CONTRIBUIÇÕES REFERENTES À CONSULTA PÚBLICA Nº 019/2014 Segurança do trabalho e da população relativo às distribuidoras de energia elétrica



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Transcrição:

CONTRIBUIÇÕES REFERENTES À CONSULTA PÚBLICA Nº 019/2014 Segurança do trabalho e da população relativo às distribuidoras de energia elétrica Distribuidoras do grupo CPFL ENERGIA AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA ANEEL ATO REGULATÓRIO: Discussão de aprimoramento da regulamentação Respostas às questões destinadas às Distribuidoras, constantes da Nota Técnica nº 0106/2014-SRD/SCR/ANEEL (Processo 48500.006105/2014-71) PERGUNTAS 1. Considerando o contrato de concessão/permissão que obriga ao seu detentor promover a educação e a conscientização dos usuários quanto aos riscos no uso irresponsável da energia elétrica, quais seriam as melhores formas para se concretizar isso? Como medir a sua eficácia? RESPOSTAS - Ação da ANEEL em conjunto com as Concessionárias articulando com Ministério da Educação e Cultura - MEC com a finalidade de criação, na grade curricular, de tema voltado à segurança com energia elétrica, desde a pré-escola, ensino fundamental, ensino médio e superior, mediante disciplina especifica sobre assunto, o que a médio e longo prazos influenciará positivamente para a mudança de cultura sobre o tema; - Ampliar e intensificar campanhas específicas e direcionadas, de caráter educativo e/ou orientativo, promovidas a nível nacional pelas concessionárias por meio de jornais e mídia. Também, estabelecer parceria com entidades sindicais, principalmente com os da construção civil, setores representativos do varejo que atuam na venda de material elétrico, tintas, etc, promovendo ações de conscientização quanto aos riscos inerentes ao trabalho próximo à rede elétrica; - Garantir que os gastos adicionais decorrentes das medidas citadas acima sejam devidamente reconhecidos no processo tarifário; Quanto à apuração dos resultados atualmente não há metodologia

conhecida que permita medir a eficácia de ações do gênero. Seria pertinente incorporar o tema nas questões do ENEM e ENADE, com objetivo de permitir aferição da absorção dos conceitos relacionados à segurança. A ABRADEE poderia coordenar os trabalhos de compilação de conteúdo e critérios para apuração dos resultados, além de propor temas em conjunto com as distribuidoras. 2. A ANEEL deveria realizar eventos para que boas práticas na área de segurança devam ser compartilhadas entre distribuidoras? 3. Seria importante a participação da ANEEL em concursos, premiações e campanhas publicitarias em parceria com as distribuidoras? 4. A ANEEL tem dado publicidade aos indicadores de segurança do trabalho e das instalações da forma adequada? Caso não, como melhorar a divulgação? Sim. - Promover eventos periódicos no âmbito nacional e internacional com a participação de especialistas, envolvendo as Distribuidoras, fabricantes de equipamentos, Universidades, Conselhos de Consumidores e outros agentes, com objetivo de troca de experiências que difundam as boas práticas de segurança no setor elétrico. Outra ação pertinente seria inserir o tema segurança nos P&Ds de intercâmbio com universidades e instituições estrangeiras, a fim de aprimorar o benchmarking e promover as melhores práticas de segurança no Brasil. Sim. Por tratar-se de uma Agência Reguladora, a participação e o apoio da ANEEL nas campanhas e premiações seriam de extrema importância, de forma a estimular que ações desenvolvidas pelas distribuidoras estejam em consonância com a política do setor elétrico nacional. Importante ressaltar que a ANEEL deve propor o estabelecimento de regras regulatórias, em especial, para os temas das campanhas publicitárias, com o devido reconhecimento desse esforço nas tarifas. Não, apesar de atualmente as taxas de acidentes e ocorrências de acidentados com a população serem disponibilizadas no site da ANEEL, provenientes do Módulo 6 do PRODIST. Estes números, refletindo o que foi reportado, não permitem verificar tendências e/ou posição comparativa entre as concessionárias, bem como não possibilitam identificar situações regionais. Para melhorar a busca das informações é necessário a uniformização quanto à reportabilidade dos eventos e padronização do 2

modelo estatístico, além da simplificação das siglas e/ou termos existentes, para facilitar o entendimento e compreensão de leigos e da população em geral. 5. Considerando os acidentes envolvendo a rede elétrica após o ponto de entrega, a ANEEL deveria desenvolver ações como, por exemplo, promoção de campanhas educativas? 6. Quais seriam as ações que a ANEEL deveria realizar a partir da análise dos indicadores de segurança do trabalho e das instalações, além da divulgação dos dados? Sim. Criar campanhas nacionais específicas e objetivas na mídia escrita, falada e televisiva de amplo alcance e direcionadas aos diversos públicos alvo (trabalhador construção civil, trabalhador rural, instaladores de antenas, praticantes de atividades com pipas, etc.), com o objetivo de orientar a população sobre os riscos inerentes ao uso e a boa convivência com a energia elétrica. Numa ação conjunta com Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, criar parâmetros do setor para a gestão de Segurança e Saúde do Trabalho - SST, que considerem, por exemplo, o "custo do trabalhador seguro" no ano, composto pela média ponderada de custos anuais decorrentes de treinamentos, EPIs, ferramental, equipamentos, etc., buscando-se níveis de referência. 7. Deve-se obrigar as distribuidoras a criarem uma opção emergencial/prioritária em seus canais de atendimento para casos emergenciais que coloquem em risco a população (cabo partido ao chão)? 8. Quais ações podem ser implementadas para reduzir a subnotificação dos acidentes envolvendo os funcionários e a sociedade civil? Atualmente é possível comunicar uma emergência do tipo cabo partido ao chão via atendimento emergencial. No entanto, essa prática merece aperfeiçoamento quanto ao acesso ao sistema de atendimento, de forma a agilizar nessas situações o registro de um evento do gênero e sua solução. Sugere-se à ANEEL: a) Com relação a acidentes com a população: - Estabelecer conceitos claros sobre as informações que devem ser reportadas (Exemplos: Abalroamento de poste que venha a vitimar o causador em função de uma possível eletrocussão; casos de suicídio envolvendo a rede elétrica); - Pesquisar melhores práticas quanto aos mecanismos de reportabilidade (comunicação padronizada, a exemplo do Sistema Comunicação de Incidentes - SISCIE, adotado pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo-ARSESP, que também poderá ser 3

aperfeiçoado); - Encaminhar ações junto ao Ministério da Saúde / Agência Nacional de Vigilância Sanitário - ANVISA com vistas à mensuração dos acometimentos por lesão / doença decorrentes dos efeitos da eletricidade; b) Com relação aos acidentes do trabalho: - Estabelecer conceitos claros sobre as informações que devem ser reportadas, pois as empresas trabalham com conceitos próprios, como por exemplo, no caso de acidente com afastamento onde algumas empresas possuem a prática de restrição da atividade, outras, de fato, afastam o colaborador. - Estabelecer metodologia que permita interação sistemática junto ao INSS e MTE, com aproveitamento dos dados já reportados, o que requererá o devido encaminhamento junto àqueles organismos (comunicação e autuação). 1- Criação de Comitê de Segurança e/ou formação de Grupos de Estudos composto por especialistas, com a participação direta das empresas do setor, fabricantes de equipamentos, representantes do MTE, dos segmentos de prestadores de serviços às distribuidoras, CREA, ABNT, etc. 9. Como a ANEEL pode atuar para se alcançar a padronização das informações sobre segurança no setor elétrico? 10. Há necessidade de a ANEEL criar novos indicadores de segurança do trabalho e das instalações? Quais? O objetivo seria o de estudar as informações relevantes sobre segurança do setor elétrico, difusão das melhores práticas nacionais e internacionais, do desenvolvimento tecnológico, de metodologia de trabalho, de nivelamento da qualidade do ferramental de trabalho, indicadores de segurança, dentre outros aspectos; 2- Intensificar a troca de informações por meio das entidades representativas do setor elétrico para tratar de assuntos relativos às normas e padrões de segurança, metodologia de trabalho, coletas e análise das informações relacionadas à segurança do trabalho e da população; 3- Passar a difundir o avanço do conhecimento proveniente dos fóruns acima mencionados, mediante publicação em páginas da ANEEL e dos demais órgãos acima mencionados. Antes de se criar novos indicadores de segurança há necessidade de aperfeiçoamento dos existentes, de forma a considerar, por exemplo, 4

parâmetros que relacionem o indicador com o porte da população, com o número de consumidores, quantidade de colaboradores, hora de exposição ao risco e extensão de rede. O aperfeiçoamento dos indicadores de segurança também poderá contemplar aspectos que permitam a correspondência e o equilíbrio de componentes que afetam a produtividade e a qualidade dos produtos e serviços. Conforme mencionado anteriormente, as discussões nos fóruns sugeridos possibilitará o aperfeiçoamento e obtenção de indicadores que atendam às premissas citadas, ponderando-se os parâmetros citados. Cabe ressaltar, com relação à segurança da população, que o Ministério do Trabalho e Emprego não realiza acompanhamento, fiscalização ou gestão em relação aos sinistros que envolvem membros da sociedade. Além disso, a norma NBR 14280:2001 (Cadastro de acidente do trabalho Procedimento e classificação) por não contemplar a acidentes com população, pode gerar dúvidas quanto à forma de apuração dos indicadores de segurança com a população. 11. A ANEEL deveria implementar indicadores de acompanhamento para os segmentos de Transmissão, Geração e Comercialização? 12. Existem barreiras regulatórias para que as distribuidoras tenham desempenho mais satisfatório nos indicadores de segurança do trabalho e da população? No futuro, e com estes atributos então definidos, poder-se-ia também definir alguns indicadores específicos do setor, como por exemplo, Taxas de Frequência e de Gravidade geradas a partir de Código Internacional de Doenças CID, contemplando lesões de origem elétrica, queda de altura e outros definidos pela epidemiologia, pautados em conceitos pacificados entre as concessionárias, adotando-se metodologia padronizada para coleta e tratamento de dados. Sim, a ANEEL deveria criar indicadores que contemplem as particularidades de cada segmento do setor elétrico (geração, transmissão e distribuição), considerando os objetivos mencionados anteriormente. Obter melhor desempenho nos indicadores de segurança requer, antes, que se padronizem os métodos de apuração dos indicadores existentes e de outros indicadores que vierem a ser propostos, especialmente os que reflitam os acidentes com a população. Entende-se como melhor desempenho dos indicadores de segurança a redução dos índices de frequência e de gravidade dos acidentes, seja no universo dos colaboradores de quadro próprio da distribuidora, ou no âmbito dos prestadores de serviços contratados pelas distribuidoras, ou mesmo junto à população usuária da eletricidade e dos serviços prestados 5

pelas distribuidoras. Tal efeito dependerá basicamente da intensificação e permanência das ações de conscientização dos diversos públicos citados. Isso naturalmente refletirá no volume de recursos destinados a tais ações. Assim, mesmo não se tratando propriamente de uma barreira regulatória, a inexistência de níveis de referência para destinação de recursos orçamentários voltados à segurança do trabalho, pode explicar a dispersão dos resultados hoje observados entre os agentes que atuam no setor de distribuição de energia elétrica e, certamente, também, junto aos demais segmentos de atividades no mercado. Entende-se que a competência de atuação da ANEEL com relação ao assunto se desdobre em dois aspectos: 13. Considerando o limite de competência e atuação da ANEEL na área de segurança do trabalho, quais incentivos a ANEEL deveria adotar para as distribuidoras de energia elétrica? 14. A adoção de um ranking de distribuidoras quanto ao seu desempenho nos indicadores de segurança seria um incentivo para que as empresas melhorem? Caso sim, de que forma esse ranking deveria a) Um primeiro deles, de subsidiar o próprio Ministério do Trabalho, por meio de convenio destinado a essa finalidade, quando de fiscalização periódica no âmbito das distribuidoras de energia elétrica, enquanto observador da eficácia das medidas preventivas adotadas pelos distribuidores de energia elétrica, para redução de riscos de acidentes nos diversos públicos com os quais se relaciona (colaboradores do quadro próprio e contratado; população). Respaldo para atuação tal como a sugerida advém do próprio Contrato de Concessão de cada distribuidora desde que a atuação seja de subsidiar o MTE com informações coletadas ao longo das fiscalizações periódicas; b) Outro aspecto seria o de sinalizar níveis de referência de recursos orçamentários a serem aplicados pelas distribuidoras, destinados às ações preventivas de segurança do trabalho e com a população. Nesse sentido, considerando o histórico já acumulado pelas distribuidoras de energia elétrica com a aplicação de recursos voltados ao tema, inclusive aos programas de pesquisa e desenvolvimento e eficiência energética, propõese que sejam contempladas ações que ampliem o orçamento direcionado à prevenção de acidentes, bem como a intensificação ações de conscientização dos diversos públicos envolvidos com o fornecimento e uso de eletricidade. Sim. No entanto, conforme já mencionado, antes de se estabelecer o ranking, faz-se necessário alinhar e/ou padronizar os indicadores, ferramentas 6

ser constituído (média, relativo, etc.)? 15. Distribuidoras que não tem apresentado bons indicadores de segurança do trabalho deveriam ter penalidades aplicadas pela ANEEL? De que forma e em qual momento isso poderia ser realizado? eficazes para a coleta e maior confiabilidade e reportabilidade dos dados. Com isso obtido, poderiam ser divulgados indicadores periódicos a nível nacional das empresas que mais investiram em segurança, melhores resultados, considerando-se adequados agrupamentos (clusters) de empresas e a relatividade dos resultados frente a parâmetros tais como população, número de consumidores, extensão de redes, dentre outros. Não. Mais importante que penalizar será, sempre, ampliar o nível de conscientização nas empresas, dos colaboradores próprios/terceirizados e da população. Entende-se que a aplicação de penalidade tendo como base os indicadores hoje adotados não seria adequada, inclusive, diante dos aspectos de padronização, uniformização e reportabilidade que ainda requerem aperfeiçoamentos, tal como citado algumas vezes anteriormente. Além disso, a penalização em decorrência de aspectos de segurança do trabalho é competência do MTE, em função de eventual descumprimento de normas e regulamentos por ele emitidos. 16. A ANEEL tem competência de forma mais abrangente para regular (penalidade/incentivo) o assunto em tela? 17. Como a ANEEL pode/deve fiscalizar a segurança, respeitando a atribuição do MTE? 18. Deve-se tomar alguma ação relativa à discrepância entre as Sim Deve-se considerar, ainda, que os indicadores de segurança com baixa performance refletem eventos acidentais que, por si só, já penalizam as empresas tanto no aspecto financeiro como, principalmente, no que tange ao emocional dos colaboradores, clientes e a população em geral. Outrossim, ressalta-se que as empresas também já são penalizadas quando da apuração do Fator Acidentário Previdenciário FAP, que impacta diretamente em função do valor da folha de pagamento. Não. Entende-se que cabe ao MTE a regulamentação e fiscalização das questões relativas à segurança do trabalho. Não cabe à ANEEL regular e fiscalizar os aspectos relacionados à Segurança do Trabalho. A atuação da ANEEL poderia se dar como apoio à ação do MTE, conforme mencionado na resposta à questão 13, fazendo a articulação necessária entre aquele Ministério e as concessionárias do setor elétrico. 7

mortes de funcionários próprios e terceirizados? 19. Quais são os custos que as empresas têm dispendido com acidentes de trabalho de seus funcionários próprios e terceirizados? Esses custos são elevados para as empresas do setor? Embora já existam iniciativas das Distribuidoras junto às suas contratadas, é necessário intensificar ações junto aos terceiros / contratados com vistas à conscientização, que resultem em efetiva mudança da cultura da empresa, iniciando-se pela adoção de medidas preventivas, uso adequado de EPIs e EPCs, garantia de reportabilidade de acidentes, política de consequência, dentre outros aspectos. Os principais componentes de custo relacionados ao acidente são: Material (reparação e depreciação); Equipamentos de Proteção Individual e Coletivo que não foram eficazes; Despesas médico-hospitalares; Indenizações (judiciais cíveis e trabalhistas); Homem-Horas de afastamento da força trabalho; Homem-Horas para restabelecimento da rotina; Custos com Doenças do Trabalho e Ocupacional (Equiparação ao AT) e; etc. Percebe-se ainda que existem também custos intangíveis, tais como a ruptura intelectual proveniente do afastamento do colaborador, reflexos na imagem da empresa no mercado, impactos no clima organizacional, dentre outros. O volume é bastante elevado dada a grande quantidade de ações de prevenção adotadas que permeiam por todos os processos e públicos alvo (próprio, terceiros e população), cabendo citar os principais: 20. Quanto é o volume de investimento que as concessionárias de distribuição têm aplicado em ações preventivas para reduzir acidentes de funcionários e da população (por exemplo, educação e treinamento)? Campanhas prevencionistas internas (SIPAT / Diálogos Diário e Semanal de Segurança / campanhas internas / folhetos / informativos) e junto à população (mídia / campanha externa de prevenção de acidentes elétricos); Treinamentos (NR 10, NR 35, NR 33, NR 18 */ formação de eletricistas, capacitação técnico-operacional, etc.); Instalações (adequação de projetos e de plantas existentes e regularizações frente aos novos requisitos legais tais como os AVCBs); Novos equipamentos (evolução tecnológica e regularizações frente aos novos requisitos legais); EPIs e EPCs. 8

Veículos e equipamentos adaptados frente às exigências da NR 12*. (*) NR 10 Segurança em instalações e serviços de eletricidade NR 35 Trabalho em altura NR 33 Segurança e saúde em espaços confinados NR 18 Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção NR 12 Segurança do trabalho em máquinas e equipamentos 21. Há barreiras regulatórias que impedem investimentos em redes subterrâneas com o intuito de reduzir os acidentes com a rede da distribuidora? 22. Os incentivos para investimentos em programas P&D da ANEEL na área de segurança são adequados? Caso não, quais seriam os motivos e de que forma isso poderia ser melhorado? Seria por meio de tema estratégico? É importante que se aguarde o resultado da análise das contribuições no âmbito da CP-13/2014 sobre a ampliação da utilização de redes subterrâneas entre as distribuidoras de energia elétrica. Há inúmeros benefícios decorrentes do uso dessa tecnologia. No entanto há de se definir critérios e diretrizes da sua aplicação para que possam ser melhor avaliados os impactos do aumento da sua aplicação na tarifa de energia elétrica. Caberá também analisar as novas condições de trabalho e das exposições frente aos agentes agressivos decorrentes da aplicação de redes subterrâneas de forma mais abrangente. Sim, são adequados, pois se considerarmos que projetos de P&D voltados à segurança podem ter produtos finais que contribuem para a prevenção, seja em termos de EPC (equipamentos de proteção coletiva) ou de EPI (equipamentos de uso individual), ou mesmo para o aperfeiçoamento de procedimentos de trabalho ou desenvolvimento de equipamentos. A título de exemplo, a CPFL pode citar alguns projetos dessa natureza, tais como: CS0009 - Detecção de Rompimentos de Cabos; LP0002 - Lote Pioneiro e Inserção no Mercado do Sinalizador de Faltas Luminoso; LP0004 - Protetor de Linhas Aéreas; PD027 - Cabos ao Solo CPFL Paulista; PD048 Descargas Atmosféricas-F2 CPFL Paulista; 9

PD127 - Rompimento de Cabos CPFL Paulista e CPFL Piratininga; PD133 - Gestão Global - Classificação e monitoramento - de postes das linhas aéreas; PD155 - Localizador de Faltas Com Comunicação Sem Fio; CS0048 - Poste aterrado; DE3005 - Treinamento virtual. Com as evidências a exemplo das indicadas acima o Grupo CPFL Energia, através de suas distribuidoras, tem investido de forma expressiva em Projetos de P&D com objetivo de melhorar a condição de segurança de todos os envolvidos e o convívio com a rede elétrica. Mesmo com essa postura proativa de elaboração de projetos no tema, acredita-se que eventuais chamadas estratégicas de projetos possam intensificar esforços entre diversas concessionárias em torno de um tema comum a todos que é a segurança. Uma chamada estratégica no tema, por exemplo, poderia alavancar produtos já desenvolvidos em projetos anteriores pelas diversas concessionárias, de forma a ampliar sua aplicação e disseminação no setor elétrico. Aspectos adicionais a serem considerados, que se relacionam com segurança do trabalho e da população 1) Com relação à comparabilidade de indicadores de segurança entre distribuidoras e regiões: 1.1) Estudar o impacto do desenvolvimento (tendência atual e futura) de diferentes segmentos socioeconômicos na concessão de cada empresa, os quais são diretamente afetados por políticas econômicas, taxa de câmbio, dentre outros. Ou seja, aspectos não relacionados à atuação direta das distribuidoras, mas capazes de influenciar o desempenho de indicadores de segurança. Como exemplo, pode-se mencionar: o áreas com maior desenvolvimento da construção civil estão mais expostas a acidentes de contato com a rede elétrica, por meio de andaimes, vergalhões e antenas; o áreas com grande expansão de cana de açúcar estão mais expostas a queimadas de postes de madeira e modificações das curvas de nível do terreno devido ao manejo da terra, influenciando diretamente na altura da rede com relação ao solo, o que também potencializa o risco de contato de máquinas e equipamentos com a rede elétrica; o áreas com predominância de agricultura também estão mais sujeitas a toque de equipamentos de irrigação na rede elétrica, ou até mesmo acidentes envolvendo pequenos aviões utilizados em procedimentos de pulverização agrícola. 10

1.2) Estudar também a influência decorrente de cenários ou situações específicas, de forma a proporcionar uma comparação mais justa entre as distribuidoras: o Representatividade de áreas com acesso restrito e controlado, por exemplo, em áreas de favelas que apresentam grande incidência de gatos ou furto de energia com utilização de equipamentos, ferramentas e materiais inseguros e, na maioria dos casos, sem qualquer ação direta que possa ser tomada pela distribuidora. Até mesmo o acesso até determinados trechos ou pontos da rede só pode ser feito com a presença da polícia; o O processo de transferência dos ativos de Iluminação Pública das distribuidoras para as Prefeituras, processo que já está estabilizado para muitas distribuidoras do Brasil, porém ainda em fase de implementação e/ou estabilização para tantas outras distribuidoras, representa na prática potencial intervenção de maior quantidade de pessoas na rede elétrica, aspecto esse que também requer o desenvolvimento de estudos e acompanhamento que possam apontar possível efeito na performance dos indicadores de segurança. 2) Importante também que se reexamine a forma de tratamento de situações atípicas, como por exemplo, os casos de tentativa de suicídio na rede elétrica ou em subestações de energia, ocasiões em que a eventual consumação de acidente não se relaciona à atuação da distribuidora no que se refere adoção de medidas que garantam a prevenção dessas situações, assim como ações de conscientização. A princípio, a apuração de indicadores de segurança deveria proporcionar o expurgo dessas situações, para considera-las em agrupamento específico e independente dos indicadores de segurança tradicionalmente acompanhados. 11