MULTILETRAMENTOS EM AULA DE ENSINO FUNDAMENTAL I: AMPLIANDO OS CONCEITOS DE LINGUAGEM NA ALFABETIZAÇÃO, NA CONTEMPORANEIDADE.



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Transcrição:

1 MULTILETRAMENTOS EM AULA DE ENSINO FUNDAMENTAL I: AMPLIANDO OS CONCEITOS DE LINGUAGEM NA ALFABETIZAÇÃO, NA CONTEMPORANEIDADE. Lygia nascimento de Almeida Vecina Colégio Dom Aguirre Área de Atuação: Ensino Fundamental I lygia.almeida@hotmail.com Eixo Temático: Alfabetização, diversidade e inclusão. Sorocaba/SP

2 Resumo Ao longo desses anos, lecionando no Ensino Fundamental, para crianças entre 6 a 8 anos de idade pude observar a influência das tecnologias as suas atitudes e brincadeiras, exigindo também, uma mudança na postura do educador, frente ao uso dos multiletramentos no contexto escolar. Assim esse trabalho pretende apresentar experiências de ensino onde as múltiplas linguagens são protagonistas na alfabetização na contemporaneidade. Palavras-chave (1 alfabetização 2 tecnologia 3 ambiente escolar) Abstrato Over the years, teaching in elementary school, for children between 6-8 years of age I could see the influence of the technologies their attitudes and play, requiring also a change in the attitude of the educator, towards the use of multiliteracies in the school context. So this paper aims to provide learning experiences where multiple languages are protagonists in literacy nowadays. Keywords (1 literacy 2 technology 3 school environment)

3 Justificativa O tema em questão foi impulsionado com a realização da aula como aluna especial no curso de mestrado em Educação na UNISO- Universidade de Sorocaba os Novos letramentos a ideia de ampliarmos a visão dos nossos alunos em relação às ferramentas tecnológicos foi um desafio tal como manejar a devida fluência tecnológica, em especial autoria. Aproveitando as plataformas da Web procurei desenvolver um trabalhado com os meus alunos do 1º ano do EFI usando uma abordagem crítica perante a grande quantidade de informações da internet sem perder o olhar questionador. Hoje na contemporaneidade a alfabetização se tornou plural, porque são muitas as habilidades oriundas das novas tecnologias indo além da leitura e escrita favorecendo uma aprendizagem situada. Conforme Coscarelli: Formar cidadãos preparados para o mundo contemporâneo é um grande desafio para quem dimensiona e promove a educação. Em plena Era do conhecimento, na qual inclusão digital e Sociedade da Informação são termos cada vez mais frequentes o ensino não poderia se esquivar dos avanços tecnológicos que se impõem ao nosso cotidiano. Introdução No início o que imperava em nossas escolas era o entendimento de que alfabetizar era o mesmo que investir no ensino de codificação e decodificação de letras, palavras, frases e textos sem sentido que não condiziam com os conhecimentos prévios da criança. Ficando excluídos os indivíduos que não conheciam esse sistema de escrita tornando-se, marginalizados pela sociedade e rotulados como analfabetos. A partir dos anos de 1990 alguns conceitos foram modificados e que mesmo um cidadão que não sabe ler e escrever o código tem uma representação clara acerca da função social da escrita, pois é capaz de realizar tarefas complexas orientadas por tal representação. Assim, letramento passou a ser o termo pelo qual poderíamos explicar a revolução sócia histórica que a escrita provocou na nossa sociedade. A alfabetização geralmente está ligada ao código linguístico e o letramento explora outras áreas. É nesse sentido que segundo Paulo freire (1980) saber desfrutar desta leitura e escrita e transformar-se socialmente, utilizando-a para saber solucionar os problemas do cotidiano, saber ler e interpretar o mundo em que vive usar essa habilidade para assimilar, transmitir e produzir conhecimento, competência que, se adquire com a leitura do mundo, assim a leitura

4 do mundo precede a leitura da palavra as pessoas já conseguem ler o mundo antes mesmo de serem alfabetizadas e possuírem a tecnologia da escrita. Deste modo, as pessoas já possuem certo letramento mesmo não sendo alfabetizadas formalmente. As situações cotidianas de práticas sociais, de convivência em grupos específicos já ensinam saberes que se adquire mesmo sem ir à escola. Atualmente é preciso que o indivíduo não somente conheça o código alfabético, como também domine as ferramentas tecnológicas para ascender no exercício global de sua cidadania. Dessa forma é preciso que homens e mulheres sejam letrados também digitalmente e conheçam os novos letramentos que precisam do auxílio das ferramentas que somente um computador poderá oferecer para a produção de determinados conhecimentos. Com base nos estudos de Rojo, Roxane; intitulado Pedagogia dos Multiletramentos essa proposta de trabalho visa promover uma reflexão na busca de renovar as práticas dos professores junto aos quais ela exerce atividades há muito tempo. Segundo Rojo os multiletramentos nos propiciam pensar, entre outras coisas, como as novas tecnologias da informação, os hipertextos e hipermídia podem mudar o que se entende, na escola, por ensinar e aprender. Portanto é nesse sentido que tenho desenvolvido um trabalho junto aos alunos, aliado as ferramentas multimodais, assim pretendo fazer um relato das experiências vivenciadas com meus alunos ao longo dos últimos 3 anos. Nesse sentido Rojo apresenta os princípios básicos dessa pedagogia: Formar um usuário funcional (que tenha competência técnica e conhecimento prático), criador de sentidos (entenda como diferentes tipos de textos e de tecnologias operam), analista e crítico (entenda que tudo o que é dito e estudado é fruto de seleção prévia) e transformador (usa o que foi aprendido de novos modos). Essa pedagogia envolve uma prática situada, ou seja, baseia-se inicialmente, em práticas que fazem parte das culturas dos alunos (de massa, popular, erudita), em gêneros, mídias e linguagens por eles conhecidos, envolve instrução aberta, ou seja, uma análise dessas práticas, gêneros, mídias e linguagens e de seus processos de produção e de recepção, o que se dá a partir de um enquadramento dos letramentos críticos que buscam interpretar os contextos sociais e culturais de circulação e produção desses designs e enunciados, tendo em vista uma prática transformadora. Assim comecei a minha busca por referenciais teóricos que pudessem me ajudar oriundos desse atual contexto das (TICs) novas tecnologias de informação e comunicação.

5 Em 2013 eu ingressei no curso de mestrado na UNISO - Universidade de Sorocaba como aluna especial e me matriculei na disciplina de Novos Letramentos e Educação Superior, onde tive a oportunidade de criar um BLOG, Novos Letramentos na Educação. Disponível em <www.lyvecina.blogspot.com.br> para registro semanal das discussões realizadas em aula. Participei do 1º Seminário UNISO-UFSCAR (Câmpus Sorocaba) Tendências e Desafios da Educação Superior no Brasil. Embora o Seminário tivesse o enfoque na Educação Superior, busquei relacionar o tema a minha prática, pois acredito que as crianças precisam ser trabalhadas em sua totalidade descobrindo e aprendendo na escola o que já faz parte do seu cotidiano, para assim saber não só interagir, mas também produzir e criar conteúdos através de orientações e de práticas escolares. Sob as orientações do meu professor elaborei um Pôster com fotos e relatos de experiências realizadas com meus alunos em sala de aula, onde os Multiletramentos aparecem no contexto escolar. Utilizando como referencial teórico Rojo, Roxane, Ana Carla Coscarelli e Luiz Fernando Gomes. (imagem do Pôster em anexo) Dessa forma, com base nesses autores que busquei participar os meus alunos criando conteúdos significativos para Web, no qual para eles fossem relevantes não só na sua aprendizagem, mas no seu cotidiano. 1. Relato dos projetos 1º Projeto- SINAL ABERTO PARA @ INCLUSÃO O primeiro projeto realizado em 2013 foi idealizado a partir das experiências vividas em sala de aula e após a conclusão do curso de Pós- graduação em LIBRAS, onde fiquei encantada com a história e as lutas enfrentadas ao longo dos anos pelo Surdo até as conquistas atuais com a legalização do uso da Língua Brasileira de Sinais-LIBRAS como a primeira língua dos Surdos reconhecida como meio legal de comunicação e expressão. A proposta foi realizada com alunos do 1º ano do Ensino Fundamental I, fase onde eles estão iniciando o processo de alfabetização. Assim esse projeto foi elaborado com o intuito de conhecer e aprender sobre a língua de sinais, bem como difundir essa identidade cultural com ajuda das ferramentas tecnológicas, concomitante a aprendizagem de LIBRAS. Além das propostas didáticas em LIBRAS fazerem parte dos conteúdos trabalhados em sala, foram utilizados aplicativos e programas tecnológicos disponibilizados pelo Portal educacional, para que essa aprendizagem

6 expandisse para além da sala de aula, alcançando os familiares e a participação da comunidade. Dessa forma o grande desafio foi articular a inclusão da língua de sinais- LIBRAS com os dispositivos tecnológicos. Inserir e renovar as práticas através de uma pedagogia de multiletramentos envolvendo parte das culturas de referência dos alunos como as redes sociais, favorecendo uma aprendizagem significativa ir além da sala de aula, do lápis e papel buscando demonstrar que através da mídia é possível aprender e produzir conhecimento de qualidade. Então a próxima etapa seria de expandir essa cultura para além da sala de aula, onde os familiares, e toda comunidade pudesse conhecer e participar desse evento de letramento. A ferramenta utilizada para alcançar a comunidade foi à criação do Blog, pois hoje as redes sociais possuem grande influência na sociedade e são utilizadas para divulgar imagens, acontecimentos, interatividade e principalmente a produção de conhecimento e compartilhamento de ideias. Assim percebi que o grande desafio seria mostrar que as ferramentas tecnológicas poderiam ser utilizadas como um importante aliado na produção de conteúdos de qualidades e inclusão de artigos que propiciem uma aprendizagem significativa aos alunos, pois o quanto antes eles tiverem envolvidos na escola com a tecnologia melhor o desempenho e a aprendizagem quando estiverem maiores. Os estudantes seguem refletindo sobre o sistema de escrita, discutindo com seus pares e pedindo informações a professora sempre que necessário. As postagens no Blog permitiram a participação dos familiares na produção de conteúdos como foi o caso da filmagem da nossa apresentação em LIBRAS, que virou um vídeo postado no youtobe para visualização e participação de toda comunidade dessa apresentação de uma identidade cultural. Segue o link do Blog da turma e do vídeo da Dona aranha em LIBRAS. http://blog.educacional.com.br/primeiroanolygia/ https://www.youtube.com/watch?v=vabjlqy75qy

7 2º Projeto - Cartão Virtual O Colégio no qual eu leciono oferece um recurso tecnológico o Portal Educacional que, através de projetos envolventes, ajudam o aluno a construir seu próprio conhecimento. Os alunos possuem seu login e senha de acesso. A opção em produzir um CARTÃO VIRTUAL ficou por conta de uma ferramenta oferecida pelo conteúdo multimídia do Portal em homenagem ao Dia das Mães. Assim que, os alunos souberam do que se tratava da produção de um vídeo onde eles seriam os protagonistas, ficaram muito animados, pois falariam sobre o que mais admiravam nas suas mamães. Muitos exclamavam sobre o fato de suas mães interagirem nas redes sociais, logo despertou a convicção deles que agradariam suas mamães com o presente virtual. Os alunos participaram e acompanharam todo o processo de produção do cartão, demonstrando bastante entusiasmo, pois essa versão semiótica já faz parte da rotina dos alunos e familiares. A atividade foi finalizada com a postagem do CARTÃO VIRTUAL nas redes sociais do Colégio: youtube, Facebook e tbm enviada no e-mail pessoal das mamães que adoraram, expressando sua satisfação e alegria com comentários na Home do Colégio. As propostas curriculares são complementadas com as ferramentas tecnológicas, levando em conta o interesse do aluno, para que essa aprendizagem vá além da sala de aula. Assim estudos nos mostram que as realizações desses projetos dependem muito também da postura do professor em querer inovar em sala de aula, utilizando recursos midiáticos em seu planejamento, levando em consideração tudo aquilo que está ao redor do educando no seu cotidiano. Segue link disponível no youtube do cartão virtual de dia das mães. https://www.youtube.com/watch?v=x4ozd9aj2uw 2. Apresentação do trabalho No primeiro semestre de 2014 realizei o curso de extensão em Alfabetização na Contemporaneidade pela Universidade Positivo e como atividade final apresentei esses projetos realizados com meus alunos do 1º ano do Ensino Fundamental I.

8 Esse trabalho foi selecionado para ser apresentado no II Seminário Nacional Investigando Novas Práticas de Ensino realizado no final do mesmo ano em São Paulo na Universidade UNIFAI. Para exposição do trabalho realizei uma apresentação no Prezi (uma nova ferramenta de apresentação) segue o link da apresentação. https://prezi.com/tixo2a3ilyga/multiplas-linguagens/ Foi uma experiência inesquecível e muito gratificante, pois é o que todo educador busca uma aprendizagem significativa para seus alunos e um reconhecimento por essas práticas, que fazem a diferença na vida dos alunos. Além da satisfação de que essas aprendizagens ultrapassaram os muros da sala de aula percorrendo por outros lugares. Dessa forma continuo minhas práticas em sala de aula sempre voltada para esse universo das múltiplas linguagens que fazem parte da cultura popular, pois a criança precisa sentir que está sendo iniciada em ambientes que ela reconhece no seu cotidiano no geral falase de uma aprendizagem situada para designar essa proximidade da vida real, com acentuação de referências virtuais. 3. Temática investigativa Os Multiletramentos desde cedo, já fazem parte da cultura do alunado, assim novos desafios são postos à escola e convém que o professor esteja preparado e atualizado no manejo da tecnologia de informação e conhecimento. Dessa forma, surge um questionamento acerca do trabalho em sala do professor, de engajar a criança nesse processo, traçando estratégias de ensino utilizando os conhecimentos prévios dos alunos. Nesse sentido Kleiman (2001) acredita que é na escola, agência de letramento por excelência de nossa sociedade, que devem ser criados espaços para experimentar formas de participação nas práticas sociais letradas e, portanto, acredito também na pertinência de assumir o letramento, ou melhor, os múltiplos letramentos da vida social, como o objetivo estruturante do trabalho escolar em todos os ciclos. Atualmente é preciso que o indivíduo não somente conheça o código alfabético, como também domine as ferramentas tecnológicas para ascender no exercício global de sua cidadania.

9 No dizer de Soares (2001, p. 47), a alfabetização é definida como ação de ensinar a ler e a escrever, já o termo letramento é caracterizado como o estado ou condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva e exerce práticas sociais que usam a escrita. 4. Síntese comentada sobre as leituras realizadas Para Rojo, em seu livro Multiletramentos na escola, o mundo expressa e se comunica por meio de textos multissemióticos (impressos ou digitais), ou seja, textos que se constituem por meio de uma multiplicidade de linguagens (fotos, vídeos e gráficos, linguagem verbal oral ou escrita, sonoridades) que fazem significar estes textos. Os multiletramentos são híbridos, são interativos, colaborativos, sobretudo se pensarmos na tecnologia digital e suas ferramentas como, por exemplo, o blog. Também são subversivos, sobretudo se consideramos o design do hipertexto, que permite várias conexões e trajetórias. O protótipo é um trabalho descrito em seu livro cujo objetivo é formar as crianças nos anos iniciais (1º e 2º ano) para que saibam utilizar a tecnologia com propriedade. Segundo Rojo: O trabalho tem início a partir das coleções dos alunos. A partir de seu mundo conhecido, ele será desconstruído e reconstruído será hipermodal, na medida em que as conexões forem feitas e os conhecimentos se interligarem. Nesse processo, as crianças poderão avaliar (de maneira crítica) quando e como usar a língua (oral ou escrita), as outras linguagens e as ferramentas computacionais adequadas. Pedro Demo em seu artigo Olhar do Educador e Novas Tecnologias avalia o educador frente às novas tecnologias e nesse sentido destaca o vazio existente entre o potencial dessas novas tecnologias e a prática escolar. A aula perde sua centralidade, porque os estudantes apreciam muito mais participar, colaborar e compartilhar do que apenas serem meros espectadores, sendo assim, o professor será um mediador dessa relação nesse processo de aquisição da leitura e escrita onde o sujeito não será um mero espectador nem um copiador de conhecimentos, o aluno passa a ter mais autonomia e autoria nessa relação de aprendizagem. Dessa forma o grande desafio do uso das novas tecnologias é produzir materiais de qualidade que realmente levam o aluno a uma aprendizagem significativa e de cultura participativa digital.

10 5. Possíveis Contribuições da Investigação para a Escola Básica Esse trabalho pretende pesquisar algumas contribuições tecnológicas envolvendo os múltiplos letramentos privilegiando todas as formas de linguagem multimodal bem como as possibilidades de criação que fazem parte do contexto de letramento das crianças. As variadas ferramentas que um computador oferece aliado às novas práticas de letramento possibilitando a criança uma ampliação do repertório sobre o sistema de escrita. Neste século tudo flui velozmente assim, é preciso tecer redes, possíveis de se dialogar nas condições atuais da escola na contemporaneidade.

11 Referências COSCARELLI, C. V. O uso da informática como instrumento de ensino-aprendizagem. Presença Pedagógica. Belo Horizonte, mar./abr., 1998, p.36-45.. (Org.) Novas tecnologias, novos textos, novas formas de pensar. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.. A informática na escola. Revista Viva Voz. Belo Horizonte: Faculdade de Letras, UFMG, 2002. Disponível em http://www.letras.ufmg.br/carlacoscarelli/publicacoes/vivavoz.pdf DALEY, Elizabeth. Expandindo o conceito de letramento. In: Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, (49)2:481:491, Jul. Dez.2010. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0103-18132010000200010&script=sci_arttext DEMO, Pedro. Olhar do Educador e Novas Tecnologias. In: B. Técnico do Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v.37, nº2, mai./ago.2011, Disponível em: HTTP://www.senac.br/conhecimento/periodicos.html. Habilidades do Século XXI. B. Téc. Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 34, n.2, maio/ago. 2008 FREIRE, Paulo. Educação: o sonho possível. In: BRANDÃO, Carlos (org.). O Educador: vida e morte. Rio de Janeiro: Graal, 1982. GOMES, Fernando Luiz. Hipertexto no cotidiano escolar. São Paulo: Cortez, 2011. Kleiman, Angela B. Signo. Santa Cruz do Sul, v. 32 n 53, p. 1-25, dez, 2007.. Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola. In: Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas: Mercado das Letras, 2008. 294 p.. Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas, SP: Mercado das Letras, 1995. Coleção Letramento, Educação e Sociedade. PIAGET, J. Psicologia da inteligência. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1983. ROJO, Roxane; ALMEIDA, Eduardo de Moura (Orgs.). Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola Editorial, 2012, 264 p. (Estratégias de ensino).letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. TEBEROSKY, Ana. GALLART, Marta S. et.al. Contextos de alfabetização inicial. Trad. Francisco Settineri, Porto Alegre: Artmed, 2004. (p.85-98)

12 VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo, Martins Fontes, 1991. SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. 2.ed. São Paulo: Contexto, 2004.. Letramento: um tema em três gêneros. 2.ed. Belo Horizonte: Autentica, 2001..Pensamento e linguagem. 3. ed. São Paulo. Martins Fontes, 1991

ANEXO 1 13

ANEXOS 2 14

15