RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

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Informações sobre o processo ;

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3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DO INSOLVENTE NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS DA APREENSÃO DE BENS IMÓVEIS E BENS MÓVEIS SUJEITOS A REGISTO...

CONCLUSÃO =CLS= Proc.Nº 1626/17.9T8VNF. Insolvência pessoa coletiva (Requerida)

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta

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CONCLUSÃO =CLS= Proc.Nº 2952/17.2T8BRR. Insolvência pessoa singular (Apresentação)

Conde. Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na

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RELATÓRIO. O presente RELATÓRIO é elaborado nos termos do disposto no artigo 155º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas CIRE.

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta

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Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta

Famalicão. Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta

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Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta

Famalicão. Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na

RELATÓRIO. O presente RELATÓRIO é elaborado nos termos do disposto no artigo 155º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas CIRE.

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Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na. Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão,

CONCLUSÃO

Secção de Comércio. Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte nº

CONCLUSÃO =CLS= Proc.Nº 2888/17.7T8AVR. Insolvência pessoa singular (Apresentação)

I Violação do dever de apresentação à insolvência (alínea d) do nº 1 do artigo

I Violação do dever de apresentação à insolvência (alínea d) do nº 1 do artigo 238º do CIRE)

Guimarães. do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte

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Famalicão. Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na

Transcrição:

2015 RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE) Tribunal Comarca do Porto Santo Tirso Instância Central 1ª Secção do Comércio J4 Processo n.º 1971/15.8T8STS Nuno Albuquerque Paulo Alexandre Feiteira Maranhão 31-08-2015

Capítulo: INTRODUÇÃO ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO... 4 2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DO INSOLVENTE... 5 2.1. IDENTIFICAÇÃO DO INSOLVENTE... 5 2.2. COMISSÃO DE CREDORES... 5 2.3. ADMINISTRADOR DE INSOLVÊNCIA... 5 2.4. DATAS DO PROCESSO... 5 3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª... 6 3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS... 6 3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DO INSOLVENTE NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS 6 3.3. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA... 7 4. CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA... 8 5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA... 10 6. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES... 10 7. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO... 13 7.1. DA APENSAÇÃO DE ACÇÕES / EXECUÇÕES... 13 7.2. DA APREENSÃO DE BENS IMÓVEIS E BENS MÓVEIS SUJEITOS A REGISTO... 13 7.3. 13 7.4. DA APREENSÃO DO VENCIMENTO... 14 7.5. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA... 16 7.6. DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE... 17 2

Capítulo: INTRODUÇÃO 8. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE)... 26 VERBA N.º 1... 26 VERBA N.º 2... 26 MEAÇÃO CONJUGAL DA FRAÇÃO AUTÓNOMA IDENTIFICADA PELA LETRA BI, SITA NA RUA SACRA FAMÍLIA N.º 563, DESCRITA NA CONSERVATÓRIA DO REGISTO PREDIAL DA PÓVOA DE VARZIM, SOB O N.º 4945 E INSCRITA NA RESPETIVA MATRIZ SOB O ART.º 6493, COM VALOR PATRIMONIAL DE... 26 9. RELAÇÃO PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 154º CIRE)... 26 3

Capítulo: INTRODUÇÃO 1. INTRODUÇÃO O devedor Paulo Alexandre Feiteira Maranhão apresentou-se à insolvência, tendo sido proferida sentença em 07-07-2015 Nos termos do art.º 155.º do CIRE, o administrador de insolvência deve elaborar um relatório contendo: a) A análise dos elementos incluídos no documento referido na alínea c) do n.º 1 do artigo 24.º; b) A análise do estado da contabilidade do devedor e a sua opinião sobre os documentos de prestação de contas e de informação financeira juntos aos autos pelo devedor; c) A indicação das perspectivas de manutenção da empresa do devedor, no todo ou em parte, da conveniência de se aprovar um plano de insolvência, e das consequências decorrentes para os credores nos diversos cenários figuráveis; d) Sempre que se lhe afigure conveniente a aprovação de um plano de insolvência, a remuneração que se propõe auferir pela elaboração do mesmo; e) Todos os elementos que no seu entender possam ser importantes para a tramitação ulterior do processo. Ao relatório devem ser anexados o inventário e a lista provisória de credores. Assim, nos termos do art.º 155.º do CIRE, vem o administrador apresentar o seu relatório. O Administrador da insolvência 4

Capítulo: IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DO INSOLVENTE 2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DO INSOLVENTE 2.1. IDENTIFICAÇÃO DO INSOLVENTE Nome NIF 182373410 CC Morada Paulo Alexandre Feiteira Maranhão 08037862 5ZZ4 Estado Civil Divorciado Avenida Santos Graça, n.º 12 1º esquerdo, 4490-405 Póvoa de Varzim 2.2. COMISSÃO DE CREDORES Não nomeada 2.3. ADMINISTRADOR DE INSOLVÊNCIA Nuno Carlos Lamas de Albuquerque NIF/NIPC: 188049924 Rua Bernardo Sequeira, 78, 1.º - Apartado 3033 4710-358 Braga Telef: 253 609310 253 609330 917049565-962678733 E-mail: nunoalbuquerque@nadv.pt; Site para consulta: 2.4. DATAS DO PROCESSO Data e hora da prolação da sentença: 07-07-2015 pelas 21h30m Publicado no portal Citius 14 de julho de 2015 Fixado em 30 dias o prazo para reclamação de créditos. Assembleia de Credores art.º 155.º CIRE: 10-09-2015 pelas 15h00m 5

Capítulo: ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª 3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª 3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS Dispõe a alínea c) do n.º 1 do artigo 24ª do CIRE que o devedor deve juntar, entre outros, documento em que se explicita a actividade ou actividades a que se tenha dedicado nos últimos três anos e os estabelecimentos de que seja titular, bem como o que entenda serem as causas da s ituação em que se encontra. Após ser notificado o devedor, nos termos dos art.ºs 29.º, n.º 2 e 83.º do CIRE, para proceder à entrega ao signatário dos documentos referidos no n.º 1 do artigo 24.º do CIRE, foram remetidos os seguintes documentos: a) Declarações de IRS referentes aos anos de 2011, 2012, 2013 e 2014; b) Cartão de cidadão; c) Relação de credores; d) Certificado de registo criminal; e) Assento de nascimento; f) Contrato de arrendamento e recibo; g) Recibo de vencimento; h) Relação de bens. 3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DO INSOLVENTE NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS 6

Capítulo: ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª O insolvente exerce funções de assistente técnico de informática na Camara Municipal de Póvoa de Varzim e aufere o vencimento base mensal de 799,84. 3.3. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA As conclusões que infra se enunciam sobre as causas da insolvência resultam da análise efectuada à inf ormação colocada à disposição do Administrador de Insolvência (petição inicial e documentos fornecidos), bem como das diligências efectuadas por este. Deste modo, indicam-se os motivos justificativos da actual situação de insolvência do devedor: O devedor é divorciado, tem dois filhos maiores e em idade escolar e um filho menor. Os dois filhos mais velhos estudam ambos na universidade e o mais novo frequenta o 6º ano de escolaridade. O devedor paga, a título de pensão de alimentos, a quantia mensal de 300,00 ( 100,00 para cada um dos seus filhos ). Na constância do matrimónio o insolvente, juntamente com a sua ex-mulher, contraiu diversos créditos junto de instituições bancárias, cujas prestações mensais não tiveram capacidade financeira para cumprir. A ex-mulher do devedor foi também declarada insolvente por sentença proferida no âmbito do processo n.º1117/15.2t8sts, que corre seus termos na Comarca do Porto Santo Tirso 1ª Secção do Comércio J4. 7

Capítulo: CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA O devedor vive em casa arrendada. Para além das pensões de alimentos devidas aos filhos, o insolvente paga uma renda mensal de 250,00 e suporta sozinho todas as despesas de alimentação, água, gás, eletricidade, vestuário e saúde Encontra-se pendente contra o devedor o processo de execução.º1199/14.4tbsts, que corre seus termos na Comarca do Porto Maia - Instância Central 2ª Secção de Execução J2, em que são executados o insolvente e a sua ex-mulher e exequente AcordoExtra, Unipessoal, Ld.ª. A conjugação destes factores, levaram a que o devedor se visse totalmente impossibilitado de cumprir com as suas obrigações. 4. CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA No relatório apresentado ao abrigo do art.º 155.º do CIRE, deve o Administrador da insolvência efectuar uma análi se do estado da contabilidade do devedor e a sua opinião sobre os documentos de prestação de contas e de informação financeira juntos pelo devedor. Contudo, o presente dispositivo não tem aplicação porquanto não sendo o insolvente comerciante, não está obrigado legalmente a ter contabilidade organizada. No que se refere à informação financeira prestada pelo devedor e que se encontra descrita em termos de activos e passivos, 8

Capítulo: CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA salienta o signatário, que foram entregues as dec larações de IRS dos anos de 2012, 2013 e de 2014, das quais resulta, o seguinte: I R S Valores declarados 2012 2013 2014 Rendimento Cat. A/H 32.955,86 38.154,83 10.999,11 Rendimento Cat. B 0,00 0 Rendimento Cat. E- Capitais Rendimentos prediais Mais valias Alineação onerosa imóveis Alienação onerosa de partes sociais Juros de retenção poupança - - - - 600,00 1.800,00 - - - - - - - - - Nota: A declaração de rendimentos do exercício de 2012 tem refletidos os rendimentos do devedor em conjunto com a sua ex - cônjuge. A declaração de rendimentos do exercício de 201 3 tem refletidos os rendimentos do devedor, da sua ex -cônjuge e de um dos seus dependentes. A declaração de rendimentos do exercício de 2014 tem refletidos os rendimentos apenas os rendimentos do devedor. 9

Capítulo: PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA 5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA Tendo em conta o supra referido, designadamente, a circunstância do insolvente não ser no momento comerciante, não se referenciou qualquer empresa de que aquele seja titular, não tendo, por isso, aplicabilidade o presente dispositivo. 6. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES A assembleia de credores de apreciação do relatório delibera sobre o encerramento ou prosseguimento do processo de Insolvência. Decorre do artigo 1.º do CIRE, que o processo de insolvência tem como escopo a liquidação do património de um devedor insolvente e a repartição do produto obtido pelos credores Estão sujeitos a apreensão no processo de insolvência todos os bens integrantes da massa insolvente, a qual abrange todo o património do devedor à data da declaração de insolvência, bem como os bens e direitos que el a adquira na pendência do processo. Como referem Carvalho Fernandes e João Labareda[ 1 ], da conjugação dos n.ºs 1 e 2 do art. 46.º resulta que, em rigor, a 1 Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas, 4.ª ed., p. 236-237. 10

Capítulo: Cenários POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES massa não abrange a totalidade dos bens do devedor susceptíveis de avaliação pecuniária, mas tão só os que forem penhoráveis e não excluídos por disposição especial em contrário, acrescidos dos que, não sendo embora penhoráveis, sejam voluntariamente oferecidos pelo devedor, quanto a impenhorabilidade não seja absoluta. São absolutamente impenhoráveis os bens imprescindíveis a qualquer economia doméstica que se encontrem na residência permanente do executado ( ). Assim, não se procedeu à apreensão dos bens móv eis existentes na residência do devedor por se tratar de bens imprescindíveis à respectiva economia doméstica. O signatário encetou diligências no sentido de averiguar a existência de bens no património do insolvente, nomeadamente junto da Conservatória do Registo Predial e Automóvel e Repartição de Finanças, tendo sido localizados os imóveis infra descritos no inventário. O cenário possível que se apresenta para os credores é, pois, no sentido da liquidação do activo. Assim, considerando que: 1. É notória a situação de insolvência e a insuficiência de valores activos face ao Passivo acumulado; 2. Os bens apreendidos a favor da massa são provavelmente de valor inferior às dívidas contraídas; 3. Não havendo Plano de Pagamentos; 11

Capítulo: Cenários POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES O Administrador da Insolvência propõe que se delibere no sentido da liquidação do activo e partilha da massa insolvente. 12

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO 7. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO 7.1. DA APENSAÇÃO DE ACÇÕES / EXECUÇÕES Nas acções / execuções pendentes contra o insolvente não se discute qualquer questão cuja decisão que vier a ser proferida nessa acção possa afectar a massa insolvente (no sentido de lhe acrescentar ou retirar bens ou valor), pelo que não se requer a apensação das mesmas. Igualmente no que se reporta aos processos executivos o pedido de apensação de processos executivos apenas se justificará em caso de dificuldade de apreensão para a massa insolvente dos bens penhorados no âmbito d esses processos, o que, até ao momento não se verifica, pelo que não se requer a apensação dos mesmos. 7.2. DA APREENSÃO DE BENS IMÓVEIS E BENS MÓVEIS SUJEITOS A REGISTO Das diligências efectuadas no sentido de averiguar a existência de bens no património da insolvente, nomeadamente junto da Conservatória do Registo Predial e Automóvel, foi possível localizar os bens infra descritos. Fração autónoma designada pela letra L, sita na Avenida General Humberto Delgado, n.º 288, descrita na Conservatória do Registo Predial de Póvoa de Varzim sob o 13

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO n.º 4699 e inscrita na respetiva matriz sob o art.º 10336, com valor patrimonial total de 115.747,00. Fração autónoma identificada pela letra BI, sita na Rua Sacra Família n.º 563, descrita na Conservatória do Registo Predial da Póvoa de Varzim, sob o n.º 4945 e inscrita na respetiva matriz sob o art.º 6493, com valor patrimonial total de 18.887,67. NOTA: Os imóveis em causa estão registados em nome do Insolvente e da sua ex-mulher. No âmbito do processo de insolvência da ex-mulher do insolvente foram apreendidas as respetivas meações, cujo montante global apreendidoascende a 67.317,34 7.3. DA APREENSÃO DO VENCIMENTO No relatório apresentado nos termos do disposto no artigo 155.º do CIRE, deve ser feita menção quanto à apreensão (montante apreendido) ou não do vencimento do insolvente pessoas singular e, no caso de não apreensão, deverá constar, de forma sucinta, a justificação para a não apreensão. O vencimento deve ser apreendido com desti no à satisfação dos credores do insolvente, fazendo parte da massa insolvente que abrange todo o património do devedor e os bens e direitos que ele adquira na pendência do processo (art.º 46.º, n.º 1, do CIRE). Na execução singular (art. 824ºdo C.P.C.) determina -se que a impenhorabilidade estabelecida no n.º 1 do preceito (2/3 dos vencimentos, salários ou prestações de natureza semelhante 14

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO auferidos pelo devedor e bem assim das prestações periódicas auferidas a título de aposentação ou qualquer outra regalia social) tem como limite máximo o montante equivalente a três salários mínimos nacionais à data de cada apreensão e, como limite mínimo, quando o executado n ão tenha outro rendimento (e o crédito exequendo não seja de alimentos), o montante equivalente ao salário mínimo nacional. Na execução universal em que a insolvência se traduz, e no caso particular em que é requerida a exoneração do passivo restante, estabelece a lei o princípio de que todos os rendimentos que advenham ao devedor constituem rendimento disponível, a ser afecto às finalidades previstas no art. 241º do C.I.R.E. (cumprimento das obrigações do devedor), excluindo porém desse rendimento disponível e logo dessa afectação do património do devedor ao cumprimento das obrigações para com os seus credores o razoavelmente necessário para o sustento minimamente digno do devedor e do seu agregado familiar, não devendo essa exclusão exceder, salvo deci são fundamentada do juiz em contrário, três vezes o salário mínimo nacional. Uma diferença entre os dois regimes é de realçar, desde logo o facto da norma do C.I.R.E. não mencionar qualquer limite mínimo objectivo, aludindo antes a um conceito indeterminad o o razoavelmente necessário para o sustento minimamente digno do devedor e seu agregado. Assim, considera-se adequado dever interpretar-se o art. 239º, nº 3, b), i) do C.I.R.E. no sentido de que a exclusão aí prevista tem como limite mínimo o que seja razoavelmente necessário para 15

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO garantir e salvaguardar o sustento minimamente digno do devedor e seu agregado familiar. Ora, verifica-se que, in casu, o insolvente funcionário da Câmara Municipal de Póvoa de Varzim e aufere a remuneração base mensal de 799,84. Face ao entendimento supra manifestado e ao valor do salário auferido pelo insolvente, considera-se não dever ser aprendido qualquer montante do rendimento auferido por aquele, pois que o mesmo é imprescindível para o seu respectivo sustento condigno. 7.4. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA Caso disponha de elementos que justifiquem a abertura do incidente de qualificação da insolvência, na sentença que declarar a insolvência, o juiz declara aberto o incidente de qualificação, com carácter pleno ou limitado cfr. al. i) do art.º 36.º do CIRE. Nos presentes autos a sentença que decretou a insolvência não declarou, desde logo, aberto aquele incidente. Assim, nos termos do n.º 1 do art.º 188.º do CIRE, até 15 dias após a realização da assembleia de apreciação do relatório, a administradora da insolvência ou qualquer interessado deverá alegar, fundamentadamente, por escrito, em requerimento autuado por apenso, o que tiver por conveniente para efeito da qualificação da insolvência como culposa e indicar as pessoas que devem ser afetadas por tal qualificação, cabendo ao juiz 16

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO conhecer dos factos alegados e, se o considerar oportuno, declarar aberto o incidente de qualificação da insolvência, nos 10 dias subsequentes. Para o efeito, regista-se, desde já a inexistência de indícios que sejam do conhecimento do administrador e passíveis de determinar a qualificação da insolvência como culposa. 7.5. DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE O insolvente veio requerer a exoneração do passivo restante, nos termos do disposto no art.º 235. ess do CIRE. Deve, nos termos do n.º 4 do art.º236.º do CIRE, o administrador da insolvência pronunciar-se sobre o requerimento. É possível delinear a seguinte factualidade com interesse para a emissão do presente parecer, face aos elementos documentais constantes do processo (petição inicial e informaç ões prestadas pelo insolvente, sentença que decretou a insolvência, petição inicial, bem como a relação provisória de credores apresentada nos termos dos artºs 154.º e 155º CIRE): 1. O devedor é divorciado. 2. Exerce as funções de assistente técnico de informática na Camara Municipal de Póvoa de Varzim e aufere o vencimento base mensal de 799,84. 3. A situação económico-financeira do devedor tem vindo a agravar-se, principalmente desde que se divorciou; 4. Juntamente com a sua ex-mulher contraiu empréstimos junto de instituições de crédito, cujas prestações mensais não teve capacidade financeira para cumprir; 17

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO 5. Vive em casa arrendada, cuja renda ascende a 250,00. 6. Tem três filhos e paga, a título de pensão de alimentos, a quantia mensal de 300,00; 7. Tem despesas mensais com alimentação, transporte, calçado, vestuário, água, eletricidade e gás que suporta sozinho. 8. Os seus credores e respectivos créditos, são os seguintes: Credores Fundamento Montante Data Constituição Data Vencimento AcordoExtra, Unipessoal, Ldª NIPC 509 444 024 Crédito declarado pelo insolvente 1.460,00 ND ND Banco Comercial Português, S. A. NIPC 501 825 882 Crédito ao consumo ILS n.º 2731545232 e DDA n.º 190320985 1.684,52 30-06-2015 ND Barclays Bank, S. A NIPC 502 474 963 Crédito declarado pelo insolvente 4.063,04 ND ND Caixa Geral de Depósitos, S. A. NIPC 500 960 046 Contrato de compra e venda e Mútuo com Hipoteca e Fiança n.º PT 0035066006232785 19.839,11 02-01-1993 22-12-2011 Caixa Geral de Depósitos, S. A. NIPC 500 960 046 Contrato de Mútuo com Hipoteca e Fiança n.º PT 00350666011403385 65.414,32 23-11-2010 23-11-2011 Caixa Geral de Depósitos, S. A. NIPC 500 960 046 Contrato de compra e venda e Mútuo com Hipoteca e Fiança n.º PT 00350666011405985 215.118,47 21-04-2011 21-11-2011 18

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO Caixa Geral de Depósitos, S. A. NIPC 500 960 046 Contrato de Mútuo com Hipoteca e Fiança n.º PT 00350666011473485 7.115,89 21-04-2011 21-12-2011 José Fernandes da Costa & Irmão, Ldª NIPC 502 474 963 Crédito declarado pelo insolvente 50.000,00 ND ND Locus - Artigos de Papelaria, Ldª NIPC 502 932 040 Crédito declarado pelo insolvente 1.350,00 ND ND MEO - Serviços de Comunicações e Multimédia, S. A. NIPC 504 615 947 Crédito declarado pelo insolvente 666,18 ND ND 9. Encontra-se pendente contra o insolvente o Processo n.º 1199/14.4TBSTS, que corre termos na comarca do Porto Maia Instância Central 2ª Secção de Execução J2. 10. O requerente, de acordo com as informações constantes da certidão de registo criminal, não foi condenado por sentença transitada em julgado por algum dos crimes previstos e punidos nos artigos 227.º a 229.º do Código Penal nos 10 anos anteriores à data da entrada em juízo do pedido de declaração da insolvência ou posteriormente a esta data 11. Apresentou-se à insolvência no início em Junho de 2015, a qual foi decretada por sentença proferida em 7 do mesmo mês. *-* 19

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO Isto dito: Dispõe o disposto no art.º 235º do CIRE, que se o devedor for uma pessoa singular, pode ser-lhe concedida a exoneração dos créditos sobre a insolvência que não forem integralmente pagos no processo de insolvência ou nos cinco anos posteriores no encerramento deste. Os critérios de aplicação deste instituto estão previstos nos art.ºs 237.º segs. do CIRE. Não sendo aprovado e homologado na assembleia de apreciação do relatório qualquer plano de insolvência, cumprir-se-á dessa forma o requisito da alínea c) do art.º 237.º. Quanto aos requisitos estabelecidos no art.º 238º (aplicáveis por força do art.º 237º., alínea a) do CIRE), o pedido foi deduzido conjuntamente com a apresentação à insolvência, pelo que nos termos do art.º 236, n.º 1, ele mostra-se tempestivo. Nada consta nos autos ou foi apurado pelo administrador de insolvência quanto a ter o devedor fornecido informações falsas a que se refere a alínea b) ou ter beneficiado anteriormente desta exoneração do passivo restante (alínea c)). A aplicação do disposto na alínea d) do nº 1 do artigo 238.º do CIRE pressupõe a verificação de uma das seguintes situações: o devedor não cumprir o dever de apresentação à insolvência, com prejuízo para os credores, ou se não existir esse dever, se se tiver abstido dessa apresentação nos seis meses seguintes à verificação da situação de insolvência, com prejuízo para os credores e sabendo, ou não podendo ignorar sem culpa grave, não 20

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO existir qualquer perspetiva séria de melhoria da sua situação económica. Estando em apreciação um pedido que foi formulado por pessoa s singulares, não estão o insolvente obrigado a apresentar -se à insolvência no prazo estabelecido no art. 18, nº 1 do CIRE, tal como flui do nº 2 deste mesmo preceito, pelo que não se cuida de verificar a verificação em concreto da parte inicial da alínea d). No que se reporta aos demais requisitos desta alínea d), de preenchimento cumulativo, são os seguintes: que o devedor/requerente não se apresente à insolvência nos seis meses seguintes à verificação da situação de insolvência; que desse atraso resulte um prejuízo para os credores; que o devedor soubesse, ou pelo menos não pudesse ignorar sem culpa grave, não existir qualquer perspectiva séria de melhoria da sua situação económica. Carvalho Fernandes e João Labareda sobre esta maté ria escrevem que para além da não apresentação à insolvência, a relevância deste comportamento do devedor, para efeito de indeferimento liminar, depende ainda, em qualquer destas hipóteses, de haver prejuízo para os credores e de o devedor saber ou não poder ignorar, sem culpa grave, que não existe «qualquer perspetival séria da melhoria da sua situação económica». Está aqui em causa apurar se a não apresentação do devedor à insolvência se pode justificar por el a estar razoavelmente 21

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO convicta de a sua situação económica poder melhorar em termos de não se tornar necessária a declaração de insolvência [ ] Importa, pois, verificar se a apresentação do requerente à insolvência se verificou nos seis meses seguintes à verificação desta situação e, em caso negativo, se e desse facto advieram prejuízos para os credores. Ora, o conceito de prejuízo pressuposto na alínea d) do nº 1 do artigo 238 do CIRE consiste num prejuízo diverso do simples vencimento dos juros, que são consequência normal do incumprimento gerador da insolvência, tratando-se assim dum prejuízo de outra ordem, projetado na esfera jurídica do credor em consequência da inércia da insolvente (consistindo, por exemplo, no abandono, degradação ou dissipação de bens no período que dispunha para se apresentar à insolvência). Entende-se que o simples acumular do montante de juros não integra o conceito de prejuízo a que se refere o art. 238, nº 1, al. d) do CIRE. [ ]. Com efeito, a mora resultante do atraso no pagamento, em abstrato, contribui sempre para o avolumar da dívida, designadamente em virtude dos juros que lhe estão associados, em especial quando estamos perante dívidas a instituições financeiras. Ora, sendo a insolvência uma situação de impossibilidade de cumprimento de obrigações vencidas (cfr. art. 3, nº 1 do CIRE), lógica é a constatação de que estas vencem juros (cfr. arts. 804 e segs. do Cód. Civil), o que se traduz no aumento quantitativo do passivo do devedor. 22

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO Não pode, pois, considerar-se que o conceito normativo de prejuízo previsto na alínea d) do nº 1 do artº 238º do CIRE inclua no seu âmbito o típico, normal e necessário aumento do passivo em decorrência do vencimento dos juros incidentes sobre o crédito de capital, sob pena de se estar a esvaziar de sentido útil a referência legal a tal requisito (prejuízo de credores). É que se tivesse sido essa a finalidade da lei, bastaria ter estabelecido o indeferimento liminar do pedido de exoneração do passivo restante quando o devedor se abstivesse de se apresentar à insolvência no período de se is meses posterior à verificação dessa situação. Terá, assim, que se entender que o simples decurso do tempo (seis meses após a verificação da situação de insolvência) não é suficiente para se poder considerar preenchido o requisito aqui em análise, uma vez que tal representaria, estar a valorizar -se um prejuízo que sempre estaria ínsito nesse decurso e que seria comum a todas as situações de insolvência, o que não se mostra compatível com o estabelecimento do prejuízo dos credores como requisito autónomo do indeferimento liminar do incidente. Tratando-se o prejuízo dos credores de um requisito autónomo deste indeferimento liminar, acrescerá o mesmo aos demais requisitos, surgindo, por isso, como um pressuposto adicional, que traz exigências distintas das pressupostas pelos outros, não podendo considerar-se preenchido por circunstâncias que já estão contidas num desses outros requisitos. Neste contexto, terá que se dar ênfase particular à conduta do devedor, devendo apurar-se se esta se pautou pela licitude, honestidade, transparência e boa-fé, no que respeita à sua 23

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO situação económica, só se justificando o indeferimento liminar caso se conclua pela negativa. Ao estabelecer, como pressuposto do indeferimento liminar do pedido de exoneração, que a apresentação extemporânea do devedor à insolvência haja causado prejuízo aos credores, a lei visa os comportamentos que façam diminuir o acervo patrimonial do devedor, que onerem o seu património ou mesmo aqueles que originem novos débitos, a acrescer aos que integravam o passivo que estava já impossibilitado de satisfazer. São estes comportamentos desconformes ao proceder honesto, lícito, transparente e de boa-fé, os quais, a verificarem-se na conduta do devedor, impedem que a este seja reconhecida a possibilidade, preenchidos os demais requisitos do preceito, de se libertar de algumas das suas dívidas, para dessa forma lograr a sua reabilitação económica. Como tal, o que se sanciona são os comportamentos que impossibilitem, dificultem ou diminuam a possibilidade de os credores obterem a satisfação dos seus créditos, nos termos em que essa satisfação seria conseguida caso tais comportamentos não ocorressem. Face à matéria fáctica que atrás se considerou relevante, nada foi apurado no sentido que aponte para que o insolvente não tenha adotado uma atitude de licitude, honestidade, transparência e boa-fé no que respeita à sua situação económica. Por outro lado, igualmente não foi trazido aos autos qualquer elemento que aponte no sentido da culpa d o devedor na criação ou agravamento da situação de insolvência está também preenchida a alínea e) do art.º 238.º. 24

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO Acresce que o devedor não foi condenado por sentença transitada em julgado por algum dos crimes previstos e punidos nos artigos 227.º a 229.º do Código Penal nos 10 anos anteriores à data da entrada em juízo do pedido de declaração da insolvência ou posteriormente a esta data alínea f) do n.º 1 do art.º 238.º do CIRE, bem como se alguma vez fora declarado insolvente ou beneficiado do instituto da exoneração do passivo restante pelo que não há elementos que levem o signatário a emitir parecer que possa concluir pelo indeferimento do pedido. Assim, sendo tendo em conta que nada h á que aponte no sentido de o insolvente ter mantido uma conduta contrária ao Direito, emite-se parecer no sentido que deve ser concedido ao devedor a possibilidade de, após o período de cinco anos previsto no art.º. 239, n.º 2 do CIRE, se exonerar dos compromissos que até então não lhe seja possível saldar. 25

Capítulo: INVENTÁRIO (Art.s 153.º e 155º CIRE) 8. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE) VERBA n.º 1 Meação conjugal da fração autónoma designada pela letra L, sita na Avenida General Humberto Delgado, n.º 288, descrita na Conservatória do Registo Predial de Póvoa de Varzim sob o n.º 4699 e inscrita na respetiva matriz sob o art.º 10336, com valor patrimonial de 57.873.50 VERBA n.º 2 Meação conjugal da fração autónoma identificada pela letra BI, sita na Rua Sacra Família n.º 563, descrita na Conservatória do Registo Predial da Póvoa de Varzim, sob o n.º 4945 e inscrita na respetiva matriz sob o art.º 6493, com valor patrimonial de 9.443,83. 9. RELAÇÃO PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 154º CIRE) Em anexo 26