Aula 06 PRINCÍPIO DO CONSERVADOR-RECEBEDOR
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1 Curso/Disciplina: Direito Ambiental Aula: Direito Ambiental - 06 Professor(a): Luiz Jungstedt Monitor(a): José Alisson Sousa dos Santos Aula 06 PRINCÍPIO DO CONSERVADOR-RECEBEDOR Também chamado de bolsa floresta, bolsa carbono, bolsa verde, o princípio do conservadorrecebedor é denominado pela Lei de Resíduos Sólidos (Lei /2005) de protetor-recebedor, conforme artigo 6º, II: Art. 6o São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos: II - o poluidor-pagador e o protetor-recebedor; A ideia desse princípio é criar uma linha de crédito governamental (como o bolsa família) para pagar o pequeno agricultor, por exemplo, para que deixe a floresta crescer no seu imóvel. Ocorre que programas como esse, em caso de ajuste fiscal, seriam os primeiros a serem cortados, se é que foram implementados. PRINCÍPIO DA LOGÍSTICA REVERSA Esse princípio é encontrado no artigo 33 da Lei de Resíduos Sólidos (Lei /2005), o qual determina que os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes das áreas nele elencadas, devem se unir, por meio de um acordo setorial, para viabilizar a logística reversa, isto é, têm tais agentes de buscar o produto após a utilização pelo consumidor a fim de dar-lhe destinação final adequada: Art. 33. São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de: (Regulamento) I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas técnicas; Página1 II - pilhas e baterias; III - pneus; IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
2 VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes. 1 DEMAIS PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL Além dos seis princípios de direito ambiental já trabalhados prevenção, precaução, poluidor-pagador, usuário-pagador, conservador-recebedor e logística reversa, há outros que merecem destaque, considerando o caráter exemplificativo do rol. Princípio da informação ambiental Para o cumprimento deste princípio existe uma lei própria, a Lei /2003, que institui o SISNIMA Sistema Nacional de Informação sobre o Meio Ambiente. Coaduna com o princípio da transparência, universal para qualquer área do governo. Visa munir o cidadão e os órgãos de controle de toda e qualquer informação para que exerçam o dever constitucional de defesa do meio ambiente. Art Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. Princípio da participação comunitária Aplica-se tanto em relação ao Executivo (audiências e consultas públicas), quanto ao Legislativo (leis de iniciativa popular, plebiscito, referendo) e ao Judiciário (jurisdição voluntária, arbitragem, amigo da corte), buscando a maior participação do cidadão nas questões relativas ao meio ambiente. Princípio da ubiquidade Consiste na consideração da variável ambiental em todas as políticas de desenvolvimento, ou seja, na preocupação ambiental em todas as áreas de atuação, como no caso da sustentabilidade aplicável aos procedimentos licitatórios. Princípio da cooperação internacional e nacional Ideia de atuação conjunta entre todos os órgãos e países na defesa do meio ambiente. Página2 1 Atenção para os agentes e produtos constantes dessa lista.
3 PRINCÍPIOS, OBJETIVOS E INSTRUMENTOS DA PNMA O artigo 9º é o que mais se diferencia dos outros, porque traz mecanismos de materialização da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81). Esses artigos precisam de atenção, vez que costumam ser cobrados em provas. Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, 2 considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; Página3 V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; 2 Na verdade, constitui um instrumento, assim como o inciso II, mas, para efeitos de prova, deve-se considerar a literalidade da lei, que os aponta como princípios.
4 VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; VIII - recuperação de áreas degradadas; (Regulamento) IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. O artigo 4º traz sete objetivos: Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; 3 II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais; IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais; V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida; VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. No artigo 5º tem-se a previsão de formulação de diretrizes em normas e planos. Página4 Art 5º - As diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente serão formuladas em normas e planos, destinados a orientar a ação dos Governos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios no que se relaciona com a preservação da qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio ecológico, observados os princípios estabelecidos no art. 2º desta Lei. 3 Consiste, na verdade, no princípio do desenvolvimento sustentável.
5 Parágrafo único - As atividades empresariais públicas ou privadas serão exercidas em consonância com as diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente. Entre os instrumentos da PNMA, indicados nos artigos 9º e 9º-A e consistentes em condutas a serem tomadas, destaca-se o Zoneamento Ambiental. Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; II - o zoneamento ambiental; (Regulamento) III - a avaliação de impactos ambientais; IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental; IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental. X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzí-las, quando inexistentes; XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais. XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. Página5 Nos artigos 9º-A, 9º-B e 9º-C, é aprofundado o tratamento da servidão ambiental, um instrumento muito importante como alternativa à criação da RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural), regida pelo art. 21 da Lei nº 9.985/2000. Por meio dela, o próprio proprietário transforma a sua propriedade em uma unidade de conservação melhor que criar uma RPPN, já que para o desfazimento desta precisa-se de uma lei. Art. 9 o -A. O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural ou jurídica, pode, por instrumento público ou particular ou por termo administrativo firmado perante órgão integrante do
6 Sisnama, limitar o uso de toda a sua propriedade ou de parte dela para preservar, conservar ou recuperar os recursos ambientais existentes, instituindo servidão ambiental. (...) Art. 21. A Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica. (Regulamento) 1o O gravame de que trata este artigo constará de termo de compromisso assinado perante o órgão ambiental, que verificará a existência de interesse público, e será averbado à margem da inscrição no Registro Público de Imóveis. 2o Só poderá ser permitida, na Reserva Particular do Patrimônio Natural, conforme se dispuser em regulamento: I - a pesquisa científica; II - a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais; III - (VETADO) 3o Os órgãos integrantes do SNUC, sempre que possível e oportuno, prestarão orientação técnica e científica ao proprietário de Reserva Particular do Patrimônio Natural para a elaboração de um Plano de Manejo ou de Proteção e de Gestão da unidade. Página6
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