RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

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Informações sobre o processo ;

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Comércio. Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na

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Famalicão. Processo nº 9441/15.8T8VNF Insolvência de Maria da Conceição Marques Pereira Moreira

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RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA. (Elaborado nos termos do art.º155º do C.I.R.E.)

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3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DO INSOLVENTE NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS DA APREENSÃO DE BENS IMÓVEIS E BENS MÓVEIS SUJEITOS A REGISTO...

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na. Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão,

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RELATÓRIO. O presente RELATÓRIO é elaborado nos termos do disposto no artigo 155º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas CIRE.

Famalicão. Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na

Secção de Comércio. Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte nº

O presente RELATÓRIO é elaborado nos termos do disposto no artigo 155.º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas CIRE.

Exmo(a). Senhor(a) Doutor(a) Juiz de. Direito do Tribunal Judicial da Comarca de. Aveiro Juízo de Comércio de Oliveira de. Azeméis

1/22 REQUERIMENTO REFª: Nome: Deolinda Ribas

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na. Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão,

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta

Barcelos. V/Referência: Data: Insolvência de António José Ferreira Martins e Cândida Maria Moreira da Costa

RELATÓRIO. O presente RELATÓRIO é elaborado nos termos do disposto no artigo 155º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas CIRE.

RELATÓRIO. O presente RELATÓRIO é elaborado nos termos do disposto no artigo 155º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas CIRE.

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do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL. Armando Jorge Macedo Teixeira foi, por sentença de 11 de janeiro de 2019, declarado em situação de Insolvência.

Conde. Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na

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RELATÓRIO. O presente RELATÓRIO é elaborado nos termos do disposto no artigo 155º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas CIRE.

CONCLUSÃO =CLS= Proc.Nº 2952/17.2T8BRR. Insolvência pessoa singular (Apresentação)

Vila Nova de Famalicão. J2 V/Referência: Processo 5112/15.3T8VNF Data: Insolvência de Nuno Hélder Vilaça Gomes e Ana Patrícia Jorge Conceição

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta

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I Violação do dever de apresentação à insolvência (alínea d) do nº 1 do artigo

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na. Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão,

do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte

Nova de Famalicão. Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na

Famalicão. Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA. (Elaborado nos termos do art.155º do C.I.R.E.)

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta

RELATÓRIO. O presente RELATÓRIO é elaborado nos termos do disposto no artigo 155º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas CIRE.

V/Referência: Data: Insolvência de Sebastião Domingues Sampaio Alves e Maria de Fátima da Costa Oliveira Alves

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RELATÓRIO. O presente RELATÓRIO é elaborado nos termos do disposto no artigo 155º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas CIRE.

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Transcrição:

2015 RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE) Tribunal da Comarca do Porto V. N. Gaia Instância Central 2.ª Secção do Comércio J2 Processo n.º 1189/15.0T8VNG Nuno Albuquerque Paulo Nuno Abreu Cintra Rodrigues e Joana Xavier Teixeira Pedroso de Lima Rodrigues 10-04-2015 ;

ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO... 3 2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DOS INSOLVENTES... 4 2.1. IDENTIFICAÇÃO DOS INSOLVENTES... 4 2.2. COMISSÃO DE CREDORES... 4 2.3. O ADMINISTRADOR DE INSOLVÊNCIA... 4 2.4. DATAS DO PROCESSO... 4 3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª... 5 3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS... 5 3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DOS INSOLVENTES NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS... 5 3.3. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA... 6 4. CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA... 7 5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA... 8 6. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES... 8 7. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO... 10 7.1. DA APENSAÇÃO DE ACÇÕES / EXECUÇÕES... 10 7.2. DA APREENSÃO DO VENCIMENTO... 11 7.3. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA... 13 7.4. DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE... 13 8. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE)... 24 Capítulo: INTRODUÇÃO 9. RELAÇÃO PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 154º CIRE)... 24 2

1. INTRODUÇÃO Os devedores Paulo Nuno Abreu Cintra Rodrigues e Joana Xavier Teixeira Pedroso de Lima Rodrigues apresentaram-se à insolvência, tendo sido proferida sentença em 20 de Fevereiro de 2015. Nos termos do art.º 155.º do CIRE, o administrador da insolvência deve elaborar um relatório contendo: a) A análise dos elementos incluídos no documento referido na alínea c) do n.º 1 do artigo 24.º; b) A análise do estado da contabilidade do devedor e a sua opinião sobre os documentos de prestação de contas e de informação financeira juntos aos autos pelo devedor; c) A indicação das perspectivas de manutenção da empresa do devedor, no todo ou em parte, da conveniência de se aprovar um plano de insolvência, e das consequências decorrentes para os credores nos diversos cenários figuráveis; d) Sempre que se lhe afigure conveniente a aprovação de um plano de insolvência, a remuneração que se propõe auferir pela elaboração do mesmo; e) Todos os elementos que no seu entender possam ser importantes para a tramitação ulterior do processo. Ao relatório devem ser anexados o inventário e a lista provisória de credores. Assim, nos termos do art.º 155.º do CIRE, vem o administrador apresentar o seu relatório. O Administrador da insolvência Capítulo: INTRODUÇÃO 3

2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DOS INSOLVENTES 2.1. IDENTIFICAÇÃO DOS INSOLVENTES Nome Paulo Nuno Abreu Cintra Rodrigues NIF 195 397 266 Nome Joana Xavier Teixeira Pedroso de Lima Rodrigues NIF 212 769 103 Morada Rua Duarte Barbosa, nº 368 1º B, 4150-282 Porto Estado Civil Casados sob o regime de comunhão de adquiridos 2.2. COMISSÃO DE CREDORES Não nomeada 2.3. O ADMINISTRADOR DE INSOLVÊNCIA Nuno Carlos Lamas de Albuquerque NIF/NIPC: 188049924 Rua Bernardo Sequeira, 78, 1.º - Apartado 3033 4710-358 Braga Telef: 253 609310 253 609330 917049565-962678733 E-mail: nunoalbuquerque@nadv.pt; Site para consulta: ; 2.4. DATAS DO PROCESSO Data e hora da prolação da sentença: 20-02-2015, pelas 07h30m Publicado no portal Citius 02-03-2015 Fixado em 30 dias o prazo para reclamação de créditos. Assembleia de Credores art.º 155.º CIRE: 21-04-2015, pelas 09:15 horas 4 Capítulo: IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DOS INSOLVENTES

3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª 3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS Dispõe a alínea c) do n.º 1 do artigo 24ª do CIRE que o devedor deve juntar, entre outros, documento em que se explicita a actividade ou actividades a que se tenha dedicado nos últimos três anos e os estabelecimentos de que seja titular, bem como o que entenda serem as causas da situação em que se encontra. Os devedores procederam, de acordo com o disposto no nº 1 do artigo 24º do CIRE, à junção dos seguintes documentos a) Caderneta predial; b) Boletim de nascimento; c) Assento de nascimento; d) Recibos de vencimento; e) Relação de credores; f) Relação de acções e processos pendentes. 3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DOS INSOLVENTES NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS A insolvente mulher trabalha, no jornal Público Comunicação Social, S.A., com a categoria profissional de gráfico de 3ª, auferindo o vencimento mensal líquido de aproximadamente 948,44. Capítulo: ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª 5

O insolvente marido trabalha por conta de outrem desde Abril de 2014, na sociedade Pecol- Serviços de Fixação, S.A., com a categoria profissional de comercial, auferindo o vencimento mensal líquido de aproximadamente 1.006,02. 3.3. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA As conclusões que infra se enunciam sobre as causas da insolvência resultam da análise efectuada à informação colocada à disposição do Administrador de Insolvência (petição inicial e documentos fornecidos), bem como das diligências efectuadas por esta. Deste modo, indicam-se os motivos justificativos da actual situação de insolvência dos devedores: Os insolventes casaram em Outubro de 2003 e têm dois filhos de 8 e 11 anos de idade; Na constância do matrimónio contraíram dois empréstimos para compra de habitação própria permanente, onde actualmente residem e um outro pessoal; Posteriormente, devido ao facto da empresa onde o insolvente marido trabalhava, entrar em situação de insolvência e este ter ficado desempregado durante o ano de 2008, começaram a incumprir os créditos contraídos; Durante o ano de 2012, o insolvente marido iniciou actividade por conta própria, de prestação de serviços de consultadoria técnica, tendo encerrado definitivamente, tal actividade em Dezembro de 2013, dada a dificuldade em 6 Capítulo: ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª

arranjar clientela que lhe permitisse cumprir os seus compromissos. Em virtude das graves dificuldades económicas e no sentido de fazer face a todas as despesas, o insolvente marido começou a deslocar-se ao estrangeiro para comprar motas e posteriormente as vender, resultando daí alguma liquidez imediata, no entanto não pagou os impostos derivados da actividade de comerciante, quer por impossibilidade imediata, quer por algum desconhecimento legal. A conjugação destes factores, levou a que os Requerentes se vissem totalmente impossibilitados de cumprir com as suas obrigações. 4. CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA No relatório apresentado ao abrigo do art.º 155.º do CIRE, deve o Administrador da insolvência efectuar uma análise do estado da contabilidade dos devedores e a sua opinião sobre os documentos de prestação de contas e de informação financeira juntos pelos devedores. Contudo, o presente dispositivo não tem aplicação porquanto não sendo os insolventes no momento comerciantes, não estão obrigados legalmente a ter contabilidade organizada. No que se refere à informação financeira prestada pelos devedores e que se encontra descrita em termos de activos e 7 Capítulo: CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA

passivos, apesar de solicitadas, não foram entregues as declarações de IRS dos três últimos anos. 5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA Tendo em conta o supra referido, designadamente, a circunstância dos insolventes não serem no momento comerciantes, não se referenciou qualquer empresa de que aqueles sejam titulares, não tendo, por isso, aplicabilidade o presente dispositivo. 6. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES A assembleia de credores de apreciação do relatório delibera sobre o encerramento ou prosseguimento do processo de Insolvência. Decorre do artigo 1.º do CIRE, que o processo de insolvência tem como escopo a liquidação do património de um devedor insolvente e a repartição do produto obtido pelos credores. Estão sujeitos a apreensão no processo de insolvência todos os bens integrantes da massa insolvente, a qual abrange todo o património dos devedores à data da declaração de insolvência, bem como os bens e direitos que ela adquira na pendência do processo. 8 Capítulo: PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA

Como referem Carvalho Fernandes e João Labareda [ 1 ], da conjugação dos n.ºs 1 e 2 do art. 46.º resulta que, em rigor, a massa não abrange a totalidade dos bens do devedor susceptíveis de avaliação pecuniária, mas tão só os que forem penhoráveis e não excluídos por disposição especial em contrário, acrescidos dos que, não sendo embora penhoráveis, sejam voluntariamente oferecidos pelo devedor, quanto a impenhorabilidade não seja absoluta. São absolutamente impenhoráveis os bens imprescindíveis a qualquer economia doméstica que se encontrem na residência permanente do executado ( ). Assim, não se procedeu à apreensão dos bens móveis existentes na residência dos devedores por se tratar de bens imprescindíveis à respectiva economia doméstica. O signatário encetou diligências no sentido de averiguar a existência de bens no património dos insolventes, nomeadamente junto da Conservatória do Registo Predial e Automóvel e Repartição de Finanças, tendo sido localizado o bem imóvel infra descrito no inventário. O cenário possível que se apresenta para os credores é, pois, no sentido da liquidação do activo. Assim, considerando que: 1. É notória a situação de insolvência e a insuficiência de valores activos face ao Passivo acumulado; Capítulo: Cenários POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES 1 Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas, 4.ª ed., p. 236-237. 9

2. Os bens apreendidos a favor da massa são provavelmente de valor inferior às dívidas contraídas; 3. Não havendo Plano de Pagamentos; O Administrador da Insolvência propõe que se delibere no sentido da liquidação do activo e partilha da massa insolvente. 7. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO 7.1. DA APENSAÇÃO DE ACÇÕES / EXECUÇÕES Nas acções / execuções pendentes contra os insolventes não se discute qualquer questão cuja decisão que venha a ser proferida possa afectar a massa insolvente (no sentido de lhe acrescentar ou retirar bens ou valor), pelo que não se requer a apensação das mesmas. No que se reporta aos processos executivos o pedido de apensação apenas se justificará em caso de dificuldade de apreensão para a massa insolvente dos bens penhorados no âmbito desses processos, o que, até ao momento não se verifica, pelo que não se requer a apensação dos mesmos. 10

7.2. DA APREENSÃO DO VENCIMENTO No relatório apresentado nos termos do disposto no artigo 155.º do CIRE, deve ser feita menção quanto à apreensão (montante apreendido) ou não do vencimento dos insolventes pessoas singulares e, no caso de não apreensão, deverá constar, de forma sucinta, a justificação para a não apreensão. O vencimento deve ser apreendido com destino à satisfação dos credores dos insolventes, fazendo parte da massa insolvente que abrange todo o património do devedor e os bens e direitos que ele adquira na pendência do processo (art.º 46.º, n.º 1, do CIRE). Na execução singular (art. 824ºdo C.P.C.) determina-se que a impenhorabilidade estabelecida no n.º 1 do preceito (2/3 dos vencimentos, salários ou prestações de natureza semelhante auferidos pelo devedor e bem assim das prestações periódicas auferidas a título de aposentação ou qualquer outra regalia social) tem como limite máximo o montante equivalente a três salários mínimos nacionais à data de cada apreensão e, como limite mínimo, quando o executado não tenha outro rendimento (e o crédito exequendo não seja de alimentos), o montante equivalente ao salário mínimo nacional. Na execução universal em que a insolvência se traduz, e no caso particular em que é requerida a exoneração do passivo restante, estabelece a lei o princípio de que todos os rendimentos que advenham ao devedor constituem rendimento disponível, a ser afecto às finalidades previstas no art. 241º do C.I.R.E. (cumprimento das obrigações do devedor), excluindo porém desse rendimento disponível e logo dessa afectação do 11

património do devedor ao cumprimento das obrigações para com os seus credores o razoavelmente necessário para o sustento minimamente digno do devedor e do seu agregado familiar, não devendo essa exclusão exceder, salvo decisão fundamentada do juiz em contrário, três vezes o salário mínimo nacional. Uma diferença entre os dois regimes é de realçar, desde logo o facto da norma do C.I.R.E. não mencionar qualquer limite mínimo objectivo, aludindo antes a um conceito indeterminado o razoavelmente necessário para o sustento minimamente digno do devedor e seu agregado. Assim, considera-se adequado dever interpretar-se o art. 239º, nº 3, b), i) do C.I.R.E. no sentido de que a exclusão aí prevista tem como limite mínimo o que seja razoavelmente necessário para garantir e salvaguardar o sustento minimamente digno do devedor e seu agregado familiar. Ora, verifica-se que, no caso concreto, a insolvente mulher aufere o vencimento mensal líquido de aproximadamente 948,44 e que o insolvente marido aufere o vencimento mensal líquido de aproximadamente 1.006,02. Face ao entendimento supra manifestado e ao valor dos salários auferidos pelos insolventes, ir-se-á proceder à apreensão de todos os rendimentos que excederem dois salários mínimos por cada insolvente e 1/4 por cada um dos descendentes. 12

7.3. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA Caso disponha de elementos que justifiquem a abertura do incidente de qualificação da insolvência, na sentença que declarar a insolvência, o juiz declara aberto o incidente de qualificação, com carácter pleno ou limitado cfr. al. i) doa rt.º 36.º do CIRE. Nos presentes autos a sentença que decretou a insolvência não declarou, desde logo, aberto aquele incidente. Assim, nos termos do n.º 1 do art.º 188.º do CIRE, até 15 dias após a realização da assembleia de apreciação do relatório, o administrador da insolvência ou qualquer interessado deverá alegar, fundamentadamente, por escrito, em requerimento autuado por apenso, o que tiver por conveniente para efeito da qualificação da insolvência como culposa e indicar as pessoas que devem ser afetadas por tal qualificação, cabendo ao juiz conhecer dos factos alegados e, se o considerar oportuno, declarar aberto o incidente de qualificação da insolvência, nos 10 dias subsequentes. Sem prejuízo, regista-se, desde já a inexistência de indícios que fossem do conhecimento do administrador e passíveis de determinar a qualificação da insolvência como culposa. 7.4. DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE Os insolventes vieram requerer a exoneração do passivo restante, nos termos do disposto no art.º 235. ess do CIRE. 13

Deve, nos termos do n.º 4 do art.º236.º do CIRE, o administrador da insolvência pronunciar-se sobre o requerimento. É possível delinear a seguinte factualidade com interesse para a emissão do presente parecer, face aos elementos documentais constantes do processo (petição inicial e informações prestadas pelos Requerentes, sentença que decretou a insolvência bem como a relação provisória de credores apresentada nos termos dos artºs 154.º e 155º CIRE): 1. A insolvente mulher trabalha, no jornal Público Comunicação Social, S.A., com a categoria profissional de gráfico de 3ª, auferindo o vencimento mensal líquido de aproximadamente 948,44. 2. O insolvente marido trabalha por conta de outrem desde Abril de 2014, na sociedade Pecol- Serviços de Fixação, S.A., com a categoria profissional de comercial, auferindo o vencimento mensal líquido de aproximadamente 1.006,02. 3. Os insolventes têm dois filhos de 8 e 11 anos. 4. As dívidas do casal devem-se, essencialmente, ao empréstimo habitação e um crédito pessoal; 5. Actualmente, não auferem rendimentos que lhes permitam cumprir as obrigações vencidas 6. Os seus credores e respectivos créditos são os seguintes: Credores Fundamento Montante Autoridade Tributária e Aduaneira IMI vencido em 30/11/2014 Data Constituição Data Vencimento 298,19 01-01-2013 30-11-2014 14

Autoridade Tributária e Aduaneira Banco Comercial Português, S.A. Banco Comercial Português, S.A. Barclays Bank PLC Condomínio do Edifício Duarte Barbosa 368 Instituto da Segurança Social, I.P. Instituto da Segurança Social, I.P. IRS constituído em 2010; Iva constituído em 2010; IUC constituído em 2012; taxas constituídas em 2011; taxas de portagem constituídas em 2013 e Janeiro de 2014; coimas e outros encargos administrativos Contrato de compra e venda, mútuo com hipoteca Contrato de crédito pessoal n.º 2459471872; contratos de abertura de conta corrente n.º 45311324239 e 45305556522 Contrato de crédito ao consumo Quotas de condomínio vencidas nos meses de Abril de 2014 a Janeiro de 2015 Contribuições referentes aos meses de Abril de 2003 a Janeiro de 2004 e de Julho de 2012 a Dezembro de 2013 Juros vencidos após a data da declaração da insolvência 11.522,46 03-02-2010 ND 286.289,55 27-02-2006 15-02-2011 80.521,62 21-12-2005 25-01-2011 4.722,04 11-11-2010 ND 2.202,62 04-02-2014 01-04-2014 3.971,64 01-04-2003 01-04-2003 15,46 21-02-2015 21-02-2015 7. Encontram-se pendentes contra os requerentes os seguintes processos: Processos de execução fiscal nºs: o 3182201481070004-145,26; o 3182201481070047-145,66; o 3182201481079664-311,18; o 3182201481000316-341,37; o 3182201481014759-442,29; o 3182201481052081-22,10; o 3182201401259245-25,38; 15

o 3182201401302906-123,99; o 3182201481063288-257,03; o 3182201481067712-229,70; o 3182201401218891-125,45; o 3182201401218905-170,30; o 3182201401218913-145,55; o 3182201401218921-180,75; o 3182201401218930-180,75; o 3182201401105876-133,65; o 3182201401105884-133,65; o 3182201401105892-133,65; o 3182201301163116-160,76; o 3182201481033397-274,79; o 3182201481033400-176,03; o 3182201401277170-385,65; o 3182201481064047-57,35; o 3182201401177923-68,21; o 3182201401177729-86,38; o 3182201401177737-129,69; o 3182201401177885-129,69; o 3182201401177907-132,44; o 3182201401177893-129,69; o 3182201501039962-1.626,78; Processo nº 3576/12.6YYPRT, a correr termos no 2º Juízo- 1ª secção em que é exequente o Banco Comercial Português, S.A.; Processo nº 3579/12.0YYPRT, a correr termos no 1º Juízo- 1ª secção em que é exequente o Banco Comercial Português, S.A.; 16

8. Apresentaram-se à insolvência em 12 de Fevereiro de 2015, a qual foi decretada por sentença proferida no dia 20 do mesmo mês. *-* Isto dito: Dispõe o disposto no art.º 235º do CIRE, que se o devedor for uma pessoa singular, pode ser-lhe concedida a exoneração dos créditos sobre a insolvência que não forem integralmente pagos no processo de insolvência ou nos cinco anos posteriores no encerramento deste. Os critérios de aplicação deste instituto estão previstos nos art.ºs 237.º segs. do CIRE. Não sendo aprovado e homologado na assembleia de apreciação do relatório qualquer plano de insolvência, cumprir-se-á dessa forma o requisito da alínea c) do art.º 237.º. Quanto aos requisitos estabelecidos no art.º 238º (aplicáveis por força do art.º 237º., alínea a) do CIRE), o pedido foi deduzido conjuntamente com a apresentação à insolvência, pelo que nos termos do art.º 236, n.º 1, ele mostra-se tempestivo. Nada consta nos autos ou foi apurado pelo administrador de insolvência quanto a terem os devedores fornecido informações falsas a que se refere a alínea b) ou ter beneficiado anteriormente desta exoneração do passivo restante (alínea c)). A aplicação do disposto na alínea d) do nº 1 do artigo 238.º do CIRE pressupõe a verificação de uma das seguintes situações: 17

o devedor não cumprir o dever de apresentação à insolvência, com prejuízo para os credores, ou se não existir esse dever, se se tiver abstido dessa apresentação nos seis meses seguintes à verificação da situação de insolvência, com prejuízo para os credores e sabendo, ou não podendo ignorar sem culpa grave, não existir qualquer perspectiva séria de melhoria da sua situação económica. Estando em apreciação um pedido que foi formulado por pessoas singulares, não estão os insolventes obrigados a apresentar-se à insolvência no prazo estabelecido no art. 18, nº 1 do CIRE, tal como flui do nº 2 deste mesmo preceito, pelo que não se cuida de verificar a verificação em concreto da parte inicial da alínea d). No que se reporta aos demais requisitos desta alínea d), de preenchimento cumulativo, são os seguintes: que o devedor/requerente não se apresente à insolvência nos seis meses seguintes à verificação da situação de insolvência; que desse atraso resulte um prejuízo para os credores; que o devedor soubesse, ou pelo menos não pudesse ignorar sem culpa grave, não existir qualquer perspectiva séria de melhoria da sua situação económica. Carvalho Fernandes e João Labareda sobre esta matéria escrevem que para além da não apresentação à insolvência, a relevância deste comportamento do devedor, para efeito de indeferimento liminar, depende ainda, em qualquer destas hipóteses, de haver prejuízo para os credores e de o devedor saber ou não poder ignorar, sem culpa grave, que não existe 18

«qualquer perspectiva séria da melhoria da sua situação económica». Está aqui em causa apurar se a não apresentação dos devedores à insolvência se pode justificar por eles estarem razoavelmente convictos de a sua situação económica poder melhorar em termos de não se tornar necessária a declaração de insolvência [ ] Importa, pois, verificar se a apresentação dos requerentes à insolvência se verificou nos seis meses seguintes à verificação desta situação e, em caso negativo, se e desse facto advieram prejuízos para os credores. Ora, o conceito de prejuízo pressuposto na alínea d) do nº 1 do artigo 238 do CIRE consiste num prejuízo diverso do simples vencimento dos juros, que são consequência normal do incumprimento gerador da insolvência, tratando-se assim dum prejuízo de outra ordem, projectado na esfera jurídica do credor em consequência da inércia da insolvente (consistindo, por exemplo, no abandono, degradação ou dissipação de bens no período que dispunha para se apresentar à insolvência). Entende-se que o simples acumular do montante de juros não integra o conceito de prejuízo a que se refere o art. 238, nº 1, al. d) do CIRE. [ ]. Com efeito, a mora resultante do atraso no pagamento, em abstracto, contribui sempre para o avolumar da dívida, designadamente em virtude dos juros que lhe estão associados, em especial quando estamos perante dívidas a instituições financeiras. 19

Ora, sendo a insolvência uma situação de impossibilidade de cumprimento de obrigações vencidas (cfr. art. 3, nº 1 do CIRE), lógica é a constatação de que estas vencem juros (cfr. arts. 804 e segs. do Cód. Civil), o que se traduz no aumento quantitativo do passivo do devedor. Não pode, pois, considerar-se que o conceito normativo de prejuízo previsto na alínea d) do nº 1 do artº 238º do CIRE inclua no seu âmbito o típico, normal e necessário aumento do passivo em decorrência do vencimento dos juros incidentes sobre o crédito de capital, sob pena de se estar a esvaziar de sentido útil a referência legal a tal requisito (prejuízo de credores). É que se tivesse sido essa a finalidade da lei, bastaria ter estabelecido o indeferimento liminar do pedido de exoneração do passivo restante quando o devedor se abstivesse de se apresentar à insolvência no período de seis meses posterior à verificação dessa situação. Terá, assim, que se entender que o simples decurso do tempo (seis meses após a verificação da situação de insolvência) não é suficiente para se poder considerar preenchido o requisito aqui em análise, uma vez que tal representaria, estar a valorizar-se um prejuízo que sempre estaria ínsito nesse decurso e que seria comum a todas as situações de insolvência, o que não se mostra compatível com o estabelecimento do prejuízo dos credores como requisito autónomo do indeferimento liminar do incidente. Tratando-se o prejuízo dos credores de um requisito autónomo deste indeferimento liminar, acrescerá o mesmo aos demais requisitos, surgindo, por isso, como um pressuposto adicional, que traz exigências distintas das pressupostas pelos outros, não 20

podendo considerar-se preenchido por circunstâncias que já estão contidas num desses outros requisitos. Neste contexto, terá que se dar ênfase particular à conduta dos devedores, devendo apurar-se se este se pautou pela licitude, honestidade, transparência e boa-fé, no que respeita à sua situação económica, só se justificando o indeferimento liminar caso se conclua pela negativa. Ao estabelecer, como pressuposto do indeferimento liminar do pedido de exoneração, que a apresentação extemporânea do devedor à insolvência haja causado prejuízo aos credores, a lei visa os comportamentos que façam diminuir o acervo patrimonial do devedor, que onerem o seu património ou mesmo aqueles que originem novos débitos, a acrescer aos que integravam o passivo que estava já impossibilitado de satisfazer. São estes comportamentos desconformes ao proceder honesto, lícito, transparente e de boa-fé, os quais, a verificarem-se na conduta do devedor, impedem que a este seja reconhecida a possibilidade, preenchidos os demais requisitos do preceito, de se libertar de algumas das suas dívidas, para dessa forma lograr a sua reabilitação económica. Como tal, o que se sanciona são os comportamentos que impossibilitem, dificultem ou diminuam a possibilidade de os credores obterem a satisfação dos seus créditos, nos termos em que essa satisfação seria conseguida caso tais comportamentos não ocorressem. Face à matéria fáctica que atrás se considerou relevante, nada foi apurado no sentido que aponte para que os insolventes não tenham adotado uma atitude de licitude, honestidade, 21

transparência e boa-fé no que respeita à sua situação económica. Por outro lado, igualmente não foi trazido aos autos qualquer elemento que aponte no sentido da culpa dos devedores na criação ou agravamento da situação de insolvência está também preenchida a alínea e) do art.º 238.º. Sem prejuízo e considerando que não se mostram juntos aos autos as certidões de registo criminal, importará que seja apurado se os devedores foram, alguma vez, condenados por sentença transitada em julgado por algum dos crimes previstos e punidos nos artigos 227.º a 229.º do Código Penal nos 10 anos anteriores à data da entrada em juízo do pedido de declaração da insolvência ou posteriormente a esta data alínea f) do n.º 1 do artº 238.º do CIRE. Por último, não resulta que os devedores tenham violado qualquer dos deveres de informação, apresentação ou colaboração previstos no CIRE alíneas i) e g) do artº 238.º Com salvaguarda da necessidade de ser junta aos autos as certidões de registo criminal, os demais pressupostos formais previstos no CIRE estão preenchidos e não há elementos que levem o signatário a emitir parecer que pudesse concluir pelo indeferimento do pedido. Assim, sendo tendo em conta que nada há que aponte no sentido de terem mantido uma conduta contrária ao Direito, emite-se parecer no sentido que deve ser concedido aos insolventes a possibilidade de após o período de cinco anos previsto no artº. 239, n.º 2 do CIRE, se exonere dos compromissos que até então 22

não lhe seja possível saldar, sob condição de, após serem juntas certidões de registo criminal, se comprovar que os devedores nunca foram condenados por sentença transitada em julgado por algum dos crimes previstos e punidos nos artigos 227.º a 229.º do Código Penal nos 10 anos anteriores à data da entrada em juízo do pedido de declaração da insolvência ou posteriormente a esta data alínea f) do n.º 1 do artº 238.º do CIRE). 23

8. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE) Verba n.º 1 Fracção autónoma, designada pela letra "J", habitação do tipo T3, no primeiro andar esquerdo traseiras (designado por primeiro andar B), com entrada pelo n.º 358 da Rua Duarte Barbosa - acesso à cave pelo n.º 374 e à subcave pelo n.º 366 da mesma Rua - dois lugares de garagem contíguos na cave com os n.º 30 e 31 - arrecadação na subcave com o n.º 18, sito na freguesia da Foz do Douro, concelho do Porto, descrito na Conservatória do Registo Predial Porto sob o número DUZENTOS E OITENTA E UM FOZ DO DOURO e actualmente inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o artigo 4922º da União das Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, o qual proveio do artigo 2735º da freguesia de Foz do Douro, com o valor patrimonial de ----------- -------------------------------------------------------------------------- 245.155,56 Verba n.º 2 Valor penhorado e transferido para a conta da massa insolvente, no âmbito do processo de execução nº 15264/14.4T8PRT, a correr termos na Comarca do Porto Porto - Instancia Central 1ª Secção de Execução J5, no valor de -------------------------- 503,60 9. RELAÇÃO PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 154º CIRE) Em anexo Capítulo: INVENTÁRIO (Art.s 153.º e 155º CIRE) 24