LITERATURA NOS NONOS ANOS: MÉTODOS E OBSTÁCULOS. PALAVRAS-CHAVE ensino de literatura, metodologia, ensino fundamental.

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Transcrição:

13. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ISSN 2238-9113 ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA (x ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA LITERATURA NOS NONOS ANOS: MÉTODOS E OBSTÁCULOS Isabel Cristina Bichinski (isabreak55@hotmail.com) Guilherme Yohan Maia Luz (gui-luz@live.com) Sandra Do Rocio Ferreira Leal (gui-luz@live.com) RESUMO Este artigo visa entender a importância do ensino de literatura no último ano do ensino fundamental, visto que o nono ano pode ser tomado como um preparatório para o ensino médio. Tendo como base os documentos oficiais e outros teóricos relevantes, pretendese refletir a função, a metodologia e os obstáculos presentes nas aulas de literatura. Para isso foram aplicados seis questionários para seis professores da rede estadual de ensino de Ponta Grossa-PR. PALAVRAS-CHAVE ensino de literatura, metodologia, ensino fundamental. Introdução Percebe-se que o tratamento da literatura raramente ocorre da forma natural, progressiva e produtiva, tanto no ensino fundamental, quanto no médio. Este fato foi essencial para a elaboração deste artigo que pretende investigar e analisar como se dá o ensino de literatura na realidade de colégios públicos. Sabe-se que a relação entre a população e a leitura no Brasil torna-se cada vez menos íntima. Grande parte dos alunos que está no ensino fundamental jamais teve contato com um livro. Muitas vezes, estes malogros se estendem ao ensino médio. Diante disso, visa-se a uma pesquisa que investigue as concepções, características e dificuldades de tratamento dos professores e das escolas, relacionados com os conceitos de Literatura e Texto Literário. O nível escolhido para a pesquisa foram os nonos anos, por

13. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 2 serem o último passo do ensino fundamental e preparação para um novo ciclo de estudos. Objetivos Entender a importância do ensino de literatura no último ano do ensino fundamental; Analisar como se dá o ensino de literatura na realidade de colégios públicos; Investigar as concepções, características e dificuldades de tratamento dos professores e das escolas, relacionados com os conceitos de Literatura e Texto Literário. Referencial teórico-metodológico As Diretrizes (2008) entendem a literatura como uma produção humana que está intrinsecamente ligada à vida social. As DCE'S visam o ensino de literatura partindo do pressuposto teórico da Estética da Recepção e Teoria do Efeito. De acordo com os objetivos dessas metodologias o ensino de literatura deveria proporcionar debates, reflexões, senso crítico, indagações e transformações dos horizontes de expectativas, na prática, na escola isso seria possível a partir do Método Recepcional, idealizado por Maria da Glória Bordini e Vera Aguiar, tal método atribui um papel ao leitor, tornando-o sujeito ativo na leitura, aquele que tem voz e questiona as leituras efetuadas. Esse trabalho divide-se em cinco etapas, sendo a primeira determinação do horizonte de expectativa do aluno, em que o professor deve conhecer a realidade do leitor, analisar os níveis e interesses de leitura, a segunda é o atendimento ao horizonte de expectativas, em que se apresentam textos que se aproximem ao conhecimento de mundo e as experiências de leitura. A terceira é a ruptura do horizonte de expectativas, mostra-se ao leitor que nem sempre determinada leitura é o que ele espera (há o distanciamento do senso comum). A quarta etapa seria o questionamento do horizonte de expectativas, ou seja, uma auto-avaliação a partir dos textos. [...] a auto-avaliação passa a ser um instrumento legítimo de registro e controle de ensino, desde concebido como uma reflexão que o aluno faz de sua aprendizagem, tanto em termos daquilo que já aprendeu e como daquilo que não aprendeu e por que não aprendeu. (COSSON, 2014). A última etapa, segundo as DCE'S é a ampliação do horizonte de expectativas, em que o aluno leitor toma consciência das mudanças e aquisições a partir da leitura de textos

13. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 3 literários. As Diretrizes prezam pelo ensino de literatura que qualifique o aluno como leitor sendo ele um co-autor da obra. Um texto pode não ser aceitado passivamente pelos leitores, mas interpretam e fundamentam a partir da experiência individual e cultural. O texto literário não é criado pelo artista, mas é criado na relação estabelecida entre o objeto e o seu receptor/leitor. Antônio Candido (1972) afirma que a literatura é vista como arte que transforma e humaniza o homem e a sociedade em três aspectos: psicológico, formador e social. O primeiro aspecto diz respeito ao que a literatura permite ao homem: a fuga da realidade. O segundo aspecto nos remete a uma função de que a literatura pode formar sujeitos, atuando como instrumento de educação e a função social representa a forma como a literatura pode delinear diversos segmentos da sociedade. Candido nos traz a literatura como um direito, que é indispensável e que humaniza o homem em sua humanidade, defende que as produções literárias de todos os tipos e de todos os níveis satisfazem necessidades básicas do ser humano, ou seja, a literatura satisfaz também a necessidade de conhecer os sentimentos e a sociedade, ajudando-nos a tomar posição em face deles. Verifiquei que a literatura corresponde a uma necessidade universal que deve ser satisfeita sob pena de mutilar a personalidade, porque pelo fato de dar forma (transforma emoção em forma construída) aos sentimentos e à visão do mundo ela nos organiza, nos liberta do caos e portanto nos humaniza, negar a fruição da literatura é mutilar a nossa humanidade. (CÂNDIDO, 1972) De acordo com as DCE S (2008) e Candido (1972), percebe-se a importância fundamental de se trabalhar literatura, principalmente na escola, com uma continuidade. A presente pesquisa possibilitará investigar e analisar o funcionamento do ensino de literatura na escola. À luz dos documentos oficiais do Paraná e do crítico literário Antônio Candido, podese constatar que o ensino de literatura deve ter a funções que permitam ao aluno ver a literatura como algo importante para sua formação, ressalta-se e concorda-se com Candido que a principal função da literatura é humanizar. Jorge Luís Borges (1978) defende que dentre os instrumentos inventados pelo homem, o mais importante e impressionante é o livro. O autor defende que a leitura é essencial à vida e que o livro é uma extensão da memória e da imaginação.

13. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 4 Uma biblioteca é uma espécie de são mágico. Neste salão estão presos os melhores espíritos da humanidade, porém esperam nossa palavra para sair de sua mudez. Temos que abrir livros e então eles despertam. Podemos contar com a companhia dos melhores homens que a humanidade já produziu. (BORGES, 1978) De acordo com DCE's (2008), o objetivo fundamental do ensino de língua materna é desenvolver a competência comunicativa dos usuários da língua. Durante muito tempo, este objetivo era visado como um sistema de codificação e decodificação da língua, mas, com alterações e novas concepções de linguagem, percebe-se a necessidade de promover no espaço de sala de aula o encontro com a diversidade textual, incluindo textos literários. A literatura, segundo as DCE s (2008), liga-se à vida social e apresenta algumas funções na vida dos sujeitos. É transformadora, psicológica, em que há fuga da realidade, formadora, contribuindo para a formação de um sujeito e social quando retrata a sociedade, podendo-se estabelecer relações entre a vida e história que está sendo lida. O texto literário permite múltiplas interpretações, mas não permite qualquer interpretação. Todo texto é constituído de pistas que orientam o leitor (como destacado por Umberto Eco em seu livro ''Seis passos pelos bosques da ficção'' de 1994), que vão preenchendo as lacunas e vão descobrindo, através da junção de suas experiências sociais, ideologias e crenças, o sentido textual. Resultados Através da análise dos questionários, percebe-se que alguns professores não conseguem aprofundar muito o conceito de literatura, ou seguem o que o senso comum diz. Como se pode notar em uma das falas de um dos professores na qual ele deveria dizer o que é literatura, ele diz que ''a literatura sem dúvida é um dos alicerces da cultura brasileira, pois ela tem grande representação histórica e altamente importante para no quesito conhecimento'', e quando perguntado sobre a função da literatura dentro e fora da escola, este professor reconhece que ela é importante em ambas as situações, porque é uma grande vertente do conhecimento, mas o conceito que ele traz é meio vago, sabe-se que a literatura é importante por diversos fatores culturais e históricos e para o conhecimento, mas ele não demonstra aprofundamento do que seria de fato considerado texto literário para ser literatura. Considerações Finais

13. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 5 A análise dos questionários aponta que os professores entrevistados têm concepções um tanto difusas acerca de literatura. A base construída pelo professor para o erguimento de sujeitos leitores competentes está alicerçada em solo lodoso. Também se constata que a maioria dos entrevistados relata dificuldades em motivar o aluno à leitura. É perceptível nas respostas a ideia por parte dos professores que o interesse é algo originário exclusivamente do aluno. É algo como O livro está aqui. É um ótimo livro. Leiam. O artigo trouxe um perfil de professores de Língua Portuguesa que não exatamente se concilia à gama de pressupostos e reflexões feitas pelos documentos e teóricos abordados neste trabalho. Teoricamente, o professor deve concluir sua formação ciente dessas discussões metodológicas e teóricas, de forma que possa aplicá-las no exercício da profissão. Assim, a grande dificuldade que os professores enfrentam, pode ser resultado de um despreparo anterior. As obras trabalhadas seguem as sugestões apontadas pelos programas de disciplina, sustentadas pelos documentos e teóricos citados nestes. Em suma, o problema não está na obra e sim na forma com o professor a aborda. O presente trabalho foi pensado e desenvolvido na disciplina de Estágio Curricular Obrigatório de Língua Portuguesa e Literatura, orientado pela professora Sandra Ferreira Leal em parceria com o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), coordenado pelo professor Paulo Rogério de Almeida, que nos proporcionou conhecimento e interação com a sala de aula, possibilitando a análise do ensino de literatura no ensino fundamental. Referências BAKHTIN, Michail (Volochinov) Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. de Michel Lahude Vara Frateschi: 9 ed, São Paulo: 1999. BORGES, J. L. O livro. Disponível em <http://www.olivro.com/livroport.htm>. Acesso em 25 de jul. de 2014, às 20:30. CANDIDO, A. O direto à literatura. Disponível em <http://culturaemarxismo.files.wordpress.com/2011/10candido-antonio-o-direito> Acesso em 25 de jul. de 2014, às 21:00.

13. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 6 COSSON, R. Letramento literário: teoria e prática. 2ª Ed.,3ª reimpressão. Contexto. São Paulo, 2014. ECO, U. Seis passeios pelos bosques da ficção. SP: Companhia das letras, 1994. GERALDI, J,W. da redação à produção de textos in: chitppini,l. (org). Aprender e ensinar com textos. São Paulo: Cortez, 1997ª, v.1 p. 17-24. JURADO,S. ROJO, R. : A leitura no ensino médio, o que dizem os documentos oficiais?. São Paulo, 2009. LLOSA, M. V. Em defesa do romance. Disponível em <http://revistapiaui.estdao.com.br/edicao-37/questoes-literarias/emdefesadoromance>. Acesso em 25 de jul. de 2014, às 23:00. MARCUSCHI, L,A. Produção Textual: Análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola editorial, 2008. PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica- Língua Portuguesa, Paraná, 2008. TODOROV, T. A literatura em perigo. Rio de Janeiro: DIFEL, 2009.