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Transcrição:

CONTEXTOS HISTÓRICOS E SOCIAIS NA CONSTITUIÇÃO DE UMA ESCOLA PÚBLICA: ALGUMAS REFLEXÕES 1 Andressa Tais Diefenthäler 2, Bruna Maiqueli Epple 3, Rafael Da Anunciação Gonçalves 4, Isabel Koltermann Battisti 5. 1 Texto produzido a partir de interações estabelecidas com escola parceira do PIBID/UNIJUÍ. 2 Acadêmica do Curso de Matemática - Licenciatura - UNIJUÍ. Bolsista de Iniciação do PIBID/UNIJUÍ - subprojeto matemática. Integrante do GEEM. E-mail: andressa_td@hotmail.com. 3 Acadêmica do Curso de Matemática - Licenciatura - UNIJUÍ. Bolsista de Iniciação do PIBID/UNIJUÍ - subprojeto matemática. Integrante do GEEM. E-mail: epplebruna@hotmail.com. 4 Acadêmico do Curso de Matemática - Licenciatura - UNIJUÍ. Bolsista de Iniciação do PIBID/UNIJUÍ - subprojeto matemática. Integrante do GEEM. E-mail: rafael.gon89@hotmail.com. 5 Professora do Curso de Matemática Licenciatura. Coordenadora do Laboratório de Ensino de Matemática. Coordenadora do subprojeto área Matemática do PIBID/UNIJUÍ. Pesquisadora do GEEM. E-mail: isabel.battisti@unijui.edu.br. INTRODUÇÃO Contextos históricos, sociais, políticos, econômicos e culturais, em perspectiva local e global, são determinantes no desenvolvimento de uma sociedade. Estes delineiam políticas públicas educacionais e indicam modelos de ensino os quais intervêm na formação de diferentes sujeitos. Políticas públicas e programas educacionais caracterizam a organização curricular, a abordagem pedagógica e a própria estrutura física das instituições de ensino. Inserida em um determinado contexto, em 17 de novembro de 1960, com o nome de Escola de Ensino Técnico Industrial, foi criada a Escola Técnica Estadual 25 de Julho. Assim como outras instituições de ensino criadas nesta época, sofreu influência de um governo militar brasileiro, cuja política e situações sociais e econômicas conduziram sua construção, estrutura e finalidades educativas. A referida escola está localizada no bairro São José, na zona urbana do município de Ijuí/RS e é parceira do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID)/UNIJUÍ. Nós, licenciandos do curso de Matemática, atuamos na referida escola como Bolsistas de Iniciação à Docência do PIBID, subprojeto Matemática, e por atuar nesta instituição pública de ensino, faz-se necessário conhecê-la. Desta forma, a presente escrita é um recorte do estudo que estamos realizando sobre e em conjunto com a instituição, e objetiva compreender a escola hoje, a partir de contextos históricos, sociais e culturais. METODOLOGIA

Como Bolsistas do PIBID estamos inseridos na referida escola há aproximadamente dois meses e, neste período, procuramos conhecê-la a partir de sua estrutura física, em conversas formais e informais com docentes, equipe diretiva e professores Bolsistas de Supervisão da Escola, além de leituras, de discussões e de sínteses dos documentos que regem a escola: Regimento Escolar (RE) e Projeto Político Pedagógico (PPP). Informações geradas a partir destas ações foram registradas no Diário de Campo, o qual, neste momento, está sendo considerado material empírico. Para constituir os dados deste estudo também realizamos um questionário, o qual foi disponibilizado ao coletivo dos professores da escola, sendo respondido por 30 docentes, e as informações obtidas foram representadas através de tabelas e gráficos. Além disso, foi realizada uma entrevista semiestruturada com um professor que atua há mais tempo nesta instituição de ensino, a qual foi gravada e transcrita, sendo que no decorrer do texto este profissional será identificado como P1. Os dados produzidos serão analisados a partir de algumas proposições apresentadas por: Fusari (1988); Luft, Pinto, Rockenbach (2009) e Giancaterino (S/D). RESULTADOS E DISCUSSÃO A partir de uma relação estabelecida entre a data de fundação da escola e os fatos que marcavam o Brasil naquele período, verificamos que a criação da Escola Técnica Estadual 25 de Julho coincidiu com o início do Regime Militar no Brasil (1964-1985). Esta fase foi marcada por uma política autoritária, com a presença de um Estado forte que regulamentava a economia, a qual passava por um processo de expansão da industrialização. Neste contexto, é que se constitui a Escola Técnica, a qual, conforme o PPP, tinha como objetivo principal oportunizar a formação de mão-de-obra especializada para a atividade industrial, que passava por um crescimento em Ijuí e região. Este fato indica que o modelo de ensino instituído na escola baseava-se na Teoria Tecnicista, a qual buscava adequar a educação ao sistema capitalista, atendendo às demandas da sociedade industrial, que propõe o desenvolvimento de capacidades técnicas. Na abordagem tecnicista "[...] a escola deveria ser produtiva, racional, organizada e formar indivíduos capazes de se engajar rápida e eficientemente no mercado de trabalho" (FUSARI, 1988, p. 20). Além da perspectiva pedagógica e curricular, a própria construção física da escola - formando um quadrado fechado -, indica princípios e pressupostos vigentes na época, e sugere ações de vigia e de controle dos alunos, traduzindo a imagem do autoritarismo. Conforme o PPP da escola, em Ijuí, mais especificamente na região onde está localizada a Escola 25 de Julho, existia nesta época algumas fábricas e indústrias, dentre as quais, destaca-se o Frigorífico Serrano, fundado em 1934, que se encontrava em expansão e tornou-se um grande empregador. Com as vagas disponíveis, muitos trabalhadores rurais vieram com suas famílias para a zona urbana, contribuindo para o fenômeno da urbanização desordenada em certas áreas e sem a infraestrutura necessária para uma instalação adequada. Com isso, surgiu a necessidade da ampliação de vagas em escolas para educação dos filhos destes funcionários. Deste modo, a necessidade do contexto social aliada a políticas governamentais

definiu a implantação do Segundo Grau (hoje Ensino Médio) na então Escola Estadual de 2º Grau 25 de Julho. O nome da escola, 25 de Julho, segundo informações de professores que estão há mais tempo na instituição, foi escolhido por esta data representar a chegada dos alemães no Rio Grande do Sul, já que a região de Ijuí também foi colonizada por imigrantes alemães e o próprio Frigorífico Serrano tinha sua matriz na Alemanha. Nos anos 80, além da falência do Frigorífico, outro fato (que marcou o quadro político-social do Brasil), interviu nos interesses e no processo histórico da escola. O movimento em favor da democracia, da liberdade e da participação popular ocorrido em todo o país, também repercutiu na comunidade de Ijuí, bem como no magistério gaúcho, que passou a inserir-se de forma mais acentuada em movimentos sindicais, lutando por seus direitos. Estas mobilizações culminaram, em meados de 1985, na conquista da primeira eleição para diretor das escolas públicas estaduais, neste contexto, na então Escola Estadual de 2º Grau 25 de Julho, foi eleito como diretor o professor Lourenço Paris. Os dados e fatos apresentados apontam que a história da escola esteve em todo o momento interligada ao contexto político e econômico, tanto em nível local e regional, como nacional. Diante destas considerações, nos interessamos em obter informações acerca do quanto os professores da escola conhecem os elementos históricos constitutivos desta instituição de ensino, considerando os documentos que a regem, principalmente o PPP. Com o questionário desenvolvido, de um total de aproximadamente 130 professores, obtivemos uma amostra de 30 profissionais, cujos resultados passamos a apresentar: Gráfico 1: Professores que conhecem o PPP da escola. Fonte: dados produzidos, 2014. Gráfico 2: Professores que conhecem o contexto histórico, político e social da escola.

Fonte: dados produzidos, 2014. Com os dados obtidos, pode-se verificar que a maioria dos professores afirma conhecer a Proposta Pedagógica da instituição, no entanto, quando são questionados a respeito do contexto histórico relacionado ao desenvolvimento da escola - o qual é relatado no PPP -, apenas oito docentes responderam ter conhecimento destes fatos. A partir disso, pode-se entender que, apesar de constar nos documentos, estas informações não detêm a atenção dos educadores, ou ainda não são compreendidas por eles. Deve-se atentar à esta ocorrência, já que o conhecimento da cultura, da história, e de aspectos científicos e tecnológicos por parte dos docentes, pode promover, a partir de ações de ensino, a compreensão dos alunos a respeito da realidade que os cerca. Segundo P1, quando iniciou na docência, nos anos de 1970-1980, não havia formação pedagógica para os professores, de modo a orientá-los e indicar caminhos para uma educação mais eficiente, o que mudou consideravelmente se comparado ao momento atual. Fala também que a escola era mais tecnicista e mais conteúdista do que hoje, assegurando, desta forma, que os meios e as finalidades de ensino foram sendo modificados ao longo do tempo. Anteriormente, estava presente nas escolas o Ensino Técnico, o qual é marcado pela instrução e é mecanicista na sua acepção (LUFT, PINTO, ROCKENBACH, 2009, p.64), no entanto, hoje é a Educação Profissional que ocupa espaço nas discussões educacionais, sendo que esta postula pelas dimensões da equidade, ou seja, importa-se pela construção da aprendizagem efetiva, num processo dialético no qual quem ensina aprende, e quem aprende ensina (LUFT, PINTO, ROCKENBACH, 2009, p.64). Atualmente, nas escolas de Ensino Médio da rede pública estadual, além da Educação Profissional, há também o Ensino Politécnico. Estas duas modalidades de ensino possuem objetivos diferenciados, sendo que a primeira busca qualificar o trabalhador numa perspectiva explicitamente técnica, relacionada ao fazer; enquanto a segunda possui uma visão mais ampla, auxiliando na formação de cidadãos críticos que compreendam os processos produtivos, aliando a teoria e a prática em seu cotidiano escolar. A escola, objeto de nosso estudo, possui Ensino Médio

Politécnico, cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio, cursos Subsequentes ao Ensino Médio (Mobiliário, Eletrotécnico, Mecânica e Informática), além do Ensino de Jovens e Adultos (EJA). CONCLUSÕES Diante dos dados, as análises nos permitem constatar alterações sofridas pela instituição de ensino ao longo do tempo, sendo que seus propósitos foram afetados e modificados conforme o desenvolvimento da sociedade, estando diretamente relacionados a contextos políticos, econômicos e sociais, o que nos leva a corroborar com a ideia de que [...] a educação é um reflexo da política adotada em um país e do interesse desse país em coordená-la (GIANCATERINO, s/d, p. 3). Um fato que ilustra esta situação está relacionado às propostas apresentadas pelos governos do Rio Grande do Sul nos últimos anos. Em 2009, o governo do Estado apresentou uma proposta de referencial curricular (Lições do Rio Grande), objetivando orientar os planos de estudos e projetos pedagógicos. Já em 2012, com novos representantes políticos, outra proposta, instituída como Ensino Politécnico, foi apresentada e implantada no Ensino Médio das escolas da rede estadual. Portanto, a partir do estudo realizado e da abordagem aqui considerada, tivemos a oportunidade de conhecer a instituição, e podemos concluir que contextos históricos, sociais, políticos, econômicos e culturais influenciaram na elaboração de parâmetros e concepções adotadas pela escola, delineando seu desenvolvimento e suas finalidades. Os documentos analisados trazem propostas de formação muito diferentes da época em que a escola foi criada, sendo que hoje apresentam como objetivo uma formação ética, que possibilite o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico do aluno, com foco no trabalho, na ciência, na cultura e na tecnologia. PALAVRAS-CHAVE: contexto histórico, político e social; instituição pública de ensino; Bolsistas do PIBID. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FUSARI, José Cerchi. Tendências Históricas do Treinamento em Educação. 1998. Tese de Mestrado PUC, SP, 1998. GIANCATERINO, Roberto. A Influência de Marx na Educação. S/D. LUFT, Hedi Maria; PINTO, Teresinha Barriquelo; ROCKENBACH, Arnildo Laurencio. Políticas, Estrutura e Gestão da Educação Básica. Ijuí: Editora Unijuí, 2009.