Estado como Provedor de TI

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Transcrição:

Aspectos controversos da participação do Estado como Provedor de TI Patrocínio Diamante Mediador: Cláudio Cruz Debatedores: Cristiano Heckert (SLTI/MPOG) Rodrigo Assumpção (Dataprev) Raul Colcher (ASSESPRO) Roberto Florentino Jr. (RW3/Google) Patrocínio Ouro

Apresentação dos debatedores

Provocação...

Expansão e centralização do provimento estatal de TI: um fenômeno recente

Mudança na Lei do Serpro (Lei 5615/1970) Art. 2º É dispensada a licitação para a contratação do Serviço Federal de Processamento de Dados - SERPRO pela União, por intermédio dos respectivos órgãos do Ministério da Fazenda e do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, para a prestação de serviços de tecnologia da informação considerados estratégicos, relacionados com as atividades de sua especialização. (Redação dada pela Lei nº 12.249, de 2010) 1º Ato do Ministro de Estado da Fazenda especificará os serviços estratégicos do Ministério da Fazenda e ato do Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão especificará os serviços estratégicos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010)

Mudança na Lei do Serpro (Lei 5615/1970) 2º Ao Serpro é vedada a subcontratação de outras empresas para que prestem os serviços estratégicos a que se refere este artigo. (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010) 3º Os atos de contratação dos demais serviços de tecnologia da informação, não especificados como serviços estratégicos, seguirão as normas gerais de licitações e contratos. (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010) 4º O disposto neste artigo não constitui óbice a que todos os órgãos e entidades da administração pública venham a contratar serviços com o Serpro, mediante prévia licitação ou contratação direta que observe as normas gerais de licitações e contratos. (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010)

Mudança na Lei do Serpro (Lei 5615/1970) Art. 2º-A. Os serviços estratégicos executados pelo Serviço Federal de Processamento de Dados - SERPRO, contratados na forma do art. 2º desta Lei, terão o valor de sua remuneração fixado conforme metodologia estabelecida em ato do Ministro de Estado da Fazenda. (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010) Art. 2º-B. É o Serpro autorizado a aplicar a disponibilidade de sua capacidade técnica e operacional na execução de serviços que venham a ser contratados com outros órgãos e entidades, desde que garantida a disponibilidade de recursos necessários aos órgãos dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão. (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010)

Mudança na Lei do Serpro (Lei 5615/1970) Conclusão: O foco do Serpro são os serviços estratégicos do MF e do MP, dispensados de licitação; Demais serviços não são dispensados de licitação; podem ser dispensáveis (- complicado para MF; + complicado para qualquer outro) ou licitáveis; Lei 8666, art. 24, VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Mudança radical (Decreto 8135/2013) Art. 1º As comunicações de dados da administração pública federal direta, autárquica e fundacional deverão ser realizadas por redes de telecomunicações e serviços de tecnologia da informação fornecidos por órgãos ou entidades da administração pública federal, incluindo empresas públicas e sociedades de economia mista da União e suas subsidiárias. [...] 4º O armazenamento e a recuperação de dados a que se refere o caput deverá ser realizada em centro de processamento de dados fornecido por órgãos e entidades da administração pública federal.

Mudança radical (Decreto 8135/2013) Art. 2º Com vistas à preservação da segurança nacional, fica dispensada a licitação para a contratação de órgãos ou entidades da administração pública federal, incluindo empresas públicas e sociedades de economia mista da União e suas subsidiárias, para atendimento ao disposto no art. 1º. 1º Enquadra-se no caput a implementação e a operação de redes de telecomunicações e de serviços de tecnologia da informação, em especial à garantia da inviolabilidade das comunicações de dados da administração pública federal direta e indireta. 2º Os fornecimentos referidos no 1º para a administração pública federal consistirão em: I - rede de telecomunicações - provimento de serviços de telecomunicações, de tecnologia da informação, de valor adicionado e de infraestrutura para redes de comunicação de dados; e II - serviços de tecnologia da informação - provimento de serviços de desenvolvimento, implantação, manutenção, armazenamento e recuperação de dados e operação de sistemas de informação, projeto de infraestrutura de redes de comunicação de dados, modelagem de processos e assessoramento técnico, necessários à gestão da segurança da informação e das comunicações. 3º A dispensa de licitação será justificada quanto ao preço pelo órgão ou entidade competente pela contratação.

Volta um pouco... (Port. Interm. MP/MC/MD 141/2014) Da Contratação com Fornecedores Privados Art. 7º Nos casos em que não houver oferta da prestação de serviços por órgãos ou entidades fornecedores, é permitida a contratação de serviços de redes de telecomunicações ou de tecnologia da informação junto a fornecedores privados.

Mas quais são as diretrizes constitucionais e legais?

O que diz a Constituição Federal/88? O Estado tem o dever de proteger e estimular o mercado, essa é a regra Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológica do País, nos termos de lei federal. Parágrafo único. O Estado estimulará a formação e o fortalecimento da inovação nas empresas, bem como nos demais entes, públicos ou privados, a constituição e a manutenção de parques e polos tecnológicos e de demais ambientes promotores da inovação, a atuação dos inventores independentes e a criação, absorção, difusão e transferência de tecnologia. Não há exceção prevista constitucionalmente para esta regra Bem-estar, desenvolvimento e autonomia tecnológica dependem disto!!!

O que diz a Constituição Federal/88? A exploração direta de atividade econômica pelo Estado deve ser a exceção, nunca a regra Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. A exceção deve ser temporária (...quando... ) As razões que permitem a exceção devem estar definidas em lei

O que diz o Decreto-lei 200/1967? Consistentemente com a CF, deve-se contratar o mercado sempre que possível: Art. 10 A execução das atividades da Administração Federal deverá ser amplamente descentralizada. [...] 7º Para melhor desincumbir-se das tarefas de planejamento, coordenação, supervisão e contrôle e com o objetivo de impedir o crescimento desmesurado da máquina administrativa, a Administração procurará desobrigar-se da realização material de tarefas executivas, recorrendo, sempre que possível, à execução indireta, mediante contrato, desde que exista, na área, iniciativa privada suficientemente desenvolvida e capacitada a desempenhar os encargos de execução. 8º A aplicação desse critério está condicionada, em qualquer caso, aos ditames do interesse público e às conveniências da segurança nacional. Motivos: concentrar em governar e evitar o gigantismo do Estado Limites: capacidade do mercado, interesse público e segurança nacional

O que diz a Lei 8666/1993? Consistentemente com a CF, as compras públicas devem desenvolver sustentavelmente todo o Brasil, incluindo o mercado, com isonomia: Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)

O que diz a Lei 8248/1991? Incentivos fiscais e preferência nas licitações para as empresas produtoras de bens e serviços de informática que: Investirem em Pesquisa e Desenvolvimento; Adotarem tecnologia nacional; Produzirem em solo nacional.

Qual o resultado da Lei de Informática? (depois de 23 anos)

Baixa efetividade da Lei de Informática [...] a Lei de Informática teve efeitos limitados, em sua série histórica, para aumentar a competitividade do setor beneficiado, mantendo baixos níveis de exportação e um crescente déficit comercial. A produção brasileira, embora expressiva, destinou-se essencialmente ao mercado doméstico, utilizando-se de peças e componentes importados, caracterizando a indústria como meramente montadora, ao tempo em que não se verifica diferenciação de tratamento para empresas que executam as etapas mais nobres da cadeia de produção daquelas cujo traço mais comum consiste na baixa agregação de valor. Acórdão 458/2014 TCU Plenário, Voto Detalhe: praticamente não há influência da Lei 8.248 no setor de serviços de TI; algum benefício veio da Lei do Bem (Lei 11.196/2005) e da desoneração da folha de pagamento; Programa Brasil TI Maior (08/2012) ainda sem avaliação clara de efeitos

Quais os efeitos do crescimento ou da obrigatoriedade de contratação das empresas públicas no provimento de TI?

Alguns efeitos Redução da disponibilidade de mão-de-obra especializada para o mercado privado de TI, em oposição ao art. 219 da CF

Alguns efeitos Redução da disponibilidade de mão-de-obra especializada para o mercado privado de TI, em desarmonia com o art. 219 da CF Desestímulo às micro e pequenas empresas de TI que vendiam serviços para o governo, em desarmonia com a Lei Complementar 123/2006 Redução da participação do mercado privado de TI nas compras públicas, em desarmonia com os arts. 219 da CF, 3º da L8248, e 3º da L8666 Empobrecimento do mercado de TI por causa do menor número de interações entre atores públicos e privados, em desarmonia com o art. 219 da CF Ressurgimento (ainda mais radical) do conceito de Reserva de Mercado, abolido pela L8248 Tendência à centralização e ao gigantismo do Estado, em desarmonia com o art. 10 do Decreto-Lei 200/1967 Maior exposição do Estado ao sindicalismo, como na greve Serpro/Dataprev de 2009, só que com efeitos potenciais ainda mais danosos Difícil afirmar categoricamente que o governo brasileiro vai lidar melhor com o problema da espionagem do que o faria o mercado privado quando convocado para tal Maior demanda por orçamento para sustentar o crescimento da infraestrutura pública, mas num momento em que há necessidade de reduzir gastos públicos Aumento dos custos dos serviços de TI para o cidadão, pressionando os impostos para cima e/ou a qualidade para baixo

Abrindo o debate...

1º bloco, ao governo: O governo realmente acredita que o mercado não teria como adotar medidas eficazes contra a espionagem internacional? Como se dará a implantação do Decreto 8135 e de que modo ainda sobrará espaço para o mercado privado no provimento da TI pública?

2º bloco, ao mercado: O mercado de TI teria como lidar eficazmente com o desafio da espionagem internacional? Que problemas são impostos ao mercado de TI com crescimento do provimento exclusivamente público de TI, nos termos do Decreto 8135?

3º bloco: Todos: o que é possível fazer para alinhar melhor os interesses do governo e do mercado de TI, reduzindo as perdas e aumentando os ganhos para todos?