Epidemiologia Vigilância Epidemiológica Conceitos Básicos. Nara Melo SMS - Recife



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Transcrição:

Epidemiologia Vigilância Epidemiológica Conceitos Básicos Nara Melo SMS - Recife

Epidemiologia Histórico Grécia antiga (ano 400 a.c.) Hipócrates Dos Ares, Águas e Lugares Era Moderna (século XVII) Meados do século XIX John Graunt Willian Farr Padrões de natalidade, mortalidade e ocorrência de doenças Coleta e análise sistemática das estatísticas de mortalidade Século XIX John Snow Ensaio sobre a Maneira de Transmissão da Cólera - Hipóteses causais - Teoria do contágio - Sistematização da metodologia epidemiológica

Epidemiologia Histórico Final século XIX Europa-EUA Doenças infecciosas agudas Século XX (1915) Joseph Goldberger Doenças não infecciosas - Etiologia carencial da pelagra Pós segunda Guerra Mundial Doll e Hill Doenças crônicas Tabagismo x Câncer de pulmão Doenças cardiovsculares Década de 80 OMS Descobrimento da Aids como doença (1981) dois anos antes da identificação do vírus HIV

Epidemiologia Instrumento de Pesquisa Epidemiologia Clínica Processo saúde-doença na sociedade População Indivíduo

Epidemiologia Conceito Ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle, ou erradicação de doenças, e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde. (ROUQUAYROL; GOLDBAUM, 2003)

Epidemiologia Associações estatísticas entre os eventos de saúde-doença Apropria-se do conhecimento Clínica, Estatística, Ciências Sociais, Demografia

Epidemiologia Objetivos Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde nas populações humanas Conhecer dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção e promoção da saúde, controle e tratamento das doenças, estabelecendo prioridades para melhorar cada vez mais o nível de saúde da população Identificar os fatores etiológicos das doenças

Epidemiologia Método Epidemiológico Para explicar o processo saúde-doença é necessário um sistema de pensamentos Estabelecer um diagnóstico da situação de saúde Determinar as causas da ocorrência das doenças, Identificar os riscos epidemiológicos e as medidas de controle

Epidemiologia Método Epidemiológico Levanta pistas que permitirão elucidar as causas (determinação) das doenças DESCRITIVO ANALÍTICO Estuda os atributos (dados), que são sistematicamente analisados Comprova as associações causais

Epidemiologia Método Epidemiológico É preciso responder aos seguintes questionamentos: Onde ocorreram os agravos? Quem adoeceu? Quando adoeceu? Há grupos especiais mais expostos? Há regiões mais atingidas? Há alguma faixa etária mais atingida? Há uma classe social de maior ou menor risco? Alguma elemento hipotético determina o seu surgimento?

Epidemiologia Método Epidemiológico Pessoa Quem foi afetado? Tempo - Quando foram afetados? Lugar - Onde foram afetados? Como? Por quê? Epidemiologia Descritiva Epidemiologia Analítica

Epidemiologia Descritiva Estuda a distribuição de freqüência das doenças e agravos à saúde coletiva, em função de variáveis ligadas ao tempo, ao espaço ambientais e populacionais e às pessoas, possibilitando o detalhamento do perfil epidemiológico. (ROUQUAYROL; BARRETO, 2003)

Variáveis Relativas à Pessoa Quem?

Variáveis Relativas à Pessoa Quem? Sexo Idade Estado civil Grupo étnico Religião Renda Ocupação Educação Classe social Paridade História familiar Composição familiar Ordem de nascimento Peso e peso ao nascer Altura Grupo sanguíneo Tipo de comportamento Estilo de vida Hábito de fumar Fonte de água, leite, comida Imunização Contato com pessoas doentes

Variáveis Relativas à Pessoa Quem? Demográficas Idade Sexo Grupo étnico Sociais Estilo de Vida Ocupação Renda Instrução Estado civil Uso de drogas ilícitas Consumo alimentar Atividade física Religião

Variáveis Relativas à Pessoa Quem? Estudo da distribuição das doenças entre segmentos populacionais Expor a situação de saúde de subgrupos da população Fornecer subsídios para explicações causais (ou levantamento de hipóteses) Definir prioridade de intervenção para proteger os grupos enfermos ou com maior risco

Subgrupos Populacionais Criança GRUPO INFANTIL (menores de 1 ano) Período Neonatal (0 a 27 dias) óbitos por anomalias congênitas intercorrências na gestação e parto Período Pós-neonatal (28 dias a 1 ano) mais vulnerável a D. infecciosas (diarréia, IRA, difteria, sarampo, coqueluche) CRIANÇAS EM IDADE PRÉ-ESCOLAR (1 a 4 anos) Distúrbios nutricionais (desmame) Início do processo de socialização Exposição a verminoses e viroses CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR (5 a 9 anos) Acidentes (causas de óbito) Mais resistentes a D.infecciosas Violência Uso de drogas (cola sapateiro)

Subgrupos Populacionais Adolescente Adulto ADOLESCENTES (10 a 19 anos) Envenenamento por agrotóxicos DST Causas externas acidentes de trânsito violência Gravidez Consumo de drogas Prostituição infanto-juvenil ADULTOS (20 a 49 anos) Início da atividade profissional Doenças ocupacionais Acidentes de trabalho, acidentes de trânsito, homicídio, DST Câncer Doenças do aparelho circulatório ADULTOS MADUROS E IDOSOS (50 anos e mais) Doenças crônico-degenerativas Doenças do aparelho circulatório Câncer Enfisema Diabetes

Mudanças na Faixa Etária Idade Coeficiente de incidência (por 100.000 hab.) de dengue segundo faixa etária. Recife, 2003-2008 250 200 150 100 50 0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 0 a 9 a 5,2 8,7 31,2 76,1 100 219,7 10 a 19 a 7,9 7,5 40,6 73,7 53,1 203,9 20 a 59 13,7 10,3 34,7 73,0 35,7 207,7 60 e mais 5 5,7 27,2 46,9 24,5 101,9 0 a 9 a 10 a 19 a 20 a 59 60 e mais Fonte: DVS/Secretaria do Recife * Dados provisórios

Subgrupos Populacionais Idade Coeficiente de detecção (100.000 hab) de casos Aids em crianças e adolescentes segundo ano diagnóstico. Recife, 2001 2007* Fonte: DVS/Secretaria de Saúde do Recife * Dados provisórios

Subgrupos Populacionais Sexo Diversidade biológica e social Disparidades quanto à exposição a riscos DEMOGRAFIA Nascimentos vivos masculinos superior aos femininos Maiores coeficientes de mortalidade geral no sexo masculino Maior Longevidade entre as Mulheres Feminização do envelhecimento Mortalidade por violência Maior em homens adolescentes e jovens

Subgrupos Populacionais Sexo Coeficiente de Detecção (100.000 hab) de casos Aids, segundo sexo e ano diagnóstico. Recife, 2000 2007 45,00 40,00 35,00 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Masc 28,56 32,79 39,90 36,88 39,75 38,54 34,76 28,56 Fem 11,30 13,93 18,39 16,42 17,47 18,52 17,60 14,84 Total 19,33 22,70 28,39 25,93 27,83 27,83 25,58 21,22 Fonte: DVS/Secretaria de Saúde do Recife * Dados provisórios Baixo risco - <= 9,4/100.00 hab Médio risco 9,5 a 18,9/100.00 hab Alto risco - >= 19,0/100.00 hab

Subgrupos Populacionais Grupo Étnico Conjunto de pessoas com maior grau de homogeneidade Doenças em relação a grupos étnicos Anemia falciforme Formação de quelóides Negros Melanoma Brancos

Subgrupos Populacionais Raça/Cor Distribuição percentual de casos Aids segundo ano de diagnóstico e raça/cor. Recife, 2000 2007 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 IGN 65 54,6 44,7 17,8 15,6 18,9 18,6 15 Parda 18,9 26,8 31,3 47,3 46,4 46,8 51,7 52 Indígena 0,4 0 0,3 0 0 0 0,5 0 Amarela 0 0 0,3 0,3 0,3 0,5 0,3 0,3 Preta 4,4 5,8 4,4 10,9 10,8 10,2 8,9 12 Branca 11,2 12,8 19 23,8 26,9 23,5 20 20,7 *Dados provisórios até 17/11/2007 Fonte: SINAN - Secretaria de Saúde do Recife

Variáveis Relativas ao Tempo Quando?

Variáveis Relativas ao Tempo Quando? Estudo da distribuição das doenças no tempo Compreensão da epidemiologia de uma doença Previsão de ocorrência da doença Busca etiológica (distribuição temporal + fatores de risco etiologia) Prevenção e diagnóstico precoce de doenças Avaliação do impacto de intervenções em saúde

Variáveis Relativas ao Tempo Quando? Análise do acompanhamento temporal das doenças Registrar a história do evento ao longo do tempo (variação da freqüência num dado intervalo) Estudar a tendência secular do agravo Mostrar o tipo de variação do agravo (atípica, cíclica, sazonal) Estudar a forma de ocorrência dos agravos (casos esporádicos, endemias, epidemias, surtos)

Tendência Secular Aids Número de casos de Aids e tendência linear, segundo ano de diagnóstico. Recife, 1984 2007* 450 400 350 300 250 200 150 100 50-1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Total 2 7 6 44 57 103 104 134 155 152 188 218 263 234 346 276 275 323 404 369 396 396 364 302 * Dados provisórios até 17/11/2008 Fonte: SINAN - Secretaria de Saúde do Recife

Avaliação de Impacto Coeficiente de incidência de Meningite por Haemophilus influenzae b em menores de 5 anos e cobertura vacinal. Pernambuco, 1993-2005 Cob. vacinal (%) 120 100 80 60 40 20 Antes da vacina Depois da vacina 8 7 6 5 4 3 2 1 Coef. Incidência por 100.000hab. 0 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Ano 0 Cobertura Vacinal Incidência Fonte: SES/UNIEPI/SINANW

Detecção de Epidemia Dengue Diagrama de controle da dengue. Recife, 2008 1000 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 Média Lim Máx 2008 SE Fonte: SINAN / SMS Recife

Variáveis Relativas à Lugar Onde?

Variáveis Relativas ao Lugar Onde? País Região Estado Município Distrito Bairro Rua Residência Instituição Edifício Urbano-rural Código postal (CEP) Tamanho da comunidade Latitude e longitude

Variáveis Relativas ao Lugar Onde? Estudo da variação espacial dos eventos permite: Indicar riscos a que a população está exposta Acompanhar a disseminação de eventos Fornecer subsídios para explicações causais Definir as prioridades de intervenção Avaliar o impacto das intervenções Fazer comparações geográficas Ex: Risco de malária na região amazônica Ex: Cólera na América Latina Ex: Consumo de pescado e doença coronariana Ex: Comparação coeficientes de mortalidade infantil Ex: Controle da esquistossomose Ex: Melanoma na Europa e na América do Sul

Aids em Crianças Número de casos segundo bairro de residência. Recife, 2001 2007 Distribuição Espacial Fonte: SINAN / SMS Recife

Distribuição Espacial Distribuição dos municípios com população até 50.000 habitantes segundo a notificação de casos de Aids e o período. Brasil, 1990-1996 Aids Szwarcwald, CL. A Disseminação da Epidemia da Aids no Brasil (1987-1996) Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 16(Sup. 1):7-19, 2000

Subsídios para Explicação Causal Sífilis Congênita Coeficiente de detecção (1000 NV) em estratos de bairros definidos segundo indicadores socioeconômicos e de assistência pré-natal. Recife, 2004-2006 Condição de Vida I - Melhor CD 4,33 II - Regular CD 8,59 III - Pior CD 13,78 p < 0,0001 Idade Materna I - Melhor CD 4,62 II - Regular CD 9,28 III - Pior CD 14,52 p < 0,0001 Assistência Pré-natal I - Melhor CD 4,14 II - Regular CD 9,26 III - Pior CD 14,01 p < 0,0001 Melo, NGDO. Diferenciais Intraurbanos de Sífilis Congênita. Dissertação de Mestrado Profissional em Vigilância sobre Saúde (UPE). Recife, 2009

Epidemiologia Método Epidemiológico Levanta pistas que permitirão elucidar as causas (determinação) das doenças DESCRITIVO ANALÍTICO Estuda os atributos (dados), que são sistematicamente analisados Comprova as associações causais Como? Por quê?

Tipos de Estudos Estudos Descritivos Estudos Analíticos Experimentais Ensaio clínico randomizado Observacionais Estudo de coorte (ou seguimento) Estudo de caso-controle Estudo transversal Estudos ecológicos

Vigilância Epidemiológica

Respaldo Legal da VE Lei nº 6.259 de 30/10/1975 Dispõe sobre a organização das ações de VE, sobre o PNI, estabelece normas relativas a notificação compulsória de doenças, e dá outras providências Decreto nº 78.231 de 12/08/1976 Regulamenta a lei nº 6.259 de 30/10/1975 Constituição Federal Lei nº 8.080 de 16/09/1990 Portaria nº 5, de 21 /02/2006 Define a relação das DNC para todo o território nacional Portaria nº 3.252 de 22/12/2009

Vigilância Epidemiológica Conceito Conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos (Lei nº 8.080)

Vigilância Epidemiológica Informação para a ação

Sistema de Vigilância Epidemiológica Objetivos Acompanhar o comportamento epidemiológico das doenças sob vigilância Detectar surtos e epidemias Propiciar a adoção oportuna de medidas de controle Aprofundar o conhecimento sobre as doenças Avaliar as medidas, programas, intervenções de prevenção, controle, erradicação

Sistema de Vigilância Epidemiológica Etapas Detecção de casos Investigação epidemiológica Produção, consolidação e análise de informações Recomendação e implementação de medidas de controle Retroalimentação do Sistema Divulgação de informações Avaliação das atividades

O que notificar? SINAN Agravos de Notificação Compulsória - Portaria nº 5 SVS/MS de 21/02/06-41doenças Agravos de interesse nacional Surtos Agravos de interesse estadual e municipal

Seleção de Agravos Critérios Magnitude: elevada freqüência Potencial de disseminação: elevado poder de transmissão Transcendência: severidade, relevância social e econômica Vulnerabilidade: disponibilidade de instrumentos específicos de prevenção e controle Compromissos Internacionais: controle, eliminação ou erradicação de doença Regulamento Sanitário Internacional Ocorrência de epidemias, surtos e agravos inusitados à saúde: situações emergenciais

Doenças de Notificação Compulsória Nacional Cólera Coqueluche Dengue, FHD Difteria D. meningocócica e outras meningites Esquistossomose Febre tifóide Hanseníase Hepatites virais Gestante HIV(+) e crianças expostas ao risco de transmissão vertical Leptospirose Leishmaniose tegumentar/ Leish. visceral Mening Haemophilus influenzae Paralisia Flácida Aguda Poliomielite Raiva humana Rubéola Síndrome da rubéola congênita Sarampo Sífilis congênita Sífilis em gestante Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) Tétano Tuberculose (Portaria SVS/ MS Nº 5, 21 de fevereiro de 2006)

Doenças de Notificação Compulsória Nacional Botulismo Carbúnculo ou antraz D. de Chagas - casos agudos D. de Creutzfeldt - Jacob Eventos adversos pós-vacinação Febre amarela Febre do Nilo Febre maculosa Hantaviroses Surtos Influenza humana por novo subtipo (pandêmica) Malária Peste Síndrome Respiratória Aguda Grave Tularemia Varíola A ocorrência de agravo inusitado à saúde, independentemente de constar desta relação deverá também ser notificado imediatamente às autoridades sanitárias. (Portaria SVS/ MS Nº 5, 21 de fevereiro de 2006)

Agravos de Interesse Nacional Nacional - Acidentes por Animais Peçonhentos - Atendimento Anti-rábico Humano - Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST

Doenças de Notificação Compulsória Municipal Doenças de Notificação Municipal Filariose DNC (Recife-PE) Portaria Municipal Nº 64 (7/08/02) Varicela (Interesse Municipal 2005) Grupos Populacionais de Vigilância Vigilância do Óbito Materno Vigilância do Óbito Infantil Monitoramento da Criança de Risco para Morte Infantil

Normas e Diretrizes Técnicas Ministério da Saúde

Vigilância Universal SVE Fontes de Notificação

Vigilância Sentinela SVE Monitorização das Doenças Diarréicas Agudas Unidades de Referência para Vigilância do Sarampo Unidades de Referência para Vigilância das Paralisias Flácidas Agudas Unidades Sentinelas para Vigilância da Influenza Sazonal Unidades Sentinelas para Vigilância das Gastroenterites pelo Rotavírus

Fluxo da Informação SINAN Unidades de Saúde Distrito Sanitário Unidades Notificadoras (UBS, Maternidades, laboratório) Coleta: Município SMS SES - Recepção passiva (NEPIH) - Busca ativa (em hospitais) Municipais Estaduais Universitários Forças Armadas Privados Ministério da Saúde

Instrumento de Notificação SINAN Ficha de Notificação - Caso suspeito* - Notificação de surto - Notificação negativa (notificação da não ocorrência de DNC, na área de abrangência da US) * Casos de Aids, Sífilis em Gestante, Sífilis Congênita, DST, TB e Hanseníase notificar casos confirmados.

Instrumento de Investigação SINAN Ficha Individual de Investigação Roteiro de investigação de casos e epidemias (distinto para cada agravo) Identifica - fonte de infecção - mecanismos de transmissão - áreas de maior risco - grupos mais atingidos, etc

Consolidação dos Dados SINAN Banco de Dados - Principais variáveis Idade, sexo, estado civil, escolaridade, ocupação habitual, raça/cor, endereço (logradouro, nº, bairro) Antecedentes Epidemiológicos (Fatores de risco) Dados clínicos Atendimento Tratamento Dados laboratoriais Medidas de Controle Conclusão

Análise dos Dados Aids Taxa de incidência* de aids, segundo região de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 1998-2008 * Por 100.000 hab FONTE: MS/SVS/Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais.

Vigilância Epidemiológica Etapas Notificação do caso Investigação Encerramento do caso Situação Epidemiológica Consolidação Análise dos dados Políticas de saúde INFORMAÇÃO Medidas de Intervenção e controle

SVE Retroalimentação e Divulgação das Informações

Desafios Atenção básica Assistência Vigilância Laboratório

Obrigada! Nara Melo namelo@recife.pe.gov.br