Saúde do Trabalhador Epidemiologia dos Transtornos Mentais Transtornos mentais decorrentes do trabalho Prof Esp. Enfª Priscila Maria Marcheti Fiorin São responsáveis pelo maior número de dias de afastamento do trabalho. Como não se trata de uma lesão visível ou de um processo físico mensurável, muitas vezes, os pacientes não têm seu sofrimento reconhecido (BRASIL, 2001). Como o Trabalho afeta a Saúde Mental? Como o Trabalho afeta a Saúde Mental? 1) Condições de trabalho Ambiente físico, químico, biológico, condições de higiene e segurança, posto de trabalho. 2) Organização do trabalho Divisão do trabalho; Conteúdo da tarefa; Sistema hierárquico; Relações de trabalho; Questões de responsabilidade. 3) Estrutura temporal: Duração da jornada diária de trabalho; Duração e freqüência das pausas destinadas a descanso/refeições; Regime de horário (diurno, noturno, em turnos alternados e suas escalas); Ritmo (intensidade, monotonia, outras características); Dimensionamento e freqüência de folgas; dias da semana em que ocorrem; Como o Trabalho afeta a Saúde Mental? Principais situações de sofrimento mental 4) Outros fatores que levam ao adoecimento psíquico: A natureza do trabalho (o lidar com a dor, sofrimento, morte); Disponibilidade de álcool e drogas no trabalho; Desemprego; Falta de estabilidade no emprego; Remuneração; Transporte; Periculosidade; Insalubridade; Falta de acompanhamento psicológico. Estresse e Síndrome de Burnout Estados depressivos Efeitos do Trabalho em turno e noturno Transtornos Somatomorfos Transtornos de Pânico e fobias sociais Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) Transtorno de Personalidade Bulemia e Anorexia 1
É qualquer coisa que o deixe tenso, com raiva, sentindo-se frustrado ou infeliz. Na verdade uma pequena quantidade de estresse em nossas vidas, estimula nossa capacidade de vencer. Estresse é um estado de desequilíbrio que, se prolongado conduz a uma doença. Situações que nos levam ao estresse Falecimento de pessoa querida Nascimento Doença Inicio de aulas Separação Casar Perder o emprego Hábito alimentar Mudanças Aposentadoria Empréstimos Mudanças do habito de recreação Mudanças no horário de dormir Férias Pequenas violações da lei. TRABALHO Principais sinais e sintomas pouca concentração boca seca mãos frias e úmidas memória prejudicada náuseas e diarréia irritabilidade cefaléia queda do sistema imunológico dificuldade com o sono tremores fadiga sensação de fraqueza falta de ar tensão palpitação dor muscular sudorese inquietação alopecia Uma das maiores dificuldades, é que ao descobrir um dos sintomas, somos tentados a tratar desse problema como se fosse a doença em si, não admitindo que a causa do estresse. Reação a estresse grave e transtornos da adaptação (CID-10: F 43) Estresse reação do organismo frente a um estimulo aversivo, onde o organismo fica na defensiva. É dividida em três fases: alarme, resistência e de exaustão 2
Fase de alarme a pessoa fica em estado de alerta e o organismo produz mais forças e energias para fazer o que está se exigindo voltando ao seu estado normal após a eliminação do agente estressor. S.S taquicardia, tensão muscular, aumento da pressão arterial, sensação de estar sempre cansado, sudorese, extremidades frias e as pessoas poderão ficar irritáveis. Fase de resistência Quando o agente estressor persiste e há uma adaptação, o organismo busca pelo reequílibrio, ocorrendo um aumento na capacidade de resistência acima do normal; Falta de memória, medo, ansiedade, falta ou excesso de apetite, impotência sexual, isolamento social e nervosismo. Fase de exaustão O organismo não encara mais como adaptação. Nesta fase há uma quebra da resistência e os sintomas são parecidos com a fase de alarme só que com uma intensidade maior, ocorre doenças orgânicas, cansaço extremo, depressão e canseira física incontrolável. QUERO SUMIRRR!!! A enfermagem é uma profissão considerada estressante Quais os fatores que predispõe o estresse na enfermagem É a 4ª profissão que mais causa estresse. O profissional de enfermagem fica em contato com o paciente e sua família por muito mais tempo. Ela exige atendimento integral dos cuidados gerais ao doente, seja ele auxiliando na sua higiene pessoal, alimentação, medicação, conforto, apoio psicológico e espiritual. 3
F 43.1 Transtorno de estresse pós-traumático Este transtorno se desenvolve em pessoas que experimentam estresse físico ou emocional de magnitude suficiente traumática. Acidentes, estupros, guerras, etc. Apresenta repetidas lembranças do trauma sob forma de memórias ou sonhos, medo e evitação que relembrem o ocorrido. Transtorno Somatomorfos (CID-10: F 45) F 45.0 Transtorno de somatização É caracterizada por sintomas físicos, para as quais não se consegue encontrar uma explicação adequada, estando associados a sofrimento psicológico, procurando auxílio em vários profissionais de saúde. Não há anormalidades no exame físico ou laboratorial que justifique o quadro. É 20 vezes mais comum em mulheres e começa no início da fase adulta, sua ocorrência está ligada a um nível social inferior, mas a sua causa é desconhecida. S.S.: náuseas, vômitos, dispnéia, disfagia (dific. de deglutir), flatulência, dores, vertigem, amnésia. As queixas são descritas de um modo dramático, emotivo e exagerado. F 45.4 Transtorno Doloroso Somatomorfo Persistente Presença de dor grave e prolongada, para a qual não há nenhuma explicação médica. A avaliação, não revela patologia orgânica ou mecanismo fisiopatológicos que justifiquem a dor. As queixas mais freqüentes são lombalgias, cefaléias, dor pélvica crônica e dor facial. Transtornos Fóbico-ansiosos (CID-10: F40) F 40.0 Agorafobia Medos de lugares abertos, sair de casa, ou de situações nas qual o socorro imediato não é possível (aviões, elevadores, cinemas, outros). Maioria é do sexo feminino, aparecendo no início da fase adulta, com aproximadamente 0,6% da população apresentando em algum período da sua vida F 40.1 Fobia social É o medo de falar, escrever, comer, ou seja, agir de forma ridícula na frente de outras pessoas. Igual entre homens e mulheres com início na adolescência. Uma característica é a ansiedade antecipatória. O paciente pode viver período sem sintomas mas eles podem reaparecem. alteração do sono, no apetite e na concentração sofrendo antecipadamente com a situação e não melhora com o início da reunião. 4
F 40.2 Fobias específicas Restritas a situações altamente específicas, como: animais, insetos, altura, tempestades, escuro, ambientes fechados, medo de exposição a doenças. O contato com a situação pode provocar um ataque de ansiedade aguda. Pode surgir na infância e permanecer por toda a vida. Outros transtornos Ansiosos (CID-10: F 41) F 41.0 - Transtornos de pânico Ataques de ansiedade aguda e grave, os quais não estão restritos a qualquer situação O 1º ataque é imprevisível, duram de 10 a 30 até 1 hora. O tratamento é realizado apenas se ocorrer prejuízo na qualidade de vida da pessoa. S.S começam de forma crescente dispnéia, sufocamento, palpitações, vertigens, desmaios, tremores, sudorese, desconforto abdominal, ondas de calor e de frio, desconforto no peito, medo de morrer, medo de enlouquecer, parestesia, necessidade de abandonar o local para procurar socorro ou um local mais arejado, preocupações com problemas cardíacos ou respiratórios. F 41.1 Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) É um transtorno crônico de ansiedade, e se caracteriza por preocupações irrealistas ou excessivas, com diversos sintomas somáticos. Não é restrita a uma situação ambiental ou objeto específico. S.S: nervosismo, queixas somáticas, tremores, tensão muscular, sudorese excessiva, palpitações, medo de adoecer, de algum mal acontecer com seus familiares, problemas econômicos, preocupação em relação ao futuro, etc Vou levar todos!! Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) (CID-10: F 42) Pensamentos obsessivos ou atos compulsivos recorrentes. Surge através de alterações do comportamento (rituais ou compulsões, repetições), dos pensamentos (obsessões como preo-cupações excessivas) e das emoções (medo, desconforto, aflição, culpa). Pensamentos obsessivos são idéias, sentimentos ou imagens que entram na mente do indivíduo repetidamente e são acompanhadas de ansiedade e desconforto. O indivíduo não consegue afastá-las de sua mente. preocupação com limpeza e ordem, medo de algo terrível possa acontecer, nº da sorte ou de azar, pensamentos supersticiosos, cores de roupa, datas e horários, palavras, nomes, cenas ou músicas intrusivas e indesejáveis; preocupação em armazenar, poupar, guardar coisas inúteis. 5
Atos ou rituais compulsivos são comportamentos conscientes, como contar objetos. O indivíduo utiliza a compulsão para se ver livre dos pensamentos obsessivos. lavar as mãos, banho, arrumar as coisas, rituais repetidos (girar 03 vezes a chave), tocar em objetos, contar, colecionar, verificar portas, usar somente uma cor de roupa, sentar no mesmo lugar, não pisar nas linhas no chão, colecionar coisas inúteis; compulsões mentais como repetir palavras, números, outros. Mas o que são transtornos alimentares? Fatores socioculturais impõem um ideal de beleza associado ao culto às dietas. O medo da obesidade o uso de dietas milagrosas, exercícios, laxantes, diuréticos e drogas anorexígenas. As são mais vulneráveis, (95%). Afetam cerca de 1% da população entre 18 e 40 anos. Em países desenvolvidos, 93% das e 82% dos estão preocupados com sua aparência. Na adolescência, essa obsessão se transforma num pesadelo. Os jovens se sentem na obrigação de ter corpos perfeitos. crianças cada vez mais cedo. as meninas querem ter o corpo da Barbie ; e os meninos do Batman ou Homem Aranha. Pode torna-los inseguros em relação ao próprio corpo. Freqüentes em sociedades desenvolvidas, onde há abundância de comida. 6
S.S.: medo intenso de ganhar peso, mantendo-o abaixo do valor mínimo normal; pouca ingestão de alimentos e líquidos ou dietas severas; imagem corporal distorcida; sensação de estar gorda quando se está magra; sentimento de culpa por ter comido; hiperatividade e exercício físico excessivo; amenorréia; excessiva sensibilidade ao frio; mudanças no comportamento (irritabilidade, tristeza, insônia). A anoréxica recusa-se a crescer A hospitalização é indicada quando o individuo: perdeu rapidamente 15% ou mais do peso corporal total; com bradicardia persistente, hipotensão, complicações médicas, sentimento suicida, sabotou o tratamento externo, manteve recusa da necessidade de ajuda Bulimia Nervosa (BN) (CID-10 F50.2) O termo bulimia deriva de bous (boi) e limos (fome), sendo então um apetite tão grande capaz de comer um boi Consistem em episódios de compulsão alimentar e métodos compensatórios inadequados para evitar o ganho de peso, Devendo ocorrer, pelo menos 2 vezes por semana há três meses. Sua prevalência é maior em estudantes universitárias (4%). S.S: comer compulsivamente em forma de ataques de fome e as escondidas; preocupação constante em torno da comida e do peso; condutas inapropriadas para compensar a ingestão com o fim de não ganhar peso. Ex: uso excessivo de laxantes, diuréticos e vômitos autoprovocados; erosão do esmalte dentário, podendo levar à perda dos dentes; mudanças no estado emocional, sentimentos de culpa e ódio para si mesma. São pessoas extrovertidas e impulsivas, sexualmente ativos, com traços de personalidade histéricos ou borderline, como também traços obsessivos e cometer roubos (cleptomania), abuso de álcool e drogas, automutilação, outros. Tratamento dos Transtornos Alimentares Abordagem interdisciplinar psiquiatra, psicólogo, nutricionista, médico clínico porque além dos aspectos psicológicos, os hábitos alimentares e os problemas físicos precisam de tratamento. 7