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DIVULGAÇÃO DE PARECER DO CONSELHO CONSULTIVO N.º 15/ CC /2017 N/Referência: P.º R P 13/2015 STJ-CC Data de homologação: 23-03-2017 Consulente: DGATJSR-STJSR. Assunto: Palavras-chave: Apreciação subsequente a reação contra a notificação Recurso hierárquico interposto de decisão de indeferimento tomada em processo de retificação de registo Intempestividade Presunção da notificação da decisão de indeferimento à mandatária dos requerentes, nos termos do artigo 154.º, nºs 2 e 3 do Código do Registo Predial Requerimento apresentado pela recorrente com invocação de justo impedimento, pedido de reforma e retificação da sentença. Retificação de registo Recurso hierárquico Intempestividade Notificação Justo impedimento. RAZÃO DA APRECIAÇÃO 1. Na sequência de e-mail, de 02-03-2017, dirigido ao Instituto dos Registos e do Notariado, I.P. (IRN, IP.), por Sandra, Advogada, na qualidade de mandatária de Fernando... T... e mulher, Maria... T..., tendente à junção aos autos do processo de recurso hierárquico n.º 13/2015 STJ-CC, decidido e homologado pelo Presidente do Conselho Diretivo em 26-03-2015, de requerimento que anexou, cujo original deu entrada no IRN, I.P. em 06-03-2017, onde invoca a figura do justo impedimento [artigos 139.º, n.º 4, e 140.º, do Código de Processo Civil (CPC)], pede a reforma da sentença e, subsidiariamente, a retificação da decisão, foi superiormente solicitada a apreciação, do expediente recebido, pelo Conselho Consultivo. Relatório 2. Em 12-12-2014, pela AP. 2, Sandra..., Advogada, em representação dos titulares inscritos do prédio n.º 1280/20080227 - W, freguesia de F..., concelho do..., desde 11-10-2010, Fernando... T... e Maria... T..., requereu na Conservatória do Registo Predial..., nos termos dos artigos 120.º e seguintes do Código do Registo Predial (CRP), a retificação do ato oficioso que incidiu sobre esse prédio, efetuado em 14-01-2014, de retificação do cancelamento de hipoteca voluntária AP... de 2000/11/17 quanto a ½, que se traduziu na repristinação da inscrição da referida hipoteca voluntária e na retificação do seu cancelamento, a qual passou, 1/10

por essa forma, a vigorar quanto a ½ e com anterioridade em relação ao registo de aquisição a favor dos seus representados. 2.1. A decisão sobre o pedido de retificação (artigo 130.º, n.º 6, do CRP), proferida em 13/01/2015, foi de indeferimento, concluindo a Conservadora que o registo do cancelamento da hipoteca tinha de ser retificado por ter sido lavrado em desconformidade com o título que lhe serviu de base, decidindo pela manutenção da retificação oficiosa lavrada em 2014/01/14, no sentido que o cancelamento da hipoteca é só quanto a ½, portanto, determinando a manutenção em vigor da supramencionada inscrição hipotecária quanto a ½. 2.2. Não se conformando com aquela decisão, interpôs recurso hierárquico, nos termos do disposto no artigo 131.º do CRP, ao qual foi atribuído o n.º 13/2015 STJ-CC, onde, em síntese, se considerou que o recurso foi interposto fora de prazo, o que determinou o seu indeferimento nos termos do disposto no artigo 641.º, n.º 2, alínea a), do CPC, aplicável, quer por força da parte final do artigo 120.º, quer com base no artigo 156.º, ambos do CRP, tendo sido homologado pelo Presidente do Conselho Diretivo em 26-03-2015. 2.3. Em cumprimento do disposto no n.º 3 do artigo 131.º-B do CRP, foi a decisão proferida notificada à recorrente, através do ofício n.º 277 de 27-03-2015, por correio registado de 30-03-2015. 3. Vem, em 02-03-2017, Sandra..., Advogada, na qualidade de mandatária de Fernando... T... e mulher, Maria... T..., reagir contra a notificação da decisão de indeferimento do recurso hierárquico, invocando o justo impedimento e requerendo a reforma da sentença, e, subsidiariamente, a sua retificação, com base nos fundamentos que se dão aqui por integralmente reproduzidos, destacando-se, porém, do teor do requerimento, o seguinte: - Que nunca rececionou qualquer notificação, do IRN, I.P., relativa ao processo de recurso hierárquico n.º 13/2015 STJ-CC, pelo que desconhecia, em absoluto, o seu teor, admitindo que a notificação se terá extraviado no seu escritório, sito na Avenida de F, n.º, no...; - Que ficou assim impedida de dar o seguimento que se impunha à dita notificação; - Que, se a notificação lhe não foi entregue por um erro operacional e administrativo a que é alheia, conforme procurou explanar de forma exaustiva no requerimento, a factualidade descrita consubstancia a figura do justo impedimento, previsto nos artigos 139.º, n.º 4, e 140.º do CPC, pelo que solicita que se admita, agora, o petitório que se segue. - Assim, fundamentando-se legalmente no disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo 616.º do CPC, solicita a reforma da sentença, rectius a reforma da decisão proferida em sede de recurso hierárquico, alegando que o recurso nunca poderia ser julgado improcedente tendo por fundamento a sua intempestividade, dado que o mesmo foi apresentado, por correio eletrónico e, posteriormente via fax, junto da Conservatória do Registo 2/10

Predial..., em 26 de Janeiro de 2015, e que a Conservatória do Registo Predial... deveria ter dado nota e fazer constar do processo; - Subsidiariamente, requer, nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 614.º do CPC, a retificação da decisão por padecer de inexatidão ao referir que o recurso deu entrada em 27-01-2015, quando, na realidade, como consta dos autos e dos documentos juntos, o recurso foi apresentado em 26-01-2015, portanto, dentro do prazo legalmente estipulado para o efeito. - Com o que termina por requerer, ao Conselho Diretivo do Instituto dos Registos e do Notariado, I.P., arrolando uma testemunha, que se atenda ao pedido de justo impedimento e, por conseguinte, se reforme a sentença proferida, substituindo-a por outra em que seja deferido o recurso hierárquico ou, se assim não for entendido, que a substitua por uma sentença que aprecie do mérito ou, em alternativa, seja admitida a retificação da sentença proferida. APRECIAÇÃO 1. Evidentemente, não podemos dizer que o não recebimento da notificação pela recorrente, relativa à decisão proferida em recurso hierárquico, é inócua para o interesse daqueles que representa, mas, porque foi a decisão notificada à recorrente, através do ofício n.º 277 de 27-03-2015, por correio registado de 30-03-2015, como demanda o n.º 3 do artigo 131.º-B do CRP, suscitando a aplicação do concernente normativo, o disposto no artigo 154.º, nºs 2 e 3 do CRP, a notificação presume-se efetuada no terceiro dia posterior ao do registo, portanto em 02-04-2015 1. 1.1. Contudo, tal desconhecimento apenas impediu a dedução de impugnação judicial pela recorrente, nos termos previstos no artigo 131.º-C, n.º 1, do CRP ou, nas palavras da recorrente, que era o que se impunha em seguimento à notificação na medida em que o recurso hierárquico foi julgado improcedente, mediante a apresentação do requerimento na Conservatória do Registo Predial..., no prazo de 10 dias a contar da data da notificação da decisão, isto é, apenas obstou à impugnação judicial no momento oportuno previsto no CRP, sendo certo que se a referida impugnação judicial ocorresse agora, competiria apenas ao juiz da causa apreciar as questões da extemporaneidade e bem assim de uma eventual invocação do justo impedimento. 1.2. Ainda em sede de introdução, diremos ainda que: a recorrente, em representação dos titulares inscritos do prédio n.º 1280/20080227 - W, freguesia de F..., concelho do..., Fernando... T... e Maria... T..., pode ainda requerer, se nisso tiver interesse, novo pedido de retificação, nos termos dos artigos 120.º e seguintes do CRP assegurando a pendência de retificação no respetivo prédio, designadamente se o conservador decidir 1 Salientamos ainda o que resulta do n.º 3 do artigo 154.º do CRP, no caso de o expediente ser devolvido, o que não sucedeu no caso: A notificação não deixa de produzir efeito pelo facto de o expediente ser devolvido, desde que a remessa tenha sido feita para a morada indicada pelo notificando nos atos ou documentos apresentados no serviço de registo. 3/10

dar continuidade ao processo 2, e a qualificação dos registos de outros factos, que venham a ser efetuados e que dependam, direta ou indiretamente, da retificação, como provisórios por natureza nos termos da alínea b), do n.º 2, do artigo 92.º do CRP (artigo 126.º do CRP) e, sendo este indeferido, recorrer hierarquicamente ou impugnar judicialmente a decisão, de acordo com o disposto no já citado artigo 131.º do CRP 3 ; 1.3. E que o processo de retificação não visa definir o melhor direito incidente sobre o prédio n.º 1280/20080227 - W, freguesia de F..., concelho do..., pelo que sendo esse o propósito da recorrente, como julgamos que é, tal definição deve ser aferida judicialmente, acautelando-se os efeitos do registo da decisão final pelo registo prévio da ação, desde que esta se enquadre no normativo do CRP, o qual que prevê o registo de determinadas ações judiciais 4. 1.4. Não encontramos é fundamento legal no complexo normativo do CRP ou no CPC, além do mais porque decorreram já quase dois anos da decisão sobre o recurso hierárquico (cfr. artigo 613.º, n.º 1, do CPC, ex vi do artigo 120.º do CRP), para hierarquicamente se aceitar o pedido de apreciação da reforma da sentença, porquanto, nos termos das disposições conjugadas do artigo 616.º, n.º 2, a contrario, do CPC e do artigo 131.º- C, n.º 1, do CRP, caberia recurso da decisão. 1.5. No que concerne ao pedido de retificação, aplicável, em abstrato, às decisões proferidas em sede de recurso hierárquico (cfr. artigo 613.º, nºs 1 e 2 e artigo 614.º do CPC, ex vi do artigo 120.º do CRP), notoriamente, o erro só agora revelado pela recorrente não é um erro material, conforme o configura o artigo 2 Cf. infra ponto 2.6. 3 Na verdade, como veremos ao abordarmos os trâmites do processo de retificação, em nenhuma norma resulta que a decisão nele proferida produz qualquer exceção do caso julgado. 4 O artigo 3.º do CRP sujeita a registo, na alínea a) do n.º 1, as ações que tenham por fim, principal ou acessório, o reconhecimento, a constituição, a modificação ou a extinção de algum dos direitos referidos no artigo 2.º [Factos sujeitos a registo], bem como as ações de impugnação pauliana; na alínea b), as ações que tenham por fim, principal ou acessório, a reforma, a declaração de nulidade ou a anulação de um registo ou do seu cancelamento; e, na alínea c), as decisões finais das ações referidas, logo que transitem em julgado. De modo que, em face das alíneas a) e c) citadas, a registabilidade da ação determina-se pelos efeitos que a ação visa produzir no conteúdo ou na estrutura (subjetiva ou objetiva) de algum dos direitos referidos no artigo 2.º do CRP. Cfr. LUÍS GONZAGA DAS NEVES SILVA PEREIRA, Do registo das acções, disponíveis em http://cenor.fd.uc.pt/site/ (Publicações), pp. 2 a 5. Levantando aí a questão de saber porque e para que é que se registam tais ações, fundamentando-se essencialmente nos artigos 1.º, 5.º, 6.º, n.ºs 1 e 3, 7.º e 92.º, n.º 1, a), do CRP, escreve em resposta: A função do registo da ação é, pois, a de asseverar ao autor que os efeitos materiais da sentença que lhe for favorável vincularão todos aqueles não intervenientes na ação que, não tendo registado a aquisição antes do registo da ação, hajam adquirido ou venham a adquirir sobre a coisa litigiosa direitos incompatíveis com aquele que o autor pretende fazer valer em juízo. Donde resulta que o registo da ação, quando prioritário, assegura desde logo a exequibilidade da decisão final em relação a terceiros ou erga omnes. 4/10

614.º do CPC e a própria doutrina, antes, no nosso entendimento, um erro de julgamento, o qual só poderia ser apreciado em sede de impugnação judicial 5. Expendendo, Do processo de retificação de registo 2. O processo de retificação previsto nos artigos 120.º e seguintes do CRP é um processo particular previsto no próprio Código do Registo Predial, um meio intrassistemático, com regras próprias, ao qual se aplicam, subsidiariamente, mas com as necessárias adaptações, os preceitos do CPC, e que se destina somente a sanar certos vícios de registo, isto é, determinadas nulidades do registo ou casos de inexatidão do registo pelos motivos indicados no artigo 18.º do CRP, não existindo previsão legal para a sanação pela via da retificação referida das restantes causas de nulidade nem, evidentemente, da única causa de inexistência constante atualmente da alínea b) do artigo 14.º do CRP. 2.1. Nestes casos, já que o conservador não tem competência para decidir sobre os vícios, a única via possível é a formulação da respetiva ação de declaração nulidade/inexistência 6. 2.2. Assim, ao abrigo da referida norma contida no artigo 121.º do CRP, o processo de retificação circunscrevese aos registos inexatos que, nos termos do artigo 18.º do CRP, se mostrem lavrados em desconformidade com o título que lhe serviu de base ou enfermem de deficiências provenientes desse título que não sejam causa de nulidade e aos registos indevidamente efetuados que sejam nulos nos termos das alíneas b) e d) do artigo 16.º do CRP, que sejam nulos por violação do princípio do trato sucessivo, de acordo com a última parte da alínea e) do artigo 16.º do CRP, ou que tenham sido lançados em ficha distinta daquela em que deveriam ter sido lavrados (artigo 121.º, n.º 5 do CRP). 2.3. Os registos indevidamente efetuados que sejam nulos nos termos das alíneas b) e d) do artigo 16.º podem ser cancelados com o consentimento dos interessados ou em execução de decisão tomada no processo de retificação. Os registos nulos por violação do princípio do trato sucessivo são retificados pela feitura do registo em falta quando não esteja registada a ação de declaração de nulidade (artigo 121.º, nºs 2 e 4 do CRP). 5 Quanto à retificação e reforma da sentença vide JOSÉ LEBRE DE FREITAS, A Ação Declarativa Comum à Luz do Código de Processo Civil de 2013, 3.ª Ed., Coimbra: Coimbra Editora, pp. 337-338. 6 Notemos, no entanto, que também nos casos que pela via intrassistemática o conservador pode retificar o registo e cancelar os registos nulos, podem os interessados interpor a respetiva ação de declaração de nulidade do registo. 5/10

2.4. Os registos inexatos e os registos indevidamente lavrados devem ser retificados por iniciativa do conservador, isto é, oficiosamente, logo que tome conhecimento da irregularidade, ou a pedido de qualquer interessado, ainda que não inscrito, de acordo com o princípio da instância. O conservador é a primeira entidade que deve promover a retificação, já que é sua função cuidar da verdade registal e da exata coincidência do registo com o que se encontra titulado. 2.5. Assim, no seguimento do processo o conservador pode tomar a decisão de efetuar imediatamente a retificação, por estarem verificados os pressupostos da retificação pretendida (artigos 124.º, 125.º, n.º 1, a) e b), do CRP) ou de dar continuidade ao mesmo através da notificação dos interessados não requerentes e de produção de prova, devendo então averbar ao pedido a pendência de retificação (artigos 129.º, 130.º, 126.º, n.º 1, e 122.º, do CRP). 2.6. Já se o processo de retificação se iniciar a pedido de qualquer interessado, o conservador vai ainda averiguar a existência da causa de nulidade ou inexatidão do registo anunciada e pode, para além das hipóteses de decisão configuradas no ponto anterior, decidir conformar o pedido como manifestamente improcedente, indeferindo-o liminarmente, devendo também, neste caso, averbar ao pedido a pendência de retificação (artigos 127.º, n.º 1, 126.º, n.º 1, e 122.º, do CRP). 2.7. Se, no exercício do princípio da instância, a retificação tiver sido pedida por todos os interessados, preceitua o artigo 124.º do CRP, é retificado o registo, sem necessidade de outra qualquer formalidade, quando o conservador considere, em face dos documentos apresentados, estarem verificados os pressupostos da retificação pedida. 2.8. Porém, pode acontecer que a retificação oficiosa ou a requerimento, seja suscetível de prejudicar direitos dos titulares inscritos, não podendo aí operar-se de imediato a retificação, devendo o processo prosseguir, como veremos, para a notificação dos interessados não requerentes. 2.9. Quanto ao vício da inexatidão, o artigo 125.º do CRP contém especialidades no que tange à dispensa de consentimento dos interessados, sendo a retificação de efetuar, nos casos aí referidos, se a retificação não for suscetível de prejudicar direitos dos titulares inscritos. 2.10. De acordo com redação do artigo 125.º, n.º 2 do CRP: Deve entender-se que a retificação de registo inexato por desconformidade com o título não prejudica o titular do direito nele inscrito. Quer isto significar que a retificação não afeta o titular do direito inscrito no registo que demanda retificação, porque o título que apresentou e que serviu de base ao registo está correto, mas o registo foi erradamente efetuado por deficiência dos serviços e não está, portanto, conforme o título. Contudo, poderá afetar os titulares inscritos de outros registos que não o que demanda retificação 7. 7 Citemos ISABEL PEREIRA MENDES, Código do Registo Predial Anotado e Comentado com Formulário, 14.ª Edição, Coimbra: Almedina, p. 426: O conservador apenas poderá retificar sem o consentimento dos interessados os registos inexatos, cuja inexatidão provenha de 6/10

2.11. Nesse caso, como nos outros em que a retificação possa prejudicar direitos de terceiros, seguindo os termos do artigo 129.º do CRP, é necessário proceder à notificação dos interessados não requerentes para, no prazo de 10 dias, deduzirem oposição à retificação, devendo juntar os elementos de prova e pagar os emolumentos devidos 8. Se os interessados forem incertos, por não serem conhecidos ou se apresentar difícil a sua identificação, deve, para os mesmos efeitos, ser notificado o Ministério Público. 2.12. O processo deve prosseguir para a instrução nos termos do artigo 130.º do CRP, devendo o conservador proceder às diligências necessárias de produção de prova. 2.13. Finda a instrução, o conservador deve tomar decisão sobre a retificação, proferindo-a no prazo de 10 dias (artigo 130.º, n.º 6 do CRP). 3. Com o Decreto-Lei n.º 125/2013, de 30 de agosto, passou a ser possível ao interessado recorrer hierarquicamente não só da decisão de recusa da prática do ato de registo nos termos requeridos, em processo normal de registo, nos termos dos artigos 140.º e ss. do CRP, mas também recorrer das decisões proferidas em processo de retificação. 3.1. Anteriormente decorria do disposto nos artigos 140.º, n.º 2, 127.º, n.º 2 e 131.º, do CRP, que não era permitido à entidade hierárquica ad quem proferir decisão sobre pedido de retificação. 3.2. Assim, por força do disposto no atual artigo 131.º do CRP, a decisão sobre o pedido de retificação pode ser impugnada mediante interposição de recurso hierárquico para o conselho diretivo do IRN, I.P., ou mediante impugnação judicial para o tribunal da comarca da área de circunscrição a que pertence o serviço de registo, o qual deve ser interposto no prazo de 10 dias, considerando-se feito com a apresentação do respetivo requerimento no serviço de registo onde foi proferida a decisão. 3.3. O recurso hierárquico é decidido no prazo de 90 dias, devendo a decisão assim proferida ser notificada aos recorrentes e demais interessados e comunicada ao serviço de registo, conforme preceitua o artigo 131.º-B do CRP. 3.4. Sendo o recurso hierárquico julgado improcedente, o que pode o interessado fazer? O interessado pode impugnar judicialmente a decisão sobre o pedido de retificação e tendo o recurso hierárquico sido julgado procedente, pode qualquer outro interessado, na parte que lhe for desfavorável, impugnar judicialmente a desconformidade com o título (o que se conclui através da análise dos documentos que lhe serviram de base), desde que não se verifique prejuízo de titulares inscritos, excluindo o titular do direito inscrito pelo registo errado, que se entende não sofrer nenhum prejuízo (artigo 125.º, n.º 1, a), e n.º 2). 8 Vide o conceito de interessados no Proc. R. P. 29/2014 STJ-CC: Interessados são os sujeitos ativos dos factos inscritos em vigor pertinentes, isto é, potencialmente afetáveis pela retificação, mas limitados aos sujeitos ativos de uma dada unidade registal formada pela descrição e correspetivos registos de direitos, ónus e encargos, que é o objeto mediato da retificação. 7/10

decisão nele proferida, mediante apresentação no serviço de registo competente, no prazo de 10 dias a contar da data da notificação da decisão (artigo 131.º-C do CRP) 9. 3.5. Como facilmente se vê, o legislador procurou consagrar as garantias impugnatórias que considerou adequadas, designadamente a direta impugnação judicial da decisão sobre o pedido de retificação ou a impugnação judicial da improcedência do recurso hierárquico, para que o interessado possa fazer valer o direito que entende assistir-lhe. Do requerimento recebido 4. Sandra..., Advogada, na qualidade de mandatária de Fernando... T... e mulher, Maria... T..., reage contra a notificação da decisão de indeferimento do recurso hierárquico, invocando o justo impedimento e requerendo a reforma da sentença, e, subsidiariamente, a sua retificação. 4.1. Fundamentando-se legalmente no disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo 616.º do CPC, solicita a reforma da decisão proferida em sede de recurso hierárquico, alegando que o recurso nunca poderia ser julgado improcedente tendo por fundamento a sua intempestividade, dado que o mesmo foi apresentado, por correio eletrónico e, posteriormente via fax, junto da Conservatória do Registo Predial..., em 26 de Janeiro de 2015. 4.2. Contudo, de modo a obviar ao efeito extintivo do prazo constante do artigo 149.º do CPC, isto é, de 10 dias a contar da notificação da decisão 10, invoca a figura do justo impedimento, consagrada nos artigos 139.º, n.º 4 e 140.º do CPC. 4.3. Sucede porém, como destacam LEBRE DE FREITAS e outros, e resulta da própria lei, que não havendo lugar a recurso, pode o autor da decisão alterar, ele próprio, a decisão, na sequência do requerimento previsto no artigo 616.º, n.º 2, do CPC, quando tenha ocorrido lapso manifesto na determinação da norma aplicável, na qualificação jurídica dos factos ou na omissão de considerar documento ou outro meio de prova plena que, por si só, implicasse necessariamente decisão diversa da proferida. 4.4. De modo que a apreciação do erro de julgamento, quer respeite ao apuramento dos factos da causa, quer respeite à aplicação do direito aos factos apurados, faz-se normalmente valer em sede de recurso. Ora, cabendo impugnação judicial da decisão proferida em sede de recurso hierárquico, poderia ser essa a sede própria para invocar, quer o justo impedimento, mas aqui como forma de obviar ao efeito extintivo do prazo referido no artigo 9 A decisão de indeferimento liminar pode também ser impugnada nos termos do artigo 131.º do CRP (cfr. artigo 127.º, n.º 2, do CRP). 10 Cfr. JOSÉ LEBRE DE FREITAS, A. MONTALVÃO MACHADO E RUI PINTO, Código de Processo Civil Anotado, Volume 2.º, 2.ª Edição, Coimbra: Coimbra Editora: 2008, pp. 698 e 709-710. 8/10

131.º-C, n.º 3, do CRP, quer a subsequente reforma da sentença, já que o CRP consagra a possibilidade de impugnação judicial, garantindo, assim, que o interessado pode fazer valer o seu direito. 4.5. Mas ainda que fosse de admitir, hierarquicamente, a apreciação da reforma da decisão, ao arrepio do que resulta da lei e da doutrina citada, não vemos como os factos enunciados pela recorrente possam constituir justo impedimento. 4.5.1. Na verdade, se à luz do novo conceito de justo impedimento basta que o facto obstaculizador da prática do ato não seja imputável à parte ou ao mandatário, por ter tido culpa na sua produção, a sua atuação não pode envolver um juízo de censurabilidade 11. 4.5.2. Com efeito, a doutrina considera casos-tipo de justo impedimento os atrasos nos serviços de correio, designadamente por greve ou por deficiente funcionamento interno causador de erro ou atraso na entrega, os acidentes e as avarias dos automóveis, as situações de doença súbita, a greve de funcionários judiciais, etc., contudo, os atrasos e omissões decorrentes de negligência, simples ou grosseira, do mandatário ou de seus subordinados, continuam a não constituir justo impedimento. 4.5.3. Pode ler-se, em anotação ao artigo 140.º, no Código de Processo Civil Anotado, de 2014, de JOSÉ LEBRE DE FREITAS e ISABEL ALEXANDRE, p. 277: É de salientar, porém, que já na vigência do CPC de 1939 ALBERTO DOS REIS conjugava o requisito da imprevisibilidade com o da diligência normal [ ]. 4.6. Em extrema síntese, a reforma da sentença não pode ser apreciada nesta sede, porquanto cabe recurso da decisão proferida no recurso hierárquico e, ainda que o fosse, é nosso entendimento que não seria de atender ao invocado justo impedimento. 4.7. Por conseguinte, cumprido o disposto no artigo 131.º-B do CRP, fica, para o seu autor, esgotado o poder decisório, com exceção da eventual retificação de erros materiais ou formais da própria decisão (artigo 613.º, n.º 1, do CPC). 4.8. De facto, no recurso hierárquico que tem por objeto a decisão final prevista no artigo 130.º, n.º 6, do CRP 12, procede-se, normalmente, à apreciação de questões processuais que obstem ao conhecimento do mérito, como a tempestividade, a falta de legitimidade do requerente ou a irregularidade (não suprida) da sua representação; ao confronto da função dos pressupostos processuais em falta com eventuais razões de economia processual e de interesse público que justifiquem a apreciação de mérito do pedido, que, nesse momento e em face da prova 11 JOSÉ LEBRE DE FREITAS e ISABEL ALEXANDRE, Código de Processo Civil Anotado, Volume 1.º, 3.ª Edição, Coimbra: Coimbra Editora, 2014, pp. 273 e ss. 12 Deste se distingue o recurso hierárquico tem por objeto uma decisão de indeferimento liminar em que o recurso apenas possibilita, em caso de procedência, a revogação do indeferimento liminar, com posterior reenvio ao serviço de registo a quo, para que se prossiga com o processo. 9/10

disponível, se apresente já como manifestamente procedente (artigo 278.º, n.º 3 do CPC ex vi do artigo 120.º do CRP); ou à apreciação do mérito, após a verificação do preenchimento de todos os pressupostos processuais, a intervenção dos interessados não requerentes e a fase de instrução 13. 4.9. Terminando aí a função da entidade hierárquica ad quem, que decide, devendo a decisão proferida ser notificada aos recorrentes e demais interessados e comunicada ao serviço de registo, podendo aqueles impugnar judicialmente a decisão, tendo por base a discordância com a decisão tomada, quer no âmbito dos pressupostos processuais, quer na apreciação de mérito. 5. Finalmente, admitida a retificação de erros materiais da decisão proferida em sede de recurso hierárquico, não vemos como o erro revelado agora pela recorrente, de que o requerimento de recurso hierárquico foi rececionado na Conservatória do Registo Predial..., por telecópia, em 26/01/2015, se possa enquadrar num erro material, manifesto ou não duvidoso, cuja correção possa ser efetuada por simples despacho e a todo o tempo, o que se traduziria na atendibilidade da retificação, porquanto, para nós, é claramente um erro de decisão, o qual deveria ter sido alegado perante o tribunal em sede de impugnação judicial, no tempo devido. Encerramento Não obstante o exposto, entendemos que deve dar-se conhecimento à recorrente da possibilidade de efetuar novo pedido de retificação. ******* Deliberação aprovada em sessão do Conselho Consultivo de 23 de março de 2017. Blandina Maria da Silva Soares, relatora. Esta deliberação foi homologada pelo Senhor Presidente do Conselho Diretivo, em 23.03.2017. 13 Cfr. P.º R.P. 57/2015 STJSR-CC. 10/10