N 16-19 de Abril de 2010



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Título Economia de baixo carbono, desafios e oportunidades para o setor elétrico Veículo Canal Energia Data 16 dezembro 2015 Autor Claudio J. D.

Transcrição:

N 16-19 de Abril de 2010 OS PREÇOS DO AÇÚCAR E DO ETANOL ANIDRO E HIDRATADO CARBURANTE VOLTAM A CAIR, E O PREÇO DO ETANOL HIDRATADO INDUSTRIAL MANTEM ALTA POSIÇÃO: Semana de 12 a 16/04/2010 1. Preços médios do açúcar e do etanol levantados pela ESALQ/CEPEA PRODUTO SEMANA VARIAÇÃO 05 a 09/04/10 12 a 16/04/10 R$ % R$ R$/kg ATR R$ R$/kg ATR ABMI R$/saco 67,46 0,6281 66,78 0,6217-0,68-1,01 EAC R$/m3 935,30 0,3291 928,80 0,3268-6,50-0,69 EHC R$/m3 913,90 0,3356 832,30 0,3056-81,60-8,93 EHI R$/m3 845,60 0,3105 891,30 0,3273 45,70 5,40 Dólar R$ 1,7687 1,7548-0,0140-0,79 2. Preço líquido do açúcar ao produtor PRODUTO 05 a 09/04/10 12 a 16/04/10 VARIAÇÃO R$/t R$/saco R$/t R$/saco R$/t R$/saco % ABMI 1107,81 55,39 1096,67 54,83-11,13-0,56-1,01 O preço do açúcar apresenta no mês de ABRIL uma queda de 1,7% (R$ 18,6/t) e na safra apresenta uma queda de 0,6% (R$ 6,74/t ou R$ 0,34/saco). Figura 1. Comportamento dos preços do açúcar de mercado interno (ABMI) e externo, (ABME e AVHP) expressos em R$/saco de açúcar de mercado interno projetado para o mês de abril de 2010 (2ª semana) SAFRA 2010/2011 80 75 TIPOS DE AÇÚCAR 70 R$ POR SACO DE AÇÚCAR 65 60 55 50 45 40 35 30 A B R I L A B R I L A B R I L 25 ABMI AVHP ABME 3. Preços líquidos do etanol anidro carburante (EAC), do etanol hidratado carburante (EHC) e industrial (EHI), ao produtor. 1

A Tabela apresentada abaixo mostra a variação dos preços líquidos do etanol acumulados no mês de abril - safra 2010/2011. VARIAÇÃO EAC EHC EHI % No Mês 4,9 8,1 15,6 Na Safra A Figura 2 mostra o comportamento dos preços líquidos do etanol, expressos em R$/m3 de etanol anidro, nos 12 meses da safra 2009/2010. Figura 2. Comparação entre os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do Etanol de todos os tipos, expressos em R$/m3 de etanol anidro projetado para o mês de abril de 2010 (2ª semana) SAFRA 2010/2011 1950 1750 1550 R$/m3 de anidro 1350 1150 950 750 550 ABMI EAC EHC EAI EHI EAE EHE 4. Mercado Futuro No mercado externo (mercado futuro), os preços da Bolsa de Nova York (demerara) e da Bolsa de Londres (refinado) fecharam a semana, de 12 a 16/04/10, novamente em queda; a cotação do dólar também fechou em queda nesta semana, em relação à da semana anterior (05 a 09/04/10). Os preços do açúcar e do etanol no mercado interno continuam sem cotação. ATIVIDADES DA SEMANA 2

Dias 13 a 15 A Assessoria Técnica ministrou treinamento para Fiscais de Laboratório na CANASOL, em Araraquara. Dia 13 A Assessoria Técnica participou de reunião com técnicas do IEA Instituto de Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura e Abastecimento - Marli Dias e Katia Nachiluk - para analisar coeficientes técnicos levantados juntos aos produtores de canade-açúcar para elaboração do custo de produção. Participaram também Cleber Moraes, da CANAOESTE e Nelson Antunes Junior, da ASCANA. Dia 16 O Presidente, a Vice-Presidenta, o Diretor Tesoureiro e a Assessoria Técnica participaram de reunião do Conselho Deliberativo da ORPLANA, na Sede da ORPLANA, em Piracicaba, quando foram tratados os seguintes assuntos: 1. Esclarecimentos sobre a Lei 4.870 - Ferdinand Marinho Especialista em questões jurídicas relacionadas ao setor sucroalcooleiro do MAPA; 2. Aprovação da Ata da AGO de 19/03/2010; 3. CONSECANA Relato da ultima reunião; 4. Safra 2009/2010 - Produção de Cana, açúcar e etanol Posição final; Qualidade da matéria-prima e preço do kg de ATR e da cana, por unidade industrial; comparativo com a safra 2008/09 Final; Mix de Produção, Curva de Comercialização, Preços: mensais e acumulados, e média final; Receita do Setor da Agroindústria da cana-de-açúcar; Custos de Produção Março de 2010; 5. Safra 2010 Projeção de preço e Recomendações; 6. Atividades da Diretoria; 7. Outros assuntos. Participaram da reunião, representantes das Associações de: Andradina, Araçatuba, Araraquara, Assis, Barra Bonita, Capivari, Catanduva, General Salgado, Guariba, Iturama, Jaú, Lençóis Paulista, Monte Aprazível, Nova Olímpia, Novo Horizonte, Orindiuva, Ourinhos, Piracicaba, Porto Feliz, Santa Bárbara D Oeste, Sertãozinho e Valparaiso. NOTICIAS DA SEMANA Safra 2009/2010 fecha com crescimento de 7,32% na moagem; na nova safra ritmo ainda é lento São Paulo, 12 de abril de 2010 Os números finais da safra 2009/2010 na região Centro-Sul do País mostram um crescimento de 7,32% da moagem de cana-de-açúcar em relação à safra 2008/2009, com 541,94 milhões de toneladas computadas entre o início da safra 2009/10 e 31 de março de 2010. O início da moagem da safra 2010/2011 até o mês de abril apresenta, porém, um ritmo mais lento com 6,81 milhões de toneladas, cifra menor que a esperada. Em março, o processamento de cana foi prejudicado pela elevada precipitação pluviométrica, principalmente na segunda quinzena, com uma moagem de 11,02 milhões de toneladas. Deste total, 4,50 milhões referem-se à safra 2009/2010, e 6,52 milhões de toneladas das usinas que já haviam iniciado a safra 2010/2011. No início do mês de abril, 98 unidades produtoras estavam em operação na Região Centro-Sul, o que representa cerca de 30% do total que deverão operar nessa safra. matéria-prima A quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana na safra 2009/2010 terminou em 130,25 kg, 7,55% inferior ao valor observado no ano anterior. Em relação à cana processada na safra 2010/2011, a quantidade de ATR observada na primeira quinzena de março foi de 101,22 kg por tonelada. O valor na segunda quinzena chegou a 98,33 kg ATR por tonelada, queda de 2,86% em relação à primeira quinzena em razão da maior intensidade de chuvas. Açúcar e Etanol Do total de cana processada na safra 2009/2010, 42,59% foi destinada à produção de açúcar e 57,41% para o etanol. Desta forma, a produção acumulada de açúcar ficou em 28,64 milhões de toneladas, um crescimento de 7,07% em relação à safra 2008/2009. A produção de etanol, por sua vez, totalizou 23,69 bilhões de litros, sendo 6,20 bilhões de etanol anidro e 17,49 bilhões de etanol hidratado. 3

A produção de etanol e açúcar da nova safra (safra 2010/2011) até o momento totalizou 272,10 milhões de litros e 205,30 mil toneladas, respectivamente. Esses valores referem-se aos volumes produzidos pelas usinas que já haviam iniciado a nova safra antecipadamente, entre fevereiro e março. Vendas As vendas acumuladas de etanol de abril/2009 até março/2010 totalizaram 25,10 bilhões de litros, volume 1,36% superior ao observado no ano anterior. Desse total, 2,76 bilhões foram destinados ao mercado externo e 22,34 ao mercado doméstico, sendo 6,02 bilhões de etanol anidro e 16,32 de etanol hidratado. Enquanto as exportações tiveram uma redução de 34,41%, as vendas no mercado interno cresceram 11,43%, sendo 1,88% para o etanol anidro e 11,43% para o etanol hidratado, dos quais mais de 95% deste último foram utilizados nos veículos flex. No mês de março, as vendas de etanol ao mercado doméstico totalizaram 1,52 bilhão de litros, 13,35% menor que o volume vendido no mesmo mês do ano anterior (março/2009). É preciso notar, contudo, que as vendas diárias de etanol pelas usinas do Centro-Sul já apresentaram uma reação na segunda quinzena de março. Em dezembro/2010 eram de 47 milhões de litros; caíram para 35 milhões de litros em janeiro; totalizaram 28 milhões em fevereiro e atingiu 38 milhões de litros na segunda quinzena de março. Essa recuperação reflete o aumento da competitividade do etanol na bomba, já que em fevereiro o produto apresentava preços vantajosos em relação à gasolina em apenas um Estado. Já na última semana, o produto se apresentou competitivo em oito Estados do País. Abastecimento Apesar das condições climáticas desfavoráveis durante o período de entressafra, a moagem de cana no primeiro trimestre do ano totalizou 23,10 milhões de toneladas, o que representa um volume jamais visto para o período. Essa perfomance mostra o empenho do setor na produção para garantir o abastecimento durante a entressafra. A UNICA reitera que em relação ao abastecimento de etanol em algumas regiões do Estado nas últimas semanas, as eventuais dificuldades para a chegada do produto aos postos nada tem a ver com a disponibilidade do produto nas usinas, e sim com questões logísticas, sob controle das distribuidoras que apresentam dificuldade para antecipar as oscilações na demanda do etanol. Nova gigante do álcool prevê preços estáveis ETH, do grupo Odebrecht, avalia que o valor cobrado pelo biocombustível na bomba oscilará entre 65% e 70% do preço da gasolina. Grupo, que elevará sua capacidade de moagem de cana para 40 milhões de toneladas, aposta que valor abaixo de R$ 1 seja mais raro. Força emergente no mercado de álcool no Brasil, a ETH -controlada pelo Grupo Odebrecht - prevê o fim da fase de sobe e desce no preço do etanol nos postos de combustíveis. É mais do que uma crença. O modelo de negócio da ETH, que promete elevar de 13 milhões para 40 milhões de toneladas a capacidade de moagem de cana-de-açúcar até 2012 (isso a partir da associação com a Brenco), baseiase em parte na estabilidade de preços do álcool combustível em patamares mais elevados como condição para expansão do setor. Na última semana, mesmo depois do início da safra, o preço voltou a subir. A razão está no excesso de chuvas. Segundo José Carlos Grubisich, ex-presidente da Braskem (o braço petroquímico do grupo Odebrecht) e atual comandante da ETH, avaliações de mercado feitas pela companhia indicam que o preço do álcool na bomba oscilará entre 65% e 70% do preço da gasolina. Na prática, isso significa que a ETH prevê o fim do período em que o álcool é ofertado a menos de R$ 1 o litro, como em alguns momentos durante o auge da safra do Centro-Sul. "O que estamos observando em 2010 e 2011 são preços muito mais estáveis. A nossa previsão é que o preço médio desta safra seja muito mais alto que o preço médio da safra anterior. Achamos que o preço do álcool na bomba estará entre 65% e 70% do preço da gasolina", afirmou Grubisich. 4

Essa condição é o limite sobre o qual o etanol ainda é mais competitivo em relação ao combustível concorrente. Do ponto de vista estritamente econômico, os consumidores gastam mais quando abastecem seus veículos bicombustíveis com álcool quando o preço supera o patamar de 70% do valor da gasolina. Segundo o presidente da ETH, patamares mais elevados de preço darão à companhia um nível de receita e de geração de caixa mais confortáveis para cumprir o plano de investimento orçado em R$ 7,3 bilhões. É esse pacote de investimentos que dará à ETH peso mais relevante no mercado brasileiro de produtores de biocombustível e a condição de ser o maior produtor de etanol. Isso porque os demais processadores de cana produzem também açúcar. Grubisich afirma que, do total de capital que a companhia pretende investir até 2012, 40% serão bancados pelos sócios e 60% obtidos com financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e em outras instituições financeiras. "Para esse volume de investimento que levará a companhia a nove usinas produtoras, a situação está completamente equalizada", diz. O passo seguinte é que ainda não foi dado. O presidente da ETH afirma que elevar a capacidade para além dos 40 milhões de toneladas em moagem só será possível a partir da capitalização. A companhia avalia que, se cumprir a meta dos 40 milhões de toneladas, terá dado ao mercado provas de que tem condições de bancar e executar um plano de investimento. Assim, ele acredita que uma emissão primária de ações poderá obter preços maiores, algo que neste momento não ocorreria. Se obtiver sucesso nesse plano, a ideia será buscar recursos no mercado para dar um salto para 55 milhões a 60 milhões de toneladas de capacidade de processamento, o que tornará a ETH uma das gigantes do setor. Até lá, a companhia acredita que o mercado internacional poderá estar mais receptivo ao etanol de cana, com redução ou queda das barreiras tarifárias, sobretudo nos Estados Unidos, na União Européia e no Japão. Por enquanto, além de cumprir o plano de investimento, o foco da companhia é explorar o mercado interno - que, com sorte, dará um volume de receita maior do que ofereceu ao setor nos últimos anos (Folha de S. Paulo, 13/4/10). Pesquisa: centro de cana pode virar S.A. Mudança no Centro de Tecnologia Canavieira, dono do maior banco genético de cana do mundo, divide opiniões. O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), maior instituição de pesquisa de cana do mundo, caminha para se transformar em uma Sociedade Anônima e deixar de ser uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). A mudança pode ser votada em assembléia nesta quarta-feira, dia 14, em São Paulo (SP), abrirá caminho para a injeção direta de recursos externos privados e até para a venda do CTC, o que criou fortes divergências na instituição e entre os associados. Por ser uma OSCIP, o CTC é mantido pelos atuais 160 associados, entre usinas e associações de fornecedores de cana, e recursos externos só são possíveis por meio de parcerias e convênios. O presidente do Conselho de Administração do CTC, Roberto Rezende Barbosa (ex-sócio do Grupo NovAmérica, que foi vendido para o Grupo COSAN, do qual se tornou acionista), defendeu a mudança. Ele admitiu que a instituição poderá ser vendida, mas negou que essa seja a intenção. "A S.A. abre caminho para a venda, o que não é nossa intenção, e sim as parcerias e os novos arranjos; não é politicamente correto falar em venda agora." O executivo não gosta de falar em divergências internas sobre a questão dentro do CTC. "Ter unanimidade é difícil, cada cabeça tem uma opinião, mas todos percebem que é uma mudança para o bem." Uma das principais divergências é a avaliação do valor do patrimônio do CTC feita pelo RABOBANK, para a operação de joint venture entre COSAN e Shell. Como o COSAN é o maior acionista do CTC, com 20%, quando a joint venture foi montada, havia a necessidade de saber o valor do CTC. O problema é que alguns associados não concordaram com o valor dado pelo RABOBANK, considerado baixo demais. E, em uma futura de venda do CTC, a avaliação poderia ser usada. O CTC, de 40 anos, tem o maior banco genético de cana do Planeta e não se resume apenas à pesquisa com cana. O CTC tem uma série de soluções para os associados e outras variantes de 5

pesquisa, entre elas a com etanol de primeira e segunda, gerações. Alguns associados temiam que o CTC tivesse o mesmo tratamento - patrimonial e científico - dado, por exemplo, à Canavialis, empresa do grupo Votorantim vendida em 2008 para a Monsanto. A avaliação é a de que o interesse no CTC seria muito maior. Outro ponto de receio entre os associados é o poder que o Grupo COSAN, o qual defende a transformação em S.A., tende a ganhar no CTC, pois passará de maior associado atual para o maior acionista no CTC S.A., com cerca de um quarto de participação na empresa. O restante seria entre o Grupo São Martinho, com cerca de 5% e ainda pulverizado em outros 158 acionistas. "O capital acionário será proporcional à contribuição e a COSAN é lógico que será a maior", afirmou Barbosa (O Estado de S. Paulo, 14/4/10) CEISE BR, UNICA e ORPLANA Estreitam laços Importantes associações da cadeia produtiva buscam união em prol de melhorar o diálogo com o governo. Na semana passada, dia 07 de abril, estiveram reunidos os presidentes das entidades CEISE Br, Adézio Marques e UNICA, Marcos Jank, na ocasião do Seminário Ribeirão Cana Invest, em Ribeirão Preto, SP. Em outra oportunidade, houve também uma reunião com o presidente da ORPLANA, Ismael Perina Junior. O motivo dessas reuniões foi estreitar laços e estabelecer uma parceria para tratar sobre o núcleo de inteligência competitiva do setor sucroenergético. Com a união dessas três consolidadas associações da cadeia produtiva, sendo elas, CEISE Br, UNICA e ORPLANA, possivelmente facilitará a interlocução com os governantes e agentes financeiros e, assim, integrar efetivamente as ações do setor, explicou Adézio Marques, presidente do CEISE Br. Durante a reunião, Marcos Jank recebeu a proposta da união com entusiasmo e se comprometeu em fortalecer a parceria entre o CEISE Br, a UNICA e ORPLANA de maneira pró-ativa. O papel da UNICA será apresentar as demandas das usinas, do CEISE Br será explorar as dificuldades das indústrias de base do setor e da ORPLANA mostrar como representante dos plantadores de cana suas necessidades para com os governantes. Esta parceria, com certeza, atrairá a atenção dos governantes e de seus agentes financeiros de maneira global, bem como irá trazer benefícios de integração entre os participantes da cadeia para, num futuro próximo, elaborar um plano integrado de produção e comercialização dos produtos da usina tanto no Brasil quanto no exterior, finaliza Adézio (Assessoria de Comunicação, 13/4/10) Expansão da bioeletricidade mostra potencial do setor sucroenergético A performance da bioeletricidade, ao longo de 2009, chama a atenção e mostra o vigor dessa fonte, mesmo com as intempéries observadas por toda a cadeia produtiva do setor sucroenergético no ano passado. Dados preliminares do Ministério de Minas e Energia apontam para uma exportação de bioeletricidade da ordem de 5.872GWh em 2009, um valor 33% superior ao de 2008, 4.409GWh. Em termos de número de usinas exportando bioeletricidade, o crescimento foi superior a 10%, passando de 88 unidades para 100 unidades conectadas ao Sistema Interligado Nacional, comercializando uma energia renovável e de reconhecida qualidade. A bioeletricidade exportada ao longo de 2009, por essa centena de unidades, representou mais de 6% da energia produzida pela usina de Itaipu ou foi equivalente a duas vezes a produção anual da Usina Três Irmãos da Cesp (Companhia Energética de São Paulo). Quando se observa a capacidade instalada, a bioeletricidade também apresentou um desempenho digno de nota: essa fonte acrescentou 1.112 MW de potência instalada nova em 2009, superando todas as demais fontes, incluindo as grandes hidrelétricas e as térmicas convencionais. Somente a bioeletricidade representou 31% da capacidade instalada nova no país em 2009, significando acrescentar, em apenas um ano, o equivalente a 8% da potência total de Itaipu ou 10% do aproveitamento de Belo Monte, que deve ser responsável pela inundação de uma área prevista de 500 quilômetros quadrados. Por outro lado, apesar dessa performance, os dados futuros de capacidade instalada nova a ser agregada anualmente pelas usinas a biomassa causam preocupação: de 1.112MW em 2009 passaremos 6

para apenas 484MW em 2013, representando uma queda de 56% no período. Enquanto isso, as térmicas convencionais saem de um patamar de 1.111MW em 2009 para agregarem, apenas em 2013, um total de 5.304MW de capacidade instalada nova. As recentes declarações do Ministério de Minas e Energia e da Empresa de Pesquisa Energética, sobre o próximo Plano Decenal parecem demonstrar que se deseja reverter, ou pelo menos mitigar, o efeito indesejável sobre a sustentabilidade da matriz energética que a entrada maciça de fontes não-renováveis pode causar. Nesta linha, importante diretriz adotada pelo MME foi a decisão de promover um leilão de energia de reserva para as fontes alternativas, ainda neste semestre, para contratar energia a partir de 2013. Ainda que a formatação do certame não seja a adequada, pois é importante que a contratação ocorra por fonte (devido às especificidades da biomassa, eólica e PCHs), a retoma de leilões dedicados é importante diretriz para início da correção de percurso no planejamento energético. A diferença entre decisão política e política setorial está ligada principalmente à forma de planejamento, implementação e de continuidade. Enquanto a primeira é pontual, muitas vezes extemporânea e sem metas predefinidas, a política setorial exige a consolidação das decisões políticas sob metas claramente predefinidas, além de continuidade e planejamento na condução das ações para atingir tais metas. Nesse contexto, acredita-se que a realização de certames regulares para fontes alternativas, específicos por fonte, seja apenas uma ação dentro de uma nascente política setorial consolidada para as fontes alternativas. Seguramente, o sucesso na perenidade da inserção das fontes alternativas na matriz energética passa necessariamente tanto pela regularidade de leilões que contemplem suas especificidades, mas também é condição imprescindível a definição de patamares de preço no Ambiente de Contratação Regulada capazes de remunerar os investimentos. A política setorial a ser delineada também passa pelas condições de entorno do leilão, como diretrizes para o financiamento, o tratamento fiscal a ser dado para a cadeia produtiva, além de discutir os critérios quanto ao encargo de conexão, gargalo histórico para as fontes alternativas. Oportunidades nós temos para desenhar uma política setorial suficiente para destravar a inserção das fontes renováveis e alternativas na matriz de energia elétrica e representar um benchmark mundial em termos de política setorial para essas fontes. São reconhecidas as qualidades intrínsecas da bioeletricidade sucroenergética: fonte renovável, contra-sazonal à fonte hidráulica, contribui com a matriz energética limpa e de baixo carbono, proporciona economias na estrutura de transporte e confiabilidade na segurança do suprimento, significam projetos de rápida implantação, entre outras. Para a Unica, a bioeletricidade sozinha tem potencial suficiente para representar 14% da matriz energética em apenas dez anos (safra 2020/21), ainda mais agora quando o setor sucroenergético mostra-se sólido, caminhando para um setor consolidado, com mais estrutura de capital e musculatura para retomar, ou melhor, continuar com vigor investimentos em bioeletricidade. Todavia, para se chegar aos 14% de representatividade na matriz, precisamos que essa meta seja parte tanto de uma política setorial privada; quanto de uma política setorial pública, envolvendo todos os agentes do espaço social e contribuindo para a sustentabilidade da matriz energética brasileira. (Zilmar José de Souza - Assessor de bioeletricidade da União da Indústria de cana-de-açúcar (UNICA) e professor da Faculdade Getúlio Vargas (FGV/SP); Jornal da Energia, 13/4/10). 7