS-MT. Fátima Ticianel CDG-SUS/UFMT/ISC-NDS

Compromisso para IPSS Amigas do Envelhecimento Ativo CONFEDERAÇÃO NACIONAL INSTITUIÇÕES DE SOLIDARIEDADE

SERVIÇO SOCIAL MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO. 2º Semestre de 2012

ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO DE CRIANÇAS/ADOLESCENTES PARA FINS DE ADOÇÃO INTERNACIONAL (CONTEÚDOS RELEVANTES)

FATORES PARA A INCLUSÃO NO MERCADO DE TRABALHO: EDUCAÇÃO, CIDADANIA E DESENVOLVIMENTO DAS QUALIDADES PESSOAIS

Pessoas com Deficiência nos Censos Demográficos Brasileiros

RELATÓRIO DAS ATIVIDADES 2004

Transcrição:

Artigo apresentado no II Seminário de Pesquisas e TCC da FUG no semestre 2011-2 Coordenação, organização e formatação final: Prof. Dr. Rodrigo Irani Medeiros A IMAGEM CORPORAL DE IDOSOS PRATICANTES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NO CENTRO DE CONVIVÊNCIA DE IDOSOS VILA VIDA Fabrício Pereira de Castilho 1 Márcia Josefa Silva 1 Cátia Rodrigues dos Santos Mendes 2 RESUMO: O objetivo geral desta pesquisa consiste em realizar uma análise e um estudo dos idosos usuários do Centro de Convivência de Idosos Vila Vida e identificar as principais diferenças na imagem corporal dos mesmos. Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre o assunto, além de uma pesquisa de campo, e foram realizadas entrevistas, elaboradas pelos pesquisadores com idosos homens e mulheres usuários do Centro de Convivência de Idosos Vila Vida. Os dados foram organizados e categorizados para análise e apresentação do artigo. Os resultados obtidos trazem informações sobre a imagem corporal e fazem uma análise do nível de impacto da prática das atividades físicas nos domínios físico, psicológico e social dos idosos participantes. Por meio deste estudo, podemos constatar a importância e os benefícios das atividades físicas para pessoas idosas. Os resultados confirmaram as hipóteses levantadas no início da pesquisa de que a prática de atividade física na velhice é fundamental para melhorar a imagem corporal, aumentar a autonomia e o tempo de vida. Palavras-chave: imagem corporal, idoso, atividade física. THE BODY IMAGE OF AGED PRACTITIONERS OF PHYSICAL EXERCISES IN CENTRO DE CONVIVÊNCIA DE IDOSOS VILA VIDA ABSTRACT: The goal of this research is to conduct an analysis and a study of elderly users of Centro de Convivência de Idosos Vila Vida and identify key differences in body image of themselves. For this purpose, we performed a literature search on the subject, and a field research and interviews were conducted, developed by researchers with the elderly (men and women) users of Centro de Convivência de Idosos Vila Vida. Data were organized and categorized for analysis and presentation of the article. The results provide information about body image and make an analysis of the impact of physical activities in the physical, psychological and social aspects of the elderly participants. Through this study, we note the importance and benefits of physical activity for older people. The results confirmed the assumptions made at the beginning of research that physical activity in old age is essential to improve body image, increasing autonomy and lifetime. Keywords: body image, elderly, physical activity. 1 Acadêmico do Curso de Educação Física pela Faculdade União de Goyazes 2 Professora Orientadora da Faculdade União de Goyazes

2 1 INTRODUÇÃO O envelhecimento está associado a uma variedade de limitações físicas e psicológicas. Frequentemente, isso torna difícil para os indivíduos desempenhar certas ações. Dependendo de sua motivação, circunstanciais, ambientais e reações à incapacidade, aqueles que são assim afetados podem também ficar inválidos (incapazes de desempenhar as atividades desejadas). A conseqüência de tal invalidez é uma deterioração da autoimagem corporal (CHAIM, 2009). Envelhecer é um fato natural dentro do processo de desenvolvimento humano, mas podemos verificar que envelhecemos de formas diferentes e nesse sentido a atividade física será fator determinante para que a velhice seja enfrentada de maneira mais consciente (CHAIM, 2009). A prática regular de exercícios físicos acompanha-se de benefícios que se manifestam sob todos os aspectos no organismo. Do ponto de vista músculo-esquelético, auxilia na melhora da força e do tônus muscular e da flexibilidade, fortalecimento dos ossos e das articulações (CHAIM, 2009). Já no campo da saúde mental, a prática de exercícios ajuda na regulação das substancias relacionadas ao sistema nervoso, melhora o fluxo sanguíneo para o cérebro, ajuda na capacidade de lidar com problemas e com o estresse. Além disso, auxilia na manutenção e recuperação da autoestima e exerce efeitos importantes para o convívio social (CHAIM, 2009). Assim, sabemos que na prática não existe uma política voltada para a imagem corporal do idoso e por ser o Brasil hoje um país maduro e que daqui a pouco será um país idoso, então acreditamos que essa se torna uma questão de saúde pública. Pensando desta maneira e por atuarmos na área de atividade física para o idoso, decidimos desenvolver o presente estudo com o objetivo de investigar a imagem corporal dos idosos residentes no Centro de Convivência de Idosos Vila Vida, em relação ao desempenho físico e motor e tentar definir como o profissional de Educação Física poderá auxiliar na

3 melhora dessa auto-imagem, utilizando principalmente atividades dirigidas como a caminhada e o alongamento. Outro fator que nos motivou a propor esta pesquisa é o fato de que não existem muitos estudos que têm como foco principal essa população, no caso os idosos, e nem um trabalho voltado para a grande massa populacional que se utiliza dos abrigos para idosos, ainda mais associado ao trabalho de um profissional da Educação Física. Segundo CHAIM (2009), no período de 1960 a 1980 deu-se a institucionalização do atendimento ao idoso em várias modalidades, sendo predominantemente abrigos e asilos para pessoas idosas sem renda mensal ou com renda mensal até um salário mínimo. Destaca-se nessas iniciativas, particularmente as organizações ligadas a Igreja Católica (principalmente os Vicentinos) as organizações espíritas e inúmeras organizações não governamentais/não religiosas. No campo da assistência social ao idoso, destacamos alguns itens específicos indicados pelo Relatório Nacional Brasileiro Sobre o Envelhecimento da População Brasileira (ITAMARATY, 2002): - implantação e implementação das modalidades de atendimento aos idosos: Casa Lar, Centro Dia, Centro de Convivência, Atendimento Domiciliar, Atendimento Integral Institucional; Família Acolhedora, Família Natural; - ampliação e fortalecimento da rede de atendimento ao idoso; - revitalização da rede prestadora de serviços de atenção ao idoso (asilos, centros de convivência, centro dia, casa lar e outros); - normatização e definição de padrões mínimos de serviços de ação continuada para financiamento da rede prestadora de serviços. A partir do dia 23 de setembro de 2003 a situação dos asilos no Brasil passa a ser regulamentada pelo Parecer 1301/03 (Estatuto do Idoso), mais especificamente nos artigos:

4 Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obrigadas a firmar contrato de prestação de serviços com a pessoa idosa abrigada. 1º No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a cobrança de participação do idoso no custeio da entidade. Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada. Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias unidades, observadas as normas de planejamento e execução emanadas do órgão competente da Política Nacional do Idoso, conforme a Lei n 8.842, de 1994. Parágrafo único. As entidades governamentais e não governamentais de assistência ao idoso ficam sujeitas à inscrição de seus programas, junto ao órgão competente da Vigilância Sanitária e Conselho Municipal da Pessoa Idosa, e em sua falta, junto ao Conselho Estadual ou Nacional da Pessoa Idosa, especificando os regimes de atendimento, observados os seguintes requisitos: oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança; Art. 50. Constituem algumas (destaque nosso) obrigações das entidades de atendimento: - fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimentação suficiente; - oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade; - oferecer atendimento personalizado; - oferecer acomodações apropriadas para recebimento de visitas; - proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade do idoso; - promover atividades educacionais, esportivas, culturais e de lazer; - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças; - comunicar à autoridade competente de saúde toda ocorrência de idoso portador de doenças infecto-contagiosas; - manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do atendimento, nome do idoso, responsável, parentes, endereços, cidade, relação de seus pertences, bem como o valor de contribuições, e suas alterações, se houver, e demais dados que possibilitem sua identificação e a individualização do atendimento; manter no quadro de pessoal profissionais com formação específica. (BRASIL, 2011).

5 2 CENTRO DE CONVIVÊNCIA DE IDOSOS VILA VIDA Segundo dados da Prefeitura Municipal de Trindade (2011), o Centro de Convivência Vila Vida Dona Olga Chaves de Rezende, situado em Trindade/GO, é administrado e mantido pela Secretaria de Assistência Social do município. O Centro de Convivência Vila Vida não é um abrigo e sim uma casa-lar, instituição de longa permanência de idosos independentes. São 30 residências localizadas numa pequena vila fechada, em que moram idosos que não precisam de cuidados permanentemente, pois ainda conseguem viver de forma independente. O Centro de Convivência Vila Vida tem um coordenador e três funcionários para fazer a manutenção do espaço. A cada quinze dias, é realizada visita médica aos idosos, que também contam com o atendimento do Posto de Saúde da Família que fica ao lado da instituição. Há uma piscina, onde é oferecido, três vezes por semana, hidroginástica com acompanhamento de educador físico. Além disso, semanalmente, é realizada uma festa de confraternização entre os moradores e idosos de outras comunidades que queiram participar. Situado na Rua Jorge Alves de Melo, no Setor Cristina II, em Trindade/GO, o Centro de Convivência de Idosos Vila Vida é um órgão público municipal, sem fins lucrativos, e tem responsabilidade de abrigar, em unidades domiciliares, casais de idosos, aposentados, com idade igual ou superior a 60 anos, com autonomia funcional, sem família e que não apresentam problemas psiquiátricos. (Prefeitura Municipal de Trindade, 2011). Os moradores contam com equipe multidisciplinar formada por médico, enfermeiras, psicólogos, pedagoga e assistentes sociais. Podem participar de atividades de socialização e lazer, como hidroginástica, natação, oficinas nas quais são produzidas peças de artesanato, dança de salão e alfabetização. Normas, direitos e deveres constam no regimento

6 interno da instituição, aprovado em novembro de 2010, baseado no Estatuto do Idoso. O Centro de Convivência de Idosos Vila Vida possui 30 casas construídas para atender pessoas da terceira idade aposentadas. No local, os moradores têm toda a infra-estrutura necessária, incluindo atenção especial à saúde, por meio de atendimento psicológico, enfermagem e serviço social. (Prefeitura Municipal de Trindade, 2011). Além da dedicação a seus moradores, a Vila Vida atende mensalmente cerca de 2 mil idosos da comunidade que, durante o dia, também participam de diversas atividades gratuitas. Entre elas, palestras educativas, alfabetização, coral, dança de salão, hidroginástica, natação e bailes dançantes semanais. Para morar no local, é preciso fazer um cadastro na Secretaria Municipal de Assistência Social e, quando há vaga, é feita triagem para verificar se o idoso realmente tem independência econômica e financeira. (Prefeitura Municipal de Trindade, 2011). Para ser morador é preciso: - Ter idade mínima de 60 anos; - Ser aposentado e/ou beneficiário da previdência continuada (BPC); - Ter autonomia funcional para cuidar de si próprio; - Não ter família ou não possuir condições para morar com parentes; - Não apresentar dependência química ou comprometimento psiquiátrico; - Não possuir doenças infecto-contagiosa; - Apresentar documentos pessoais. Para ser freqüentador é necessário: - Ter acima de 60 anos; - Ter autonomia funcional.

7 3 A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA NA TERCEIRA IDADE Conforme atesta-nos LEITE (1990): Uma velhice tranqüila é o somatório de tudo quanto beneficie o organismo, como por exemplo, exercícios físicos, alimentação saudável, espaço para o lazer, bom relacionamento familiar. Com isso, este estudo vem buscar a auto-imagem corporal e a longevidade, pela atividade física, cuja prática traz grandes benefícios, principalmente para a população da terceira idade. Por outro lado, sabe-se que o processo de envelhecimento é acompanhado por uma série de alterações fisiológicas ocorridas no organismo (LEITE, 1990), bem como pelo surgimento de doenças crônico degenerativas advindas de hábitos de vida inadequados (tabagismo, ingestão alimentar incorreta, tipo de atividades laboral e ausência de atividade física regular). Em virtude desses aspectos, acredita-se que a participação do idoso em programas de exercício físico regular poderá influenciar no processo de envelhecimento, com impacto sobre a qualidade e expectativa de vida, melhoria das funções orgânicas, garantia de maior independência pessoal e um efeito benéfico no controle, tratamento e prevenção de doenças como diabetes, enfermidades cardíacas, hipertensão, arteriosclerose, varizes, enfermidades respiratórias, artrose, distúrbios mentais, artrite e dor crônica (MATSUDO & MATSUDO, 1993). Por esses motivos, diversos estudos nessa área têm procurado descrever os benefícios, dificuldades e peculiaridades do condicionamento físico, visando prevenir e atenuar o declínio funcional decorrente do processo de envelhecimento (LEITE, 1990; MATSUDO & MATSUDO, 1993); outros trabalhos analisaram o risco à saúde decorrente da participação do idoso em programas de exercícios (WEINECK, 1991), ou os critérios

8 mínimos de aptidão cardio-respiratória e motora para sustentar o programa sem risco à saúde (LEITE, 1990). De acordo com LEITE (1990), com o declínio gradual das aptidões físicas, o impacto do envelhecimento e das doenças, o idoso tende a ir alterando seus hábitos de vida e rotinas diárias por atividades e formas de ocupação pouco ativas. Os efeitos associados à inatividade e a má adaptabilidade são muito sérios. Podem acarretar numa redução no desempenho sérios, na habilidade motora, na capacidade de concentração, de reação e de coordenação, gerando processos de auto-desvalorização, apatia, insegurança, perda da motivação, isolamento social e a solidão. Assim, as capacidades físicas, as modificações anatomo-fisiológicas, as alterações psicos-sociais e cognitivas, são regredidas ao decorrer do processo de envelhecimento, bem como: - Capacidades físicas: há uma diminuição de: coordenação motora grossa e fina, habilidades, equilíbrio, esquema corporal, visão e audição; - Modificações anatomo-fisiológicas: hipotrofia cerebral e muscular, diminuição da elasticidade vascular e muscular, concentração de tecido adiposo, tendência à perda de cálcio pelos ossos, desvios de coluna, redução da mobilidade articular, altura, densidade óssea, volume respiratório, resistência cardio-pulmonar, freqüência cardíaca máxima, débito cardíaco, consumo máximo de oxigênio e mecanismos de adaptação (hermodinâmicos, termorreguladores,imunitários e hidratação), insuficiência cardíaca; - Função Cognitiva: é expressa pela velocidade de processamento das informações, assim influenciadas pela quantidade de motivação e estimulação. Com isso, só sofrerá negativas se não for estimulada. - Alterações psicossociais: ocorre, a diminuição da sociabilidade, a depressão, mudanças no controle emocional, isolamento social e baixa auto-estima, ocasionadas pela aposentadoria, pela dificuldade auditiva, visual e motora, pela síndrome do ninho vazio (saída dos filhos, de casa), pela impotência sexual, entre outras.

9 Além do mais, essas alterações podem ocasionar várias patologias físicas e psíquicas. Cabe a nós, educador físico, usarmos da nossa profissão, como um dos meios de minimizar e prevenir estas, tornando-os indivíduos/idosos mais saudáveis, mais aptos, bem dispostos, independentes, reintegrados, com melhores condições de vida, valorizandose e sendo valorizado. LEITE (1990) considera que a velhice sempre é vista como um período de decadência física e mental. É um conceito equivocado, pois muitos cidadãos que chegam aos 65 anos, já que esta é a idade oficializada pela Organização das Nações Unidas, como limite entre fase adulta e velhice, ainda são completamente independentes e produtivos. Acreditamos na decadência sim, mas da sociedade que perde, não dando valor ou criando espaços adequados para as necessidades de nossos velhos. A população idosa, em nosso país, cresce a cada dia e com ela as dificuldades e as necessidades de adequar soluções eficientes, junto aos órgãos públicos, com o objetivo de tornar digna a vida de nossos idosos. Na elaboração de um programa de exercícios físicos é importante ter o conhecimento específico sobre a faixa etária em que o indivíduo está inserido e sobre as modificações que ocorrem neste período, além de considerar também as peculiaridades individuais. Neste sentido, tem-se procurado apontar alterações decorrentes do processo de envelhecimento, bem como as implicações dessas alterações na elaboração e supervisão desses programas. O envelhecimento é um processo que, do ponto de vista fisiológico, não ocorre necessariamente em paralelo ao avanço da idade cronológica, apresentando considerável variação individual; este processo surge acompanhado por uma série de modificações nos diferentes sistemas do organismo, seja a nível antropométrico, muscular, cardiovascular, pulmonar, neural ou de outras funções orgânicas que sofrem efeitos deletérios, além do declínio das capacidades funcionais e modificações no funcionamento fisiológico (MATSUDO & MATSUDO, 1993).

10 O envelhecimento é marcado por um decréscimo das capacidades motoras, redução da força, flexibilidade, velocidade e dos níveis de VO2 máximo, dificultando a realização das atividades diárias e a manutenção de um estilo de vida saudável (MARQUES, 1996). Ocorrem alterações fisiológicas durante o envelhecimento que podem diminuir a capacidade funcional, comprometendo a saúde e auto-imagem corporal do idoso. Essas alterações acontecem: ao nível do sistema cardiovascular; no sistema respiratório com a diminuição da capacidade vital, da freqüência e do volume respiratório; no sistema nervoso central e periférico, onde a reação se torna mais lenta e a velocidade de condução nervosa declina e; no sistema músculo-esquelético pelo declínio da potência muscular, não só pelo avanço da idade, mas pela falta de uso e diminuição da taxa metabólica basal (MATSUDO & MATSUDO, 1993). Antes de iniciar qualquer tipo de exercício, considera-se importante que o idoso seja submetido a uma avaliação médica cuidadosa, constando preferencialmente de um teste de esforço para prescrição do programa, quanto a essa recomendação é importante levar em conta alguns critérios que deverão influenciar a seleção do protocolo e servem, também, para ilustrar algumas das importantes restrições impostas pelo envelhecimento quanto à realização de exercícios: a diminuição de VO2 máximo pode requerer que se opte por um teste de baixa e moderada intensidade e maior duração; usar maior período de aquecimento e pequenos incrementos nas cargas ou incremento em intervalos de tempo maior; em função da maior fadigabilidade deve ser diminuída a duração total do teste; a diminuição dos níveis de equilíbrio e força indica o uso prioritário da bicicleta (ergômetro); a redução na coordenação muscular exige, muitas vezes, a realização de mais de um teste que se chegue a um resultado confiável; outros fatores como o uso de dentaduras, a diminuição da acuidade visual e auditiva, devem ser também considerados (MATSUDO & MATSUDO, 1993).

11 4 IMAGEM CORPORAL NA TERCEIRA IDADE De acordo com CHAIM (2009), perdas psicológicas e afetivas são implicações comuns na velhice, as quais aparecem, muitas vezes, em associação com perdas motoras e manifestações somáticas, caracterizadas pela redução da capacidade funcional, calvícies, envelhecimento cutâneo intrínseco, entre outras. As alterações físicas próprias do envelhecimento defrontam-se com uma sociedade que claramente discrimina indivíduos tidos como nãoatraentes, em uma série de situações cotidianas. Tais indivíduos estão mais sujeitos a encontrar ambientes sociais que variam do não-responsivo ao rejeitador, desencorajando o desenvolvimento de habilidades sociais e de um autoconceito favorável. (CHAIM (2009) Saikali (in CHAIM, 2009) descreve que a sociedade pode ser um modelo de preocupações com as medidas corporais, dietas excessivas, comportamentos não-saudáveis de controle de peso e até mesmo compulsões alimentares. Os indivíduos, sujeitos às pressões dessa sociedade, podem sofrer sérias distorções em sua imagem corporal. O conceito de imagem corporal pode ser definido como a experiência psicológica de alguém sobre a aparência e o funcionamento do seu corpo. É a maneira pela qual nosso corpo aparece para nós mesmos, correspondendo à representação mental do próprio corpo. De acordo com CHAIM (2009), muitos idosos rejeitam o próprio envelhecimento em virtude da imagem que fazem de si mesmos, desenvolvendo sentimento de desvalorização e de baixa auto-estima. Nesse sentido, CHAIM (2009) define auto-estima como sendo o sentimento, o apreço e a consideração que uma pessoa sente por si própria, ou seja, o quanto ela gosta de si, como ela se vê e o que pensa sobre ela mesma. A auto-estima é composta de sentimentos de competência e de valor pessoal, acrescida de respeito e auto-confiança, refletindo o julgamento implícito da nossa capacidade de lidar com os desafios da vida.

12 A presença de uma auto-estima positiva, que leva o indivíduo a sentirse confiante, adequado à vida, competente e merecedor, é indispensável para uma vida satisfatória. Conhecer a relação que o idoso mantém com seu corpo e as implicações disto na sua auto-estima são fundamentais para que os profissionais de saúde considerem, em suas práticas avaliações e intervenções todos os aspectos que envolvam a saúde do indivíduo, sejam eles físicos, psicológicos, emocionais, mentais, entre outros, objetivando entender e estimular o idoso holisticamente. Assim, como estaria a percepção e a satisfação com a imagem corporal no idoso que vive em nossa sociedade? Como se encontra a autoestima do idoso? Estariam satisfeitos com a imagem corporal e auto-estima do idoso prejudicadas em função do ambiente em que ele está inserido? Postas estas ideias, chegamos ao problema da pesquisa: o trabalho dirigido em Educação Física melhora a auto-imagem corporal do idoso, bem como redefine as questões da imagem corporal dos usuários do Centro de Convivência de Idosos Vila Vida? Nossa hipótese inicial era de que a atividade física orientada e dirigida recupera a imagem corporal do idoso.

13 5 METODOLOGIA A pesquisa aqui demonstrada foi alicerçada em referencial teórico para amparar a pesquisa de campo, realizada com grupo de idosos sob o acompanhamento do profissional de Educação Física. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa, conforme protocolo nº 063/2011-2 juntamente à Faculdade União de Goyazes. A amostra selecionada foi de cunho investigativo, e consistiu em um grupo de 10 participantes (idosos) que participaram de atividade orientada, caminhada e alongamentos, e mais 20 que não participaram das atividades. Foram incluídos indivíduos de ambos os sexos; que aceitaram participar do estudo, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido; com mais de 60 anos de idade e usuários do Centro de Convivência de Idosos Vila Vida em 2011. Foram excluídos do estudo indivíduos que não aceitaram participar do estudo e que não contemplaram os critérios de inclusão. Os instrumentos utilizados para a realização da pesquisa consistiram na aplicação de um questionário da Escala de silhuetas de Sorensen e Sunkarsd (que busca fazer uma anamnese de como está a auto-imagem do idoso usuário do Centro de Convivência de Idosos Vila Vida, e identificar os principais fatores que dificultam essa auto-imagem corporal), na utilização de uma ficha (para definir como cada idoso se vê corporalmente, ou seja, diagnosticar sua imagem corporal) e na aplicação de um teste de aptidão física (teste de flexibilidade ou senta e levanta, para detectar como está o condicionamento físico do grupo que irá participar da atividade orientada, que no caso é a caminhada). 5.1 RESULTADOS

14 O questionário aplicado ao grupo consistiu na Escala de Silhuetas de Sorensen e Stunkard (Figura 1), por considerarmos que a mesma pode ser uma proposta de avaliação do componente atitudinal da imagem corporal, referente à insatisfação corporal. Ela é composta de figuras humanas com diferentes dimensões e formas corporais, que variam desde a mais magra até a mais gorda. As perguntas incluem a autoavaliação da imagem corporal atual e da imagem corporal ideal. Foi considerado o valor numérico escolhido pelo avaliado, de 1 a 9, para a imagem corporal real e para a imagem corporal Ideal.

15 Em relação ao sexo, a amostra selecionada é composta por 26 mulheres e 4 homens, distribuídos proporcionalmente conforme o gráfico abaixo (Figura 2): 4; 13% Masculino Feminino 26; 87% Figura 2. Composição da amostra selecionada (por sexo). Essa porcentagem reflete a situação global do Centro de Convivência de Idosos Vila Vida, uma vez que a maioria de seus usuários é do sexo feminino. Cabe aqui destacar que a idade do grupo entrevistado variou entre 60 e 81 anos. Entre os 10 participantes (idosos) que participaram de atividade orientada, caminhada e alongamentos, todos deram respostas semelhantes nas duas perguntas, conforme o gráfico abaixo (Figura 3).

16 Em outras palavras, todos os participantes de atividade orientada consideram sua aparência corporal atual satisfatória e condizente com a aparência que gostariam de ter. 0; 0% Satisfeitos Insatisfeitos 10; 100% Figura 3. Resposta dos participantes de atividade orientada à Escala de Sorensen e Stunkard. Entre os 20 usuários que não participaram de atividade orientada, caminhada e alongamentos, apenas 2 deram respostas semelhantes nas duas perguntas, conforme o gráfico abaixo (Figura 4).

17 2; 10% Satisfeitos Insatisfeitos 18; 90% Figura 4. Resposta dos não-participantes de atividade orientada à Escala de Sorensen e Stunkard. Isso significa dizer que a maioria dos usuários não-praticantes de atividade orientada considera sua aparência corporal atual insatisfatória e não-condizente com a aparência que gostariam de ter. 5.2 DISCUSSÃO A Escala de Silhuetas de Sorensen e Stunkard, utilizada neste estudo, mostrou ser de rápida aplicação e de fácil entendimento pelos idosos participantes.

18 Comparando-se os grupos, pode-se sugerir que o grupo de usuários praticantes de atividade orientada possui melhor sentido de normalidade no que diz respeito ao tamanho corporal, uma vez que a diferença de pontuação média da imagem corporal atual para a imagem corporal que gostaria de ter é menor que a diferença encontrada no grupo de usuários não-praticantes de atividade orientada. Essa diferença, inclusive, é evidente: 100% dos praticantes de atividade orientada participantes da pesquisa consideram sua aparência física satisfatória, enquanto 90% dos não-praticantes de atividade orientada participantes da pesquisa consideram sua aparência física longe da que gostaria de ter. Destaca-se o fato de que, em ambos os grupos, a imagem corporal que o indivíduo gostaria de ter (ou seja, uma imagem idealizada) corresponde a uma silhueta diferente e mais magra daquela que os sujeitos definiram como sendo suas silhuetas atuais, para a maioria dos indivíduos. Sabe-se que a prevalência de sobrepeso e obesidade vem aumentando rapidamente no Brasil e no mundo, constituindo um problema de saúde pública. Ambos contribuem de forma importante para o surgimento de doenças crônicas, além de predispor à instalação de incapacidades, afetando a qualidade de vida dos envolvidos. No caso dos participantes da pesquisa, os que não praticam atividade física orientada alegam não fazê-lo devido a problemas de saúde (dentre os mais citados: doenças cardiorrespiratórias, reumatismo e artrite).

19 6 CONCLUSÃO Os dados apresentados neste estudo indicam que os usuários do Centro de Convivência de Idosos Vila Vida que não praticam as atividades orientadas oferecidas pelo Centro mostram-se, em sua maioria, insatisfeitos com sua imagem corporal. Por sua vez, os usuários praticantes de atividade orientada têm uma imagem corporal bastante próxima da aparência física que gostariam de ter, demonstrando satisfação com o próprio corpo. A autoimagem está, portanto, relacionada à imagem corporal, definida neste trabalho como sendo a experiência psicológica de alguém sobre a aparência e o funcionamento do seu corpo. Sabe-se que a satisfação com a imagem corporal e com a autoestima depende de múltiplos fatores, que interferem direta ou indiretamente nos cuidados com a saúde do idoso, merecendo abordagem em estudos futuros. Dessa forma, sugerimos a continuidade do estudo com maior número de sujeitos e a observação de outras variáveis.

20 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Estatuto do Idoso. Parecer 1301 de 23 de Setembro de 2003. Disponível em: <http://www.senado.gov.br/web/relatorios/destaques/200305 7rf.pdf>. Acesso em 12 de set. de 2011. BRASIL. Relatório nacional brasileiro sobre o envelhecimento da população brasileira. Disponível em: <http://www2.mre.gov.br/relatorio_envelhecimento. doc>. Acesso em 10 de set. de 2011. CHAIM, J., IZZO, H., & SERA, C. T. N. Cuidar em saúde: satisfação com imagem corporal e autoestima de idosos. São Paulo: Revista O Mundo da Saúde, 2009. ITAMARATY. Relatório Nacional Brasileiro sobre o Envelhecimento da População Brasileira, 2002. LEITE, P. F. Aptidão física esporte e saúde: prevenção e reabilitação. 2. ed. São Paulo: Robe, 1990. MARQUES, A. A prática de atividade física nos idosos: as questões pedagógicas. Horizonte. Portugal, v. 08, n. 74, p. 11-17, 1996. MATSUDO, S. M.; MATSUDO, V. Prescrição e benefícios da atividade física na terceira idade. Revista Horizonte, São Paulo, n. 54, p. 221-228, 1993. NERI, A.L. (org). Maturidade e velhice: Trajetórias individuais e socioculturais. São Paulo: Papirus, 2002. PREFEITURA MUNICIPAL DE TRINDADE. Secretaria de Assistência Social. Disponível em: http://www.trindade.go.gov.br. Acesso em 07 de ago. de 2011. RAUCHBACH, R. A. Atividade física para a terceira idade, analisada e adaptada. 1. ed. Curitiba: Lovise, 1990. VERAS, Renato Peixoto. Velhice numa perspectiva de futuro saudável. Disponível em: <http://www.unati.uerj.br/crde/texto/unati2.pdf>. Acesso em 10 de set. de 2011. WEINECK, J. Biologia do esporte. São Paulo: Manole, 1991.