Sustentabilidade na utilização de pastagens

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Transcrição:

Sustentabilidade na utilização de pastagens Daniel Casagrande Olavo Lopes de Sá Dep. Zootecnia / UFLA olavolopesa@yahoo.com.br 1

O que representa as áreas de pastagens no Brasil?

Fome de N e mau manejo nas pastagens brasileiras Déficit anual de N 60 a 125 kg/ha 1º ano 5º ano 10º ano Suprimento inadequado de N tem sido o principal fator responsável por degradação de pastagens em regiões tropicais (Boddey et al., 2004) Caminho da Degradação da Pastagem Andrade et al. (2011)

SEQUESTRO DE CARBONO Aquecimento global Gases de efeito estufa Concentração ppm (v) CO 2 377 x 10 3 Tempo de vida ano Potencial de aquecimento CH 4 1.783 12 18 48 90 N 2 0 319 120 290 68 % do CH 4 antropogênico Pecuária Bovina 4

Metano (CH 4 ) Tabela 1. Emissões de metano por fermentação entérica Tipo de Animal 1990 1994 2000 2005 Participação 2005 Variação 1990-2005 (Mg) (%) Gado 8.004 8.579 9.256 11.129 96,9 39,0 Bovino Gado de 1.198 1.263 1.178 1.371 11,9 14,5 Leite Gado de 6.807 7.316 8.078 9.257 84,9 43,4 Corte Outros 415 416 344 358 3,1-13,7 Animais Total 8.419 8.995 9.559 11.487 100 25 Processo fisiológico de digestão Fonte: Brasil (2010)

Cenário atual Exploração baseada em recursos não renováveis 6

7

Alternativas 8

Objetivo da apresentação Abordar conceitos de sustentabilidade em sistemas produtivos associados a produção de ruminantes sobretudo com foco na utilização de pastagens 9

Socialmente justo Recursos ambientais e culturais SUSTENTABILIDADE Economicamente viável 10

Gargalo: Sistemas sustentáveis possuem um nicho de mercado restrito Viabilidade econômica Requisito para sustentabilidade 11

Em pastagens: Contexto atual favorável à discussão sobre a utilização de leguminosas em pastagens tropicais Economia aberta, preços globalizados, necessidade de atividade competitiva e rentável Pastagens são forma de produzir a custos baixos, além de representarem menores riscos ao meio ambiente, e qualidade dos produtos de origem animal e bem estar Distorção perigosa do conceito de intensificação gerando impactos ambientais negativos como adensamento do solo, erosão, eutrofização etc. Leguminosas como opção racional e eficiente

Aumento de produção (%) Eficiência de utilização dos recursos Lei dos incrementos decrescentes ou Lei de Mitscherlich 100% 5% + 75% 50% O sistema que recebeu menores quantidade de N conseguiu converter com uma eficiência 8 vezes maior, a mesma quantidade de insumo em produto! 25% 40% + 0% 0 100 200 300 400 500 600 Nitrogênio aplicado (kg/ha) Dados de simulação 13

Ganho de peso (GDP) de bovinos em crescimento em pastagem no período da seca, em função consumo diário de suplemento com 24% de PB, sendo que os valores entre parênteses representam o diferencial em quilogramas de suplemento fornecido diariamente dividido pelo diferencial de ganho de peso, em relação ao tratamento anterior (Lana, 2005; Lana et al., 2005). 14

N P K (Kg ha -1 ) 500 400 400 300 313 298 244 200 199 154 100 0 Soja Milho Trigo Arroz Sorgo Feijão Pastagem 8 Consumo médio de nitrogênio, fósforo e potássio, para algumas culturas no Brasil em 2003. Fonte: ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO SETOR DE FERTILIZANTES. São Paulo: ANDA, 2003. 158p.

Agricultura Intensiva A aplicação de fertilizantes contribui com 43% dos 70 milhões de toneladas de nutrientes extraídos pela produção global de grãos. No futuro, a contribuição poderá alcançar a 84%, ou seja, nesse ritmo, a agricultura mundial se tornará cada vez mais dependente de fertilizantes minerais. LOUISE O. FRESCO - IFA/FAO AGRICULTURE CONFERENCE Global Food Security and the Role of Sustainability Fertilization, March 2003. 16

Se todos produtores adubassem pastagens (N) 50 kg N ha -1 (5ª aprox.) Brasil = 170 milhões de ha pastagem 18,9 milhões t de uréia ano -1 Preço Casagrande et al. (2013) 17

Perspectivas para agricultura e para pecuária Aumentar a eficiência dos sistemas de produção Metas de eficiências produtivas serão preconizadas Pressão para reduzir a taxa de abertura de novas áreas demanda crescente por alimentos acordos multilaterais entre países competição por espaço remuneração por qualidade 18

Contribuição das leguminosas em pastagens Aumentar a sustentabilidade do negócio Aumento da longevidade da pastagem Aumento na rentabilidade do negócio Aumento na flexibilização do manejo na fazenda Melhor qualidade da forragem (digestibilidade; consumo) Menor necessidade19de suplementação

Dessa forma, contar com a utilização de recursos que possam dar suporte pra esse desenvolvimento do sistema com um todo é imprescindível. 20

Retorno de P (g ha -1 dia -1 ) Retorno de P via fezes em pastagens de B. decumbens 160 Teixeira (2010) 140 120 100 80 60 40 20 0 1,9 3,2 4,2 Lotação Animal (UA ha -1 ) 21

Pressão de Pastejo altera adição de resíduos g ha -1 dia -1 Retorno de N via urina Retorno de K via urina 1600 1400 1200 1000 800 600 400 200 0 1,9 3,2 4,2 Lotação Animal (UA ha -1 ) em pastagens de B. decumbens Teixeira (2010) 22

A pressão relativa a ineficiência do modelo de exploração agropecuária existe, e, além dela, existe também questões relativas ao aquecimento global. Alguns estudos colocam a pecuária como principal responsável pelos GEE, porém existem ressalvas sobre esses dados e técnicas utilizadas para quantificar essa emissão de gases (Capper, 2009). 23

ESTOQUE GLOBAL DE CARBONO Milhões de Mg de C Atmosfera 700 825 Bioma (plantas + animais) 480 620 Matéria orgânica do solo 2.500 5.000 Lal, 2004 Stevenson & Cole, 1999 Thomas & Asakawa, 1993 24

SEQUESTRO DE CARBONO E CICLAGEM DE NUTRIENTES PASTAGENS TROPICAIS Dimensão 170 milhões de ha 180 milhões de cabeças IBGE (2006) 25

SEQUESTRO DE CARBONO E CICLAGEM DE NUTRIENTES PASTAGENS TROPICAIS Características Baixo Reaproveitamento input nutrientes (reciclagem) por fertilização do nutriente variável Eficiência Baixa Distribuição exportação na recuperação das dos excreções nutrientes. dos nutrientes Aumento na matéria orgânica do solo Retorno Taxa dos de nutrientes liberação nutrientes ao solo do litter Intensidade Excreções de perdas animais Forragem senescente e morta - litter 26

O aumento da produtividade animal e de plantas por unidade de área é o principal fator levado em consideração na agropecuária Segundo Lana (2009), a produtividade por área deve ser levado como único parâmetro definidor das estratégias de manejo quando terra é o fator limitante. Dessa forma, a eficiência de uso dos recursos limitantes, também, deve ser levada em consideração, que incluem ainda a água, os fertilizantes e o petróleo. 27

kg m-2 de C O pasto (fonte de C) para construção da MOS Participação do C pasto no estoque de C-solo (0 a 30 cm) Duas cronossequências Mata P. maximum B. brizantha Bioma Amazônico Ariquemes, Rondônia 3,0 2,0 C1 - Latossolo 30 ± 2,5 % de argila C2 - Argissolo 19 ± 3,1 60 48 61 % do C na MOS 39 35 1,0 15 21 0,0 0 5 10 15 20 Idade da pastagem, ano Adaptado de Morais et al. (1996) 28

% de Carbono Pasto - incontestável fonte para o estoque de C Participação do C pasto no estoque de C -solo (0 a 30 cm) Cronossequência LVAd muito argiloso Bioma Amazônico Altamira, Pará 120 100 80 + 18 % no estoque 30 % de C-pasto C - 18 % C-mata 60 40 C-pasto C-mata 20 - Mata 4 10 15 Idades da pastagem, Anos Adaptado de Bernoux et al. (1999) 29

Profundidade, cm Raiz da leguminosa fonte de C Contribuição da leguminosa para o estoque de C-solo ( 0 a 30 cm) B. Humidicola + D. ovalifolium 9 anos Latossolo Amarelo, Bahia 5 2 an ha -1 an ha -1 % legum. 3 an ha -1 0 10 20 30 2 34-36 % C derivado do D. ovalifolium 3 10-14 4 6-20 0 5 10 15 20 25 30 10 20 30 Adaptado de Tarré et al. (2001)

Ciclagem de Nutrientes Via Serrapilheira Efeito do estabelecimento de Arachis glabrata na concentração de C no solo proveniente da leguminosa Ano Δ C13 2011-20.7 2013-21.9 P <0.001

N fundamental para a estabilização de C no solo A Incremento adição Contribuição de N no acelera teor do de a N decomposição fixado em estádios por leguminosas mais da fração avançados adubos leve de verdes C decomposição (tempo foi o fator turnover pode responsável décadas), resultar mas em pela incremento adicionalmente acumulação de acumulação estabiliza C no solo C em de associado C sistema solos às plantio frações sob florestas direto, pesadas e muito da do MOS C foi (tempo derivado das turnover raízes das décadas) culturas Michel Sisti & et Matzner al. Neff (2004) e al. (2002) Soil & Soil Tillage Nature Biol. Research Biochemi 32

Fatores indutores para adoção de leguminosas Sistemas de produção pecuária: extensivos intensivos (?) Aumento na eficiência do uso de insumos Integração lavoura/pecuária/floresta Mitigação de GEE (FBN como mitigador do uso de recursos finitos) Manejo Leguminosa X Gramínea melhor compreendido 33

Leguminosas forrageiras: na década de 1960 no mundo Solução para pastagens tropicais: baixo nível de nitrogênio nos solos tropicais reduzida qualidade proteica na dieta de ruminantes (Shelton et al. 2005) Experiências com leguminosas no Brasil desde 1940 (Stylosanthes) porém em pastagens, resultados foram mais negativos do que histórias de sucesso por variadas razões.

Persistência das leguminosas Passado 1950-1990 Falta de persistência era o gargalo para o uso de pastos consorciados no Brasil Presente Mais espécies tropicais persistentes do que temperadas Desmodium ovalifolium cv. Itabela Estilosantes Campo Grande Arachis pintoi cvs. Amarillo, Alqueire, Belmonte e Porvenir Arachis glabrata cvs. Arbrook e Florigraze Leucena Guandu Mandarim Valle & Zimmer, 2013

Histórias de insucesso com leguminosas forrageiras uso de genótipos com baixa resistência a doenças, baixa taxa de ressemeadura natural em pastos de gramíneas, manejo animal inadequado (super ou subpastejo) técnicas inadequadas de implantação manutenção de leguminosas em pastagens de solos pobres e ácidos. baixa capacidade gerencial nas propriedades o que impede a adoção de novas tecnologias, especialmente as específicas para o sucesso no uso de leguminosas Principais critérios de avaliação usados para Arachis, Centrosema, Macroptilium, Galactia, Calopogönio, Soja perene e Stylosanthes resistência a pragas e doenças, resistência a geadas e a seca, capacidade de rebrota com e sem adubação. Eram testados solteiros e por no máximo 2 anos

Histórias de sucesso com leguminosas forrageiras na América latina (Shelton et al., 2005) Brasil: Recuperação de áreas degradadas: regionalização no uso! Pueraria phaseoloides (Acre Região Norte): 480 mil ha plantados e 25 t/ano de sementes Arachis pintoi cv Belmonte (Acre Região Norte): 65 mil ha plantados e 100 t/ano material vegetativo Stylosanthes capitata + S. macrocephala cv. Campo Grande (Cerrados do Brasil Central): > 450 mil ha plantados e 500 t/ano sementes Colômbia: Arachis pintoi: 3.000 ha em consórcio com Brachiaria humidicola

Fatores de Sucesso Potencial de persistência da leguminosa Compatibilidade com gramíneas Cultivares adaptadas ao clima e solo do local Disponibilidade de sementes ou mudas

Leguminosas e a produção animal a pasto: crescimento Fixação biológica de N: 2 a 183 kg/ha/ano de N % de N da planta derivado da FBN: 75 % (70-94 %) Uma alternativa à prática da adubação mineral (modesta): sustentabilidade; produtividade Maior estoque de nutrientes no sistema solo-planta e maior velocidade de ciclagem dos mesmos pela qualidade da forragem/dieta e da liteira (sobras) 39

Efeito do estilosantes Mineirão no ganho de peso de novilhas nelore em pastagens recuperadas de B. ruziziensis em um solo franco arenoso sob lotação contínua Parâmetro Mineirão Com Sem Kg/ha/ano 303 190 Diferença 113 kg g/animal/dia Águas 450 (1,4) 406 (1,3) Seca -12 (0,9) -72 (1,2) * Taxa de lotação em UA/ha entre parentesis Vilela et al., 1999. 40

Peso de novilhos Nelore e taxa de lotação em pastagens de B. decumbens consorciada com S. guianensis cv. Mineirão e em pastagens de B. brizantha cv. Marandu suplementadas na seca com banco de proteína (BP) de Mineirão. Planaltina-DF. 50 50 450 40 350 B.brizantha+BPdeMineirão B.decumbens+Mineirão UA/haemB. brizantha+bpdemineirão UA/haemB. decumbens+mineirão 3 2 Pesovivo(kg) 30 250 20 Seca 1Taxadelotação(UA/ha) 150 1415161718192021223242526272829 Chuvas Seca Chuvas Barcellos et al. 2000 Idadedosanimais(meses) 41

Produção de leite em pastagens de capim Estrela Africana (Cynodon nlemfuensis) em monocultivo e consorciado com Arachis pintoi. Produção Estrela Estrela + A. pintoi Incremento (%) 1990 kg/vaca/dia 7,7 b 8,8 a kg/ha/dia* 22,3 25,5 14,3 1991-1992 kg/vaca/dia 9,5 b 10,9 a kg/ha/dia 22,8 25,9 13,6 * Lotação de 2,9 e 2,4 U.A. em 1990 e 1991/1992, respectivamente. Fonte: Adapatado de Gonzalez et al. (1996). 42

100% 80% A B Outras gramíneas 60% 40% Paspalum 20% 0% 92/93 93/94 94/95 95/96 Anos Arachis 92/93 93/94 94/95 95/96 Anos Dinâmica da composição botânica de pastagem consorciada de Paspalum atratum cv. Pojuca consorciado com Arachis pintoi, submetida a níveis de oferta baixo (B=5,93 % ± 0,44) e alto (A=12,60% ± 3,90) Barcellos et al. (1997) 43

Capim-marandu x Arachis pintoi Lopes de Sá, 2013

Antagonismo entre oferecer leguminosa para ser consumida pelo animal ou ser utilizada para ciclagem 47

48

N da Serrapilheira/ N da excreta N-litter / N-excreta Pressão de Pastejo altera forma de retorno de nutrientes 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Pasture Utilization Rate (%) Taxa de utilização de forragem na pastagem(%) 49 Thomas (1992)

Ciclagem de Nutrientes Via Serrapilheira Pastagem Contribuição estimada de N kg N ha -1 ano -1 Concentração média de N na liteira g N kg -1 B. humidicola 93 6.1 B. humidicola + D. ovaliflorium Adaptado de Cantarutti et al. (2002) 135 8.5

Capacidade de suporte (UA/ha/ano) Leguminosa vs. Adubação nitrogenada 1.40 1.20 1.00 0.80 0.60 0.40 0.20 0.00 Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 CENÁRIO 1: Sem adubação CENÁRIO 2: Adubação por 1 ano CENÁRIO 3: Adubação anual (100 kg N/ha/ano) CENÁRIO 4: Introdução de leguminosa (fixação de 60 kg N/ha/ano) Lira et al. (2006) 51

Considerações finais Necessidade de aumentar a produção agropecuária no país de forma sustentável Priorizar entrada de recursos no ambiente por meio de sistemas biológicos Sistemas produtivos devem ser utilizados como maior eficiência e devem ser melhor explorados 52

Na COP-15, realizada pela UNFCCC Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, o governo brasileiro divulgou o compromisso de redução das emissões até 2020, entre 36,1% e 38,9%, deixando de emitir 1 bilhão de ton CO 2 equivalente (t CO 2 eq). Para tanto, será implementado um programa de ações voluntárias. 1) Reduzir em 80% a taxa de desmatamento na Amazônia e em 40% no Cerrado (redução de emissões de 669 milhões de t CO 2 eq). 2) Adotar intensivamente na agricultura a recuperação de pastagens degradadas; promover integração lavoura-pecuária-floresta; ampliar plantio direto e fixação biológica de nitrogênio (corte de emissões 133 a 166 milhões t CO 2 eq). 3) Ampliar a eficiência energética, uso de bicombustíveis, oferta de hidrelétricas e fontes alternativas de biomassa, eólicas, pequenas centrais hidrelétricas, e uso de carvão de florestas plantadas na siderurgia (redução em emissões entre 174 a 217 milhões toneladas de CO 2 eq). 53

Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura Objetivo Geral: Garantir o aperfeiçoamento contínuo e sustentado das práticas de manejo que reduzam a emissão dos gases de efeito estufa. Adicionalmente, também aumentem a fixação atmosférica de CO 2 na vegetação e no solo dos setores da agricultura brasileira. Objetivos Específicos: Cumprir os compromissos assumidos voluntariamente na COP 15; Promover esforços para se obter o desmatamento ilegal zero; Incentivar arranjos produtivos favoráveis que assegurem a redução de emissões de gases de efeito estufa, enquanto elevem simultaneamente a renda dos produtores, sobretudo com a expansão de melhores práticas; Incentivar os estudos de adaptação de plantas no Brasil aos novos cenários de aquecimento com sustentabilidade na produção de alimentos nos próximos 10 anos. 54

Obrigado Obrigado 55