BIM: Introdução ao sistema e seus benefícios para o mercado da construção civil na cidade de Maceió - AL

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Transcrição:

1 BIM: Introdução ao sistema e seus benefícios para o mercado da construção civil na cidade de Maceió - Ivson José da Silva Padilha MBA: Gerenciamento de Obras, Tecnologia e Qualidade da Construção Instituto de Pós-Graduação IPOG Maceió,, 17 de julho de 2016 Resumo Perante as variadas dificuldades de diálogo entre projeto e execução na construção civil, o BIM (Building Information Modeling) se estabelece como uma alternativa sólida para suprir deficiências nos processos e estimular maior colaboração entre os profissionais envolvidos. Inserir o sistema no mercado demanda abertura às mudanças de mentalidade, processo e aprimoramento profissional. Este artigo buscou diagnosticar, através de estudo de caso em três empresas envolvidas na construção civil em Maceió, as maiores dificuldades na transição do projeto para a execução e apresentar os benefícios mais significativos do BIM para o desenvolvimento e compatibilização projetos. As entrevistas apontaram para grandes dificuldades para desenvolver compatibilizações, carência de informações nas especificações dos projetos e ausência de integração entre os projetos. Como alternativa, são apresentados ao mercado local os conceitos de interoperabilidade para promover maior integração entre as diversas disciplinas de projeto que compoem uma edificação e como o formato IFC (Industry Foundation Classes) facilita a comunicação entre equipes multidiciplinares e softwares distintos. Além dos softwares de melhor desempenho para aplicação do BIM, tanto no desenvolvimento de projetos como na compatibilização. Na modificação de processos, destaque para o modelo de contrato Design & Build, que induz maior integração entre projetistas e construtores, alterando o fluxo de trabalho adaptando-se ao BIM. Palavras-chave: Building Information Modeling. Construção Civil. Compatibilização de Projeto. 1. Introdução Nos últimos anos, foi possível observar a intensa aceleração do mercado da construção civil no Brasil e, em contrapartida, os mais variados problemas nas obras dos setores públicos e privados. A preparação do país para grandes eventos internacionais, Copa do Mundo 2014 e Jogos Olímpicos 2016, evidenciou as deficiências no processo construtivo brasileiro. Prazos descumpridos, projetos incompletos e orçamentos fora da previsão inicial são algumas das maiores interferências nas construções brasileiras. Pode-se observar como fator decisivo, na maioria das situações, conflitos entre os projetos desenvolvidos e o procedimento de execução. As informações geradas pelos projetos de arquitetura, por exemplo, não são capazes de prever de forma plena os impactos que sua execução exige. A produção de projetos utilizados na indústria da construção civil não contempla informações suficientes para uma execução eficaz nas obras, provocando inúmeros conflitos entre as disciplinas de projeto: arquitetura, estrutura e instalações. Conflitos que, pela cultura do mercado de dedicar menor tempo aos projetos, são sanados somente durante a execução, provocando custos maiores que o previsto.

2 A ausência de colaboração no desenvolvimento dos projetos, especialmente no arquitetônico, é a principal causa dos entraves, sendo desenvolvidos com pouco ou nenhum envolvimento dos executores. O projeto arquitetônico demanda uma compatibilização minuciosa com as demais disciplinas, que normalmente é feita com sobreposição de plantas em 2D. Em seguida identificam-se os conflitos e os projetos retornam para os projetistas para as revisões, para que retornem sem interferências entre disciplinas. Ainda que o processo funcione de modo satisfatório, a visualização de conflitos entre projetos é mais complexa em duas dimensões, tanto na fase de concepção como na elaboração de projetos complementares. Kowaltowski (2011) define o sistema Computer Aided Design (CAD) como desenho vetorial que armazena numericamente as informações de seus objetos gráficos com operações matemáticas e geométricas na execução de seus comandos. A ferramenta é a mais utilizada na indústria da construção civil e é extremamente eficaz na representação gráfica para produção de documentação técnica dos projetos, mas apresenta limitações na compreensão de detalhes da edificação a ser executada, ainda que possua recursos tridimensionais que possibilitem identificar conflitos. Na busca por melhorias de produtividade e compreensão projetual, a utilização da modelagem em softwares com tecnolgia Building Information Modeling, surge como opção atrativa. Ao contrário dos programas convencionalmente utilizados (CAD geométricos), onde as alterações de projeto são corrigidas manualmente, os softwares BIM possibilitam alterações dinâmicas no modelo.a visualização das informações neste modelo se dá através de elementos tridimensionais, com modificações automáticas e interativas por alterações em qualquer uma das vistas. As informações no modelo BIM são centralizadas em um arquivo único, e o gerenciamento das mesmas é realizado através do software e não através de usuários. (AYRES et al, 2011:2). Este artigo pretende demonstrar como a tecnologia de modelagem da informação pode facilitar a atualização dos projetos e a integração de disciplinas, automatizando diversos processos manuais do sistema CAD para aumentar a produtividade e potencializar a compreensão de informações nos projetos. Levantando as informações para apresentar as vantagens do sistema ao mercado, barreiras que impendem o uso de suas aplicações, softwares de projeto e compatibilização, mudanças de processo e mentalidade. 2. Building Information Modeling O conceito de BIM (Building Information Modeling) é, basicamente, modelagem da informação. É o processo de elaboração de um modelo virtual contendo todas as informações de uma determinada edificação, permitindo o acesso partilhado às disciplinas envolvidas em um determinado projeto. Através do BIM é possível prototipar a edificação na esfera digital, comunicando através de modelos 3D todas as disciplinas que compõem uma obra. As informações reais da construção são associadas ao modelo e os quantitativos estão diretamente conectados ao projeto. Com a tecnologia BIM, um modelo virtual preciso de uma edificação é construído de forma digital. Quando completo, o modelo gerado computacionalmente contém a geometria exata e

3 os dados relevantes, necessários para dar suporte à construção, à fabricação e ao fornecimento de insumos necessários para a realização da construção. (EASTMAN et al 2014:1) A partir de um modelo é possível acessar todas as informações agregadas, dados e documentação gráfica, de um determinado empreendimento. Facilitando o acesso nas instâncias de projeto, planejamento de obra, manutenção predial e, no futuro, reforma ou demolição. O principal diferencial do sistema BIM são os objetos paramétricos. Se os blocos utilizados no sistema CAD permitem atribuição de dados relevantes a um item geométrico do projeto, a parametrização de objetos no BIM possibilita o envolvimento dos mesmos a outros elementos ou planos de referência, atrelando informações dimensionais ao item. No CAD 3D tradicional, cada aspecto da geometria de um elemento deve ser editado manualmente pelos usuários; em um modelador paramétrico, as geometrias da forma e do conjunto ajustam-se automaticamente às modificações do contexto e aos controles de alto nível do usuário. (EASTMAN et al 2014:29) A modelagem paramétrica confere ao objeto características manipuláveis ao objeto, possibilitando que o projetista insira em uma determinada categoria, denominada família, vários elementos similares com propriedades diferentes. Por exemplo, na categoria porta pode haver uma variação de objetos com dimensões iguais e materiais diferentes, ou ainda diversos modelos de portas com um mesmo material, de acordo com a padronização adotada pelo projetista. Essa biblioteca de itens parametrizados possibilita uma pré-definição das soluções aplicáveis em um determinado projeto, podendo ser modelada de acordo com os produtos disponíveis no mercado, normas técnicas ou exigências do cliente, compondo um template (arquivo padrão) que reduzirá significativamente o tempo e o custo na formulação de soluções no projeto e na obra. Succar (2009) estabelece estágios de utilização do BIM numa escala linear de evolução, representada na figura 1, de acordo com o nível quem que é aplicado pelos usuários. Figura 1 Estágios de utilização do BIM Fonte: Succar (2009) O autor define 3 fases de desenvolvimento, acrescentando uma anterior ao uso, intenção de implementação e outra final, posterior ao uso integrado. As etapas de implementação do BIM são: Pré- BIM: Desenhos elaborados no sistema CAD 2D, modelos de visualização produzidos em 3D e ausência de integração. BIM Estágio 1: Início do BIM com aplicação de software 3D e objetos paramétricos. Modelagem aplicada para produção de documentação 2D, levantamento de quantitativos e compatibilização. Estágio com pouca colaboração. BIM Estágio 2: Início do processo colaborativo interdisciplinar. Utilização do formato IFC para comunicação entre projetistas. BIM Estágio 3:

4 Integração total do sistema. Criação de modelos semanticamente ricos, partilhados de modo colaborativo através das fases do ciclo de vida do projeto. Desenvolvimento de modelos interdisciplinares para análises mais complexas. IPD: O nível colaborativo se mantém, integrando mais elementos ao processo. Integração entre pessoas, sistemas, estruturas de negócio e práticas colaborativas na melhoria de resultados. Os princípios do IPD podem ser aplicados a uma variedade de arranjos contratuais. As restrições para o uso do BIM no processo da construção civil no Brasil não são especificamente causadas por complexidade ou custo do sistema, ocorrem com a Tecnologia da Informação (TI) em geral. Aspectos culturais desse mercado promovem o entrave de muitos processos que poderiam ser alçar o nível industrial, mas permanecem artesanais. Para Nascimento e Santos (2002), em comparação com outros setores, os profissionais da construção civil são mais resistentes na adoção da TI nos processos, progredindo muito lentamente na tecnologia aplicada à sua área de trabalho. Nascimento e Santos (2002) dividem as barreiras em quatro categorias: Ligadas aos profissionais, ligadas aos processos, ligadas ao setor e ligadas à tecnologia. Aos profissionais são atribuídas algumas causas no campo de projeto, destacando-se: baixa exigência de precisão nos detalhes de dimensões e apresentação nos projetos em CAD e ausência de hegemonia de ferramenta utilizada no processo, o sistema CAD é o mais usual, porém é subutilizado pela maior parte dos envolvidos e não gera padronização. Nos processos a resistência ao uso da web para compras, por exemplo, acontece devido ao profissional da construção enxergar com mais confiança fornecedores locais, um aspecto cultural do mercado. Outro ponto são processos ultrapassados de gestão, consequência da resistência a TI no gerenciamento das tarefas. Nas causas ligadas ao setor, chama atenção o baixo investimento financeiro em TI e, consequentemente, em softwares se comparado com outros setores, o tamanho do mercado faz com que mudanças pontuais em algumas empresas tenham baixo impacto nos benefícios ao setor. Em barreiras ligadas a tecnologia, os maiores temores do mercado estão relacionados à segurança dos dados e custo de equipamentos e manutenção. A resistência do mercado a TI e a industrialização reflete na absorção do BIM no processo, que só pode beneficiar a construção civil através de mudanças no processo e na evolução de seus profissionais. Junto à informatização dos processos, entre os benefícios que o BIM pode oferecer ao mercado, destacam-se: Melhor compreensão do projeto durante as fases ou etapas; melhor colaboração entre subempreiteiros; melhor visualização; conciliação espacial 3D das especialidades; detecção de incongruências de projeto; antecipação dos problemas; aumento de produtividade; prevenção das repetições de trabalhos; obtenção de quantidades de materiais e de recursos necessários; possibilidade de serem efetuadas várias simulações e análises econômicas; interligação do edifício virtual com o planeamento da obra (4D); interligação do edifício virtual e planeamento com o cronograma financeiro (5D) (AZEVEDO 2009:72) Os benefícios da TI em diversos setores são inquestionáveis, assim como as vantagens que o BIM pode atribuir aos processos, nos dois casos devem ser avaliadas as mudanças necessárias para que o setor se desenvolva com maior produtividade.

5 3. Interoperabilidade e IFC Os maiores conflitos em execução de obras na construção civil são fruto de deficiências na compatibilização de projetos, ou da ausência desse serviço. Entrave causado pela colaboração limitada entre projetistas envolvidos no processo, que pelo método utilizado na maior parte do mercado, permite que os projetos sejam desenvolvidos separadamente em 2D para que os conflitos sejam detectados na compatibilização. Outro grande atributo do sistema BIM é ter como meta no processo a interoperabilidade, potencializando o fluxo de dados interdisciplinar. O conceito de interoperabilidade é mais dependente da comunicação entre os envolvidos no projeto que das ferramentas oferecidas pelos softwares. Portanto, envolve de modo prioritário o capital humano. É a capacidade de transmitir os dados gerados nas diversas disciplinas no decorrer do projeto, muda-se o fluxo de trabalho antecipando os conflitos de informação da compatibilização para o período de desenvolvimento do produto. A interoperabilidade consiste na capacidade de identificar os dados que necessitam ser passados entre aplicativos. Caso exista uma boa interoperabilidade, elimina-se a necessidade de réplica de dados de entrada que já tenham sido gerados, além de facilitar o fluxo de informações entre diferentes aplicativos durante o processo de projeto. Apesar das diversas tentativas, a interoperabilidade e a colaboração na AECO ainda não são muito bem sucedidas, quando comparadas ao que ocorre em outros setores da indústria. (KOWTOWSKI et al 2011:431) Na busca pela difusão da interoperabilidade na indústria da construção, em 1995, a Autodesk reuniu um grupo de 12 empresas para aprimorar o processo de troca de informações entre diferentes softwares utilizados no mercado. Ao enxergar o potencial comercial e os benefícios da interoperabilidade para a indústria da construção, o grupo de empresas se abriu internacionalmente para os demais interessados. Em 1996, surgiu através de uma reunião de representantes da América do Norte, Europa e Ásia, a IAI (International Alliance for Interoperability), formando um conselho internacional com o objetivo de padronizar a transmissão de dados na indústria da construção. Em 2008 a organização passou a denominar-se Building SMART, atualmente empenhada no desenvolvimento do IFC (Industry Foundation Classes) e na evolução do setor (Building SMART, 2016). Para que o BIM funcione de modo colaborativo e as ferramentas alcancem o desempenho desejado, no âmbito do projeto e da comunicação interdisciplinar, é necessária uma linguagem padronizada para a transmissão dos dados. O IFC é, segundo Manzione (2013), um modelo de dados que define como trocar ou compartilhar informações de um edifício, este formato possibilita que modelos de disciplinas diferentes possam ser elaborados em softwares de tecnologia BIM distintos e exportados para o mesmo modelo de dados contendo as características da edificação. O IFC funciona como um tradutor entre todos os softwares, cada programa possui regras de linguagem própria que são traduzidas para um esquema de dados comum. O IFC surge nesse contexto como um modelo de dados de tradução, em formato não proprietário, disponível livremente para a definição de objetos na AEC. Porém, ele não padroniza as estruturas de dados em aplicações de software, restringindo-se apenas à padronização das informações compartilhadas. (MANZIONE 2013:45)

6 A aplicação desse modelo abrange todas as esferas de projeto para a construção: arquitetura, estrutura, instalações, reformas, demolições, uso e manutenção, facilitando a comunicação entre os projetos em todos os estágios. A Building SMART possui uma grande variedade de softwares que utilizam IFC registrados em seu sistema, dentre eles destacam-se no mercado o Revit Architecture, da Autodesk, o ArchiCAD, da Graphisoft e o Bentley Systems, da Bentley. Eastman et al (2014), destaca os pontos fortes e fracos de cada software BIM, representados na tabela 1: Tabela 1 Tabela comparativa de softwares BIM segundo Eastman et al; 2014 Fonte: Adaptado pelo autor As informações da tabela são decisivas na escolha do software, que deve ser feita em função das características dos projetos que determinada equipe desenvolve, as necessidades de modelagem mais elaborada, métodos construtivos mais específicos, porte dos empreendimentos, integração entre os processos e geração de documentação. 4. BIM na compatibilização Como visto anteriormente, no processo de compatibilização de projetos utilizando o sistema CAD, os projetos de diferentes disciplinas em 2D são sobrepostos para detecção de interferência e posterior correção. O processo de compatibilização em BIM é atrelado ao conceito de interoperabilidade, os diversos softwares utilizados na elaboração das múltiplas disciplinas de um projeto se adquirem linguagem única por meio do IFC. Nessa leitura de dados comum entre os projetistas, é possível utilizar outro software específico para compatibilização, agregando todos os projetos do edifício para identificar de modo automatizado as interferências. No software Solibri Model Checker, por exemplo, o usuário pode utilizar normas ou outras legislações especificas da construção: códigos de obras, normas de incêndio, acessibilidade, entre outros, para o estabelecimento de regras de análise do

7 programa, provenientes desses documentos. Assim, além dos conflitos geométricos entre os projetos são localizadas discordâncias dos requisitos normativos. Os softwares focados em compatibilização BIM foram elaborados para reconhecer apenas o formato IFC. Desse modo, a análise de interferências e a geração de dados em relatórios são feitas no mesmo esquema de dados. Manzione (2013) define análise crítica como o processo de avaliar as informações de um determinado projeto e compatibilizá-las a fim de sanar as interferências geométricas. O autor destaca que a aplicação tecnológica do BIM possibilita a utilização do conceito de clash detection, detecção de interferências, no processo de compatibilização. A compatibilização geométrica no universo BIM talvez seja um dos atributos mais conhecidos na prática atual; porém, o aspecto da verificação da compatibilização baseada em regras abre a possibilidade de estudos mais aprofundados do processo de análise crítica, podendo melhorá-lo sensivelmente, pois o atendimento de requisitos espaciais de programa e o atendimento às normas e a requisitos específicos do usuário podem ser feitos de maneira automática, ampliando potencialmente o uso do BIM para as fases iniciais do processo de projeto e instrumentalizando adequadamente a atividade de análise de projetos. (MANZIONE 2013:116) Para um comparativo entre os softwares de compatibilização baseados no IFC, a tabela 2 destaca dois dos programas mais utilizados e suas principais propriedades: Tabela 2 Tabela comparativa de softwares para compatibilização utilizando IFC, Mais Engenharia. (2016) Fonte: Adaptado pelo autor 5. O contrato Design & Build e as mudanças no processo A adoção do sistema BIM, implica em mudança de processo em várias fases da construção civil. Nessa nova modalidade, é fundamental a participação mútua de projetistas e construtores no desenvolvimento dos projetos. O modelo de contratação D&B (Design & Build) possibilita que o cliente contrate um único fornecedor, responsável pela contratação do projeto e da execução, para que trabalhem simultaneamente na produção do projeto final para a obra, antecipando os conflitos.

8 Nesse modelo, o proprietário contrata diretamente a equipe de Projeto & Construção para desenvolver um programa bem definido da edificação e um projeto preliminar. A seguir, o empreiteiro DB estima o custo total e o tempo necessário para construir a edificação. Depois que todas as modificações pedidas pelo proprietário forem implementadas, as plantas são aprovadas e o custo estimado final para o empreendimento é estabelecido. E importante notar que, uma vez que o modelo DB permite modificações no projeto da construção nas fases iniciais, a quantidade de dinheiro e tempo necessários para incorporar essas modificações também é reduzida. (EASTMAN et al 2014:6) Tradicionalmente, segundo Capuchinho (2010), a contratação de projeto e construção de edificações é feita pela modalidade DBB (Design-Bid-Build), no sistema desenho-licitação-construção, onde a empresa responsável pela concepção dos projetos não atua na obra e a contratada para execução da construção não se envolve na concepção. O método funciona, mas é pouco colaborativo se o conceito de interoperabilidade exigido pelo BIM for considerado como opção, uma vez que preza pela máxima integração entre equipes no processo. Capuchinho (2010) descreve o modelo D&B de contrato na seguinte ordem: o cliente revela ao contratante geral suas necessidades, exigências para a construção e prazo de entrega do produto. O contratante com base nas demandas pré-estabelecidas contrata a equipe de projetos para produzir documentação suficientemente detalhada para a orçamentação da construção. Em seguida o contratante geral seleciona a construtora para que participe, junto aos projetistas, da finalização do projeto levantando todos os conflitos de execução e gerando um projeto definitivo para execução. O autor compara as duas modalidades na figura 2 demonstrando as alterações no processo de contratação e comunicação entre as partes. Figura 2 Comparativo de Design-Bid-Building e Design & Building Fonte: Capuchinho (2010) A mudança de processo que o BIM, via modelo D&B de contratação, sugere é positiva, por induzir na concepção de projeto e desenvolvimento das etapas de construção, a aproximação de profissionais de arquitetura, engenharia e construção nas fases iniciais para gerar um produto final mais assertivo.

9 6. Diagnóstico da transição projeto-construção em Maceió- A adoção do BIM encontra-se em fase inicial, em poucas empresas na cidade. Ferreira e Weber (2015) afirmam que mesmo com grandes investimentos em TI as empresas possuem dificuldades gerenciais que limitam a colaboração nos processos, travando as ferramentas adotadas e causando baixo impacto na troca de informações entre equipes multidisciplinares. Os autores definem como metas motivar mudanças culturais para adoção de processos colaborativos e análises das questões contratuais. É comum nas grandes obras, mesmo nas empresas de alta credibilidade, correções de interferência entre disciplinas de projeto durante a obra, pois a prática do mercado é de prazos menores na fase de projeto, lançando a comunicação entre os projetos e a execução para o período da obra. Além do menor período de tempo destinado a fase de projeto, prática conhecida no Brasil, destaca-se a ausência de compatibilização de projetos antes da obra. Em boa parte dos casos, os projetos só se cruzam para a detecção de interferências entre as disciplinas após o início de alguns serviços na obra. Para um diagnóstico mais preciso das práticas locais, foi feita uma pesquisa através de entrevistas em três empresas de engenharia e arquitetura diretamente envolvidas com a construção civil em Maceió. As instituições estão denominadas como empresa 1, empresa 2 e empresa 3, sendo representadas por dois engenheiros civis e uma arquiteta, diretamente envolvidos com análise de projetos de várias disciplinas e com execução e gestão de obras. O foco do questionamento foi destacar os maiores entraves na transição entre os projetos e a execução na obra. Para sugerir a adoção do BIM nos processos do mercado da construção civil, os profissionais representantes das empresas foram indagados sobre dificuldades em quatro etapas selecionadas, de projeto e planejamento de obras, que Eastman et al (2014) aponta como beneficiadas pela aplicação do BIM: Detecção de interferências, levantamento de quantitativos, estimativa de custos, análise e planejamento da construção. No item detecção de interferência, a empresa 1 apontou falha ou ausência de compatibilização dos projetos. Nos itens levantamento de quantitativos e estimativa de custos, destacaram-se deficiência nas especificações e resoluções de projeto. O item planejamento da construção foi o único desvinculado dos benefícios do BIM, pois apontou dificuldade de execução dos planos, uma questão organizacional das partes envolvidas no processo. A empresa 2 indicou ausência de compatibilização dos projetos, no campo detecção de interferências. O exemplo prático mencionado foi o envio à obra de projetos de arquitetura sem levar em consideração as especificidades do projeto estrutural e projetos de instalações baseados somente no projeto de arquitetura. Os ajustes de interferência são feitos de modo artesanal, durante a execução da obra, potencializando os desperdícios de mão-de-obra e material. As atualizações dos projetos e mudanças nas especificações não são compartilhadas de modo eficaz entre os profissionais envolvidos no levantamento de quantitativos, as informações passam a ser retiradas da obra, sendo o maior dos entraves nesse quesito. As interferências na estimativa de custo são decorrentes das informações de projeto e especificações não partilhadas e dos casos de ausência de compatibilização, onde os orçamentos são formulados com base no projeto inicial. A previsão de custos derivada desse processo é de alto risco financeiro, por desconsiderar as atualizações nos projetos. O principal dano ao planejamento da construção é causado

10 pelos projetos desatualizados, quando a obra começa sem projeto executivo, e pela ausência de compatibilização, pois comprometem o tempo e o custo previstos para as etapas de construção. A empresa 3 indicou os curtos prazos para entrega dos projetos e ausência de prazo para análise e compatibilização como o maior prejuízo à detecção de interferências. No levantamento de quantitativos, as dificuldades foram associadas à necessidade de softwares BIM para melhor relação entre projeto e especificações e o baixo nível de detalhamento na maioria dos projetos entregues. A estimativa de custos é prejudicada, segundo a empresa, pelas deficiências nos itens anteriores. A ausência de compatibilização eleva o custo previsto para execução das tarefas e a carência nas especificações dos projetos geram estimativas distorcidas do custo real. Em planejamento da construção aponta-se o curto prazo para análise de projeto e compatibilização como as maiores barreiras do processo, pois só permite que os conflitos entre as disciplinas sejam sanados no decorrer da obra, através de retrabalhos dispendiosos. A instituição ainda apontou o uso do BIM como uma opção de melhoria no desempenho de detalhamento e especificação dos projetos, com boas expectativas para o levantamento de quantitativos e melhor previsão de custos. De acordo com os problemas apresentados pelas empresas, o cenário dos processos aplicados no mercado local é marcado por falta de compatibilização, deficiências de especificações e dificuldades em partilhar informações atualizadas entre projetistas e construtores. Há interesse de adoção do BIM, porém sem encará-lo como processo, sendo necessária a predisposição do mercado para as intervenções demandadas pelo sistema e aplicação do conceito de interoperabilidade sem limitar o sistema ao uso de um determinado software. O uso progressivo do BIM pode auxiliar o mercado nas deficiências de compatibilização, através da produção de modelos paramétricos das variadas disciplinas e a exportação dos projetos em IFC para detecção de interferências em softwares de compatibilização, como Navisworks, Solibri Model Checker ou similares, para que sejam detectados problemas construtivos antes da execução. O modelo de contratação D&B, com forte adesão em obras públicas e privadas nos Estados Unidos, segundo Capuchinho (2010), apresenta-se como alternativa produtiva na mudança para um processo mais integrado e colaborativo, possibilitando intensa parceria entre projetistas e construtores na concepção dos projetos e antecipação dos conflitos da obra. Os maiores entraves na construção civil local não são causados por falta de tecnologia, mas por processos ineficazes. É preciso mudança de mentalidade de todos os envolvidos, para permitir que a tecnologia aperfeiçoe os processos e desenvolva o capital humano. O BIM pode gerar benefícios significativos, mas precisa ser absorvido por um grupo integrado que inverta o foco da obra para o projeto, buscando um produto final de melhor desempenho. 6. Conclusão O diagnóstico das dificuldades na transição do projeto para a construção na cidade analisada é semelhante aos encontrados no resto do país, menor período de tempo dedicado pelas empresas a projeto em relação a outras etapas da construção e compartilhamento de informações limitado, baixa colaboração. O agravante em Maceió está em diversos casos de ausência de compatiblização, por ser uma etapa fundamental e, infelizmente ignorada no cronograma das empresas. A modalidade de contratação Design & Build aliada ao conceito de interoperabilidade do BIM apresenta-se como alternativa para as empresas ou orgãos públicos que desejam provocar mudanças pioneiras de

11 processo. Aproximando clientes, construtores e projetistas antes das etapas de projeto ser concluídas e, com essa integração na concepção, produzir obras com menos custos imprevistos. Outro ponto é o aprofundamento no IFC como formato padrão de comunicação interdisciplinar e, como a compatibilização de projetos não está consolidada no mercado local, é menos dipendioso passar a adotar softwares leitores do formato para colaboração e detecção de interferência. O potencial do BIM em resolução de problemas na indústria da construção civil é convincente e já evoluiu bastante na colaboração e integração de equipes, a tendência é que os grandes empreendimentos não mantenham bom desempenho construtivo no decorrer dos anos, pelo aumento considerável de disciplinas que são acrescentadas às grandes obras, fazendo com que o foco dos cronogramas seja o melhro desenvolvimento dos projetos. É natural que mudanças de processo e cultura de trabalho em um dos setores mais conservadores da cadeia produtiva esbarrem em resitência da parte dos profissionais, mas o BIM precisa ser testado e comparado com o desempenho do processo atual para que seja descartado ou absorvido mercado. Referências AYRES, Cervantes.; SCHEER, Sérgio.; MEIDA, Beatriz de Lemos de.; HILGENBERG, Fabíola Brenner. O uso do BIM pelos profissionais de arquitetura em Curitiba. São Carlos. 2011. AZEVEDO, Orlando José Maravilha de. Metodologia BIM - Building Information Modeling na Direcção Técnica de Obras. Portugal: Universidade do Minho,2009. BUILDING SMART, History. 2016. Disponível em: http://buildingsmart.org/about/aboutbuildingsmart/history/, acessado em: 20/06/2016. CAPUCHINHO, Cristiane. Construção e Mercado, Design & Build. 2010. Disponível em: http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/112/artigo283815-1.aspx acessado em: 10/05/2016. EASTMAN, Chuck.; TEICHOLZ, Paul.; SACKS, Rafael.; LISTON, Kathleen. Manual de BIM. Um guia de modelagem da informação da construção para arquitetos, engenheiros, gerentes, construtores e incorporadores. Porto Alegre: Bookman, 2014. FERREIRA, Tiago de Vasconcelos Gonçalves.; WEBER, Adriana de Oliveira Santos. Análise situacional da implantação do BIM como apoio ao processo de projeto: estudo de caso na cidade de Maceió -. Universidade Federal de Alagoas, 2015. KOWTOWSKI, Doris C. C. K.; MOREIRA, Daniel de Carvalho; PETRECHE, João R. D. ; FABRICIO, Márcio M. O processo de projeto em arquitetura da teoria à tecnologia. São Paulo: Oficina de Textos, 2011. MAIS ENGENHARIA, Softwares BIM para compatibilização de projetos. 2016. Disponível em: http://maisengenharia.altoqi.com.br/bim/softwares-bim-para-compatibilizacao-de-projetos/ acessado em: 16/06/2016.

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