TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DA ÁGUA EM RESERVATÓRIO LOCALIZADO NO CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE, CAMPUS BARRA DO PIRAÍ-RJ

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Transcrição:

TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DA ÁGUA EM RESERVATÓRIO LOCALIZADO NO CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE, CAMPUS BARRA DO PIRAÍ-RJ CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: ECOLOGIA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE AUTOR(ES): BRIANY COSTA PACIELLO ORIENTADOR(ES): GUILHERME CASTILHO DA SILVA

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DA ÁGUA EM RESERVATÓRIO LOCALIZADO NO CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE, CAMPUS BARRA DO PIRAÍ-RJ RESUMO O monitoramento da qualidade da água, além de registrar as variações espaço temporais relaciona os diversos mecanismos do sistema hídrico com toda a sua bacia de drenagem, a exemplo da capacidade de autodepuração. No Centro Universitário Geraldo Di Biase (UGB), Campus Barra do Piraí, há um reservatório de água que é utilizado para o abastecimento da instituição. Conhecer a qualidade de sua água através de análises de seus parâmetros físicos e químicos é fundamental para as atividades do Campus. O presente estudo tem como objetivo analisar as variações de parâmetros físicos e químicos da água de um reservatório localizado no Centro Universitário Geraldo Di Biase (Campus Barra do Piraí) e relacioná-los com o uso da terra. No reservatório do UGB serão definidos três pontos para as análises de água. Estes pontos serão georreferenciados, com o auxílio de um aparelho de GPS, e localizados próximo à floresta, à área degradada e à captação de água do Centro Universitário Geraldo Di Biase. Ao longo de 173 dias, esses pontos foram amostrados quanto aos seguintes parâmetros físicos e químicos da água: temperatura, condutividade elétrica, total de sólidos dissolvidos, acidez (ph) e oxigênio dissolvido. Até o momento, a água do reservatório do UGB mostra valores aceitos para a potabilidade. No entanto, mais estudos são necessários para verificar se a qualidade da água se manterá ao longo do ano. Palavras-chave: qualidade da água, acidez, temperatura, oxigênio dissolvido, condutividade, total de sólidos dissolvidos

2 INTRODUÇÃO Algumas variáveis importantes para caracterização da água analisadas no Laboratório de Engenharia Civil, são a temperatura da água (T), o oxigênio dissolvido (OD), a acidez (ph), os sólidos totais dissolvidos (STD) e a condutividade elétrica (CE). Destes, merece destaque a temperatura, uma vez que dela dependem os processos biológicos, as reações químicas e bioquímicas dos ecossistemas aquáticos (PORTO ET AL.,1991). Temperatura é a medida da intensidade de calor expresso em uma determinada escala. Uma das escalas mais usadas é grau centígrado ou grau Celsius ( C). O ph fornece indícios sobre a qualidade hídrica (água superficial apresenta valores entre 4 e 9), o tipo de solo por onde a água percorreu e indica a acidez ou a alcalinidade da solução (MATHEUS ET AL., 1995). É dado pela atividade do íon hidrogênio (H + ), sendo medido potenciometricamente e apresentado em uma escala anti-logarítmica. A escala de ph, compreendida entre 0 e 14, indica se o meio é ácido, básico ou neutro, quando o ph for menor, maior ou igual a 7, respectivamente. O ph é uma propriedade expressa unidimensionalmente, ou seja, sem unidade. O oxigênio dissolvido refere-se ao oxigênio molecular (O 2 ) dissolvido na água. A solubilidade do oxigênio na água, assim como a dos demais gases, depende da temperatura e da pressão (ESTEVES, 1998). O aquecimento da água na presença de nutrientes como fosfatos e nitratos pode induzir o desenvolvimento de microrganismos aquáticos que, ao se decompor, esgotam o oxigênio dissolvido na água, provocando a morte de outros organismos, o que pode prejudicar o abastecimento público e atividades de aquicultura (BROWN & KRYGIER, 1970). A condutividade elétrica é a capacidade da água de transmitir corrente elétrica, podendo aumentar de acordo com a temperatura. A condutividade elétrica é função dos sólidos totais dissolvidos, que são íons dissolvidos e dissociados presentes na água (PORTO ET AL.,1991). A condutividade elétrica pode ser expressa por diferentes unidades, preferencialmente o micro Siemes por centímetro (µs/cm).

3 OBJETIVO O presente estudo tem como objetivo analisar as variações de parâmetros físicos (temperatura, condutividade elétrica e sólidos totais dissolvidos) e químicos (ph e oxigênio dissolvido) da água de um reservatório localizado no Campus Barra do Piraí do Centro Universitário Geraldo Di Biase, e relacioná-los com o uso da terra (floresta, meio do lago e captação de água). MÉTODOS O Campus do UGB está localizado na estrada Benjamim Ielpo, s/n, km 11 da estrada Barra do Piraí Valença, no Estado do Rio de Janeiro. No entorno do campus há um fragmento de Mata Atlântica (22º22 40.35 Sul e 43º48 26.22 Oeste) com área de cerca de 10 hectares e um reservatório utilizado no seu abastecimento (Figura 1). Figura1. Localização do reservatório no Campus do UGB Barra do Piraí, RJ. No reservatório do UGB foram georreferenciados três pontos para as análises de água, com auxílio de um aparelho de GPS Garmin Etrex 30 (Figura 2). Estes pontos estão localizados próximo à floresta (S 22 0 13.790'; W 043 0 42.233'), ao meio do reservatório (S 22 0 22.628'; W 043 0 48.570') e à captação de água (S 22 0 22.693'; W 043 0 48.594'). Ao longo de 10 meses esses pontos foram amostrados uma vez por mês quanto aos seguintes parâmetros físicos e químicos da água:

4 temperatura, condutividade elétrica, total de sólidos dissolvidos, acidez (ph) e oxigênio dissolvido. As análises físicas e químicas foram realizadas in situ com auxílio do aparelho phmetro Quimis PH 1500, o qual realiza as análises de temperatura ( o C), acidez (ph), condutividade elétrica (µs/cm), total de sólidos dissolvidos (mg/l) e oxigênio dissolvido (mg/l) (Figura 3). Figura 2. Aparelho de GPS Garmin Etrex 30. Figura 3. (A) phmetro Quimis PH 1500; (B) eletrodo de oxigênio dissolvido; (C) eletrodo de ph e temperatura; e (D) eletrodo de condutividade elétrica e sólidos totais dissolvidos. Os dados foram analisados estatisticamente por uma análise de variância (ANOVA) para testar o efeito uso da terra (floresta, meio do reservatório e captação de água - variáveis independentes) nos parâmetros físicos e químicos (variáveis

5 dependentes). Caso alguma variância significativa seja detectada será aplicado o teste de Tukey (WILKINSON, 1990). DESENVOLVIMENTO É conhecido que os reservatórios são importantes pontos de convergência das diferentes atividades desenvolvidas na bacia hidrográfica (BICUDO ET AL., 2002), de forma que a análise da qualidade da água em reservatórios pode fornecer informações para avaliar a adequação do manejo aplicado na bacia hidrográfica, assim como para embasar as decisões sobre qual o manejo mais adequado a ser utilizado. Sob esta ótica, reservatórios de bacias hidrográficas protegidas por vegetação florestal, com poucas modificações antrópicas, podem fornecer dados sobre quais metas devem ser estabelecidas para planejar a recuperação de reservatórios situados em bacias hidrográficas com problemas ambientais. Algumas variáveis importantes para caracterização de um reservatório são a temperatura da água (T), o oxigênio dissolvido (OD), a acidez (ph), os sólidos totais dissolvidos (STD) e a condutividade elétrica (CE). Destes, merece destaque a temperatura, uma vez que dela dependem os processos biológicos, as reações químicas e bioquímicas dos ecossistemas aquáticos (PORTO ET AL.,1991). Temperatura é a medida da intensidade de calor expresso em uma determinada escala. Uma das escalas mais usadas é grau centígrado ou grau Celsius ( C). O ph fornece indícios sobre a qualidade hídrica (água superficial apresenta valores entre 4 e 9), o tipo de solo por onde a água percorreu e indica a acidez ou a alcalinidade da solução (MATHEUS ET AL., 1995). É dado pela atividade do íon hidrogênio (H + ), sendo medido potenciometricamente e apresentado em uma escala anti-logarítmica. A escala de ph, compreendida entre 0 e 14, indica se o meio é ácido, básico ou neutro, quando o ph for menor, maior ou igual a 7, respectivamente. O ph é uma propriedade expressa unidimensionalmente, ou seja, sem unidade. O oxigênio dissolvido refere-se ao oxigênio molecular (O 2 ) dissolvido na água. A solubilidade do oxigênio na água, assim como a dos demais gases, depende da temperatura e da pressão (ESTEVES, 1998). O aquecimento da água na presença de nutrientes como fosfatos e nitratos pode induzir o desenvolvimento de microrganismos aquáticos que, ao se decompor, esgotam o oxigênio dissolvido

6 na água, provocando a morte de outros organismos, o que pode prejudicar o abastecimento público e atividades de aquicultura (BROWN & KRYGIER, 1970). A densidade da água, assim como as concentrações de sólidos totais dissolvidos na água são dependentes da sua temperatura. A condutividade elétrica é a capacidade da água de transmitir corrente elétrica, podendo aumentar de acordo com a temperatura. A condutividade elétrica é função dos sólidos totais dissolvidos, que são íons dissolvidos e dissociados presentes na água (PORTO ET AL.,1991). A condutividade elétrica pode ser expressa por diferentes unidades, preferencialmente o micro Siemes por centímetro (µs/cm). A atividade agropecuária na bacia hidrográfica, com uso de fertilizantes e corretivos, tende a potencializar a presença de íons na água (WALLING & WEBB, 1975; WALLING, 1975). O tipo de cobertura vegetal implica distintos comportamentos nos atributos do solo e da água, sendo que a remoção das florestas tem causado aumento significativo dos processos que levam à degradação de imensas áreas, com prejuízos à hidrologia e à biodiversidade. RIZZI (1981) aborda aspectos da importância das florestas nativas na produção e conservação dos mananciais hídricos, com funções de interceptar a água da chuva, proporcionar condições ótimas de infiltração e reduzir o escoamento superficial. PIRES & SANTOS (1995) salientam que a retirada da cobertura vegetal gera a diminuição da precipitação local, da infiltração de água e do estoque de água subterrânea, causando a erosão dos solos e o assoreamento dos corpos d água, além da alteração nos padrões de vazão e volume dos cursos d água. MARGALEF (1994) ressalta que os vários processos que controlam a qualidade da água fazem parte de um complexo equilíbrio, motivo pelo qual qualquer alteração na bacia hidrográfica pode acarretar alterações significativas. As características físicas e químicas da água indicam a saúde do ecossistema terrestre, e podem ser utilizadas para o controle e o monitoramento das atividades desenvolvidas em uma bacia hidrográfica.

7 RESULTADOS Os dados médios dos parâmetros analisados no reservatório do Centro Universitário Geraldo Di Biase, campus Barra do Piraí estão na Tabela 1. Entre as coletas e entre os locais estudados (captação de água, meio do reservatório e floresta) foram observadas variações significativas entre alguns parâmetros estudados (acidez, temperatura, condutividade e total de sólidos dissolvidos). Após a realização de 10 amostragens observou-se que a temperatura foi menor nas três primeiras amostragens (0, 33 e 65 dias) que nas demais (p<0,00), com valores de 21,2 0 C (±1,81), 17,8 0 C (±0,38) e 18,6 0 C (±0,95) respectivamente. O oxigênio foi menor apenas na décima amostragem (274 dias) que nas demais (p<0,041), com valor de 3,56 mg/l O 2 (±1,49). A condutividade elétrica da água foi menor na nona e na décima amostragem (242 e 274 dias) que nas demais (p<0,027), com valores de 0,129 µs/cm (±0,028) e 0,126 µs/cm (±0,038) respectivamente.

8 O total de sólidos dissolvidos (TDS) foi menor na nona e na décima amostragem (242 e 274 dias) que nas demais (p<0,027), com valores de 86,50 ppm (±18,87) e 83,92 ppm (±26,88) respectivamente. Quanto aos locais estudados (borda da floresta, meio do lago e captação de água) observou-se uma menor acidez (ph) no meio do lago que nos demais locais (p<0,003), com valor de 5,94 (±0,57). A condutividade elétrica da água foi menor no meio do lago que nos demais locais (p<0,019), com valor de 0,163 µs/cm (±0,036).

9 O total de sólidos dissolvidos (TDS) foi menor no meio do lago que nos demais locais (p<0,020), com valor de 109,08 ppm (±23,64). Segundo a resolução CONAMA n o 357, os valores padrões para águas doces classe I (destinadas ao abastecimento) são: Parâmetro padrão Acidez (ph) 6,0 9,0 Oxigênio dissolvido 6,0 mg/l O 2 TDS 500 ppm CONCLUSÃO Entre os parâmetros analisados no reservatório do UGB Barra do Piraí pode-se constatar que sua água não apresenta qualidade suficiente para seu consumo, pois as variáveis acidez (ph) e oxigênio dissolvido mostraram alguns valores abaixo do padrão. Essa baixa qualidade da água pode estar relacionada com a poluição da água, devido uma criação de porcos que há próxima das nascentes do reservatório. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

10 BICUDO, D.C. et al. A atmosfera, as águas superficiais e os reservatórios no PEFI: caracterização química. In: BICUDO, D. C.; FORTI, M. C.; BICUDO, C. E. M. (Org.). Parque Estadual das Águas do Ipiranga (PEFI): unidade de conservação que resiste à urbanização de São Paulo. São Paulo: Secretaria do Meio Ambiente, p. 161-200. 2002. BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Resolução n o 357 de 17 de março de 2005. BROWN, G.W.; KRYGIER, J.T. Effects of clear-cutting on stream temperature. Water Resources Research, Washington, D. C. v. 6, n. 4, p. 1133-1139, 1970. ESTEVES, F.A. Fundamentos de limnologia. Rio de Janeiro: Interciência, 602 p. 1998. MATHEUS, C.E.; MORAES, A.J. de; TUNDISI, T.M.; TUNDISI, J.G. Manual de análises limnológicas. São Carlos: Centro de Recursos Hídricos e Ecologia Aplicada, USP, 62 p. 1995. OMS (Organização Mundial de Saúde). La Salud de los Jóvenes. Un Reto y una Esperanza. Geneva. 1995. PIRES, J.S.R.; SANTOS, J.E. dos. Bacias hidrográficas: integração entre meio ambiente e desenvolvimento. Ciência Hoje, São Carlos, v.19, n.10, p.4-45, 1995. PORTO, R.; BRANCO, S.M.; LUCA, S.J. Caracterização da qualidade da água. In: PORTO, R. L. L. (Org). Hidrologia ambiental. São Paulo: EDUSP: ABRH. p. 27-66. (Coleção ABRH de Recursos Hídricos, v. 3), 1991. RIZZI, N.E. Função da floresta na manutenção da qualidade da água para uso humano. Revista Florestal, São Carlos, p. 54-65, 1981. WILKINSON, L. Systat: The system for statistics. Systat Inc., Evanston, Ilinois, 822p. 1990. BICUDO, D.C. et al. A atmosfera, as águas superficiais e os reservatórios no PEFI: caracterização química. In: BICUDO, D. C.; FORTI, M. C.; BICUDO, C. E. M. (Org.). Parque Estadual das Águas do Ipiranga (PEFI): unidade de conservação que resiste à urbanização de São Paulo. São Paulo: Secretaria do Meio Ambiente, p. 161-200. 2002. BROWN, G.W.; KRYGIER, J.T. Effects of clear-cutting on stream temperature. Water Resources Research, Washington, D. C. v. 6, n. 4, p. 1133-1139, 1970.