IMPLANTE DE DISPOSITIVO INTRA-UTERINO (DIU) HORMONAL PARA CONTRACEPÇÃO - INCLUI O DISPOSITIVO

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Transcrição:

DISPOSITIVO INTRA UTERINO (DIU) De acordo com rol da ANS, RN 428, há cobertura para o implante de dispositivo intrauterino hormonal e não hormonal. CÓDIGO TUSS 31303269 IMPLANTE DE DISPOSITIVO INTRA-UTERINO (DIU) NÃO HORMONAL IMPLANTE DE DISPOSITIVO INTRA-UTERINO (DIU) 31303293 HORMONAL CÓDIGO PACOTE 64602036 64602982 IMPLANTE DE DISPOSITIVO INTRA UTERINO DIU CONVENCIONAL PCTE COM HM IMPLANTE DE DISPOSITIVO INTRA UTERINO DIU HORMONAL PCTE COM HM Deve ser observado que o descritivo do rol define que o uso do DIU hormonal é apenas para contracepção: IMPLANTE DE DISPOSITIVO INTRA-UTERINO (DIU) HORMONAL PARA CONTRACEPÇÃO - INCLUI O DISPOSITIVO Apenas os planos adaptados à lei 9656/98 tem cobertura prevista para o DIU hormonal e não hormonal. É necessário realizar a validação prévia do procedimento. A retirada do DIU não tem código específico, no entanto quando solicitada deverá ser validada como consulta médica em consultório da especialidade.

Caso haja necessidade de internação para retirada de DIU por perda do cordão de polietileno, o procedimento poderá ser validado após análise da validação prévia com o código abaixo: CÓDIGO TUSS 31303307 RETIRADA DE DIU POR HISTEROSCOPIA CONSIDERAÇÕES GERAIS O Dispositivo Intra Uterino (DIU) exerce seu efeito anti-fertilidade de forma variada e pode interferir no processo reprodutivo antes mesmo do ovo atingir a cavidade uterina. O DIU atua sobre os óvulos e os espermatozoides de várias maneiras: - Estimula reação inflamatória pronunciada no útero, por ser um corpo estranho; - As alterações bioquímicas interferem no transporte dos espermatozoides no aparelho genital impedindo a fecundação. Por esses mecanismos, há acúmulo de evidências que permitem afirmar que um complexo e variado conjunto de alterações espermáticas, ovulares, cervicais, endometriais e tubárias causam a inibição da fertilização. TIPOS DE DIU E EFICÁCIA Atualmente os DIU pertencem a duas categorias, os que contém fios ou anéis de cobre e os que contém hormônio. Trata-se de método contraceptivo seguro e eficaz, atingindo índices de eficácia acima de 99%.

USO DO DIU CRITÉRIOS DA OMS A Organização Mundial da Saúde considerou, como critérios médicos de elegibilidade para o uso do DIU, as seguintes categorias: Categoria 4 (Contraindicações absolutas - algumas são condições transitórias): - Gravidez confirmada ou suspeita; - Infecção pós-parto ou pós-aborto; - Doença inflamatória pélvica (DIP) atual ou nos últimos 3 meses; - Cervicite purulenta; - Sangramento vaginal sem diagnóstico etiológico; - Tuberculose pélvica; - Antecedente pessoal de DIP por duas ou mais vezes; - Câncer cérvico-uterino, do endométrio, do ovário e Cori carcinoma; - Alterações anatômicas do útero que impeçam uma correta posição do DIU; Categoria 3 (Quando o uso do método pode apresentar alguns riscos, que habitualmente superam os benefícios): - Sangramento menstrual aumentado (aumento da quantidade ou do número de dias); - Pós-parto entre 3 e 28 dias; - Risco aumentado de DST (parceiros múltiplos ou parceiro com múltiplas parceiras); - Alto risco de contrair HIV; - AIDS; - Doença Trofoblástica benigna; Categoria 2 (Quando o uso do método pode apresentar alguns riscos, sendo no geral menores que os benefícios): - Idade menor que 20 anos; - Nuliparidade; - Anemia ferropriva, talassemia, anemia falciforme;

- Pós-parto e pós-aborto de segundo trimestre (inserção antes de completar 48 horas); - Mioma ou outros problemas anatômicos que não alteram a cavidade uterina; - História de DIP sem gravidez anterior; - Vaginite sem cervicite; - Endometriose; - Dismenorreia severa; - Doença cardíaca valvular complicada (fibrilação atrial, risco de tromboembolismo). Categoria 1 (Quando o uso não apresenta restrições): - Mais de quatro semanas pós-parto sem infecção; - Após aborto de primeiro trimestre sem infecção; - Idade acima de 35 anos; - Hipertensão arterial, diabetes melito, doenças tromboembólicas, doença cardiovascular isquêmica, cardiopatia valvular, doenças hepáticas, obesidade e dislipidemias; - Antecedente de gravidez ectópica e DIP com gravidez posterior; - Cefaleia; - Doenças da mama; - Epilepsia; - Antecedentes de cirurgia abdominal ou pélvica, incluindo cesariana. As associações de duas ou mais condições podem fazer elevar a categoria. Assim, quando existem duas ou mais condições classificadas como 2, constituem um fator de categoria 3, e assim por diante. INSERÇÃO DO DIU A inserção do DIU habitualmente é um procedimento simples realizado em consultório e pode ser realizada em qualquer período do ciclo menstrual, preferivelmente durante a

menstruação. A inserção durante o período menstrual facilita a introdução do dispositivo visto o colo do útero encontrar-se dilatado, além da certeza de ausência de gravidez da paciente em questão. As complicações relacionadas à inserção são raras mas pode ocorrer dor, reação vagal, sangramento, laceração do colo, perfuração uterina, bacteremia transitória. Normalmente ocorre cólica de pequena intensidade durante a inserção, aliviada com uso de anti-inflamatórios e antiespasmódicos utilizados antes do procedimento. No seguimento pode ocorrer expulsão do DIU (principalmente durante os três primeiros meses), dores pélvicas e dismenorreia (quando deve ser afastado a expulsão parcial do DIU ou presença de infecções pélvicas), sangramento uterino anormal, gravidez ectópica (há discreto aumento do risco em usuárias de DIU).