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Transcrição:

Departamento de Desenvolvimento Profissional Nota Fiscal Eletrônica e as Recentes Alterações da Legislação Tributária Samanta Pinheiro da Silva samanta@consultoriainovar.com.br Rio de Janeiro - RJ Abril - 2015 Rua 1º de Março, 33 Centro Rio de Janeiro/RJ Cep: 20.010-000 Telefone: (21) 2216-9544 e 2216-9545 cursos@crcrj.org.br www.crc.org.br 1

Nota Fiscal Eletrônica NF-e 55 e Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica - NFC-e 65 - Atualização de Procedimentos Fiscais Sumário Primeira Parte Conceitos Básicos estabelecidos na Legislação do ICMS ICMS Previsão Constitucional e Legislação Complementar 5 Princípios Gerais do ICMS 7 Definição Termos Comuns à Matéria 8 Fatos Geradores do ICMS 8 Contribuinte 9 Base de Cálculo 9 Alíquotas 10 Não Incidência/Suspensão/Isenção/Diferimento do ICMS 11 Técnica de Arrecadação 12 Segunda Parte Nota Fiscal Eletrônica NF-e Principais Fundamentos Legislação Aplicável 14 Conceito de Nota Fiscal Eletrônica 14 Benefícios Esperados 14 Credenciamento do Contribuinte 14 Certificação Digital 14 Documentos que serão substituídos 15 Cronograma de Implantação 15 Da guarda do Arquivo XML 15 Do DANFE NF-e 15 Do Cancelamento da NF-e 15 Da Inutilização da NF-e 16 Da Contingência da NF-e 16 Da Consulta Publica da NF-e 18 Versão 3.10 18 2

Terceira Parte Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica NFC-e Principais Fundamentos Legislação Aplicável 19 Conceito de Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica 19 Benefícios Esperados 19 Credenciamento do Contribuinte 20 Certificação Digital 20 Documentos que serão substituídos 20 Cronograma de Implantação 20 Da guarda do Arquivo XML 21 Do DANFE NFC-e 21 Do Cancelamento da NFC-e 21 Da Inutilização da NFC-e 22 Da Contingência da NFC-e 22 Da Consulta Pública da NFC-e 22 Do Preenchimento Informações Destinatário 23 Do Exemplo da NFC-e Versão 3.10 23 Quarta Parte Preenchimento da NF-e / NFC-e e Cuidados Especiais 24 Quinta Parte Demonstração de Operações no Aplicativo Gratuito Devolução de Mercadoria 33 Remessa para Industrialização/Conserto/Reparo 33 Remessas de Material de Uso/Consumo e Ativo 33 Venda de Ativo Imobilizado 34 Nota Fiscal Complementar/Suplementar 35 Venda para Entrega Futura 35 Anexos 36 3

Nota Fiscal Eletrônica- NF-e 55 e Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica NFC-e 65 O treinamento visa orientar e atualizar os participantes para a correta aplicação da tributação do ICMS, bem como capacitá-los a ter uma visão crítica de possíveis oportunidades de redução de carga tributária. Serão também demonstrados o correto preenchimento da NF-e Modelo 55, sendo utilizado casos práticos de operações no aplicativo gratuito possibilitando o enfoque prático do treinamento. Será também explanado o modelo operacional da NFC-e modelo 65 que substituirá o Cupom Fiscal e a Nota Fiscal de Venda a Consumidor Modelo 2. 4

PRIMEIRA PARTE Conceitos Básicos Estabelecidos na Legislação do ICMS 1. PREVISÃO CONSTITUCIONAL E LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR O Inciso II do Art. 155 da CF, abaixo transcrito, permite aos Estados e ao Distrito Federal instituírem o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte Intermunicipal e Interestadual e de Comunicação (ICMS). Art.155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir imposto sobre:... II operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; Já o 2º e seus incisos, do mesmo Art. 155 da CF, define as regras gerais que regerão este tributo. Transcrevemos, a seguir, aquelas regras que julgamos mais importantes e pertinentes ao presente seminário. 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal; II - a isenção ou não incidência, salvo determinação em contrário da legislação: a) não implicará crédito para a compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes; b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores; III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços; IV -... V -... VI - salvo deliberação em contrário e dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto no Inciso XII, g, as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais; VII - em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, adotar-se-á: a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto; b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele; VIII... IX - incidirá também: a) sobre a entrada de mercadoria importada do exterior, ainda quando se tratar de bem destinado a consumo ou ativo fixo doe estabelecimento, assim como sobre serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o estabelecimento destinatário da mercadoria ou do serviço; b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidos na competência tributária dos municípios; X - não incidirá: a) sobre operações que destinem ao exterior produtos industrializados, excluídos os semielaborados definidos em lei complementar; 5

b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica; c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, 5º; XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização, configure fato gerador dos dois impostos; XII - cabe à lei complementar: a) definir seus contribuintes; b) dispor sobre substituição tributária; c) disciplinar o regime de compensação do imposto; d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços; e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, a; f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias; g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. HIERARQUIA DAS LEIS NO ICMS ANÁLISE DA PIRÂMIDE DE KELSEN CONSTITUIÇÃO FEDERAL E EMENDAS À CONSTITUIÇÃO NORMAS COMPLEMENTARES A CONSTITUIÇÃO: LEIS COMPLEMENTARES NORMAS ORDINÁRIAS: LEIS/MEDIDAS PROVISÓRIAS DECRETOS RESOLUÇÕES 6

2. PRINCÍPIOS GERAIS DO ICMS 2.1. Imposto seletivo O ICMS é norteado pelo Princípio da Essencialidade, o qual grava os produtos em função de sua essencialidade, ou seja, há diferenças nas alíquotas do imposto em razão do grau de menor ou maior necessidade, por parte da população, em consumir cada produto. 2.2. Imposto não cumulativo O ICMS está sujeito ao princípio constitucional da não cumulatividade. Isto significa que o montante do imposto devido resulta da diferença a maior em determinado período, entre o imposto devido sob os produtos saídos do estabelecimento e o pago relativamente aos produtos nele ingressados. 2.3. Princípio da incidência sobre a saída da mercadoria O ICMS têm como momento de incidência o instante da saída da mercadoria, não interessando a natureza da operação realizada. É bem verdade que é exigido do contribuinte que a natureza da operação seja claramente indicada na nota fiscal, contudo, a obrigação de pagar o imposto não decorre do tipo de operação realizada, mas da saída da mercadoria (seja por venda, por doação, por transferência ou por qualquer outro motivo), ou seja, o fato gerador e o momento de incidência do produto independem dos efeitos econômicos da operação. 2.4. Princípio da incidência múltipla O ICMS acompanha a mercadoria em todas as fases de sua circulação, desde sua origem (importação ou produção) até sua entrega ao consumidor final. 2.5. Princípio documental Em resposta a: função do sistema orgânico do ICMS, torna-se imprescindível para o controle das operações a emissão de documentos fiscais, nos quais fiquem consignados os respectivos valores. Mesmo para aquelas operações em que, por disposição legal, não ocorra o fato gerador ou não se exija o tributo, a emissão de documentos (notas fiscais) é indispensável. Como regra geral, pode-se afirmar que não pode haver saída de mercadoria sem documento fiscal que a acoberte. Assim como, não pode haver entrada de mercadoria sem que fique em poder do seu recebedor cópia do documento que suportou a saída. 2.6. Princípio da escrituração Em decorrência do princípio da não cumulatividade e da forma como são documentadas as operações realizadas com mercadorias, torna-se necessária a escrituração fiscal, de modo que, a qualquer tempo, se possa conhecer com clareza e precisão a situação do contribuinte, de forma não só a se positivarem as operações gravadas, como também o débito ou crédito do imposto. 7

3. DEFINIÇÃO TERMOS COMUNS A MATÉRIA 3.1. Não Incidência Em linhas gerais, por não incidência entende-se a não ocorrência do fato gerador, em virtude da legislação não descrever a situação como hipótese de incidência. 3.2. Isenção É o próprio poder público competente para exigir o tributo que tem o poder para isentar. Existirá um benefício fiscal que dispensará o pagamento do imposto. A isenção é um caso de exclusão do crédito tributário (art. 175, I - CTN). 3.3. Imunidade É uma não incidência qualificada, uma vez que a Constituição Federal suprime ao legislador a competência ou o poder de tributar determinadas situações expressamente previstas pela Carta Magna. 3.4. Diferimento do Imposto Nestes casos verifica-se a ocorrência do fato gerador do imposto normalmente, sendo apenas postergado o recolhimento do imposto dele decorrente. 3.5. Suspensão do Imposto Nestes casos a lei suspende a cobrança do imposto visando a ocorrência de determinado evento futuro, em regra geral, esse evento futuro relaciona-se ao retorno das mercadorias em determinado prazo. 3.6. Substituição Tributária Processo pelo qual é transferida a obrigação de recolher o imposto de uma pessoa para outra, geralmente a substituição tributária implica no reconhecimento antecipado da ocorrência do fato gerador. 3.7. Fato Gerador É o fato real ou não, definido em Lei, necessário e suficiente à caracterização da ocorrência da obrigação principal (obrigação de pagar o tributo). 4. FATOS GERADORES DO ICMS Os fatos geradores do ICMS estão definidos no Art. 2º da LC. 87/96. O Imposto incide sobre: A. Operações relativas à circulação de Mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares; B. Prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias e valores; C. Prestações onerosas de serviços de comunicação; D. Fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária dos municípios, ou, quando sujeitos ao ISS, a lei complementar que trata deste imposto, imponha a tributação separada do ICMS sobre as mercadorias empregadas; E. Entrada de mercadoria importada, por pessoa física ou jurídica, ainda quando se tratar de bens destinados a consumo ou ativo permanente do estabelecimento; F. Sobre serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior; 8

G. Sobre a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo e de energia elétrica, quando não destinados à comercialização/industrialização. 5. CONTRIBUINTE (Artigo 15 - Livro I RICMS/RJ) Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. É também contribuinte a pessoa física ou jurídica que, mesmo sem habitualidade: A. Importe mercadorias do exterior, ainda que as destine a consumo ou ao ativo permanente do estabelecimento; B. Seja destinatária de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior; C. Adquira em licitação de mercadoria apreendidas ou abandonadas; D. Adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização. 6. BASE DE CÁLCULO (Artigos 4 a 13 - Livro I - RICMS/RJ) A base de cálculo do ICMS será: A) O valor da operação Nas saídas de mercadorias Transmissão de propriedades de mercadorias depositadas; Transmissão de mercadorias sem trânsito pelo transmitente. B) O valor da operação, No fornecimento de alimentação e bebidas incluindo mercadorias e Serviço C) O preço de serviço Na prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. D) O preço corrente Nas saídas de mercadorias em prestação de serviços de competência do Município. E) Valor da Mercadoria + Na entrada de bens importados. IPI + PIS+ COFINS IOF + Despesas Aduaneiras F) O valor de que decorreu A entrada G) O valor, no Estado de origem, do serviço prestado. Na entrada no território do Estado de destino, de lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo. Na utilização por contribuinte, de serviço iniciado em outro Estado e não esteja vinculado a operação ou prestação subseqüente. 9

INTEGRA A BASE TRIBUTÁVEL: A. Seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem como os descontos sob condição; B. Frete, caso o transporte seja efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta e ordem e seja cobrado em separado; C. O IPI, quando a operação for realizada de contribuinte para não contribuinte ou entre contribuintes e o produto não se destinar à industrialização ou comercialização. Base de Cálculo Nas Transferências Na saída de mercadoria para estabelecimento localizado em outro Estado, pertencente ao mesmo titular, a base de cálculo do imposto é: A O valor correspondente à entrada mais recente da mercadoria; B. O custo da mercadoria produzida, assim entendida a soma do custo da matéria-prima, material secundário, mão-de-obra e acondicionamento; C. Tratando-se de mercadorias não industrializadas, o seu preço corrente no mercado atacadista do estabelecimento remetente. 7. ALÍQUOTAS As alíquotas vigentes do ICMS são: 7.1. Interna A. Alíquota 7 % Nas operações com mercadorias integrantes da cesta básica; B. Alíquota 18%: Nas operações: a) Nas prestações com destino a consumidor final ( não contribuinte ) b) Nas demais prestações ou operações internas. Obs: Deverá ser acrescido 1% de Adicional do Fundo de Combate a Pobreza e às Desigualdades, exceto nas hipóteses previstas no Decreto 33.123/2003. 7.2. Importação (RJ) As alíquotas nas operações de importação poderão variar em função do local em que a mercadoria será desembaraçada. 7.3. Interestaduais a. Com destino a não contribuinte do imposto: 18% b. Com destino a contribuinte localizado: - Nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e no Estado do Espírito Santo: 7% - Nas regiões Sul e Sudeste,exceto Espírito Santo: 12% 10

c. Aquisições, em outro Estado, de mercadoria para uso/consumo ou ativo fixo por contribuinte a diferença entre alíquota interna e a interestadual. 7.4. A Tributação do Diferencial de Alíquota Até o incremento da Lei Complementar 87/96, a aquisição de outro Estado, por estabelecimento contribuinte do ICMS, para seu consumo próprio ou para o ativo imobilizado constituía fato gerador do ICMS. De se notar que o frete que acompanha essas mercadorias, e que sai tributado de outro estado sofre a incidência de diferencial de alíquota por estar elencado nos art. 11, II c e 12, XIII e art. 13 3º da Lei Complementar 87/96. Será devido em situações de venda para contribuinte. Quando a venda interestadual for para não contribuinte, o entendimento é de que prevalecerá a alíquota original de 18 %, inexistindo a figura do diferencial de alíquota. 8. NÃO INCIDÊNCIA, SUSPENSÃO, ISENÇÃO E DIFERIMENTO DO ICMS 8.1 Da Não Incidência O Art. 47 do RICMS/00 prevê os seguintes casos de não incidência do ICMS. O Imposto não incide sobre: A. Operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, inclusive produtos primários e produtos industrializados semi-elaborados, ou serviços; B. Operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de propriedade de estabelecimento industrial, comercial ou de outra espécie; C. Operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de bens móveis salvados de sinistro para companhias seguradoras; D. Operações relativas a mercadorias que tenham sido ou que se destinem a ser utilizadas na prestação, pelo próprio autor da saída, de serviço de qualquer natureza definido em lei complementar como sujeito ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, ressalvadas as hipóteses de incidência previstas nesta mesma lei complementar; E. Operações interestaduais relativas à energia elétrica e petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando destinados à industrialização; ou a comercialização. F. Operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial; G. Operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão; H. Operações decorrentes de alienação fiduciária em garantia, inclusive a operação efetuada pelo credor em decorrência do inadimplência de devedor; I. Operações de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bem arrendado ao arrendatário. - Art. 3º único Equipara-se à operação de exportação a saída de mercadoria realizada com o fim específico de exportação para o exterior, destinadas a: A. Empresa comercial exportadora, inclusive trading ou outro estabelecimento da mesma empresa; B. Armazém alfandegado ou entreposto aduaneiro. 11

8.2 Da Suspensão O artigo 52 do RICMS/00 prevê os casos de suspensão do ICMS: Saídas para conserto, reparo ou de industrialização, desde que retornem em 180 dias prorrogáveis; Saídas para fins de demonstração, quando o destinatário for contribuinte e estabelecido neste Estado, desde que retornem em 30 dias prorrogáveis; 8.3 Da isenção A isenção corresponde a uma norma aditiva, que no caso do ICMS são os convênios celebrados e ratificados entre os Estados, que modifica a norma básica, fazendo com que o imposto, em regra, devido, não o seja em certas circunstâncias. Exemplo: Saídas para feiras e exposições, desde que retornem em 60 dias, conforme I Convênio do RJ/67. 8.4 Do diferimento O diferimento significa que a postergação do lançamento do tributo para momento subseqüente, ou seja o ICMS não será cobrado na primeira saída e sim acaba sendo recolhido na operação subseqüente. Exemplo: Venda de sucata nas operações internas. 9. TÉCNICA DE ARRECADAÇÃO ( DA NÃO CUMULATIVIDADE) O Art. 19 da LC. 87/96 confirma a Constituição Federal dizendo que: O imposto é não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro Estado. Basicamente, pode-se afirmar que os valores do ICMS pagos quando da aquisição de mercadorias e serviços prestados, destinados a emprego no processo de industrialização ou comercialização de mercadorias e serviços, cuja saída será sujeita ao imposto, constituem crédito do contribuinte. Esses valores devem constar em destaque nas Notas Fiscais relativas as aquisições dos referidos produtos e serviços. Por outro lado, os valores do ICMS lançados nas notas fiscais correspondentes as mercadorias comercializadas pelo contribuinte constituem débito desta em favor do Fisco. O direito ao crédito de ICMS de mercadorias destinadas ao ativo imobilizado iniciou-se em 01/11/96 (na proporção de 1/48) As entradas para uso e consumo do adquirente darão direito a crédito a partir de 01/01/2020. 9.1. Limitações do Direito ao Crédito Ainda conforme o Art. 20 da LC. 87/96 e Artigo 26 do RICMS/RJ, são os seguintes os casos que não direito a crédito do imposto: 12

As entradas de mercadorias ou utilização de serviços resultantes de operações ou prestações isentas ou não tributadas, ou que se refiram a mercadorias ou serviços alheios à atividade do estabelecimento. Salvo prova em contrário, presumem-se alheios à atividade do estabelecimento os veículos de transporte pessoal. É vedado o crédito relativo a mercadoria entrada no estabelecimento ou a prestação de serviços a ele feita: I. Para integração ou consumo em processo de industrialização ou produção rural, quando a saída do produto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto, exceto nas exportações; II. Para comercialização ou prestação de serviços, quando a saída ou a prestação subseqüente não forem tributadas ou estiverem isentas do imposto, exceto as destinadas ao exterior. 9.2. Do Estorno do Crédito De acordo com os artigos 37 a 40 do RICMS/00, deverá ser estornado o imposto que tiver sido creditado sempre que o serviço tomado ou a mercadoria entrada no estabelecimento: A. For objeto de saída ou prestação de serviço não tributada ou isenta, sendo esta circunstância imprevisível na data da entrada da mercadoria ou da utilização do serviço; B. For integrada ou consumida em processo de industrialização, quando a saída do produto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto; C. Vier a ser utilizada em fim alheio à atividade do estabelecimento; D. Vier a perecer, deteriorar-se ou extraviar-se. Em qualquer período de apuração do imposto, se bens do ativo permanente forem utilizados para produção de mercadorias cuja saída resulte de operações isentas ou não tributadas ou para prestação de serviço isentos ou não tributados, deverá ser feito o estorno dos créditos escriturados. 13

SEGUNDA PARTE NOTA FISCAL ELETRÔNICA NF-e- 55 - PRINCIPAIS FUNDAMENTOS 1. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL A Nota Fiscal Eletrônica - NF-e -55 acorberta operações de circulação de mercadorias e prestações de serviços sujeitas ao ICMS e IPI, com validade em todo território nacional, tendo sido instituída através do Ajuste SINIEF 07/05 e Ato COTEPE 72/05. 2. CONCEITO DE NOTA FISCAL DE ELETRÔNICA NF-e É um documento emitido e armazenado eletronicamente, de existência apenas digital, com o intuito de documentar uma operação de circulação de mercadorias ou prestação de serviços ocorrida entre as partes cuja validade jurídica é garantida pela assinatura digital do emitente e recepção, pelo fisco, antes da ocorrência do Fato Gerador. 3. BENEFÍCIOS ESPERADOS Seguem vantagens na utilização da NF-e: Dispensa de homologação do software pelo Fisco; Redução significativa dos gastos com papel; Apelo ecológico; 4. CREDENCIAMENTO DO CONTRIBUINTE A emissão de NFC-e tem como pré-requisito o cadastramento das empresas em cada um dos ambientes: Produção e Testes. No ambiente de produção, as NF-e possui validade jurídica e produz efeitos próprios dos documentos fiscais. No ambiente de testes, não, isto é, o documento não tem nenhum valor fiscal. 5. CERTIFICAÇÃO DIGITAL Os certificados devem ser emitidos por uma autoridade certificadora, seguindo o padrão ICP-Brasil, podendo ser dos seguintes tipos: A1: é gerado e armazenado em seu computador pessoal, dispensando o uso de cartões inteligentes ou tokens; A3: é emitido em uma mídia criptográfica: HSM, cartão inteligente ou token, proporcionando major mobilidade e segurança. 14

6. DOCUMENTOS QUE SERÃO SUBSTITUÍDOS A NF-e substitui: a Nota Fiscal Modelo 1 e 1A; 7. OBRIGATORIEDADE DA NF-E NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO A NF-e é obrigatória para todos os contribuintes do ICMS, exceto Microempreendedor Individual ( MEI ) e produtor rural pessoa física ( vide Tabela 4 do Anexo I da Resolução 720/2014). 8. DA GUARDA DO ARQUIVO XML Por se tratar de um documento fiscal digital, a NF-e deve ser armazenada eletronicamente pelo período de 5 (cinco) anos, conforme determinado pela legislação tributária. 9. DO DOCUMENTO AUXILIAR DA NF-E DANFE NF-E O DANFE NF-e é uma representação simplificada da NF-e. Tem as seguintes funções básicas: Conter a chave de acesso da NF-e para que se consulte a regularidade da mesma; Possibilitar a confirmação de recebimento ; Acompanhar o trânsito de mercadorias ; O DANFE NF-e deverá ser impresso conforme as especificações técnicas definidas em manual próprio, disponível no Portal Nacional da NF-e, deve ser guardado pelo emitente e destinatário emissor de NF-e. 10. CANCELAMENTO DA NF-E Somente poderá ser cancelada a NF-e previamente autorizada e desde que ainda não tenha ocorrido a saída da mercadoria do estabelecimento. O prazo máximo para cancelamento de uma NFC-e é de até 24 horas após a concessão da autorização de uso. O pedido de cancelamento de uma NFC-e deverá ser feito por meio do web service de eventos, devendo ser autorizado pela SEFAZ. O layout do arquivo de solicitação de cancelamento de NF-e poderá ser consultado no Manual de Orientação do Contribuinte (MOC), disponível no Portal Nacional da NF-e (www.nfe.fazenda.gov.br) Quando for necessário o cancelamento após o prazo estabelecido de 24 horas, deverá ser utilizado o o procedimento do cancelamento extemporâneo de acordo com os artigos 10 a 12 da Resolução 720/2014. 15

11. INUTILIZAÇÃO DA NFC-E O pedido da inutilização de numeração de NF-e tem a finalidade de permitir que a emissor comunique a SEFAZ, até o décimo dia do mês subsequente, os números de NF-e que não foram utilizados em razão de ter ocorrido uma quebra de sequência da numeração da NF-e. A inutilização de numeração só é possível caso a numeração ainda no tenha sido utilizada em nenhuma NF-e (autorizada, cancelada ou denegada). Durante a emissão de NF-e é possível que ocorra, eventualmente, por problemas técnicas ou de sistemas do contribuinte, uma quebra da sequência da numeração. Exemplo: a NFC-e no 100 e a no 110 foram emitidas, mas a faixa 101 a 109, por motivo de ordem técnica, não foi utilizada antes da emissão da no 110. A inutilização do número tem caráter de denúncia espontânea do contribuinte de irregularidades de quebra de sequência de numeração, podendo o fisco não reconhecer o pedido nos casos de dolo, fraude ou simulação apurada. As NF-e s canceladas, denegadas e as números inutilizados devem ser escriturados, sem valores monetários, de acordo com a legislação tributária vigente. 12. CONTINGÊNCIA DA NF-E A obtenção da autorização de uso da NF-e é um processo que envolve diversos recursos de infraestrutura, hardware e software. O mau funcionamento ou a indisponibilidade de qualquer um destes recursos pode prejudicar o processo de autorização da NF-e, com reflexos nos negócios do emissor da NF-e que fica impossibilitado de obter a prévia autorização de uso da NF-e exigida na legislação para a emissão do DANFE que deve acompanhar a circulação da mercadoria. Nos casos de falhas de componentes do sistema e comprometimento da disponibilidade dos serviços, impossibilitando a emissão da NFe na modalidade normal, o emissor deverá escolher a modalidade de emissão de contingência que lhe for mais conveniente, ou até mesmo aguardar a normalização da situação para voltar a emitir a NF-e na modalidade normal, caso a emissão da NF-e não seja premente. Atualmente, as alternativas de emissão em contingência são as seguintes: a) FS-DA Contingência com uso do Formulário de Segurança para impressão de Documento Auxiliar do Documento Fiscal eletrônico. Para as situações em que exista algum impedimento para obtenção da autorização de uso da NF-e, por problema técnico do contribuinte ou a indisponibilidade da SEFAZ. Para as situações em que exista algum impedimento para obtenção da autorização de uso da NF-e, como por exemplo, um problema no acesso à internet ou a indisponibilidade da SEFAZ de origem do emissor, o contribuinte pode optar pela emissão da NF-e em contingência com a impressão do DANFE em Formulário de Segurança - Documento Auxiliar (FS-DA), previsto no Convênio ICMS 96/09. Somente as empresas que tiverem adquirido o FS-DA poderão optar 16

por esta modalidade de operação em contingência. A transmissão das NF-e emitidas em FS-DA para SEFAZ de origem será realizada imediatamente após cessarem os problemas técnicos que impediam a sua transmissão. Nesta modalidade de operação em contingência o DANFE deverá ser impresso em FS-DA com no mínimo em duas vias, contendo o segundo código de barras com dados adicionais da nota no lugar normalmente reservado para a impressão do Protocolo de Autorização. Uma das vias servirá para acompanhar o trânsito das mercadorias, devendo ser guardada pelo destinatário pelo prazo decadencial, e a outra via deverá ser mantida em arquivo pelo emitente pelo mesmo prazo. Nas modalidades de operação em contingência 2 e 3, se a NF-e transmitida após cessado o motivo que determinou a operação em contingência vier a ser rejeitada, o contribuinte deverá: I - gerar novamente o arquivo com a mesma numeração e série, sanando a irregularidade desde que não se alterem as seguintes informações: a) as variáveis que determinam o valor do imposto tais como: base de cálculo, alíquota, diferença de preço, quantidade, valor da operação ou da prestação; b) os dados cadastrais que impliquem mudança do remetente ou do destinatário; c) a data de emissão ou de saída; II - solicitar Autorização de Uso da NF-e; III - imprimir o DANFE correspondente à NF-e autorizada, no mesmo tipo de papel utilizado para imprimir o DANFE original. Em relação às NF-e que foram transmitidas antes da contingência e ficaram pendentes de retorno, o emitente, após a cessação das falhas, deverá solicitar o cancelamento das NF-e que retornaram com autorização de uso e cujas operações não se efetivaram ou foram acobertadas por NF-e emitidas em contingência, bem como solicitar a inutilização da numeração das NF-e que não foram autorizadas nem denegadas. A empresa deverá observar os demais procedimentos a serem adotados, de acordo com o tipo de contingência, previstos na legislação e na documentação técnica (Ajuste SINIEF 07/05, Manual de Integração de Contribuinte). Destaca-se que é vedada a reutilização, em contingência, de número de NF-e transmitida com tipo de emissão "Normal", conforme 14 da cláusula décima primeira do Ajuste SINIEF 07/05. b) SVC Sefaz Virtual de Contingência Para as situações em que exista algum impedimento para obtenção da autorização de uso da NF-e, por indisponibilidade da SEFAZ. Nota Técnica 2013.007 SVC v1.02 Esta alternativa de emissão da NF-e em contingência, com transmissão da NF-e para a SEFAZ Virtual de Contingência (SVC), permite a impressão do DANFE em papel comum e não existe a necessidade de transmissão da NF-e para SEFAZ de origem quando cessarem os problemas técnicos que impediam o uso do ambiente de autorização normal da circunscrição do contribuinte. 17

Diferentemente do SCAN - Sistema de Contingência do Ambiente Nacional, esta modalidade de contingência não obriga o uso de série específica na NF-e (série 900-999), o que facilitará o uso dessa modalidade de contingência por parte das empresas. A SVC terá o ambiente de produção disponibilizado conforme ativação da SEFAZ de origem da circunscrição do contribuinte. A contingência do Serviço de Contingência do Ambiente Nacional (SCAN) conviverá com esta nova modalidade até 30/09/2014, sendo desativada a partir desta data. 13. CONSULTA PÚBLICA DA NF-E Esta consulta poderá ser efetuada pela digitação, em página web, dos 44 caracteres numéricos da chave de acesso, constantes impressos no DANFE NFC-e ou por consulta via aplicativo manifestação do destinatário. 14. VERSÃO 3.10 As principais mudanças documentadas nesta versão relacionadas com o leiaute da NF-e são: NT 2013/005: - Inclusão do campo de Hora de emissão da NF-e e no formato UTC1 e conversão dos demais campos de hora para o mesmo formato UTC; - Identificação do tipo de operação (interna na UF, interestadual ou operação com o exterior) a partir de um campo novo, permitindo a autorização de uma NF-e em uma operação interna na UF para um destinatário com endereço em outra UF, ou no exterior; - Identificação, no leiaute da NF-e, se o destinatário possui Inscrição Estadual mesmo não sendo contribuinte do ICMS, para as UF que adotam este tipo de controle; - Identificação de venda para Consumidor Final; - Identificação de venda presencial, pela Internet ou por outros meios de atendimento; - Compatibilização do leiaute da NF-e com o leiaute da Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica (NFC-e), por meio de um leiaute único para os dois modelos de documento fiscal. 18

TERCEIRA PARTE NOTA FISCAL DE CONSUMIDOR ELETRÔNICA NFC-e- 65 PRINCIPAIS FUNDAMENTOS 1. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL A NFC-e foi instituída pelo Ajuste Sinief no 01/13, que alterou o Ajuste Sinief no 07/05 (Nota Fiscal Eletrônica - NF-e). Em âmbito estadual, a NFC-e está regulamentada no Anexo I do Livro VI do RICMS/00, aprovado pelo Decreto no 27.427/00 (alterado pelo Decreto nº 44.785/14) e no Anexo II-A da Parte II da Resolução SEFAZ nº 720/14 (alterada pela Resolução SEFAZ nº 759/14). 2. CONCEITO DE NOTA FISCAL DE CONSUMIDOR ELETRÔNICA NFC-e A Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica (NFC-e) é um documento de existência apenas digital, emitido e armazenado eletronicamente, com o intuito de documentar as operações comerciais de venda presencial ou venda para entrega em domicilio o consumidor final (pessoa física ou jurídica) em operação interna e sem geração de crédito de ICMS ao adquirente. Somente deve ser utilizada nas operações comerciais de venda presencial ou venda para entrega em domicilio a consumidor final. Para as demais operações, o contribuinte deverá utilizar a nota fiscal eletrônica modelo 55 (NF-e). No caso de entrega em domicilio (delivery) nas vendas para consumidor final, como entregas de produtos provenientes de pizzarias, lanchonetes, restaurantes, farmácias, floriculturas, etc., a NFC-e somente poderá ser utilizada nas operações dentro do Estado. Nessas hipóteses será exigida na NFC-e a identificação do consumidor (nome, CPF/CNPJ se consumidor final) e do endereço de entrega. 3. BENEFÍCIOS ESPERADOS Seguem vantagens na utilização da NFC-e: Dispensa de homologação do software pelo Fisco; Uso de Impressora não fiscal, térmica ou a laser; Simplificação de obrigações acessórias (dispensa de impressão de Redução Z e Leitura X, Mapa Resumo, Lacres, Revalidação, Comunicação de ocorrências, Cessação, etc.); Dispensa da figura do interventor técnico; Uso de papel não certificado, com menor requisito de tempo de guarda; Transmissão em tempo real ou on-line da NFC-e; Redução significativa dos gastos com papel; Não há necessidade de autorização prévia do equipamento a ser utilizado; Uso de novas tecnologias de mobilidade; Flexibilidade de expansão de PDV; Apelo ecológico; Integração de plataformas de vendas físicas e virtuais. 19

4. CREDENCIAMENTO DO CONTRIBUINTE A emissão de NFC-e tem como pré-requisito o cadastramento das empresas em cada um dos ambientes: Produção e Testes. No ambiene de produção, as NFC-e possui validade jurídica e produz efeitos próprios dos documentos fiscais. No ambiente de testes, não, isto é, o documento não tem nenhum valor fiscal. Não é necessário autorizar qualquer equipamento ou software na SEFAZ para emitir a NFC-e. O projeto NFC-e foi desenvolvido para ser compatível com todos os tipos de plataformas móveis. O Código de Segurança do Contribuinte - CSC (token) é um código alfanumérico, de conhecimento exclusivo do contribuinte e da SEFAZ, usado para garantir a autoria e a autenticidade do DANFE- NFC-e. ATENÇÃO! O Código de Segurança do Contribuinte - CSC (token) é requisito de validade do DANFE-NFC-e, portanto deve ser cadastrado no programa emissor do contribuinte antes da primeira nota fiscal emitida. 5. CERTIFICAÇÃO DIGITAL Os certificados devem ser emitidos por uma autoridade certificadora, seguindo o padrão ICP-Brasil, podendo ser dos seguintes tipos: A1: é gerado e armazenado em seu computador pessoal, dispensando o uso de cartões inteligentes ou tokens; A3: é emitido em uma mídia criptográfica: HSM, cartão inteligente ou token, proporcionando major mobilidade e segurança. 6. DOCUMENTOS QUE SERÃO SUBSTITUÍDOS A NFC-e substitui: a Nota Fiscal de Venda a Consumidor, modelo 2; o Cupom Fiscal emitido por ECF. 7. CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DA NFC-E NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO I - 1.º de outubro de 2014, contribuintes: a) voluntários para emissão em ambiente de produção; b) que, obrigados ao uso de ECF não tenham solicitado autorização de uso de equipamento antes de 1º de outubro de 2014; II - 1.º de julho de 2015, contribuintes que: a) apuram o ICMS por confronto entre débitos e créditos, ainda que, a partir da referida data, venham a se enquadrar em outro regime de apuração; b) requererem inscrição estadual, independentemente do regime de apuração a que estejam vinculados; III - 1.º de janeiro de 2016, contribuintes optantes: 20

a) pelo Simples Nacional com receita bruta anual auferida no ano-base 2014 superior a R$ 1.800.000,00 (um milhão e oitocentos mil reais); b) por demais regimes de apuração distintos do regime de confronto entre débitos e créditos, inclusive os previstos no Livro V do RICMS/00, independentemente da receita bruta anual auferida; IV - 1.º de julho 2016, contribuintes optantes pelo Simples Nacional com receita bruta anual auferida no ano-base 2014 superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); V - 1.º de janeiro 2017, demais contribuintes. 8. DA GUARDA DO ARQUIVO XML Por se tratar de um documento fiscal digital, a NFC-e deve ser armazenada eletronicamente pelo período de 5 (cinco) anos, conforme determinado pela legislação tributária. Não existe obrigatoriedade da guarda do DANFE NFC-e. O documento fiscal relativo a operação é o arquivo digital da NFC-e. 9. DO DOCUMENTO AUXILIAR DA NFC-E DANFE NFC-E E QR-CODE O DANFE NFC-e é uma representação simplificada da NFC-e. Tem as seguintes funções básicas: Conter a chave de acesso da NFC-e para que se consulte a regularidade da mesma; Conter a código de barras bidimensional da NFC-e (QR-Code) para que se consulte a regularidade da mesma, a partir de um smartphone ou tablet; Para o caso da entrega em domicilio, o DANFE NFC-e acompanhará a mercadoria em trânsito, fornecendo outras informações básicas sobre a venda (emitente, destinatário, valores, endereço de entrega, etc.). O DANFE NFC-e deverá ser impresso conforme as especificações técnicas definidas em manual próprio, disponível no Portal Nacional da NF-e. O QR-Code é um código de barras bidimensional, que foi criado em 1994 pela empresa japonesa Denso-Wave, que significa código de resposta rápida" devido a capacidade de ser interpretado rapidamente. A impressão do QR-Code no DANFE NFC-e tem a finalidade de facilitar a consulta dos dados do documento fiscal eletrônico pelos consumidores, mediante leitura com o uso de aplicativo leitor de QR-Code instalado em smartphones ou tablets. Atualmente existem no mercado inúmeros aplicativos gratuitos para smartphones que possibilitam a leitura de QR-Code. 10. CANCELAMENTO DA NFC-E Somente poderá ser cancelada a NFC-e previamente autorizada e desde que ainda não tenha ocorrido a saída da mercadoria do estabelecimento. O prazo máximo para cancelamento de uma NFC-e é de até 24 horas após a concessão da autorização de uso. O pedido de cancelamento de uma NFC-e deverá ser feito por meio do web service de eventos, devendo ser autorizado pela SEFAZ. O layout do arquivo de solicitação de cancelamento de NFC-e 21

poderá ser consultado no Manual de Orientação do Contribuinte (MOC), disponível no Portal Nacional da NF-e (www.nfe.fazenda.gov.br) 11. INUTILIZAÇÃO DA NFC-E O pedido da inutilização de numeração de NFC-e tem a finalidade de permitir que a emissor comunique a SEFAZ, até o décimo dia do mês subsequente, os números de NFC-e que não foram utilizados em razão de ter ocorrido uma quebra de sequência da numeração da NFC-e. A inutilização de numeração só é possível caso a numeração ainda no tenha sido utilizada em nenhuma NFC-e (autorizada, cancelada ou denegada). Durante a emissão de NFC-e é possível que ocorra, eventualmente, por problemas técnicas ou de sistemas do contribuinte, uma quebra da sequência da numeração. Exemplo: a NFC-e no 100 e a no 110 foram emitidas, mas a faixa 101 a 109, por motivo de ordem técnica, não foi utilizada antes da emissão da no 110. A inutilização do número tem caráter de denúncia espontânea do contribuinte de irregularidades de quebra de sequência de numeração, podendo o fisco não reconhecer o pedido nos casos de dolo, fraude ou simulação apurada. As NFC-e canceladas, denegadas e as números inutilizados devem ser escriturados, sem valores monetários, de acordo com a legislação tributária vigente. 12. CONTINGÊNCIA DA NFC-E Quando não for possível transmitir a NFC-e ou obter resposta à solicitação de autorização de uso em decorrência de problemas técnicos, o contribuinte poderá operar em contingência para gerar arquivos, indicando este tipo de emissão, conforme definido no Manual de Orientação do Contribuinte, adotando uma das seguintes alternativas: imprimir duas vias do DANFE NFC-e em Formulário de Segurança para Impressão de Documento Auxiliar de Documento Fiscal Eletrônico (FS-DA), contendo a expressão DANFE NFC-e em Contingência - impresso em decorrência de problemas técnicos, observado o disposto convênio específico, sendo que na hipótese de necessidade de vias adicionais a impressão poderá ser feita em qualquer tipo de papel; utilizar equipamento ECF (enquanto a legislação permitir); efetuar geração prévia do documento fiscal eletrônico em contingência e autorização posterior, com prazo máximo de envio de até 24 (vinte e quatro) horas. A decisão da emissão da NFC-e em contingência é exclusiva do contribuinte e não depende de autorização do Fisco. 13. CONSULTA PÚBLICA DA NFC-E Para que o consumidor possa verificar a validade e autenticidade da NFC-e, o Estado do contribuinte emitente deverá disponibilizar o serviço de consulta pública da NFC-e. Esta consulta poderá ser efetuada pelo consumidor de duas formas: pela digitação, em página web, dos 44 caracteres numéricos da chave de acesso, constantes impressos no DANFE NFC-e ou por consulta via leitura do QR Code constante impresso ou disponibilizado em meio eletrônico, utilizando aplicativos gratuitos de leitura de QR Code, disponíveis para dispositivos móveis como smartphones e tablets. 22

14. PREENCHIMENTO DAS INFORMAÇÕES DO DESTINATÁRIO Não há necessidade de preenchimento de informação do destinatário exceto nas hipóteses abaixo: É obrigatória a identificação do destinatário: a) quando o valor total da operação for superior ao montante equivalente a R$ 10.000,00 (dez mil reais); b) quando solicitado pelo adquirente, nas operações cujo valor total for inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais); c) independentemente do valor da operação, quando houver entrega em domicílio do bem ou mercadoria objeto da operação, hipótese em que também deverá ser informado o endereço do adquirente. 15. EXEMPLO NFC-E - VERSÃO 3.10 Abaixo segue a chave de Acesso da 1ª NFC-e do Brasil e o link para sua consulta pública no portal da SEFAZ Amazonas. Chave de Acesso: 13130304501136000136650020000000011009591488 Endereço para Consulta Pública SEFAZ AM: http://sistemas.sefaz.am.gov.br/nfceweb/consultarnfce.do?acao=submitconsultanfceredirect&tx tchaveacessonfe=13130304501136000136650020000000011009591488 23

QUARTA PARTE PREENCHIMENTO DA NF-E/NFC-E E CUIDADOS ESPECIAIS 1. PROCEDIMENTOS GERAIS DE EMISSÃO E RECEPÇÃO DE DOCUMENTOS FISCAIS 1.1. Conceito de Documento Fiscal A Nota Fiscal é documento que serve aos fiscos municipal, estadual e federal para que se promovam as fiscalizações inerente aos registros contábeis e fiscais do faturamento e da circulação de mercadorias. 1.2. Cuidados na emissão e na recepção das Notas Fiscais Ressaltamos que a Nota Fiscal é documento que deve está emitido dentro das regras legais, sem rasuras ou acertos, perfeitamente identificando contribuinte destinatário, endereços, natureza de operação, descrição de produtos e mercadorias, valores, destaques de tributos, expressões obrigatórias quando necessária em função de isenções ou não incidência de tributos, transportador, dentre outras informações. Na recepção do documento fiscal, é de fundamental importância a verificação da sua correta emissão, visto que se este for recepcionado e acatado estando irregular, o contribuinte destinatário passa a responder solidariamente ao contribuinte emissor do documento. Um cuidado adicional, é de se manter um cadastro dos fornecedores de forma a não se correr o risco de acatar NF s de contribuintes em situação irregular, tanto perante o fisco estadual como perante o fisco federal. Sempre verificar: Se no caso de não incidência, isenção ou imunidade, existe a expressão legal que a sujeite. Se contém declaração inexata ou diversa em suas vias; Se preenchida de forma legível, sem rasuras ou emendas que prejudique a clareza. Se utilizada dentro do prazo permitido de emissão. Se o contribuinte tem regularidade em sua Inscrição Estadual ou CNPJ. Se é de fato fruto de operação realizada. Se não foi emitida por pessoa distinta da que constar como emitente. Destaque do imposto, se existente. Dados do destinatário como nome, CNPJ, IE, endereço. Data da emissão e da saída da mercadoria. Dados do Transportador e do veículo. Espécie e volume da mercadoria transportada. Coluna observações: atentar para identificação do endereço de entrega quando não for o mesmo do destinatário. O CFOP e a natureza da operação. O CST e o Código fiscal. 24

1.3. Conceitos de Documentos Inidôneos Com base nos artigos 24 do Livro VI do RICMS/00, é considerado inidôneo, para todos os efeitos fiscais, fazendo prova apenas em favor do Fisco, o documento que: I - omita indicação prevista na legislação; II - não seja o exigido para a respectiva operação ou prestação, a exemplo de "Nota de Conferência", "Orçamento", "Pedido" e outros do gênero, quando indevidamente utilizados como documentos fiscais; III - não guarde requisito ou exigência prevista na legislação ou cuja impressão não tenha sido autorizada pelo Fisco; IV - contenha declaração inexata, esteja preenchido de forma ilegível ou contenha rasura ou emenda que lhe prejudique a clareza; V - apresente divergência, entre dado constante de suas diversas vias; VI - seja utilizado fora do prazo de validade que lhe for atribuído pela legislação tributária para o fim respectivo; VII - seja referente à mercadoria destinada a contribuinte não inscrito no cadastro estadual, ou esteja com sua inscrição suspensa nos termos da legislação tributária, sempre que obrigatória tal inscrição; VIII - seja emitido por quem não esteja inscrito ou, se inscrito, esteja com sua inscrição baixada, suspensa ou com atividade impedida ou paralisada; IX - não corresponda, efetivamente, a uma operação realizada; X - tenha sido emitido por pessoa distinta da que constar como emitente. 1.4. Códigos Fiscais de Operações e Prestações CFOP. 1.000 Entradas e/ou aquisições de serviços no Estado. 2.000 Entradas e/ou aquisições de serviços de outros Estados. 3.000 Entradas e/ou aquisições de Serviços do Exterior. 5.000 Saídas e/ou prestações de serviços para o Estado. 6.000 Saídas e/ou prestações de serviços para outros Estados. 7.000 Saídas e/ou Prestações de serviços para o Exterior. Na NFC-e, somente são aceitos os seguintes CFOP: 5.101 - Venda de produção do estabelecimento; 5.102 - Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros; 5.103 - Venda de produção do estabelecimento, efetuada fora do estabelecimento; 5.104 - Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros, efetuada fora do estabelecimento; 5.115 - Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros, recebida anteriormente em consignação mercantil; 5.405 - Venda de mercadoria de terceiros, sujeita a ST, como contribuinte substituído; Esse código será utilizado inclusive nas hipóteses em que o varejista, adquirente da mercadoria em operações interestaduais, é considerado substituto tributário, efetuando o pagamento do imposto devido por substituição tributária na entrada da mercadoria em território fluminense, já que, por ocasião da saída que promove, registrada na NFC-e, atua como substituído. (art. 4º da Resolução SEFAZ nº 537/12). 25

5.653 - Venda de combustível ou lubrificante de produção do estabelecimento destinado a consumidor ou usuário final; 5.656 - Venda de combustível ou lubrificante de terceiros, para consumidor final; 5.667 - Venda de combustível ou lubrificante a consumidor ou usuário final estabelecido em outra unidade da Federação; 5.933 - Prestação de serviço tributado pelo ISSQN (Nota Fiscal conjugada); Embora tecnicamente haja possibilidade de inclusão de serviços tributados pelos municípios (ISS) na NFC-e, a sua utilização depende de convênio firmado entre o Estado e o município. Atualmente, não há nenhum convênio. 1.5. Natureza das operações. As operações de movimentação de mercadorias podem ser representadas pelas seguintes, não impedindo a existência de outras em função da especificidade de determinadas atividades. Vendas Exportações Remessas em consignações Simples Faturamento. Remessa para industrialização. Remessa para concerto Remessa para armazenagem Compra de Produtor Rural Entrada por Importações Devoluções de remessas de... Devoluções de vendas 1.6. Códigos de situação Tributária CST. O objetivo do CST é descrever, de forma clara, qual o tipo de tributação que o produto está sofrendo naquela operação e qual sua origem, se nacional ou estrangeira. Na utilização dos CST devem ser observadas as seguintes regras básicas: 1.Nas operações sujeitas a mais de uma situação tributária constantes de uma mesma Nota Fiscal os valores relativos ao mesmo código devem ser subtotalizados; 2. Para escolha do CST correto, os contribuintes não devem considerar o tratamento fiscal do IPI que constar do respectivo documento fiscal. A análise para essa escolha deve limitar-se apenas ao tratamento do ICMS. 26