38º Aniversário da Universidade Intervenção do Senhor Reitor, Prof. Doutor Manuel Assunção Universidade de Aveiro, 15 de Dezembro de 2011

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Transcrição:

38º Aniversário da Universidade Intervenção do Senhor Reitor, Prof. Doutor Manuel Assunção Universidade de Aveiro, 15 de Dezembro de 2011 Celebra-se, hoje, o 38 aniversário da Universidade de Aveiro: um percurso de afirmação a favor do bem público que nos enche de orgulho; e que se deve a milhares de pessoas, as quais, enquanto estudantes, funcionários docentes, não-docentes ou investigadores, ou simplesmente como colaboradores e apoiantes deste projeto, garantiram que chegássemos aqui, ao que somos hoje. Muitas delas estão connosco nesta comemoração. Outras, decidiram juntar-se-lhes, nutrindo para com a UA essa atenção especial que se tem com os amigos em dia de aniversário. De entre todos, deixem-me que singularize o Sr. Primeiro Ministro pela aceitação do convite para uma primeira visita a esta casa. Muito obrigado, Dr. Pedro Passos Coelho, pela honra que nos concede; não desmerecendo dos restantes presentes, e em particular do Sr. Ministro da Educação e Ciência a quem, de igual modo, muito gratos estamos. 1

Permitam-me, e o Sr. Primeiro Ministro muito especialmente, associar a presença do Chefe do Governo nesta cerimónia à qualidade e ao mérito do caminho que o Ensino Superior Português vem traçando: que tem produzido formação de altíssima qualidade, comparável ao que de melhor se faz lá fora, em particular na área das Ciências e Engenharias onde somos o país do mundo com maior percentagem relativa de diplomados; que permite a Portugal apresentar, hoje, um número de investigadores por milhar de trabalhadores superior à média da OCDE; e que nos levou noutros índices, tais como os relativos à publicação de artigos científicos e à diplomação de doutores, a estar acima ou muito próximo dessa média. Não surpreende, portanto, que o ranking do Times Higher Education, deste ano, evidencie quatro universidades portuguesas nas 400 melhores do mundo; e que o ranking Taiwan, saído recentemente, apresente 51 entradas de instituições nacionais entre as 300 melhores do mundo, nos cinco domínios científicos e nas treze áreas disciplinares escrutinadas. Neste último caso a contribuição advém de sete universidades. 2

Fizeram, assim, bem, o Governo e a Assembleia da República, em reconhecer a importância da autonomia universitária, incluindo o poder de re-orçamentar através de receitas próprias conquistadas. Protegendo-a enquanto elemento fundamental para cumprir, cabalmente e com qualidade, as várias facetas da missão universitária: de educação, de investigação, mas também de cooperação com as empresas e a sociedade em geral. Percebendo a autonomia como um instrumento decisivo, principalmente em tempos de recursos limitados do Estado, para consolidar a capacidade instalada no Ensino Superior Público e os níveis de performance alcançados, manter a visibilidade internacional conseguida e aumentar o impacto do conhecimento novo na criação de riqueza e no desenvolvimento. E tendo presente a parcimónia, o rigor, a transparência e o sentido de responsabilidade com que as universidades têm gerido os dinheiros públicos postos à sua disposição: traduzidos, nomeadamente, pelas poupanças em despesas de pessoal, de cerca de 8M, verificadas no último ano. Está, então, tudo bem? Certamente que não. É preciso racionalizar o Ensino Superior? Sem dúvida. Porém, com a metodologia correta de começar por responder à pergunta: o que queremos, o que 3

precisamos, para que deve servir a rede de Ensino Superior, como é que ela pode e deve ajudar melhor o país? Com a coragem de proceder à diferenciação da missão das instituições que daí não pode deixar de advir e que é imperioso que ocorra. Com a atenção devida ao território e a um modelo de desenvolvimento coeso e solidário e ao papel que as Instituições de Ensino Superior nele devem desempenhar. Desmistificando as questões da dimensão e do número de instituições como passaportes seguros e únicos para a qualidade e para a visibilidade internacional; paralelamente, compreender que são a oferta formativa e a investigação praticada, o sentido do que se faz e a cultura própria de cada instituição o que está verdadeiramente em causa. Assumindo as consequências, em termos de cursos e instituições, do trabalho da Agência de Avaliação e Acreditação. Não caindo na tentação de uma solução de modelo uniforme, antes verificando o ganho de haver abordagens de geometria variável. Aprofundando a questão do estatuto fundacional de que esta universidade foi pioneira e relativamente ao qual foram interrompidos contratos e rasgadas expectativas, sem sequer haver uma primeira avaliação da experiência. Percebendo a importância e ajudando a consolidar iniciativas múltiplas, já no terreno, de cursos comuns, de unidades de investigação partilhadas, de associações e consórcios entre 4

universidades; as quais constituem em si mesmo uma gestão integrada de recursos mais inteligente e fatores de acréscimo do número e alcance das parcerias internacionais. Podem o Sr. Primeiro-Ministro e os portugueses contar com o empenho e o esforço das universidades para ajudar o país neste momento coletivo difícil. Já hoje exportamos serviços de Ensino Superior para qualificação de outros sistemas ou de cidadãos de países terceiros, como vem sendo feito, de modo intenso, com Timor Lorosa'e e Cabo Verde. Poderemos fazer certamente mais, em maior escala, em particular e entre outros, com o Brasil e Macau (e República Popular da China), com Moçambique e Angola se isso for visto pela tutela como importante e forem criadas condições políticas e operacionais que potenciem, por exemplo, a atração sustentada de estudantes e investigadores estrangeiros. A colaboração com o tecido produtivo é, também, já muito intensa e poderão ser certamente incrementados, quer por ação direta universitária quer mobilizando os jovens quadros formados, os bons resultados nacionais em termos de patentes, do trabalho colaborativo entre empresas, da percentagem de firmas que levam a cabo inovação, seja de base tecnológica ou não, ou que colocam novos produtos no mercado. Não julgo possível que as taxas 5

desejáveis de crescimento da economia, face à conjuntura de médio prazo e ao valor acrescentado de serviços e produtos que elas pressupõem, se possam atingir sem implicar, de uma maneira muito forte, as universidades e os diplomados com formação avançada que elas produzem. É por isso com muita expectativa que esperamos pelo anúncio, próximo, da agenda e das políticas governamentais em matéria de inovação, empreendedorismo e competitividade; para entender, melhor, o papel que nos está atribuído no processo e as ferramentas disponíveis para o operacionalizar. Da mesma maneira que esperamos, igualmente, por definições e diretrizes claras relativamente à política de investigação a vigorar e ao modo como poderemos contribuir mais e melhor, nomeadamente, para grandes desafios que se nos deparam enquanto sociedade, como sejam o da saúde e o das energias limpas. E, em particular, como será possível assegurar as dinâmicas criadas, estancando a saída de investigadores, como é o caso dos abrangidos pelos contratos-programa com os Laboratórios Associados ou pelo programa Ciência e que asseguram uma parte significativa da produção científica das Universidades Portuguesas; muitos deles desejados pelos melhores centros de investigação mundiais; na sua generalidade cruciais também na transferência de tecnologia e na valorização económica do conhecimento. 6

Temos, nos últimos anos, dado mais brilho à festa de aniversário da Universidade de Aveiro atribuindo doutoramentos Honoris Causa em áreas que nos são caras e onde queremos ver sublinhada a nossa ação. O Campus, primeiro só de Santiago agora também do Crasto, é uma nossa marca distintiva, um Museu Aberto da Arquitetura Portuguesa Contemporânea, fator de atratividade de visitantes de todas as partes e referência única, singular, no contexto do país: onde é possível, do mesmo ponto, ver vários edifícios assinados por grandes nomes nacionais; e até, escolhendo o ângulo certo, observar, simultaneamente, obras de dois laureados Pritzker. Para tal contribuiu, decisivamente, uma plêiade de arquitetos de grande prestígio que muito nos enobrece terem ficado para sempre associados à UA. Foi pois uma oportuníssima iniciativa, do Departamento de Comunicação e Arte, a de propor a atribuição do grau Honoris Causa a três dos mais eméritos conceptualizadores do nosso património. Fica a UA mais rica por passar a integrar no seu colégio de Doutores os Arquitetos Alcino Soutinho, Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura; e ao reconhecimento pela obra feita, acrescentamos agora a gratidão por terem aceite ser, para sempre, membros da nossa comunidade. 7

A qualidade arquitetónica constitui um pilar fundacional, um ponto de partida insubstituível para o Campus que queremos: exemplar. Exemplar na sua configuração e combinação de espaços, exteriores e interiores numa interação sem barreiras, de osmose entre a Universidade e a região. Exemplar do ponto de vista ambiental, com elevados níveis de eficiência energética, de gestão da água e de resíduos, e de valorização da biodiversidade e do meio físico em que nos inserimos. Exemplar no apoio aos estudantes e restantes membros da comunidade universitária no que se refere à saúde, ao desporto e a outros aspetos sociais, incluindo o fomento do voluntariado. Exemplar em termos de inserção das pessoas com especiais limitações, numa lógica de plena inclusão. Exemplar na criação de dinâmicas culturais e de divulgação científica. E, sobretudo, exemplar no que concerne às vivências, às práticas e ao desenvolvimento de atitudes de cidadania responsável, fazendo também do Campus um espaço privilegiado de reflexão crítica sobre as grandes demandas que temos que encarar e ajudar a resolver. Este é o percurso exigente que pretendemos continuar a trilhar. 8

A possibilidade de o trilharmos é, para além do trabalho diário e dedicado de muitos, o resultado de uma visão com mais de duas décadas que tem um nome: o do Reitor Renato Araújo, estratega esclarecido e gestor determinado, como poucos. Ninguém, com mais propriedade, poderia ser o padrinho dos nossos homenageados. Aliás, não havia alternativa. Estou-lhe muitíssimo grato, pessoalmente, estimado Renato, por ter aceite esta incumbência, conhecedor que somos todos da sua discrição. E não posso deixar passar este momento sem lhe prestar a homenagem institucional que a sua ação de grande construtor do Campus impõe. Muito obrigado Professor Joaquim Renato Araújo! Esta cerimónia terminará, como habitualmente, com a entrega de prémios escolares de enaltecimento e consagração de carreiras individuais de sucesso. É sempre um momento de grande satisfação para a comunidade poder reconhecer publicamente quem, de entre os seus, se distingue pelo mérito e pelo exemplo. Os meus agradecimentos aos patrocinadores, amigos particulares desta casa, e os meus parabéns aos agraciados, desejando-lhes a continuação de caminhos de êxito e prestígio; e esperando uma ligação perene à UA que tanto honraram. 9

- Disse! Manuel António Assunção, Reitor da Universidade de Aveiro 10