PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO RELATÓRIO MENSAL ACOMPANHAMENTO DE CONJUNTURA: Internacional Janeiro 2013 Nivalde J. de Castro Maria Luiza T. Messeder
ÍNDICE SUMÁRIO EXECUTIVO... 3 1) INTERAÇÃO ENERGÉTICA... 4 2) CONJUNTURA ENERGÉTICA NA AMÉRICA LATINA... 5 2.1)Argentina... 5 2.2)Chile... 5 2.3)Uruguai... 5 3)ENERGIA NO MUNDO... 7 3.1)China... 7 3.2)Espanha... 7 3.3)EUA... 8 2
SUMÁRIO EXECUTIVO Este relatório tem como objetivo apresentar os principais fatos, dados, informações e ações sobre energias renováveis do Setor elétrico brasileiro do mês de Janeiro de 2013. A estrutura do relatório está dividida em 3 partes: integração energética, conjuntura energética na América Latina e Energia no mundo. Quanto à integração energética, Durante o ultimo mês de dezembro, a comercialização de gás natural da Bolívia com o mercado brasileiro registrou uma média de 31,55 MMmcd, em função do contrato vigente com a Petrobrás. O Brasil estaria requisitando o volume máximo definido no contrato, de acordo com o diretor de Gás Natural da YPFB. Já no campo de conjuntura energética da América Latina, O presidente do Paraguai, Frederico Franco, exigiu, em janeiro, que a Argentina pague os US$ 100 mi que faltam serem pagos pela concessão por parte do Paraguai da sua parte na produção da hidrelétrica de Yacyretá. Em relação a seção de Energia pelo mundo, A China permanece na liderança como maior investidor mundial em fontes de energia renovável. No ano passado, só no setor eólico, o país registrou um crescimento de 33,9%, tendo atingido 55.890 MW de capacidade instalada até o mês de outubro. As informações são do Climate Connect. O avanço chinês esteve à frente da média mundial nos últimos 10 anos. 3
1) INTERAÇÃO ENERGÉTICA Durante o ultimo mês de dezembro, a comercialização de gás natural da Bolívia com o mercado brasileiro registrou uma média de 31,55 MMmcd, em função do contrato vigente com a Petrobrás. O Brasil estaria requisitando o volume máximo definido no contrato, de acordo com o diretor de Gás Natural da YPFB. Isto estaria ocorrendo devido aos baixos níveis de água nos reservatórios que aumenta o despacho térmico e consequentemente a necessidade de combustível. Este volume supera em 28% o alcançado no mesmo período em 2011. Quanto a Rio Tinto no Paraguai, um memorando de entendimento entre esse e o governo paraguaio foi assinado em dezembro, e o empreendimento deve consumir uma potência instalada de 1.100 MW, ou uma turbina e meia da usina hidrelétrica de Itaipu. Hoje, o Paraguai usa apenas uma turbina das 20 existentes em Itaipu e revende a energia produzida pelas nove restantes a que tem direito ao Brasil por US$ 240 milhões, o que equivale a cerca de US$ 34 o MW de potência instalada. A definição de contratos de energia a baixo preço por espaços longos de tempo é essencial para a indústria de alumínio, e a Rio Tinto reivindica um acordo por 30 anos. O investimento no Paraguai estaria triplamente interligado ao Brasil: diminui a oferta de energia para o país de Itaipu; a bauxita e a alumínia, matérias-primas do metal, seriam importadas do Brasil; e pelo menos metade da produção do complexo paraguaio seria vendida ao país vizinho. 4
2) CONJUNTURA ENERGÉTICA NA AMÉRICA LATINA 2.1)Argentina O presidente do Paraguai, Frederico Franco, exigiu, em janeiro, que a Argentina pague os US$ 100 mi que faltam serem pagos pela concessão por parte do Paraguai da sua parte na produção da hidrelétrica de Yacyretá. O mandatário manifestou sua preocupação pelos atrasos no pagamento, cuja dívida se entende desde 2012. O prazo final para o pagamento de US$ 100 mi vence em 28 de fevereiro deste ano. A subsidiaria do grupo IMPSA, Central Eólica Pampa de Malaspina e o Banco de La Nación firmaram um contrato com o objetivo de financiar a construção de um parque eólico de 50 MW localizado na província de Chubut. O contrato prevê a emissão de valores representativos de divida por até US$ 100 mi. O parque alcançará uma produção anual maior que 200 GWh e será conectado ao Sistema Interconectado Central. O financiamento será realizado m 10 anos, e terá uma um período de carência de 1 ano e meio. O pagamento dos valores representativos será realizado através dos fluxos de capital gerados pela venda de energia a Enarsa Cammesa através de um contrato de 15 anos. 2.2)Chile O Ministro da Energia, Jorge Bunster, descartou, no início de janeiro, impor um decreto de racionamento preventivo de energia em curto prazo. De acordo com o ministro os relatórios periódicos da CDEC e da CNE não fornecem dados que justifiquem tal medida. O ministro informou ainda que dois projetos de lei já foram apresentados ao parlamento, e que a velocidade com que avançam mostra a consciência inequívoca do setor político da necessidade de resolver os problemas do setor, principalmente na área de transmissão. 2.3)Uruguai O diretor de Energia do Uruguai, Ramón Méndez, ressaltou que a implantação de parques eólicos pode consumir investimentos próximos a US$ 1 bi com a concretização dos projetos esperados para os próximos anos. Só no ano passado, foram iniciados aportes de cerca de US$ 100 mi. Os planos uruguaios estão produzindo uma verdadeira revolução no plano 5
energético, tendo como principais objetivos propiciar uma maior soberania energética, reduzir os custos, além de não concentrar demais o potencial em uma só fonte de energia. Dentro dessa linha o Uruguai deseja trabalhar a transferência tecnológica. Méndez comentou ainda que o país começa a construir novas plantas de biocombustíveis, tendo firmado contratos para a geração de energia a partir da biomassa. O ministro da Indústria, Energia e Mineração do Uruguai, Roberto Kreimerman anunciou que o Uruguai tem a meta de ter 90% de sua energia gerada por meio de fontes renováveis até 2015, sendo 45% hídrica, 30% eólica e outros 15% de biomassa. 6
3)ENERGIA NO MUNDO 3.1)China A China permanece na liderança como maior investidor mundial em fontes de energia renovável. No ano passado, só no setor eólico, o país registrou um crescimento de 33,9%, tendo atingido 55.890 MW de capacidade instalada até o mês de outubro. As informações são do Climate Connect. O avanço chinês esteve à frente da média mundial nos últimos 10 anos. A capacidade eólica apresentou um incremento médio anual de 60% na China enquanto a índice global de crescimento ficou em 25%, neste período. Já na área solar, os chineses conseguiram manter um avanço médio 50% ao ano, enquanto a média mundial foi de 44%. O governo da China tem como meta a eliminação do uso de 478 mi de ton. de carvão. Por isso, a ideia é adicionar 100.000 MW de capacidade eólica, 40.000 MW solares e outros 290.000 MW em energia hidrelétrica. 3.2)Espanha As principais companhias elétricas temem o efeito que resultará da recente retirada dos tetos legais para o déficit tarifário e preveem uma importante batalha jurídica em 2013 com o governo, que afirmam ter acabado com o principio da suficiência tarifária no setor. As elétricas afirmam que a decisão do executivo será péssima tanto para elas, já que terão de financiar todo o déficit adicional, e também para os consumidores que continuarão sem pagar o custo real da eletricidade e terão que sofrer traumáticas altas nas contas futuramente. Neste cenário, as equipes jurídicas se preparam para atuar em várias frentes. Primeiramente analisam a entrada de um recurso contra o ministério da Indústria em detrimento da resolução de um aumento de 3% na tarifa regulada. Além disso, aguardam a publicação dos tributos do sistema, que ocorrera ainda este mês, e se acreditaram que não cumpre com o principio de suficiência entrarão com recurso no Tribunal Supremo Por outro lado, o ministro da Indústria, Energia e Turismo, José Manuel Soria, afirmou que uma intervenção do governo para segurar o aumento da tarifa elétrica agravaria ainda mais o déficit tarifário. Para ele o mercado deve regular o preço, apesar do governo ter o poder de reduzir a carga tributária para reduzir as tarifas. Ao ser questionado sobre a queda de 1,4% na demanda, o ministro o desvinculou a qualquer variação nas tarifas. 7
Deste modo, o Novo Secretário de Estado da Energia, Alberto Nadal, fixou como as prioridades de seu departamento melhorar a eficiência, competitividade e transparência do setor elétrico para tentar reduzir ao máximo os custos pagos pelas famílias e empresas espanholas. O principal objetivo a curto prazo seria que o mercado de energia se tornasse o mais eficiente e competitivo possível, de forma a reduzir a tarifa elétrica. Além disso, seria necessário aplicar avanços regulatórios que abram o mercado para a transparência, assim como melhorar as interconexões energéticas com o resto da Europa, para integrar mercados. Nadal falou também sobre a necessidade de um equilíbrio entre as remunerações dos distintos segmentos que formam o sistema elétrico. Por fim, o Ministério da Indústria espanhol suspendeu a ordem de impostos progressivos ao nível de consumo, após as críticas que sofreu por parte da Comissão Nacional de Energia (CNE). A medida como um todo, entretanto não foi renunciada, e sua aplicação com outro método já esta sendo estudada. O ministério reafirmou sua intenção de não aumentar os impostos sobre a tarifa regulada, sendo suas alterações no preço dependentes exclusivamente dos leilões do insumo. Para evitar futuros déficits tarifários o ministro tem planos para que determinados aspectos regulatórios relacionados a geração, transporte, distribuição, e o custo extra-peninsular mudem com a incorporação do balanço líquido na geração distribuída. Ainda assim, o sistema elétrico teria uma boa noticia que seria uma melhora nas perspectivas de financiamento de dívidas no setor. 3.3)EUA Os parques eólicos terão direito a incentivos fiscais por mais um ano nos Estados Unidos, para alívio dos fabricantes de turbinas, que tiveram um 2012 sombrio, marcado por falências demissões e prejuízos. Caso o benefício fosse encerrado em 31 de dezembro, como previsto, metade dos 75 mil empregos do setor estaria ameaçada, segundo a associação norteamericana da energia eólica (AWEA), assim como a sobrevivência de várias empresas fornecedoras. A extensão do crédito tributário de 2,2 centavos de dólar por kwh foi incluída no grande acordo político para evitar um abismo fiscal aprovado nesta terça-feira pela Câmara dos Representantes dos EUA. A proposta será sancionada pelo presidente Barack Obama e prevê um pacote de medidas tributárias, como redução de gastos e impostos, para impedir que o país entre em recessão. Todas as usinas que começarem a ser construídas em 2013 terão direito ao benefício, criado em 1992. 8