PONTO 1: Controle de Constitucionalidade 1. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Documentos relacionados
DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL AUDITOR FISCAL DO TRABALHO Professor: Cibele Fernandes Dias Aulas: Aulas 17 a 20

SÚMULA VINCULANTE. Sessão da tarde Professora Bruna Vieira

PROPOSTA DE SÚMULA VINCULANTE N. 69

1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO SISTEMA BRASILEIRO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE:

ARTIGO: O controle incidental e o controle abstrato de normas

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO Processual CIVIL

HERMENÊUTICA. Elementos de interpretação tradicionais. Princípios de interpretação constitucional

Professor Otávio Piva

CONTROLE ABSTRATO Parte II. Jurisdição Constitucional Profª Marianne Rios Martins

) Conforme entendimento doutrinário, jurisprudencial e legislativ o cabe ação direta de inconstitucionalidade de: Exceto.

CONTROLE ABSTRATO. Jurisdição Constitucional Profª Marianne Rios Martins

Aula 04 CONTROLE DIFUSO ANÁLISE TEÓRICA

Direito Processual Penal

PROVA DAS DISCIPLINAS CORRELATAS DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE

CARLOS MENDONÇA DIREITO CONSTITUCIONAL

IRDR INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS IRDR IRDR IRDR 27/10/2016

DIREITO CONSTITUCIONAL CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Decisões do STF: efeitos vinculantes, efeitos expansivos e o CPC/2015

Sumário PROPOSTA DA COLEÇÃO LEIS ESPECIAIS PARA CONCURSOS... 15

DIREITO CONSTITUCIONAL E DIREITOS HUMANOS - DPU 1. CONTROLE REPRESSIVO PELO PODER LEGISLATIVO

DIREITO CONSTITUCIONAL

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. Controle de Constitucionalidade CESGRANRIO

Sumário. Proposta da Coleção Leis Especiais para Concursos Capítulo I

0 % das questões (0 de 20)

CAPÍTULO 1: NOTAS INTRODUTÓRIAS...1

CONTROLE DIFUSO. Jurisdição Constitucional Profª Marianne Rios Martins

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

PROF. RAUL DE MELLO FRANCO JR. UNIARA

Controle de Constitucionalidade. - Busca retirar do ordenamento jurídico lei ou ato normativo viciado (formal ou materialmente)

Polo ativo: uma das pessoas públicas ou privadas prevista no art. 103 da CF. Presidente da República. Mesa do Senado Federal

Bem Vindo a mais um CURSO da

PROF. JEFERSON PEDRO DA COSTA CURSO: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Considerando inexistirem regras específicas para regulamentar a aposentadoria especial do servidor público, o ocupante de cargo efetivo na

A lei alterou de certa forma a aplicação dos embargos infringentes, passando o CPC a dispor:

Controle de Constitucionalidade

a) V, F, V, V. b) F, V, V, V. c) V, V, F, F. d) V, V, F, V. Dica: Aula 01 e Apostila 01 FIXAÇÃO

CASOTECA DIREITO GV PRODUÇÃO DE CASOS 2011


LEI Nº 9.868, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1999

TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica. BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE AS SÚMULAS VINCULANTES N os 7, 8, 9 E 10 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF)

Aula 07 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. De forma geral, as características da ação direta de inconstitucionalidade são:

@profluisalberto.

AÇÃO DECLATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE. Jurisdição Constitucional Profª Marianne Rios Martins

ADIn genérica Material para acompanhamento de aulas, Professor Luiz Marcello de Almeida Pereira

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Polo ativo: uma das pessoas públicas ou privadas prevista no art. 103 da CF. Presidente da República. Mesa do Senado Federal

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Prefácio Nota do autor Parte I Introdução ao controle

Controle da Constitucionalidade

Direitos Fundamentais e Controle de Constitucionalidade

RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL - PEÇA PRÁTICA

Recurso Especial e Recurso Extraordinário

Direito Constitucional Procurador Legislativo 1ª fase

Como pensa o examinador em provas para a Magistratura do TJ-RS? MAPEAMENTO DAS PROVAS - DEMONSTRAÇÃO -

CPC/73 A

RECURSOS ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO

Direito Constitucional III

DIREITO CONSTITUCIONAL

Havendo Juiz convocado, os processos ser-lhes-ão distribuídos na mesma ordem em que seriam para o Desembargador afastado art. 89, 2º.

PRECEDENTES NO CPC João Eberhardt Francisco

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA. Aula n. 79 Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde Recursos nas ações em Direito Médico e da Saúde

CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE. O controle de constitucionalidade difuso está presente no ordenamento jurídico

Presidência da República

decisões definitivas de mérito Supremo Tribunal Federal

DIREITO PROCESSUAL PENAL

Direito Processual Civil. Recurso Especial e Extraordinário

A CASA DO SIMULADO DESAFIO QUESTÕES MINISSIMULADO 11/360

QUESTÕES OAB SEGUNDA FASE CONSTITUCIONAL BLOCO I CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Recurso ordinário constitucional

Dos Processos de Competência Originária dos Tribunais

Controle da Constitucionalidade

AULA 09. Conteúdo da aula: Controle de Constitucionalidade (cont.). Ação direta de inconstitucionalidade.

Aula 10. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: TEORIA GERAL (continuação)

PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PÚBLICO. DIREITO CONSTITUCIONAL Aula 6. Profª. Bruna Vieira

Meios de impugnação dos provimentos jurisdicionais CORREIÇÃO PARCIAL

05/12/2016

Direito Processual Civil

LIMITES DE ATUAÇÃO DO CARF

2. O Supremo Tribunal Federal: cúpula do Poder Judiciário e Corte Constitucional PARTE I EFICÁCIA DAS DECISÕES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

CONTROLE ASPECTOS DE UMA JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL: UMA DISPUTA DE PARADIGMAS TEORIA GERAL DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE...

AULA 10. Petição inicial. Amicus Curae Rejeição da PI Agravo Regimental (pode entrar até o pedido de inclusão de pauta Provido Não provido: arquivo

O STF e o Direito à Vida: onde começa e onde termina? "Preparando-se para a ADPF 54: considerações elementares sobre a ADPF" Prof.

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITOS COLETIVOS E CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE II. Professor Juliano Napoleão

DIREITO CONSTITUCIONAL

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO E EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA

Direito Constitucional

Quesito avaliado. 5. Fundamentos: Cabimento do recurso: art. 102, III, a e foi interposto tempestivamente (art. 508 do CPC) (0,30);

AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE PEÇA PRÁTICA

A PADRONIZAÇÃO DE JULGAMENTOS. Repercussão Geral / Casos Repetitivos. Prof. Saul Tourinho Leal

Aula 36 PODER JUDICIÁRIO. Os Juizados especiais cíveis têm competência para as causas de menor complexidade.

A CONSTITUCIONALIDADE DAS ALTERAÇÕES NA JURISPRUDÊNCIA APÓS A REFORMA TRABALHISTA

DIREITO CONSTITUCIONAL

Matérias previdenciárias no Supremo Tribunal Federal: como chegar e como atuar

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

Transcrição:

1 DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL PONTO 1: Controle de Constitucionalidade 1. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 1.1 CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE, INDIRETO, JUDICIAL, SUBJETIVO, CONCRETO, INCIDENTAL ou VIA DE DEFESA Foi o primeiro controle de constitucionalidade brasileiro, ingressou através da CF de 1891 (Rui Barbosa). Difuso, pois qualquer juízo ou Tribunal poderá exercer esse controle. No caso concreto, o juiz pode afastar a incidência de determinada norma inconstitucional. Incidental, pois antes de enfrentar o pedido principal, deve resolver a inconstitucionalidade. No caso concreto, surge a dúvida sobre a constitucionalidade ou não da norma que ampara o pedido principal. Se o juiz a entender constitucional, irá aplicá-la ao caso concreto. Se entender que agride a constituição, irá afastá-la do caso concreto. Assim, o juiz, mesmo de ofício, dirá se aplica ou não a norma. Qualquer juiz (estadual, federal, juizado especial, justiça militar), no caso concreto, independentemente da matéria ou do pedido, poderá afastar a incidência da norma que entender inconstitucional. Nos Tribunais essa declaração também é possível, mas deve ser observado o art. 97 da CF RESERVA DE PLENÁRIO: por maioria absoluta, ou seja, os órgãos fracionados não podem declarar a inconstitucionalidade, visando a segurança jurídica. Não haverá a necessidade do incidente de constitucionalidade se o órgão fracionário entender que a norma é constitucional, apenas se ela for inconstitucional. Alguns tribunais implicitamente declaravam a inconstitucionalidade simplesmente não aplicando a norma, deste fato adveio a súmula vinculante nº 10: "Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta a sua incidência no todo ou em parte." O princípio da Reserva de Plenário vincula todos os membros daquele Tribunal. Ocorrendo novo caso, não é suscitado novo incidente, utiliza-se a decisão do Tribunal. O STF, a partir dos anos 90, passou a atenuar o Princípio da Reserva de Plenário, dispensando a suscitação do incidente de inconstitucionalidade quando se vincular a precedente do STF, art. 481, parágrafo único do CPC. Art. 481. Se a alegação for rejeitada, prosseguirá o julgamento; se for acolhida, será lavrado o acórdão, a fim de ser submetida a questão ao tribunal pleno.

Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a argüição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. Hoje também é possível aplicar o art. 557 do CPC. Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. 1º - A Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao recurso. 1º - Da decisão caberá agravo, no prazo de cinco dias, ao órgão competente para o julgamento do recurso, e, se não houver retratação, o relator apresentará o processo em mesa, proferindo voto; provido o agravo, o recurso terá seguimento. 2º Quando manifestamente inadmissível ou infundado o agravo, o tribunal condenará o agravante a pagar ao agravado multa entre um e dez por cento do valor corrigido da causa, ficando a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao depósito do respectivo valor. Apenas às partes do caso concreto, aplica-se a declaração de inconstitucionalidade incidental, efeito inter partes. Eficácia: é ex tunc, pois o vício da inconstitucionalidade é um mal congênito, a norma já surge contrariando dispositivos da constituição. Essa eficácia ex tunc, no caso de tributos, obriga a Fazenda Pública a restituir o que foi cobrado indevidamente. É admitido o efeito erga ommnes com o fim de evitar a multiplicidade de demandas semelhantes. Art. 52, X da CF. O Senado Federal, através de resolução irá suspender a norma declarada inconstitucional. A resolução possui eficácia ex nunc (até o momento da edição da resolução, a norma foi válida). No caso dos tributos, só receberá os tributos cobrados indevidamente quem ingressar com demanda própria, ou seja, gera multiplicidade de processos idênticos. A resolução não é obrigatória, é uma faculdade do Senado Federal, portanto não cabe Mandado de Injunção. STF, Reclamação nº 4335: O Ministro Gilmar Mendes, tratando sobre a Lei de Crimes Hediondos, nesta decisão, entendeu que a eficácia é para todos, independentemente de resolução do Senado Federal, pois dita resolução teria, hoje, apenas o efeito de dar publicidade. Essa questão ainda não foi resolvida, vista ao Ministro Ricardo Lewandowski. ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE DIFUSO: o controle difuso, de forma abstrata atribuindo efeitos contra todos. SÚMULA VINCULANTE: Confronto entre princípios constitucionais, pois limita a magistratura, mas dá segurança jurídica aos julgados. Art. 103-A da CF: 2

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso." Após reiteradas decisões sobre matéria constitucional: essa locução deve ser interpretada em consonância com o instituto da repercussão geral. Há a possibilidade de revisão ou cancelamento da súmula vinculante. Frente ao descumprimento de súmula vinculante, cabe RECLAMAÇÃO, art. 102, I, alínea l da CF: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; O STF transformou a reclamação em garantia do efeito vinculante da súmula, art. 103-A, 3º da CF. A Lei nº 11.417/06 regulamenta a súmula vinculante, disciplina a edição, revisão e cancelamento de súmula vinculante. Art. 2º O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei. 1º O enunciado da súmula terá por objeto a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública, controvérsia atual que 3

acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão. 2º O Procurador-Geral da República, nas propostas que não houver formulado, manifestar-se-á previamente à edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula vinculante. 3º A edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula com efeito vinculante dependerão de decisão tomada por 2/3 (dois terços) dos membros do Supremo Tribunal Federal, em sessão plenária. 4º No prazo de 10 (dez) dias após a sessão em que editar, rever ou cancelar enunciado de súmula com efeito vinculante, o Supremo Tribunal Federal fará publicar, em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União, o enunciado respectivo. A publicação da súmula no Diário Oficial é o termo inicial da súmula vinculante. O art. 2º, 2º da Lei 11.417 acrescentou a exigência de manifestação do Procurador Geral da República. Legitimados: art. 3º da referida lei elenca os mesmos da ADI, da ADC e da ADP e acrescenta outros. Art. 3º São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante: I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III a Mesa da Câmara dos Deputados; IV o Procurador-Geral da República; V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VI - o Defensor Público-Geral da União; VII partido político com representação no Congresso Nacional; VIII confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; IX a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares. O inciso VI é uma novidade, pois o Defensor Público-Geral da União não possui legitimidade para as vias do controle concentrado (ADI). O inciso XI também inovou acrescentando todos os tribunais como legitimados para propor súmula vinculante. Essa legitimação foi atribuída de maneira objetiva, ela consiste em um munus público, em restabelecer a segurança jurídica (a integridade do ordenamento jurídico constitucional), ou seja, não postula direito próprio. 4

1º O Município poderá propor, incidentalmente ao curso de processo em que seja parte, a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante, o que não autoriza a suspensão do processo. O 1º atribui legitimidade também aos Municípios, embora não estejam no caput. Neste caso, a legitimação será subjetiva (ele é parte), ou seja, postula direitos próprios. AMICUS CURIAE: possibilidade de um terceiro trazer informações importantes para a resolução do processo. Não é parte no processo, mas possui interesse. Democratiza a questão da súmula vinculante. Admitido também na ADI, ADC e na ADPF, conforme o entendimento do STF. 2º No procedimento de edição, revisão ou cancelamento de enunciado da súmula vinculante, o relator poderá admitir, por decisão irrecorrível, a manifestação de terceiros na questão, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. A súmula vinculante tem eficácia imediata, mas o STF, por razões de segurança jurídica ou excepcional interesse público pode MODULAR OS EFEITOS. Art. 4º A súmula com efeito vinculante tem eficácia imediata, mas o Supremo Tribunal Federal, por decisão de 2/3 (dois terços) dos seus membros, poderá restringir os efeitos vinculantes ou decidir que só tenha eficácia a partir de outro momento, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse público. MODULAÇÃO DOS EFEITOS: a decisão de inconstitucionalidade afasta a nulidade absoluta da norma, esta é considerada inconstitucional, mas produz efeitos jurídicos válidos. Permite que, mesmo inconstitucional, a norma produza efeitos jurídicos válidos. Permite-se a revisão e o cancelamento da súmula. O Art. 5º da lei restringiria essa possibilidade, mas este dispositivo deve ser interpretado como apenas uma das possibilidades. Art. 5º Revogada ou modificada a lei em que se fundou a edição de enunciado de súmula vinculante, o Supremo Tribunal Federal, de ofício ou por provocação, procederá à sua revisão ou cancelamento, conforme o caso. Art. 6º A proposta de edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula vinculante não autoriza a suspensão dos processos em que se discuta a mesma questão. A possibilidade de reclamação é reiterada no art. 7º da lei. 5 Art. 7º Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá

reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissíveis de impugnação. 1º Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas. 2º Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo Tribunal Federal anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada, determinando que outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula, conforme o caso. Quanto ao parágrafo primeiro do referido artigo, alguns autores entendem que esse dever de esgotar a via administrativa, seria inconstitucional, pois a CF não fez tal restrição. 6