CURSO ESPECÍFICO DE ENFERMAGEM P/ EBSERH AULA Nº 7.1 TUBERCULOSE

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Equipe Professor Rômulo Passos Página 1 de 112

Transcrição:

CURSO ESPECÍFICO DE ENFERMAGEM P/ EBSERH AULA Nº 7.1 TUBERCULOSE Equipe Professor Rômulo Passos 2015

Olá, futura (o) concursada (o)! Como o tema tuberculose costuma ser muito abordado nos concursos de Enfermagem, decidimos complementar a aula anterior, apresentando para você uma aula só sobre tuberculose. Não deixe sua APROVAÇÃO escapar por detalhes, resolva as questões do site www.questoesnasaude.com.br, veja os comentários de nossos professores e deixe os seus comentários também. Vamos interagir! Boa aula a todos! Profº. Rômulo Passos Profª. Raiane Bezerra

A tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa, causada por uma bactéria, o Mycobacterium tuberculosis, também denominado de bacilo de koch (bk). O termo tuberculose se origina no fato da doença causar lesões chamadas tubérculos. A tuberculose pulmonar é definida como positiva quando o paciente apresentar: I II III IV Duas baciloscopias diretas positivas, ou ; Uma baciloscopia direta positiva e cultura positiva, ou ; Uma baciloscopia direta positiva e imagem radiológica sugestiva de tuberculose, ou ; Duas ou mais baciloscopias diretas negativas e cultura positiva. A prova tuberculínica (PT) consiste na inoculação intradérmica de um derivado proteico do M. tuberculosis para medir a resposta imune celular a estes antígenos. É utilizada, em adultos e crianças, para o diagnóstico de infecção latente pelo M. tuberculosis (ILTB). Na criança também é muito importante como método coadjuvante para o diagnóstico da tuberculose (TB). De acordo com o Manual de Tuberculose do Ministério da Saúde 1 (2011), o resultado da PT deve ser registrado em milímetros. A classificação isolada da PT, em não reator, reator fraco e reator forte, não está mais recomendada, pois a interpretação do teste e seus valores de corte podem variar de acordo com a população e o risco de adoecimento. De acordo com a regra antiga, no que se refere ao resultado da prova tuberculínica (PT), registrado em milímetros, temos a seguinte classificação: 1 Disponível em: http://goo.gl/6lsckb.

0 a 4 mm - não reator indivíduo não infectado pelo M. tuberculosis ou com hipersensibilidade reduzida. 5 a 9 mm - reator fraco 10 mm ou mais Reator forte indivíduo infectado pelo M. tuberculosis ou por outras microbactérias. indivíduo infectado pelo M. tuberculosis, que pode estar ou não doente, e indivíduos vacinados com BCG nos últimos dois anos. Em 1979, o Brasil preconizou um sistema de tratamento para a TB composto pelo Esquema I (2RHZ/4RH) para os casos novos; Esquema I reforçado (2RHZE/4RHE) para retratamentos; Esquema II (2RHZ/7RH) para a forma meningoencefálica; e Esquema III (3SZEEt/9EEt) para falência. Em 2009, o Programa Nacional de Controle da Tuberculose, juntamente com o seu comitê técnico assessor, reviu o sistema de tratamento da TB no Brasil. Com base nos resultados preliminares do II Inquérito Nacional de Resistência aos Medicamentos antitb, que mostrou aumento da resistência primaria a isoniazida (de 4,4% para 6,0%), introduz o etambutol como quarto fármaco na fase intensiva de tratamento (dois primeiros meses) do esquema básico. Esquema Básico do Tratamento da Tuberculose: tratamento antigo 2 meses: R Rifampicina H Isoniazida Z Pirazinamida 4 meses: R Rifampicina H Isoniazida Inserido em 2009: o etambutol como quarto fármaco na fase intensiva de tratamento (2 primeiros meses). tratamento atual 2 meses: R Rifampicina H Isoniazida Z Pirazinamida E Etambutol 4 meses: R Rifampicina H Isoniazida A apresentação farmacológica da fase intensiva (dois primeiros meses) passa a ser em comprimidos de doses fixas combinadas dos quatro medicamentos (R - Rifampicina, H -

Isoniazida, Z - Pirazinamida, E - Etambutol), na seguinte dosagem: R 150mg, H 75mg, Z 400mg e E 275mg. Atenção! Na fase intensiva de tratamento da doença (dois primeiros meses), A o esquema básico é composto por apenas um comprimido com a associação dos 4 medicamentos na seguinte dosagem: R 150mg, H 75mg, Z 400mg e E 275mg. Segunda etapa do esquema básico do tratamento da tuberculose (4 meses) continua sendo composta de comprimidos de doses fixas pela administração da Rifampicina e Isoniazida (RH). Todavia, esses medicamentos passaram a ser administrados em associação na seguinte dosagem: R 300mg e H 200mg ou R 150mg e H 100mg. Esquema Básico para o Tratamento da TB em Adultos e Adolescentes Regime Fármacos Faixa de Unidade/dose Meses peso Fase intensiva 2 RHZE R 150mg, H 75mg, Z 400mg e E 275mg comprimido em dose fixa combinada. Fase de R 300mg, H 200mg manutenção ou R 150mg, H 4 RH 100mg. 20kg a 35kg 2 comprimidos 36kg a 50kg 3 comprimidos 2 > 50kg 4 comprimidos 1 comprimido ou 20 a 35kg cápsula R 300, H 200mg 1 comprimido ou cápsula 36kg a 50kg R 300, H 200mg + 1 4 comprimido ou cápsulas R 150, H 100mg 2 comprimidos ou > 50kg cápsulas R 300, H 200mg

Vejamos alguns exemplos para fixarmos o assunto, que é recorrente em provas de concurso: Ex.: 1 - Um portador de TB com 30 Kg, maior de 10 anos, deve receber durante os primeiros dois meses, uma dose diária de 2 comprimidos da associação de RHZE. Após essa primeira etapa do tratamento, deverá receber, durante quatro meses, uma dose diária de 1 comprimido ou cápsula da associação de RH (R 300 e H 200mg). Ex.: 2 - Um portador de TB com 40 Kg, maior de 10 anos, deve receber durante os primeiros dois meses, uma dose diária de 3 comprimidos da associação de RHZE. Após essa primeira etapa do tratamento, deverá receber, durante quatro meses, uma dose diária de 2 comprimidos ou cápsulas da associação de RH na seguinte proporção (1 comprimido ou cápsula de R 300 e H 200mg + 1 comprimido ou cápsula de R 150 e H 100mg). Ex.: 3 - Um portador de TB com 85 Kg, maior de 10 anos, deve receber durante os primeiros dois meses, uma dose diária de 4 comprimidos da associação de RHZE. Após essa primeira etapa do tratamento, deverá receber, durante quatro meses, uma dose diária de 2 comprimidos ou cápsulas da associação de RH na seguinte proporção (2 comprimidos ou cápsulas de R 300 e H 200mg). Essa recomendação e a apresentação farmacológica são as preconizadas pela Organização Mundial da Saúde e utilizadas na maioria dos países, para adultos e adolescentes. Mas, o esquema básico de tratamento da tuberculose (2RHZ/4RH) é indicado para quais grupos? Os novos adultos e adolescentes (> 10 anos), de todas as formas de tuberculose pulmonar e extrapulmonar (exceto a forma meningoencefalica), infectados ou não por HIV; e retratamento: recidiva (independentemente do tempo decorrido do primeiro episodio) ou retorno após abandono com doença ativa em adultos e adolescentes (> 10 anos), exceto a forma meningoencefalica.

Gravem isso: Em todos os esquemas de tratamento da tuberculose, a medicação é de uso diário e deverá ser administrada em uma única tomada. Atenção! Para as crianças (abaixo de 10 anos) permanece a recomendação do Esquema antigo: RHZ. Outras mudanças no sistema de tratamento da tuberculose são a extinção do Esquema I reforçado e do Esquema III. Para todos os casos de retratamento será solicitada cultura, identificação e teste de sensibilidade, iniciando-se o tratamento com o esquema básico, até o resultado desses exames. Os casos que evoluem para falência do tratamento devem ser criteriosamente avaliados quanto ao histórico terapêutico, adesão aos tratamentos anteriores e comprovação de resistência aos medicamentos. Tais casos receberão o Esquema Padronizado para Multirresistência ou Esquemas Especiais individualizados, segundo a combinação de resistências apresentadas pelo teste de sensibilidade. Esquemas de tratamento da TB ( anteriores a 2009) - Esquema I (2 RHZ/4RH) para os casos novos; - Esquema I reforçado (2 RHZE/4RHE) retratamentos; para - Esquema II (2 RHZ/7RH) para a forma meningoencefálica ; - Esquema III (3 SZEEt/9EEt) para falência. Esquemas de tratamento da TB (atuais) - Esquema I (2RHZE/4RH) para os casos novos; - Esquema I reforçado + Esquema III: foram extintos. - Esquema II (2RHZE/7RH) para a forma meningoencefálica; Atenção! Os casos que evoluem para falência do tratamento receberão o Esquema Padronizado para Multirresistência ou Esquemas Especiais individualizados. Os medicamentos para tratamento dos pacientes com diagnóstico de TB deverão ser administrados preferencialmente em jejum (uma hora antes ou duas horas após o café da manhã), em uma única tomada; ou em caso de intolerância digestiva, com uma refeição.

A TB pulmonar e a TB laríngea são classificadas como doenças de transmissão aérea e requerem medidas administrativas, ambientais e de proteção individual que diminuam o risco de transmissão da doença. Todo ambiente onde circulam pacientes que produzam aerossóis contendo Mycobacterium tuberculosis oferece algum risco de transmissão. Destacam-se como foco das medidas de controle o domicilio do paciente, seu local de trabalho e as unidades de saúde nas quais é atendido (em nível ambulatorial, emergencial e hospitalar), além de instituições de longa permanência, como prisões, albergues ou casas de apoio. Para diminuir o risco de transmissão da TB, é preciso ter em conta alguns pressupostos: A transmissão da tuberculose se faz por via respiratória, pela inalação de aerossóis produzidos pela tosse, fala ou espirro de um doente com tuberculose ativa de vias aéreas, salvo raríssimas exceções; Quanto maior a intensidade da tosse e a concentração de bacilos no ambiente e quanto menor a ventilação desse ambiente, maior será a probabilidade de infectar os circunstantes; Com o inicio do tratamento adequado e o uso correto de medicamentos anti- TB em pacientes infectados com cepas sensíveis, a transmissibilidade diminui rapidamente em duas a três semanas. Portanto, a prioridade na instituição das ações preventivas deve ser dada aos pacientes com maior risco de transmissibilidade, que são aqueles não diagnosticados (sintomático respiratório - SR) ou nos primeiros dias de tratamento; Ocorrendo infecção pelo bacilo da tuberculose, as pessoas com maior risco de adoecer são aquelas com a imunidade comprometida. Mas, quais são as principais medidas de proteção individual? O uso de máscaras (respiradores) no atendimento de SR ou pacientes com TB deve ser feito de forma criteriosa. Muitos profissionais dedicam a esse item dos procedimentos de biossegurança valor prioritário, negligenciando medidas administrativas e de controle ambiental que certamente teriam maior impacto na sua proteção. É recomendado o uso de mascaras tipo PFF2, padrão brasileiro e da União Europeia, ou N95, padrão dos Estados Unidos EUA, para profissionais de saúde ou visitantes

(acompanhantes) ao entrarem em áreas de alto risco de transmissão (quartos de isolamento respiratório, ambulatório para atendimento referenciado de SR, bacilíferos e portadores de TB com suspeita de ou resistência comprovada aos fármacos anti-tb). O uso de máscaras cirúrgicas e recomendado para pacientes com TB pulmonar ou SR em situação de potencial risco de transmissão, por exemplo: falta de estrutura de ventilação adequada em salas de espera e emergências enquanto aguarda definição do caso (atendimento, resultado de exames, internação em isolamento) ou deslocamento de pacientes do isolamento para exames ou procedimentos (nesse caso, o paciente deve ter seu atendimento no outro setor priorizado). Em serviços ambulatoriais nos quais é baixa a renovação do ar, recomenda-se o uso de máscaras de proteção respiratória (tipo PFF2, padrão brasileiro e da União Europeia; ou N95, padrão dos EUA) pelos profissionais que atendam doentes referenciados bacilíferos ou potencialmente bacilíferos. O uso de máscaras pelos profissionais de saúde somente durante o atendimento seria de pouca utilidade, ainda mais que, quando o paciente deixa o local de atendimento, os bacilos permanecem no ambiente por ate nove horas, dependendo de sua ventilação e iluminação. Deve ser dada especial atenção aos serviços que atendem grande quantidade de pacientes bacilíferos para início de tratamento, sobretudo no atendimento de doentes com resistência medicamentosa, em que o uso de máscaras tipo PFF2 ou N95 é altamente recomendável para os profissionais de saúde. No entanto, utilizar máscaras PFF2 indiscriminadamente em ambulatórios com casos bacilíferos esporádicos (menos de 50 casos por ano) pode não trazer beneficio. Qualquer pessoa (profissional de saúde ou familiar) que entre nas enfermarias de isolamento respiratório deve utilizar máscaras do tipo PFF2 ou N95. É necessário treinamento especial para uso das mascaras PFF2 ou N95, uma vez que devem ser perfeitamente adaptadas ao rosto do funcionário. Essas máscaras podem ser reutilizadas desde que estejam integras e secas. Verificamos que a transmissão da TB se dá por meio respiratório de aerossóis contendo Mycobacterium tuberculosis. Nesse sentido, vocês acham que é necessário a utilização de capote/avental como EPI?

De acordo com a ANVISA 2, a utilização de avental/capote deve ser feita quando houver risco de contato de sangue ou secreções, para proteção da superfície corporal. A identificação precocemente de pessoas com tosse a mais de três semanas pode ser considerada sintomático respiratório (SR). O objetivo da busca ativa de SR é identificar precocemente os casos bacilíferos, interromper a cadeia de transmissão e reduzir a incidência da doença a longo prazo. Fique ligado! Para interromper a cadeia de transmissão da TB é fundamental a descoberta precoce dos casos bacilíferos. Sendo assim, a busca ativa em pessoas com tosse prolongada deve ser uma estratégia priorizada nos serviços de saúde para a descoberta desses casos. E importante lembrar que cerca de 90% dos casos de tuberculose são da forma pulmonar e, destes, 60% são bacilíferos. Não esqueçam: Sintomáticos Respiratórios (SR) são indivíduos com tosse por tempo igual ou superior a três semanas. Para definir o ponto de corte da duração da tosse e a atividade de busca do SR, é necessário considerar a sensibilidade e a especificidade que se deseja obter e o tipo de população que será investigada. Internacionalmente, vários estudos mostram que o ponto de corte de três semanas apresenta um bom equilíbrio entre a sensibilidade e a especificidade. Ao realizar a busca ativa de SR em populações com alto risco de adoecimento, como a população prisional (presidiários), sugere-se que a busca seja realizada em indivíduos com 2 Anvisa, disponível em: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/precaucoes_a3.pdf.

tosse por tempo igual ou superior a duas semanas, visando aumentar a sensibilidade da busca, desde que seja garantido o suporte laboratorial. A baciloscopia de escarro deve ser realizada no mínimo com 2 amostras, uma no momento da identificação e outra no dia seguinte. Ademais, antes da primeira coleta de escarro o paciente deve higienizar a boca com água. A fase inicial do exame, que compreende coleta, conservação e transporte do escarro, é de responsabilidade da unidade de saúde, que devera seguir as seguintes orientações: Qualidade e quantidade da amostra uma boa amostra de escarro e a que provem da arvore brônquica, obtida após esforço de tosse, e não a que se obtém da faringe ou por aspiração de secreções nasais, nem tampouco a que contem somente saliva. O volume ideal é de 5ml a 10ml. Recipiente O material deve ser coletado em potes plásticos com as seguintes características: descartáveis, com boca larga (50mm de diâmetro), transparente, com tampa de rosca, altura de 40mm, capacidade de 35ml a 50ml. A identificação (nome do paciente e data da coleta) deve ser feita no corpo do pote e nunca na tampa, utilizando-se, para tal, esparadrapo, fita crepe ou caneta com tinta indelével. Local da coleta As amostras devem ser coletadas em local aberto, de preferência ao ar livre ou em condições adequadas de biossegurança. Momento da coleta e número de amostras O diagnóstico deve ser feito a partir de, pelo menos, duas amostras de escarro, sendo a primeira geralmente coletada no momento da consulta, para aproveitar a presença do doente. A segunda amostra deve ser coletada no dia seguinte, preferencialmente ao despertar. Esta geralmente é abundante porque provem das secreções acumuladas na arvore brônquica durante a noite. Orientação ao paciente A unidade de saúde deve ter pessoal capacitado para fornecer informações claras e simples ao paciente quanto a coleta do escarro, devendo proceder da seguinte forma: Entregar o recipiente ao paciente, verificando se a tampa do pote fecha bem e se já está devidamente identificado (nome do paciente e a data da coleta no corpo do pote); Orientar o paciente quanto ao procedimento de coleta: ao despertar pela manha, lavar bem a boca, inspirar profundamente, prender a respiração por um instante e

escarrar após forçar a tosse. Repetir esta operação ate obter três eliminações de escarro, evitando que ele escorra pela parede externa do pote; Informar que o pote deve ser tampado e colocado em um saco plástico com a tampa para cima, cuidando para que permaneça nesta posição; Orientar o paciente a lavar as mãos; Na impossibilidade de envio imediato da amostra para o laboratório ou unidade de saúde, esta poderá ser conservada em geladeira comum até no máximo sete dias. Conservação e transporte As amostras clínicas devem ser enviadas e processadas no laboratório imediatamente após a coleta. As unidades de saúde deverão receber, a qualquer hora de seu período de funcionamento, as amostras coletadas no domicilio e conservá-las sob refrigeração até o seu processamento. Para o transporte de amostras devem-se considerar três condições importantes: refrigeração; proteção contra a luz solar; e acondicionamento adequado para que não haja risco de derramamento. Para transportar potes de escarro de uma unidade de saúde para outra, recomenda-se a utilização de caixas de isopor com gelo reciclável ou cubos de gelo dentro de um saco plástico. As requisições dos exames devem ser enviadas com o material, fora do recipiente de transporte. De acordo com o Ministério da Saúde, quanto maior o número de Unidades Básicas de Saúde (UBS) e de profissionais capacitados desenvolvendo ações de controle da tuberculose, mais abrangente será a busca, maior será a detecção de casos, mais rápido o início do tratamento e mais eficiente a supervisão do tratamento, o que favorece a cura e a quebra da cadeia de transmissão. A busca de casos deve ser feita principalmente entre: Sintomáticos respiratórios, isto é, portadores de tosse com expectoração há pelo menos três semanas. Portadores que apresentem sintomatologia compatível com tuberculose: além da tosse com expectoração, febre vespertina, suores noturnos, perda de peso, escarro sanguíneo (hemoptóico) e/ou dor torácica. Pacientes com história de tratamento anterior para tuberculose;

Contatos de casos de tuberculose (pessoas parentes ou não que coabitam com um paciente de tuberculose); Populações de risco: pessoas privadas de liberdade, asilos, instituições psiquiátricas, abrigos; Portadores de doenças debilitantes (diabetes, neoplasias); Imunodeprimidos por uso de medicamentos; Imunodeprimidos por infecções, como o HIV; Usuários de drogas; Moradores de rua; Trabalhadores da área de saúde. São atribuições do enfermeiro no atendimento do paciente com tuberculose: Realizar assistência integral às pessoas e famílias na USF e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários; Identificar os sintomáticos respiratórios; Orientar quanto à coleta de escarro; Aplicar a vacina BCG; Fazer teste tuberculínico. Caso não tenha capacitação para tal, encaminhar para a unidade de referência; Realizar consulta de enfermagem, conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal, observadas as disposições legais da profissão; Realizar consultas de enfermagem, solicitar exames complementares e prescrever medicações, observadas as disposições legais da profissão e conforme os protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, os gestores estaduais, os municipais ou os do Distrito Federal; Convocar os comunicantes para investigação;

Orientar pacientes e familiares quanto ao uso da medicação, esclarecer dúvidas e desmistificar tabus e estigmas; Convocar o doente faltoso à consulta e o que abandonar o tratamento; Acompanhar a ficha de supervisão do tratamento preenchida pelo ACS; Realizar assistência domiciliar, quando necessário; Planejar, gerenciar, coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS; Orientar os Auxiliares/técnicos de enfermagem, ACS e ACE para o acompanhamento dos casos em tratamento e/ou tratamento supervisionado; Contribuir e participar das atividades de educação permanente dos membros da equipe quanto à prevenção, manejo do tratamento, ações de vigilância epidemiológica e controle das doenças; Enviar mensalmente ao setor competente as informações epidemiológicas referentes à tuberculose da área de atuação da UBS. Analisar os dados e planejar as intervenções juntamente à equipe de saúde; Notificar os casos confirmados de tuberculose; Encaminhar ao setor competente a ficha de notificação, conforme estratégia local. Após exposição inicial do conteúdo, vamos para a resolução das questões: 1. (HU-UFS/EBSERH/AOCP/2014) Sobre a Tuberculose (TB), informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta. ( ) Para fins de busca ativa, Sintomáticos Respiratórios (SR) são considerados os indivíduos com tosse por tempo igual ou superior a uma semana. ( ) O local indicado para identificar os Sintomáticos Respiratórios (SR) é a Estratégia Saúde da Família, por isso, não é necessário a busca ativa de casos em Hospitais Gerais. ( ) Somente para os casos de tuberculose multiresistente ou não pulmonar deve se realizar o tratamento diretamente observado. ( ) O tratamento dos bacilíferos é a atividade prioritária de controle da tuberculose, uma vez que permite interromper a cadeia de transmissão.

a) F V F V. b) V V F F. c) F F V V. d) F F F V. e) V F V F. COMENTÁRIOS: A tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa, causada por uma bactéria, o Mycobacterium tuberculosis, também denominado de bacilo de koch (bk). O termo tuberculose se origina no fato da doença causar lesões chamadas tubérculos. Para melhor compreensão do conteúdo, vamos analisar cada item da questão: Item I. Incorreto. Para fins de busca ativa, Sintomáticos Respiratórios (SR) são considerados os indivíduos com tosse por tempo igual ou superior a três semanas. Item II. Incorreto. O local mais indicado para identificar os Sintomáticos Respiratórios (SR) é a Estratégia Saúde da Família. Mesmo assim, é necessário a busca ativa de casos em Hospitais Gerais. Item III. Incorreto. Para os casos de tuberculose multirresistente ou pulmonar em situação de vulnerabilidade para o abandono deve se realizar o tratamento diretamente observado (DOTS). Item IV. Correto. O tratamento dos bacilíferos é a atividade prioritária de controle da tuberculose, uma vez que permite interromper a cadeia de transmissão. Dessa forma, o único item verdadeiro é o item IV. Logo, a sequência correta é F, F, F, V. Gabarito, portanto, letra D. 2. (HU-UFMA/EBSERH/IBFC/2013) Você é enfermeiro de uma unidade básica de saúde e recebe uma paciente do sexo feminino, 10 anos, acompanhada da mãe, que refere os seguintes sinais e sintomas: irritação, febre baixa, sudorese noturna e inapetência. Com essas queixas, suspeita-se de: a) Gripe. b) Doença gastrointestinal. c) Bronquite. d) Asma crônica.

e) Tuberculose. COMENTÁRIOS: Vamos verificar os sintomas presentes nas afecções citadas para chegarmos à resposta correta: A Gripe é causada pelos vírus da influenza, tem como sintomas: febre (>38ºC), dor de cabeça, dor nos músculos, calafrios, prostração, tosse seca, dor de garganta, espirros e coriza. Pode também apresentar pele quente e úmida, olhos hiperemiados e lacrimejantes. As Doenças gastrointestinais são diversas, entre elas: anomalias do desenvolvimento, doenças motoras e mecânicas, doenças inflamatórias, doença vascular, endócrinas metabólicas, massas tumorais, genética, multifatoriais. Então possuem diversidade de sintomas, mas alguns são prodrômicos como: disfagia, perda de peso, vômito e/ou diarreia. A Bronquite é a inflamação das principais passagens de ar para os pulmões, podendo ser aguda ou crônica e tem como sintomas: desconforto no peito, tosse que produz muco, fadiga, febre - geralmente baixa, falta de ar, piorada com esforço ou atividade leve, ronco ou chiado no peito. A Asma crônica é uma inflamação crônica resulta em uma resposta exagerada das vias aéreas levando à limitação ao fluxo de ar, que pode ser reversível espontaneamente ou com uso de medicamentos específicos. Tem como sintomas: tosse com ou sem produção de escarro (muco), retrações intercostais, deficiência respiratória que piora com exercício ou atividade, respiração ofegante que. A Tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa, causada por uma bactéria, o Mycobacterium tuberculosis, também denominado de bacilo de koch (bk). O termo tuberculose se origina no fato da doença causar lesões chamadas tubérculo. Esta afecção atinge a todos os grupos etários, com maior predomínio nos indivíduos economicamente ativos (15-54 anos) e do sexo masculino. Os pacientes com tuberculose apresentam comprometimento do estado geral, irritabilidade, febre baixa vespertina, sudorese noturna, inapetência e emagrecimento. Quando a doença atinge os pulmões, o individuo pode apresentar dor torácica e tosse produtiva, acompanhada ou não de escarros hemoptóicos. Nos menores de 15 anos, este percentual e de 75%, podendo, entretanto, se localizar em outras partes do organismo: rins, ossos e meninges, dentre outras, em função das quais se expressara clinicamente.

Tendo visto isto, concluímos que o gabarito da questão é a letra E. 3. (FUMUSA/CAIPIMES/2014) Considerando a Tuberculose, o método prioritário, que permite identificar o doente bacilífero é: a) o exame radiológico b) a prova tuberculínica c) a cultura de escarro d) a baciloscopia direta do escarro COMENTÁRIOS: O Exame Bacteriológico Direto do Escarro ou baciloscopia direta do escarro é o método fundamental para o diagnóstico da tuberculose. Esse exame, quando executado corretamente, permite detectar de 70 a 80% dos casos de tuberculose pulmonar em uma comunidade. A baciloscopia direta do escarro deve sempre ser solicitada para: pacientes adultos que procurem o serviço de saúde por apresentarem queixas respiratórias ou, informarem ter tosse e expectoração há três semanas ou mais; pacientes que apresentem alterações pulmonares na radiografia de tórax; contatos de casos de tuberculose pulmonar bacilíferos que apresentem queixas respiratórias. Dessa forma, o gabarito da questão é a letra D. 4. (Prefeitura de Capela do Alto-SP/MAKIYAMA/2014) A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa que afeta principalmente o parênquima pulmonar. O esquema básico no tratamento para a tuberculose no Brasil, para adultos e adolescente, preconizada pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT)/Ministério da Saúde envolve: I. Na fase intensiva regime 2 RHZE - (Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida, Etambutol) por dois meses II. na fase de manutenção o regime 4 RH - (Rifampicina, Isoniazida) por 4 meses. III. na fase de manutenção o regime 4 RH- (Rifampicina, Isoniazida) por 9 meses. Está CORRETO apenas o que se afirma em: a) I.

b) II. c) III. d) I e II. e) I e III. COMENTÁRIOS: Em 1979, o Brasil preconizou um sistema de tratamento para a TB composto pelo Esquema I (2RHZ/4RH) para os casos novos; Esquema I reforçado (2RHZE/4RHE) para retratamentos; Esquema II (2RHZ/7RH) para a forma meningoencefálica; e Esquema III (3SZEEt/9EEt) para falência. Em 2009, o Programa Nacional de Controle da Tuberculose, juntamente com o seu comitê técnico assessor, reviu o sistema de tratamento da TB no Brasil. Com base nos resultados preliminares do II Inquérito Nacional de Resistência aos Medicamentos antitb, que mostrou aumento da resistência primaria a isoniazida (de 4,4% para 6,0%), introduz o etambutol como quarto fármaco na fase intensiva de tratamento (dois primeiros meses) do esquema básico. tratamento antigo 2 meses: R Rifampicina H Isoniazida Z Pirazinamida 4 meses: R Rifampicina H Isoniazida Esquema Básico do Tratamento da Tuberculose: A apresentação farmacológica da fase intensiva (dois primeiros meses) passa a ser em comprimidos de doses fixas combinadas dos quatro medicamentos (R - Rifampicina, H - Isoniazida, Z - Pirazinamida, E - Etambutol), na seguinte dosagem: R 150mg, H 75mg, Z 400mg e E 275mg. Inserido em 2009: o etambutol como quarto fármaco na fase intensiva de tratamento (2 primeiros meses). tratamento atual 2 meses: R Rifampicina H Isoniazida Z Pirazinamida E Etambutol 4 meses: R Rifampicina H Isoniazida Atenção! Na fase intensiva de tratamento da doença (dois primeiros meses), o esquema básico é composto por apenas um comprimido com a associação dos 4 medicamentos na seguinte dosagem: R 150mg, H 75mg, Z 400mg e E 275mg. A segunda etapa do esquema básico do tratamento da tuberculose (4 meses) continua sendo

composta de comprimidos de doses fixas pela administração da Rifampicina e Isoniazida (RH). Todavia, esses medicamentos passaram ser administrados em associação na seguinte dosagem: R 300mg e H 200mg ou R 150mg e H 100mg. Esquema Básico para o Tratamento da TB em Adultos e Adolescentes Regime Fármacos Faixa de peso Fase intensiva 2 RHZE Fase de manutenção 4 RH R 150mg, H 75mg, Z 400mg e E 275mg comprimido em dose fixa combinada. R 300mg, H 200mg ou R 150mg, H 100mg. 20kg a 35kg 36kg a 50kg Unidade/dose 2 comprimidos 3 comprimidos > 50kg 4 comprimidos 20 a 35kg 36kg a 50kg > 50kg 1 comprimido ou cápsula R 300, H 200mg 1 comprimido ou cápsula R 300, H 200mg + 1 comprimido ou cápsulas R 150, H 100mg 2 comprimidos ou cápsulas R 300, H 200mg Meses 2 4 D. Nesses termos, concluímos que o único item incorreto é o III. Portanto, gabarito letra 5. (Prefeitura de Ituporanga-SC/IOBV/2014) Em 1993, a OMS declarou a tuberculose uma emergência mundial e passou a recomendar a estratégia DOTS estratégia de tratamento diretamente observado (Direct Observed Treatment Strategy) como resposta global para o controle da doença. Esta estratégia pode ser entendida como um conjunto de boas práticas para o controle de tuberculose e se fundamente em cinco componentes (WHO, 2009). Dentre estes fundamentos está INCORRETO: a) Tratamento padronizado com a supervisão da tomada da medicação e apoio ao paciente. b) Fortalecimento e gestão eficaz de medicamentos. c) Sistema de monitoramento e avaliação ágil que possibilite o monitoramento dos casos, desde a notificação até o encerramento do caso. d) Diagnóstico de casos por meio de exames radiológicos de qualidade. COMENTÁRIOS: O tratamento diretamente observado (TDO) constitui uma mudança na forma de administrar os medicamentos, porém sem mudanças no esquema terapêutico: o

profissional treinado passa observar a tomada da medicação do paciente desde o início do tratamento até a sua cura. Taxas de cura inferiores à meta preconizada de 85% e de abandono superiores a 5% demonstram a necessidade de aumentar a qualidade na cobertura do tratamento diretamente observado no País. Para todo caso de tuberculose (novo ou retratamento) deve-se realizar o tratamento diretamente observado, pois não é possível predizer os casos que irão aderir ao tratamento (FRIEDEN; SBARBARO, 2007). O tratamento diretamente observado é mais que ver a deglutição dos medicamentos. É necessário construir um vínculo entre o doente e o profissional de saúde, bem como entre o doente e o serviço de saúde. Torna-se também necessário remover as barreiras que impedem a adesão, utilizando estratégias de reabilitação social, melhora da autoestima, qualificação profissional e outras demandas sociais. A escolha da modalidade de TDO a ser adotada deve ser decidida conjuntamente entre a equipe de saúde e o paciente, considerando a realidade e a estrutura de atenção à saúde existente. É desejável que a tomada observada seja diária, de segunda a sexta-feira. No entanto, se para o doente a opção de três vezes por semana for a única possível, deve ser exaustivamente a ele explicada a necessidade da tomada diária, incluindo os dias em que o tratamento não será observado. O uso de incentivos (lanche, auxílio-alimentação e outros) e facilitadores de acesso (vale transporte) está recomendado como motivação para o TDO. O doente pode ir ao serviço para receber a medicação ou o profissional do serviço pode ir ao domicílio. É importante observar que o local de administração do medicamento ou a opção por observação não diária deve dizer respeito às dificuldades do doente e nunca do serviço. Para fins operacionais, ao final do tratamento, para definir se o tratamento foi observado, convenciona-se que este doente deverá ter tido no mínimo 24 tomadas observadas na fase de ataque e 48 tomadas observadas na fase de manutenção. Tendo visto isto, concluímos que a única alternativa que não está de acordo com o enunciado da questão é a letra D, pois o TDO não se trata de diagnóstico e sim uma mudança na forma de administrar os medicamentos. Portanto, gabarito letra D.

Chegamos ao final de nossa aula. Espero que tenha gostado! Mantenha o foco e a disciplina. Boa aula! Profº. Rômulo Passos Profª. Raiane Bezerra REFERÊNCIAS http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_bras il.pdf http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/tb/mat_tec/manuais/ms11_manual_recom.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cab_n21_vigilancia_saude_2ed_p1.pdf

Lista de Questões 1. (HU-UFS/EBSERH/AOCP/2014) Sobre a Tuberculose (TB), informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta. ( ) Para fins de busca ativa, Sintomáticos Respiratórios (SR) são considerados os indivíduos com tosse por tempo igual ou superior a uma semana. ( ) O local indicado para identificar os Sintomáticos Respiratórios (SR) é a Estratégia Saúde da Família, por isso, não é necessário a busca ativa de casos em Hospitais Gerais. ( ) Somente para os casos de tuberculose multiresistente ou não pulmonar deve se realizar o tratamento diretamente observado. ( ) O tratamento dos bacilíferos é a atividade prioritária de controle da tuberculose, uma vez que permite interromper a cadeia de transmissão. a) F V F V. b) V V F F. c) F F V V. d) F F F V. e) V F V F. 2. (HU-UFMA/EBSERH/IBFC/2013) Você é enfermeiro de uma unidade básica de saúde e recebe uma paciente do sexo feminino, 10 anos, acompanhada da mãe, que refere os seguintes sinais e sintomas: irritação, febre baixa, sudorese noturna e inapetência. Com essas queixas, suspeita-se de: a) Gripe. b) Doença gastrointestinal. c) Bronquite. d) Asma crônica. e) Tuberculose.

3. (FUMUSA/CAIPIMES/2014) Considerando a Tuberculose, o método prioritário, que permite identificar o doente bacilífero é: a) o exame radiológico b) a prova tuberculínica c) a cultura de escarro d) a baciloscopia direta do escarro 4. (Prefeitura de Capela do Alto-SP/MAKIYAMA/2014) A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa que afeta principalmente o parênquima pulmonar. O esquema básico no tratamento para a tuberculose no Brasil, para adultos e adolescente, preconizada pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT)/Ministério da Saúde envolve: I. Na fase intensiva regime 2 RHZE - (Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida, Etambutol) por dois meses II. na fase de manutenção o regime 4 RH - (Rifampicina, Isoniazida) por 4 meses. III. na fase de manutenção o regime 4 RH- (Rifampicina, Isoniazida) por 9 meses. Está CORRETO apenas o que se afirma em: a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) I e III. 5. (Prefeitura de Ituporanga-SC/IOBV/2014) Em 1993, a OMS declarou a tuberculose uma emergência mundial e passou a recomendar a estratégia DOTS estratégia de tratamento diretamente observado (Direct Observed Treatment Strategy) como resposta global para o controle da doença. Esta estratégia pode ser entendida como um conjunto de boas práticas para o controle de tuberculose e se fundamente em cinco componentes (WHO, 2009). Dentre estes fundamentos está INCORRETO: a) Tratamento padronizado com a supervisão da tomada da medicação e apoio ao paciente. b) Fortalecimento e gestão eficaz de medicamentos.

c) Sistema de monitoramento e avaliação ágil que possibilite o monitoramento dos casos, desde a notificação até o encerramento do caso. d) Diagnóstico de casos por meio de exames radiológicos de qualidade. Gabarito 1. D 2. E 3. D 4. D 5. D