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Transcrição:

16 e 17 de outubro de 2008 Bloco Cultural da Prefeitura Municipal Praça dos Emancipadores, s/n Cubatão, SP - Brasil

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; II -zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicose dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia; III -promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; IV -promover a ação de inconstitucionalidadeou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I -preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; [...] III -definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; [...] 4º -A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato- Grossense e a Zona Costeirasão patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.

Lei Federal nº 7.661, de 16 de maio de 1988 (institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro e dá outras providências). Art. 2º. Subordinando-se aos princípios e tendo em vista os objetivos genéricos da PNMA, fixados respectivamente nos arts. 2º e 4º da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, o PNGCvisará especificamente a orientar a utilização nacional dos recursos na Zona Costeira, de forma a contribuir para elevar a qualidade da vida de sua população, e a proteção do seu patrimônio natural, histórico, étnico e cultural.

Art. 3º. O PNGC deverá prever o zoneamento de usos e atividades na Zona Costeira e dar prioridade à conservação e proteção, entre outros, dos seguintes bens: I -recursos naturais, renováveis e não renováveis; recifes, parcéise bancos de algas; ilhas costeiras e oceânicas; sistemas fluviais, estuarinos e lagunares, baías e enseadas; praias; promontórios, costões e grutas marinhas; restingas e dunas; florestas litorâneas, manguezais e pradarias submersas; II -sítios ecológicos de relevância cultural e demais unidades naturais de preservação permanente; III -monumentos que integrem o patrimônio natural, histórico, paleontológico, espeleológico, arqueológico, étnico, cultural e paisagístico.

Art. 5º. [...] 1º. Os Estados e Municípios poderão instituir, através de lei, os respectivos Planos Estaduais ou Municipais de Gerenciamento Costeiro, observadas as normas e diretrizes do Plano Nacional e o disposto nesta lei, e designar os órgãos competentes para a execução desses Planos. 2º Normas e diretrizes sobre o uso do solo, do subsolo e das águas, bem como limitações à utilização de imóveis, poderão ser estabelecidas nos Planos de Gerenciamento Costeiro, Nacional, Estadual e Municipal, prevalecendo sempre as disposições de natureza mais restritiva. Art.6º. O licenciamento para parcelamento e remembramentodo solo, construção, instalação, funcionamento e ampliação de atividades, com alterações das características naturais da Zona Costeira, deverá observar, além do disposto nesta Lei, as demais normas específicas federais, estaduais e municipais, respeitando as diretrizes dos Planos de Gerenciamento Costeiro. 1º. A falta ou o descumprimento, mesmo parcial, das condições do licenciamento previsto neste artigo serão sancionados com interdição, embargo ou demolição, sem prejuízo da cominação de outras penalidades previstas em lei. 2º. Para o licenciamento, o órgão competente solicitará ao responsável pela atividade a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental [EIA] e a apresentação do respectivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, devidamente aprovado, na forma da lei.

Atividade portuária é atividade reconhecida por lei como de alto potencial poluidor(lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, Anexo VIII, incluído pela Lei Federal nº 10.165, de 27 de dezembro de 2000). Lei Federal nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, que dispõe sobre o regime jurídico da exploração dos portos organizados e das instalações portuárias e dá outras providências (LEI DOS PORTOS) Art. 4º. Fica assegurado ao interessado o direito de construir, reformar, ampliar, melhorar, arrendar e explorar instalação portuária, dependendo: I -de contrato de arrendamento, celebrado com a União no caso de exploração direta, ou com sua concessionária, sempre através de licitação, quando localizada dentro dos limites da área do porto organizado; II -de autorização do órgão competente, quando se tratar de Instalação Portuária Pública de Pequeno Porte, de Estação de Transbordo de Cargas ou de terminal de uso privativo, desde que fora da área do porto organizado, ou quando o interessado for titular do domínio útil do terreno, mesmo que situado dentro da área do porto organizado (redação da Lei Federal nº 11.518, de 5 de setembro de 2007). 1º. A celebração do contrato e a autorização a que se referem os incisos I e II deste artigo devem ser precedidas de consulta à autoridade aduaneira e ao poder público municipal e de aprovação do Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (Rima).

JosimarRibeiro de Almeida 1 cita vários impactos ambientais negativos podem ser observados, tanto na implantação como na operação de portos: Degradação de ecossistemas frágeis, dos recursos pesqueiros, bem como da paisagem da região, alterando a qualidade do meio ambiente; Impactos das dragagens, que elimina e altera a fauna e a flora da área dragada, podendo ocorrer menor penetração de luz e menor atividade fotossintética, além de existir a possibilidade de acidentes com dutos e cabos submarinos; Degradação da qualidade do ar da região de localização do porto devido às intensas atividades geradoras de poeira e emissão de poluentes da combustão de motores; Degradação da qualidade das águas devido aos derrames de óleos e graxas das embarcações; Riscos de derrames de cargas tóxicas; Efeitos sobre a saúde da população, tanto no tocante às doenças infectocontagiosas, devido à presença de grandes contingentes de pessoas de diferentes regiões na área portuária, como em função da degradação da qualidade ambiental do entorno; Interrupção dos padrões de trânsito, geração de ruídos e congestionamentos, aumentando o perigo para os pedestres, devido aos caminhões que transportam materiais até as instalações portuárias; Sobrecarga sobre as redes de abastecimento de água potável, energia elétrica, disposição de resíduos sólidos, coleta e tratamento de esgotos. (1) Perícia ambiental, judicial e securitária: impacto, dano e passivo ambiental. Rio de Janeiro: Thex, 2006, p. 132 a 134.

Art. 196. A Mata Atlântica, a Serra do Mar, a Zona Costeira, o Complexo Estuarino Lagunarentre Iguape e Cananéia, os Vales dos Rios Paraíba, Ribeira, Tietê e Paranapanema e as unidades de conservação do Estado são espaços territoriais especialmente protegidos e sua utilização far-se-á na forma da lei, dependendo de prévia autorização e dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente. Art. 197. São áreas de proteção permanente: I -os manguezais; II -as nascentes, os mananciais e matas ciliares; III -as áreas que abriguem exemplares raros da fauna e da flora, bem como aquelas que sirvam como local de pouso ou reprodução de migratórios; IV -as áreas estuarinas; V -as paisagens notáveis; VI -as cavidades naturais subterrâneas.

Art. 191. O Estado e os Municípios providenciarão, com a participação da coletividade, a preservação, conservação, defesa, recuperação e melhoria do meio ambiente natural, artificial e do trabalho, atendidas as peculiaridades regionais e locais e em harmonia com o desenvolvimento social e econômico. Art. 192. A execução de obras, atividades, processos produtivos e empreendimentos e a exploração de recursos naturais de qualquer espécie, quer pelo setor público, quer pelo privado, serão admitidas se houver resguardo do meio ambiente ecologicamente equilibrado. 1º. A outorga de licença ambiental, por órgão, ou entidade governamental competente, integrante de sistema unificado para esse efeito, será feita com observância dos critérios gerais fixados em lei, além de normas e padrões estabelecidos pelo Poder Público e em conformidade com o planejamento e zoneamento ambientais. 2º. A licença ambiental, renovável na forma da lei, para a execução e a exploração mencionadas no caput deste artigo, quando potencialmente causadoras de significativa degradação do meio ambiente, será sempre precedida, conforme critérios que a legislação especificar, da aprovação do Estudo Prévio de Impacto Ambiental e respectivo relatório a que se dará prévia publicidade, garantida a realização de audiências públicas.

Lei Estadual nº 10.019, de 3 de julho de 1998, que dispõe sobre o Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro, e dá outras providências. Art. 4º. O Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro tem por objetivo geral disciplinar e racionalizar a utilização dos recursos naturais da Zona Costeira, por meio de instrumentos próprios, visando a melhoria da qualidade de vida das populações locais e a proteção dos ecossistemas costeiros, em condições que assegurem a qualidade ambiental, atendidos os seguintes objetivos específicos: I -compatibilização dos usos e atividades humanas com a garantia da qualidade ambiental, através da harmonização dos interesses sociais e econômicos de agentes externos ou locais, sem prejuízo da competência municipal na mesma matéria; li -controle do uso e ocupação do solo e da exploração dos recursos naturais (terrestres, de transição e aquáticos) em toda a Zona Costeira, objetivando: a) a erradicação da exploração predatória dos recursos naturais; b) o impedimento da degradação e/ou da descaracterização dos ecossistemas costeiros; c) a minimização dos conflitos e concorrências entre usos e atividades; e d) a otimização dos processos produtivos das atividades econômicas, observadas as limitações ambientais da região; III -defesa e restauração de áreas significativas e representativas dos ecossistemas costeiros, bem como a recuperação e/ou a reabilitação das que se encontram alteradas e/ou degradadas; IV -garantia de manutenção dos ecossistemas, assegurada através da avaliação da capacidade de suporte ambiental face às necessidades sociais de melhoria da qualidade de vida e ao objetivo do desenvolvimento sustentado da região; V -garantia de fixação e de desenvolvimento das populações locais, através da regularização fundiária, dos procedimentos que possibilitem o acesso das mesmas à exploração sustentada dos recursos naturais e da assessoria técnica para a implantação de novas atividades econômicas ou para o aprimoramento das já desenvolvidas, observando-se as limitações ambientais da região; e VI - planejamento e gestão, de forma integrada, descentralizada e participativa, das atividades antrópicas na Zona Costeira.

Art. 6º. O Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro deverá observar as seguintes diretrizes: I -proteger os ecossistemas de forma a garantir, no seu conjunto, as funções ecológicas, a diversidade biológica e as potencialidades de uso conforme sua capacidade de suporte; II -promover a melhoria das condições de vida das populações, estimulando a fixação das comunidades tradicionais; III -fomentar o uso adequado dos recursos naturais, garantindo a estabilidade funcional dos ecossistemas; IV -avaliar a capacidade de suporte ambiental das áreas passíveis de ocupação, de forma a definir níveis de utilização dos recursos não renováveis e a garantir a capacidade de regeneração dos recursos renováveis; V -assegurar a integração harmônica da Zona Costeira com as demais regiões que a influenciam ou que por ela são influenciadas; VI -desenvolver as potencialidades locais, em colaboração com as administrações municipais, observando as competências em assuntos de peculiar interesse dos Municípios, de acordo com os objetivos e metas de desenvolvimento sócio-econômico e de elevação da qualidade de vida, salvaguardando as avaliações ambientais prévias; VII -assegurar a mitigação dos impactos sobre a Zona Costeira eventualmente advindas de regiões vizinhas; e VIII -promover a recuperação das áreas degradadas adequando-as às orientações estabelecidas no Zoneamento Ecológico-Econômico.

Art. 9º. Constituem instrumentos [de Gerenciamento] de que se valerá o Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro para atingir os fins previstos: I - Zoneamento Ecológico-Econômico; li - Sistema de Informações; III -Planos de Ação e Gestão; IV -Controle; e V - Monitoramento. Art. 10. O Zoneamento Ecológico-Econômico tem por objetivo identificar as unidades territoriais que por suas características físicas, biológicas e sócio-econômicas, bem como, por sua dinâmica e contrastes internos, devam ser objeto de disciplina especial, com vistas ao desenvolvimento de ações capazes de conduzir ao aproveitamento, à manutenção ou à recuperação de sua qualidade ambiental e do seu potencial produtivo. Parágrafo único. O Zoneamento definirá normas e metas ambientais e sócio-econômicas, rurais, urbanas e aquáticas a serem alcançadas por meio de programas de gestão sócioeconômico ambiental.

Art. 11. As unidades territoriais de que trata o artigo anterior serão enquadradas na seguinte tipologia de zona: I -Z-1-Zona que mantém os ecossistemas primitivos em pleno equilíbrio ambiental, ocorrendo uma diversificada composição de espécies e uma organização funcional capazes de manter, de forma sustentada, uma comunidade de organismos balanceada, integrada e adaptada, podendo ocorrer atividades humanas de baixos efeitos impactantes; II -Z-2 -Zona que apresenta alterações na organização funcional dos ecossistemas primitivos, mas é capacitada para manter em equilíbrio uma comunidade de organismos em graus variados de diversidade, mesmo com a ocorrência de atividades humanas intermitentes ou de baixos impactos. Em áreas terrestres, essa zona pode apresentar assentamentos humanos dispersos e pouco populosos, com pouca integração entre si; III -Z-3-Zona que apresenta os ecossistemas primitivos parcialmente modificados, com dificuldades de regeneração natural, pela exploração, supressão ou substituição de algum de seus componentes, em razão da ocorrência de áreas de assentamentos humanos com maior integração entre si; IV -Z-4-Zona que apresenta os ecossistemas Primitivos significativamente modificados pela supressão de componentes, descaracterização dos substratos terrestres e marinhos, alteração das drenagens ou da hidrodinâmica, bem como, pela ocorrência, em áreas terrestres, de assentamentos rurais ou periurbanosdescontínuos interligados, necessitando de intervenções para sua regeneração parcial; e V -Z-5-Zona que apresenta a maior parte dos componentes dos ecossistemas primitivos degradada, ou suprimida e organização funcional eliminada.

Art. 12. Nas zonas definidas no artigo anterior somente serão permitidos os seguintes usos: I -Z-1 -preservação e conservação, pesquisa científica, educação ambiental, manejo auto-sustentado, ecoturismo, pesca artesanal e ocupação humana, de forma a manter as características das zonas definidas no artigo anterior; II -Z-2-todos os usos mencionados anterior-mente e, de acordo com o grau de alteração dos ecossistemas, manejo sustentado, aqüicultura e mineração baseadas em Plano Diretor Regional de Mineração, a ser estabelecido pelos órgãos competentes; III -Z-3 -todos os usos citados anteriormente e dependendo do grau de modificação dos ecossistemas, a agropecuária, a silvicultura e a pesca industrial nas unidades que as permitam; IV -Z-4 -todos os usos citados anteriormente, mais assentamentos urbanos descontínuos, restritos às unidades que os permitam conforme regulamento dos zoneamentos estabelecidos para os setores costeiros; e V -Z-5 -além dos usos mencionados anteriormente, o assentamento urbano, as atividades industriais, turísticas, náuticas e aerorrodoportuárias, de acordo com o estabelecido em legislação municipal. 1º. Os manejos auto-sustentado e sustentado da fauna e da flora, bem como o ecoturismo, serão objetos de regulamentações específicas. 2º. As atividades de subsistência serão admitidas em toda a Zona Costeira independentemente do zoneamento, até que programas especiais de adequação técnica e jurídica sejam implementados e regulamentados.

Art. 13. O Zoneamento Ecológico-Econômico será estabelecido por decreto, que enquadrará as diversas zonas e seus usos, nos termos desta lei. 1º -O enquadramento nos diferentes tipos de zona será feito não necessariamente conforme suas características atuais, mas respeitando a dinâmica de ocupação do território e as metas de desenvolvimento sócio-econômico e de proteção ambiental, a serem alcançadas através de planos de ação e gestão integrados e compatibilizados com os planos diretores regionais e municipais e, na ausência destes, com as leis municipais de uso e ocupação do solo.

Logo após a promulgação da Lei Estadual 10.019/98 que dispõe sobre o Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro, a SMA por meio de sua área de Planejamento Ambiental, deu início aos estudos e diagnósticos sócio ambientais para a formulação do Zoneamento Ecológico-Econômico em todos os setores costeiros, com o objetivo de fortalecer as ações de planejamento municipal e regional e racionalizar o disciplinamento do uso e ocupação do solo, bem como dos recursos naturais costeiros. [...] A partir da institucionalização do Sistema de Gestão por meio do Decreto 47.303/02 e da posse dos Grupos Setoriais de Coordenação, iniciou-se a etapa de discussão da minuta de Decreto de Zoneamento Ecológico Econômico, com base em documentos preparados pela CPLEA/SMA, que se estendeu de 2004 a 2006. A partir do mapeamento e da minuta de Decreto apresentados pela CPLEA em janeiro de 2004, adotou-se como metodologia de trabalho, a discussão das premissas estabelecidas pela minuta de texto, para posteriormente verificar o rebatimento espacial das zonas propostas nos mapa apresentado e iniciar uma fase de ajustes nestes mapeamentos. Com a minuta de texto referente ao ZEE terrestre já discutida, o Grupo Setorial analisou e compatibilizou detalhadamente as legislações municipais referentes ao uso e ocupação do solo e Planos Diretores aprovados e em aprovação.

Conforme detalhado no próximo item, o Grupo preocupou-se em criar mecanismos que possibilitassem a aplicação das diretrizes já estabelecidas pela Lei Estadual nº 10.019/98 à complexidade de situações que se apresenta no território dos nove municípios que compõem a região, configurada por formas de ocupação historicamente determinadas, as quais atualmente mostram um quadro quase sempre de comprometimento ambiental, seja por conta da inexistência da infra-estrutura urbana, seja pela da própria inadequação do modelo de ocupação adotado, que desconsidera quase sempre os limitantes naturais.

Justificativa que acompanha o projeto de Lei Complementar do Município de Peruíbe, que institui Plano de Urbanização Específico do Taniguá, altera diretrizes de macrozoneamento do Plano Diretor e dá outras providências: [...] Também ressaltamos o fato de que o ZEE Zoneamento Ecológico-Econômico, elaborado pelo Plano estadual de Gerenciamento Costeiro, pretende ser finalizado em breve e que as diretrizes daquela área, classificadas como Z2 definidas pelo cenário vigente à época, não possibilitariam sequer a discussão de alguns dos empreendimentos acima citados. A minuta de decreto apresentada em audiência pública pelo CONSEMA sofreu diversas manifestações da sociedade civil requerendo um uso que trouxesse maior benefício econômico à região. Estas manifestações serão analisadas pelo Grupo Setorial, que se orienta-se basicamente pelas diretrizes do Plano Diretor municipal. É fato que a FUNAI realizou estudo de delimitação de Terra Indígena para a área em 2002, ainda não homologado. A Prefeitura tem procurado respeitar os prazos necessários pelo órgão federal para conclusão de seus estudos, porém o atraso do órgão em se manifestar após a conclusão dos estudos e sua conseqüente indefinição sobre a futura destinação da área está acarretando sobrecarga adicional de serviços de fiscalização de ocupações irregulares na área e colocando em risco a possibilidade do município obter no Zoneamento Ecológico-Econômico estadual um uso que traga desenvolvimento econômico para a região e melhoria da qualidade de vida aos seus cidadãos.

Situa-se no entorno de unidades de conservação: Parque Estadual da Serra do Mar; Estação Ecológica Juréia-Itatins, posteriormente alterado para um Mosaico de Unidades de Conservação; Área de Proteção Ambiental Cananéia-Iguape-Peruíbe; Estação Ecológica dos Tupiniquins (ilhas oceânicas). É caracterizada como Zona Especial de Reserva Florestal Biológicapela Lei Complementar Municipal nº 100, de 29 de março de 2007 (Plano Diretor) em razão da existência de áreas com presença de vegetação significativa; existência de áreas degradadas por atividades de mineração; ocupação indígena; presença de sítios arqueológicos; presença de patrimônio histórico-cultural; ocupação irregular; existência de área de relevante importância, como corredor migratório de avifauna; existência de área de interesse turístico (art. 115, incisos I a VII), com o objetivo de orientar as políticas públicas no sentido de: promover a manutenção da qualidade ambiental; recuperar a qualidade ambiental das áreas degradadas; preservar o patrimônio imaterial; garantir o desenvolvimento sustentável das famílias indígenas; preservar os patrimônios natural, histórico-cultural e arqueológico; conter a ocupação urbana nas áreas de preservação; desenvolver programas de interesse turístico; possibilitar a aplicação de instrumentos de compensação; recuperar a qualidade ambiental da sub-bacia do Rio Preto; promover a recuperação e conservação ambiental de restinga e várzea; reverter o processo de degradação ambiental por meio da compatibilização do uso e ocupação com as condições físicas e bióticas dos terrenos; requalificar a paisagem urbana e natural; promover a regularização fundiária sustentável removendo as habitações que estejam localizadas em áreas de risco ou de preservação ambiental (art. 116, incisos I a XIII).

Se insere em um dos locais considerados como TESOURO A CÉU ABERTOpelo Programa Biota/FAPESP, que corresponde a fragmentos indicados para a criação de Unidade de Conservação de Proteção Integral, de extrema importância biológica para conservação. É caracterizada como Zona 2 Terrestre Z2T, na minuta de decreto que dispõe sobre o Zoneamento Ecológico-Econômico do Setor da Baixada Santista: Art. 15. Para o enquadramento da Zona 2 Terrestre -Z2T foram consideradas, entre outras, as seguintes características socioambientais: I - recorrência de áreas de preservação permanente; II - recorrência de áreas de risco geotécnico; III -ocorrência de áreas contínuas de vegetação nativa primária e secundária em estágio avançado de regeneração e fauna associada, com alteração de até 30% (trinta por cento) da cobertura vegetal, com relevância regional; e IV - assentamentos humanos dispersos.

Em casos nos quais se questionou a constitucionalidade de leis dos municípios de Itupevae Jarinú, aprovadas com o objetivo de permitir o parcelamento do solo e a urbanização de áreas rurais no entorno de unidade de conservação, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, por unanimidade de votos, julgou inconstitucionais essas leis municipais por afrontarem os artigos 111, 144, 152, incisos I, II e III, 180, incisos II e V, 181, 191 e 196, todos da Constituição do Estado de São Paulo, com o entendimento de a sua aprovação deveria ter sido precedida não só de efetiva discussão com a comunidade como também de estudos prévios demonstrando que a forma de uso e ocupação do solo almejada pela lei não iria afetar negativamente a unidade de conservação existente no entorno (ações diretas de inconstitucionalidade nº 147.253-0/7-00 e 146.526-0/6-00).

Conceitos de desenvolvimento sustentado: O desenvolvimento que satisfaz as necessidades da geração presente sem comprometer as possibilidades das gerações futuras satisfazer as suas(comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas). O desenvolvimento que busca melhorar a qualidade de vida humana dentro dos limites da capacidade de suporte dos ecossistemas(pnuma -Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente).