PADRÕES DE CERTIFICAÇÃO LIFE. Versão 3.0 Brasil Português. LIFE-BR-CS-3.0-Português (NOVEMBRO/2014)



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Transcrição:

LIFE-BR-CS-3.0-Português Versão 3.0 Brasil Português (NOVEMBRO/2014) Próxima revisão planejada para: 2017

2 OBJETIVO A partir das Premissas LIFE, definir os Princípios, critérios e respectivos indicadores que visam incorporar a biodiversidade nas práticas empresariais de gestão ambiental, alinhados com os objetivos da Convenção da Diversidade Biológica (ONU): conservação da biodiversidade, uso sustentável e repartição justa e equitativa de benefícios. APLICAÇÃO Este documento aplica-se às organizações em fase de diagnóstico, preparação para a Certificação LIFE e processos formais de auditoria. Este documento torna-se efetivo noventa dias após a data de sua publicação. APROVAÇÃO Documento aprovado pelo Conselho Diretor do Instituto LIFE em novembro de 2014. Direitos reservados pela lei de direitos autorais no Brasil e no Exterior segundo os termos definidos nas legislações brasileira e estrangeira pertinente ao assunto. Qualquer forma de reprodução deste documento ou parte de seu conteúdo necessita de permissão expressa escrita pelo Instituto LIFE. Sede Instituto LIFE Rua Victor Benato, 210 Bosque Zaninelli, UNILIVRE, Pilarzinho CEP: 82120-110 Curitiba PR Tel: +55 41 3253-7884 faleconosco@institutolife.org www.institutolife.org

3 CONTEÚDO 1. INTRODUÇÃO... 4 2. INTERPRETAÇÃO E USO DO DOCUMENTO... 5 3. PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E INDICADORES... 6 PRINCÍPIO 1 RESPONSABILIDADE COMUM... 6 PRINCÍPIO 2 RESPEITO À LEGISLAÇÃO, ACORDOS, TRATADOS E PROGRAMAS INTERNACIONAIS... 7 PRINCÍPIO 3 CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE COMO AÇÃO DE ADICIONALIDADE... 9 PRINCÍPIO 4 INTERAÇÃO ENTRE BIODIVERSIDADE, BEM-ESTAR HUMANO E NEGÓCIOS... 10 PRINCÍPIO 5 PRIORIDADE E COMPLEMENTARIDADE ENTRE A GESTÃO AMBIENTAL E COMPENSAÇÃO DOS IMPACTOS NEGATIVOS À BIODIVERSIDADE... 11 PRINCÍPIO 6 CIÊNCIA E CONHECIMENTO TRADICIONAL... 13 PRINCÍPIO 7 REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS DERIVADOS DO ACESSO A RECURSOS GENÉTICOS DA BIODIVERSIDADE E/OU AO CONHECIMENTO TRADICIONAL ASSOCIADO... 15 PRINCÍPIO 8 MONITORAMENTO E MELHORIA CONTÍNUA... 15 4. GLOSSÁRIO E REFERÊNCIAS... 17

4 1. INTRODUÇÃO A Certificação LIFE, regida pelos Padrões LIFE, surgiu da necessidade de se destacar a estreita relação entre conservação da biodiversidade, manutenção da qualidade de vida, bem-estar humano e a sustentabilidade de qualquer organização. Práticas de conservação da biodiversidade, no âmbito da Certificação LIFE, são entendidas como ações que contribuem para a manutenção do patrimônio natural, seus ecossistemas e espécies nativas, e que devem ser realizadas pelas organizações de forma proporcional aos seus impactos negativos sobre os recursos naturais. Qualquer organização apresenta dependência dos recursos da biodiversidade, independentemente do seu setor ou do porte da atividade. Essas características, porém, porte e setor, determinam a quantidade e a severidade dos impactos negativos à biodiversidade, que devem ser compensados nesta proporção. Assim, a Metodologia de Certificação LIFE utilizada para a avaliação das organizações considera uma abordagem mista, composta por uma etapa qualitativa e uma etapa quantitativa. A abordagem qualitativa tem como base os Padrões de Certificação, seus Princípios e Critérios apresentados neste documento, e referem-se aos requisitos da gestão organizacional relacionados à biodiversidade. A abordagem quantitativa é aplicada paralelamente à avaliação destes Padrões e define o desempenho mínimo a ser obtido em ações de conservação e as diferentes alternativas para que a organização a ser certificada comprove este desempenho. Sua aplicação é detalhada nos documentos LIFE-BR-TG01 e LIFE-BR-TG02.

5 2. INTERPRETAÇÃO E USO DO DOCUMENTO Este documento apresenta os Princípios, Critérios, indicadores e verificadores da Certificação LIFE, sendo: Princípio: uma questão que fundamenta o conceito de Certificação LIFE a partir de suas Premissas; Critério: descrição de uma forma de atendimento de um Princípio; Indicador: informação vinculada ao atendimento de um Critério; Verificador: exemplos de registros do atendimento de um indicador. A numeração deste documento obedece à seguinte hierarquia: Princípios, Critérios, indicadores e verificadores, no seguinte formato: Pn.Cn.in.vn, onde n refere-se ao número sequencial (P1.C1.i1.v1: Princípio 1, Critério 1, indicador 1, verificador 1). Todos os indicadores em destaque nas caixas são essenciais e seu atendimento é obrigatório (LIFE- IN-MP02). As Premissas de Certificação LIFE (LIFE-IN-CP) resultam em 8 Princípios, a saber: Princípio 1: Responsabilidade comum; Princípio 2: Respeito à legislação, acordos, tratados e programas internacionais; Princípio 3: Conservação da biodiversidade como ação de adicionalidade; Princípio 4: Interação entre biodiversidade, bem-estar humano e negócios; Princípio 5: Prioridade e complementaridade entre a gestão ambiental e compensação dos impactos negativos à biodiversidade; Princípio 6: Ciência e conhecimento tradicional;

6 Princípio 7: Repartição de benefícios derivados do acesso a recursos genéticos da biodiversidade e/ou ao conhecimento tradicional associado; Princípio 8: Monitoramento e melhoria contínua. O cumprimento dos Padrões LIFE está condicionado ao atendimento de todos os Princípios, Critérios e indicadores aplicáveis à organização auditada, sendo permitido o atendimento de um mínimo de 70% no Ano Zero de Certificação, desde que 100% dos indicadores essenciais sejam cumpridos. Para maiores detalhes consultar o documento LIFE-IN-MP02. Um Princípio é considerado cumprido quando todos os critérios aplicáveis à organização forem atendidos. Um Critério é considerado atendido quando os indicadores aplicáveis estiverem conformes. 3. PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E INDICADORES PRINCÍPIO 1 RESPONSABILIDADE COMUM A organização deve atuar efetivamente na conservação da biodiversidade, bem comum de responsabilidade de todos, independentemente se pessoas físicas ou jurídicas, privadas ou públicas, em seu uso direto ou indireto. P1.C1 A conservação da biodiversidade é parte integrante da gestão ambiental da organização. P1.C1.i1 - Política Ambiental ou Termo de Compromisso considerando a conservação da biodiversidade como componente fundamental da gestão ambiental. P1.C1.i2 - Inclusão do tema biodiversidade nos programas, objetivos e metas de gestão ambiental da organização.

7 P1.C1.i2.v1 - Resultados de gestão ambiental vinculados à biodiversidade 1. P1.C1.i3 - Informação ou divulgação às partes interessadas sobre o compromisso da organização no desenvolvimento de ações para a conservação da biodiversidade. P1.C2 A organização atua de forma responsável junto aos seus fornecedores de bens e serviços e/ou clientes para evitar a promoção, apoio ou financiamento de ações que contribuam para a perda da biodiversidade 2. P1.C2.i1 Mapeamento de fornecedores de bens e serviços e/ou clientes. P1.C2.i2 - Avaliação e classificação dos seus impactos negativos à biodiversidade, considerando a rastreabilidade das suas cadeias de suprimentos. P1.C2.i3 Política de compra e venda considerando a seleção de fornecedores de bens e serviços e/ou clientes, priorizando aqueles com menor impacto negativo à biodiversidade. P1.C2.i3.v1 Política de compra prevendo a realização de auditorias, controle de rastreabilidade e/ou exigência de certificações de boas práticas da cadeia de valor. PRINCÍPIO 2 RESPEITO À LEGISLAÇÃO, ACORDOS, TRATADOS E PROGRAMAS INTERNACIONAIS A organização, seja de qualquer natureza, porte ou setor deve atender a legislação vigente aplicável às suas atividades, assim como respeitar os Tratados Internacionais e Acordos assinados pelo país onde opera. 1 Pontuáveis no Grupo IV do LIFE-BR-TG02. 2 Verificar detalhes no documento LIFE-RD-002.

8 P2.C1 A organização deve comprovar o atendimento à legislação pertinente ao seu empreendimento 3 e às unidades executoras das ações em conservação da biodiversidade, quando estas não forem realizadas diretamente pela mesma 4. P2.C1.i1 - Licenças para funcionamento, implantação, operação, produção, extração ou manejo. P2.C1.i2 - Licenças especiais para captação e tratamento de água. P2.C1.i3 - Comprovação de atendimento a pendências jurídicas. P2.C1.i4 - Comprovação de legalidade fiscal e tributária. P2.C1.i5 - Comprovação de legalidade trabalhista. P2.C1.i6 - Registros de atendimento legal relacionados às ações de conservação da biodiversidade realizadas de forma direta ou através de apoio a Organizações Governamentais e Não Governamentais. P2.C1.i7 Registros de atendimento legal relacionados às questões jurídicas da organização que realiza as ações para conservação e/ou uso sustentável da biodiversidade. P2.C1.i8 - Evidências de conhecimento, registro e avaliação dos desdobramentos de Acordos e Tratados internacionais relativos à conservação da biodiversidade, aplicáveis à organização. 3 Para processos de regularização de pendências legais serão avaliados os Termos de Ajustamento de Conduta ou documentos similares, e seu atendimento. 4 Evidências mínimas de atendimento à legislação ambiental, trabalhista e tributária no Brasil encontram-se no Documento de Referência 001 (LIFE-BR-RD001).

9 P2.C1.i9 - Conformidade legal relacionada ao acesso a recursos genéticos, conhecimento tradicional e repartição de benefícios. PRINCÍPIO 3 CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE COMO AÇÃO DE ADICIONALIDADE A organização deve: identificar, realizar ou apoiar, e monitorar ações para a conservação da biodiversidade, adicionais ao exigido por lei. P3.C1 A organização deve comprovar que as ações para a conservação da biodiversidade, pontuadas para a Certificação LIFE, não são resultado de exigências legais. P3.C1.i1 - Lista das ações realizadas ou apoiadas para a conservação da biodiversidade, indicando quais são decorrentes de exigência legal. P3.C1.i1.v1 - Informações relativas ao atendimento de pendências jurídicas e seus encaminhamentos, quando aplicáveis. P3.C2 Empreendimentos 5 que impliquem a conversão/supressão de áreas naturais bem conservadas, de ecossistemas naturais íntegros, primários ou em estágio avançado de recuperação, após julho de 2009 6, só serão certificáveis se: A área convertida/suprimida for compensada com áreas protegidas de uso indireto, no mesmo bioma e ecorregião terrestre ou marinha, não vinculada ao exigido pelo licenciamento, com área no mínimo três vezes maior e limitada a um mínimo de 200 hectares. 5 Considera-se como empreendimento, em P3.C2 e em P3.C3, tanto as instalações em fase de implantação, bem como a expansão de instalações já implantadas. 6 Data de lançamento público da Certificação LIFE.

10 P3.C3 Empreendimentos que impliquem conversão/supressão de áreas naturais alteradas, em estágio inicial ou médio de recuperação, após julho de 2009, acima de 50 hectares, só serão certificáveis se: A área convertida/suprimida for compensada com área protegida de uso indireto no mínimo duas vezes maior, no mesmo bioma, não vinculada ao exigido pelo licenciamento e limitada a um mínimo de 200 hectares; ou A área convertida/suprimida for compensada com a recuperação/restauração de uma área no mínimo quatro vezes maior, no mesmo bioma e ecorregião terrestre ou marinha, não vinculada ao exigido pelo licenciamento, limitada a um mínimo de 400 hectares. PRINCÍPIO 4 INTERAÇÃO ENTRE BIODIVERSIDADE, BEM-ESTAR HUMANO E NEGÓCIOS A organização deve atuar considerando que a conservação e o uso sustentável da biodiversidade estão sempre associados ao bem-estar humano, individual e coletivo, e à sustentabilidade da organização. P4.C1 A organização reconhece e transmite aos seus colaboradores a relação, direta ou indireta, entre conservação da biodiversidade e bem-estar humano em todos os seus níveis, como alimentação, saúde, educação, lazer, cultura, moradia, transporte, segurança, etc. P4.C1.i1 - A organização implementa programa de educação ambiental para o público interno que aborda as interações entre biodiversidade, conservação, qualidade de vida e bem-estar humano. P4.C1.i2 - São consideradas nas ações de conservação e de uso sustentável da biodiversidade, pontuadas para a Certificação LIFE, o bem-estar das comunidades locais envolvidas e o respeito à sua cultura.

11 P4.C2 A organização reconhece a relação, direta ou indireta, entre conservação da biodiversidade e a sustentabilidade de suas operações. P4.C2.i1 - Mapeamento dos seus processos e sua interação com a biodiversidade. PRINCÍPIO 5 PRIORIDADE E COMPLEMENTARIDADE ENTRE A GESTÃO AMBIENTAL E COMPENSAÇÃO DOS IMPACTOS NEGATIVOS À BIODIVERSIDADE A organização deve respeitar a seguinte hierarquia de gestão dos impactos negativos à biodiversidade: primeiramente evitar a geração de impactos, minimizar os impactos ambientais não evitáveis, recuperar os danos ocasionados pelos impactos realizados, e então compensar aqueles impactos residuais. P5.C1 A organização deve possuir levantamento dos impactos negativos de suas operações, incluindo aquelas realizadas por parceiros ou prestadores de serviço em sua área física de atuação ou gestão. P5.C1.i1 - Matriz ou lista de aspectos e impactos negativos à biodiversidade, atualizada, considerando a sua classificação por ordem de significância. P5.C1.i2 - Levantamento dos impactos negativos à biodiversidade para o desenvolvimento de novos produtos, processos ou tecnologias. P5.C2 A organização deve apresentar evidências de controles operacionais dos aspectos ambientais considerados significativos, de forma a evitar, minimizar, recuperar e compensar os seus impactos negativos, nesta ordem de prioridade.

12 P5.C2.i1 - Existência de plano de emergência para atendimento de desastres ambientais. P5.C2.i2 - Registros de treinamento para prevenção de impactos negativos. P5.C2.i3 - Conteúdo dos procedimentos operacionais. P5.C3 A organização deve realizar avaliação quantitativa dos aspectos ambientais: consumo de água, utilização de energia, geração de resíduos e emissão de gases de efeito estufa. P5.C3.i1 - Registro quantitativo dos aspectos ambientais no exercício anterior conforme especificações técnicas do Instituto LIFE. P5.C4 A organização deve possuir programas/planos de ações para a minimização e recuperação de passivos ambientais. P5.C4.i1 - Programa de recuperação de áreas degradadas implementado. P5.C4.i2 - Destinação adequada de resíduos. P5.C4.i3 - Tratamento de efluentes. P5.C5 A organização deve realizar procedimentos e/ou ações que estimulem a mudança de processos e a implantação de novas práticas visando à conservação da biodiversidade. P5.C5.i1 Registros que demonstrem a ecoeficiência dos processos e a tecnologia ambiental adotada.

13 P5.C5.i1.v1 - Consumo de energia, água, matéria-prima por unidade produzida. P5.C5.i1.v2 - Emissão de gases de efeito estufa por unidade produzida. P5.C5.i1.v3 - Geração de resíduos por unidade produzida. P5.C5.i1.v4 Substituição de matéria-prima, insumo ou equipamento com o objetivo de evitar ou reduzir os impactos negativos à biodiversidade. PRINCÍPIO 6 CIÊNCIA E CONHECIMENTO TRADICIONAL A organização deve promover ações para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade sempre fundamentada pela ciência 7, considerando a contribuição dos conhecimentos tradicionais associados aplicáveis. P6.C1 As ações de conservação e de uso sustentável da biodiversidade são planejadas, selecionadas, priorizadas e desenvolvidas considerando informações e metodologias científicas, e o conhecimento tradicional associado aplicável. P6.C1.i1 - Os projetos de pesquisa realizados como ações para a conservação da biodiversidade seguem metodologia reconhecida ou justificada cientificamente. P6.C1.i2 - A organização considera como critério para as suas ações de conservação e uso sustentável da biodiversidade informações de pesquisa disponíveis sobre a região onde estas ações são desenvolvidas. 7 Considera-se como resultado, critério ou indicador científico aquela informação reconhecida por organismos competentes nacionalmente e/ou internacionalmente.

14 P6.C1.i2.v1 - Dados sobre as principais causas de degradação ambiental e da perda da biodiversidade local, como exemplo, incêndios, inundações, caça e pesca. P6.C1.i2.v2 - Dados históricos e culturais que comprovem práticas de conservação e uso sustentável da biodiversidade. P6.C1.i2.v3 - Análise de dados científicos sobre a sustentabilidade do uso dos recursos da biodiversidade. P6.C1.i2.v4 - Análise de dados científicos sobre a biodiversidade da região onde as ações de conservação são desenvolvidas. P6.C2 A organização, na análise de resultados de ações de conservação e uso sustentável da biodiversidade, considera a comparação com dados oficiais fundamentados cientificamente e em conhecimentos tradicionais associados, quando aplicáveis. P6.C2.i1 - Os resultados dos projetos de conservação e de uso sustentável da biodiversidade são avaliados e monitorados visando ao atendimento de seus objetivos. P6.C2.i2 - A análise e monitoramento dos resultados dos projetos de conservação e de uso sustentável da biodiversidade considera dados de projetos similares e do conhecimento tradicional associado, quando aplicável, fundamentados cientificamente. P6.C3 A organização compartilha as informações geradas por pesquisas e implantação de práticas eficazes para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade.

15 P6.C3.i1 - Relatórios, publicações e informativos disponíveis gratuitamente em meio impresso ou digital. P6.C3.i2 - Mecanismos de acesso ou transferência de tecnologias sociais resultantes de ações e projetos para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade. PRINCÍPIO 7 REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS DERIVADOS DO ACESSO A RECURSOS GENÉTICOS DA BIODIVERSIDADE E/OU AO CONHECIMENTO TRADICIONAL ASSOCIADO A organização deve repartir justa e equitativamente os benefícios derivados do acesso a recursos genéticos da biodiversidade e/ou conhecimento tradicional associado, em conformidade com a legislação local ou, em caso de ausência de legislação específica, em conformidade com o Protocolo de Nagoya (CDB), independentemente da adesão do país ao Protocolo. P7.C1 A organização deve apresentar evidências da repartição de benefícios, quando aplicável e em conformidade com este princípio. P7.C1.i1- Evidências de repartição de benefícios monetários e/ou não-monetários, conforme legislação local ou qualquer uma das possibilidades listadas no Anexo do Protocolo de Nagoya. PRINCÍPIO 8 MONITORAMENTO E MELHORIA CONTÍNUA A organização, considerando o setor e o porte de suas atividades, deve monitorar os seus impactos ambientais negativos, assim como suas ações de conservação, promovendo a melhoria contínua da sua gestão ambiental focada em biodiversidade.

16 P8.C1 A organização demonstra monitoramento e/ou ações de melhoria da gestão ambiental que evitem, reduzam, recuperem e/ou minimizem seus impactos ambientais negativos. P8.C1.i1 - Planejamento ambiental anual, contendo objetivos, metas e programas da organização. P8.C1.i2 - Monitoramento dos resultados, melhorias no desempenho ambiental ao longo do tempo e comprometimento com a melhoria contínua. P8.C1.i2.v1 - Demonstração de melhoria nos resultados do Valor Estimado de Impacto à Biodiversidade (VEIB). P8.C2 A organização demonstra monitoramento das ações e/ou melhoria nos resultados das ações realizadas e/ou apoiadas para a conservação da biodiversidade. P8.C2.i1 - Programa com objetivos e metas das ações realizadas e/ou apoiadas para a conservação da biodiversidade. P8.C2.i1.v1 - Indicadores de monitoramento das ações realizadas e/ou apoiadas para a conservação da biodiversidade.

17 4. GLOSSÁRIO E REFERÊNCIAS O Glossário e as Referências da Certificação LIFE encontram-se no documento LIFE-BR-GL-2.0.