OFICINA PEDAGÓGICA DE PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO DO CURSO DE ENFERMAGEM DAS FACULDADES INTA



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Transcrição:

1 OFICINA PEDAGÓGICA DE PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO DO CURSO DE ENFERMAGEM DAS FACULDADES INTA Maria Adelane Monteiro da Silva Antonia Eliana de Araújo Aragão Keila Maria de Azevedo Ponte Lourdes Claudênia de Aguiar Vasconcelos Cristina Elaina Prado Moreira Ferreira Faculdades INTA RESUMO O estudo descreve a experiência do curso de enfermagem das Faculdades INTA no desenvolvimento da oficina pedagógica de planejamento participativo do ano de 2010. Pesquisa descritiva do tipo relato de experiência, realizado em janeiro de 2010, no curso de enfermagem das Faculdades INTA em Sobral-CE-Brasil. Os sujeitos corresponderam aos alunos, professores e coordenadores do curso de enfermagem. A oficina aconteceu durante três encontros. Com base na metodologia do Planejamento Participativo (GANDIM, 2002), construímos o marco referencial do curso e ainda realizamos uma análise situacional, a partir da técnica da matriz FOFA (1998). O processo de construção do plano de ação processo dialógico, reflexivo e democrático. Dessa forma, pretendemos contribuir não só para a formação de profissionais, mas também de cidadãos. Palavras chave: Planejamento participativo, Interdisciplinaridade, Enfermagem

2 OFICINA PEDAGÓGICA DE PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO DO CURSO DE ENFERMAGEM DAS FACULDADES INTA Maria Adelane Monteiro da Silva Faculdades INTA. Universidade Federal do Ceará. Escola de Formação em Saúde da Família Visconde de Sabóia Antonia Eliana de Araújo Aragão Faculdades INTA. Pastoral Familiar e da Saúde da Diocese de Sobral-CE Keila Maria de Azevedo Ponte Faculdades INTA. Universidade Estadual do Ceará. Lourdes Claudênia de Aguiar Vasconcelos Santa Casa de Misericórdia de Sobral-CE. Faculdades INTA Cristina Elaina Prado Moreira Ferreira Faculdades INTA Introdução: Para Gandim (2002), planejar é transformar a realidade numa direção escolhida, agindo racionalmente, organizando a própria ações e pondo em prática um conjunto de propostas que possam aproximar a realidade de um ideal. Escutando o referido autor, pode-se imaginar que planejar é algo que só é possível de se realizar mediante aplicação de técnicas e com ajuda de especialistas. No entanto, a tarefa de planejar faz parte do nosso cotidiano, quando pomos em práticas tarefas mais corriqueiras como pensar nas compras de supermercado que irá fazer para o mês ou nos prepararmos para uma viagem. Sabendo que o ato de planejar faz parte da vida de todos nós, sentimos a necessidade realizar o planejamento das atividades do curso de enfermagem.

3 Com base nos pressupostos do Planejamento Participativo (GANDIM, 2002) - a educação como um ato político, visão critica, clima favorável, integração grupal, socialização do poder, motivação para planejar participativamente, conhecimento teórico, envolvimento das pessoas, disposição de correr risco, aval da mantenedora e infra-estrutura adequada da instituição - iniciamos convidando os coordenadores, corpo docente e discente do curso, buscando a participação de todos. Por participação entende-se que seja a aprendizagem do exercício de poder em todos os momentos e lugares em que se esteja vivendo. Não se trata de um poder tradicional, o poder de dominação, mas sim o poder de interpretar, de expressar-se e realizar os interesse e reivindicações de seus direitos. Assim, participar torna-se uma prática social (SALES, 2009). Desta forma, a participação supõe consciência e responsabilidade e essa participação consciente e ativa se exercita na vivencia da liberdade responsável (DALMÁS, 2008). O processo de planejamento participativo questiona as dinâmicas tradicionais de planejamento, nos mais variados campos de sua prática. Provoca inversão de relações do planejamento tradicional, em que estas verticalizadas. Para que seja realmente um processo participativo, é preciso participação nas responsabilidades de elaboração, execução e avaliação, e não apenas na execução. Este procedimento a participação no processo global de planejamento repercutirá na vida da escola, modificando relações e influenciando positivamente o processo de tomada de decisões (DALMÁS, 2008). Objetivo: Descrever a experiência do curso de enfermagem das Faculdades INTA no desenvolvimento da oficina pedagógica de planejamento participativo do ano de 2010. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, realizado no período de janeiro de 2010, no curso de enfermagem das Faculdades INTA em Sobral- CE-Brasil. Os sujeitos do estudo participaram ativamente da atividade e corresponderam aos alunos, professores e coordenadores do curso de enfermagem.

4 Resultados: A oficina se deu com a participação de professores, coordenadores e alunos do curso de enfermagem, além de diretores da instituição. O convite para a participação do momento se deu em reunião de colegiado do curso e em reunião com os coordenadores de curso e diretoria da Faculdade. A importância da sensibilização dos participantes para o momento é fundamental para o sucesso da oficina. Ressalta-se que um dos pressupostos do Planejamento Participativo (GANDIM, 2002) corresponde ao envolvimento de todas as pessoas que fazem parte da organização e instituição onde o processo de planejamento está sendo realizando. O convite partiu da coordenadora do curso de enfermagem que conseguiu mobilizar os possíveis participantes, enfatizando a representação do momento para o crescimento do curso e da área de enfermagem. Vale ressaltar que em estudo em que se analisou a formação acadêmica dos docentes do curso de enfermagem, observou-se que 17 (55%) possuem graduação em enfermagem, isso se torna relevante, pois o professor deve articular teoria e prática durante o processo de ensino aprendizagem, em que sua vivencia na área é fundamental. Por outro lado, também foi identificada a presença de docentes com formações em outras áreas como psicologia, fisioterapia, nutrição, ciências biológicas, ciências sociais, medicina veterinária, biologia e farmácia, o que se torna significativo tendo em vista o corpo docente poder apresentar um caráter multidisciplinar no ensino, pesquisa e extensão. O desafio seria então vivenciar e potencializar a interdisciplinaridade, onde os saberes pudessem ser compartilhados, enriquecendo processo de ensino aprendizagem dos alunos do curso de enfermagem. Sabe-se que o excesso de especialização e a fragmentação do saber são capazes de levar ao enfraquecimento da responsabilidade e da solidariedade, nesse caso, do cuidado como um bem social. Sendo a enfermagem a profissão que tem o cuidado em sua essência, torna-se necessário desenvolver métodos que permitam estabelecer relações dialógicas com outras áreas, de forma que o ser humano possa ser tratado de forma integral, considerando-o como um todo (MORIN, 2002; MORIN, 2003).

5 Assim, há necessidade de desenvolver métodos que permitam estabelecer relações dialógicas e influências recíprocas entre as partes e o todo, isto é, entre os subsistemas e o sistema maior (MORIN, 2002; MORIN, 2003). Entende-se que a tomada de decisão em realizar o planejamento participativo com as pessoas que fazem o curso de enfermagem, constitui-se em uma estratégia que pode contribuir para um entendimento da integralidade do ser humano e da necessidade de se trabalhar em grupo. Desta forma, podemos estar contribuindo para a formação de cidadãos. Nesse sentido, Morin (2001) refere que o pensamento complexo apresenta-se, como possibilidade para rever os pressupostos metodológicos seguros e ordenados que vêm predominando, há muito tempo, no campo das ciências e que tiveram como conseqüência a inflexibilidade e a desintegração do real. Com esse pensamento, a oficina aconteceu durante três encontros, no período de janeiro de 2010. Com base na metodologia do Planejamento Participativo (GANDIM, 2002), o primeiro passo foi construímos o marco referencial do curso de enfermagem das Faculdades INTA, a partir das seguintes questões: 1 Como você vê e sente a situação global da educação no Brasil, em Sobral, tendo como foco o curso de enfermagem? 2- Qual o ideal de educação, de enfermagem, de profissional pelos quais lutaremos no curso de enfermagem do INTA? 3 Como devemos nos organizar, ser e agir enquanto coordenação, docentes e discentes do curso de enfermagem do INTA para favorecer a construção da educação, da enfermagem e de profissional apontados acima? De acordo com Gandim (2002), quando houver desejo real de planejamento participativo, um aspecto metodológico que constitui-se fundamental é recolher o que as pessoas sentem, desejam e pensam da maneira como elas o pensam, desejam e sentem, utilizando as próprias palavras que as pessoas escrevem. As modificações são utilizadas apenas para reunir pensamentos próximos ou para estabelecer encadeamento entre as idéias. Nesse processo é necessário esquecer as perguntas que originaram o material para os textos. O tom de pessoal foi substituído no corpo do material, dando lugar ao nós. Entendemos que todas as pessoas presentes precisam se sentir parte.

6 As respostas para os referidos questionamentos geraram três textos, que denominamos de: Marco situacional, Marco doutrinal e Marco operacional do curso de enfermagem, segundo o referencial teórico. Esses textos continham as respostas de todos os participantes e foram validados com os mesmos. Consideramos esse momento fundamental para o sucesso dos passos seguintes para que não haja nenhum conflito de opiniões e o que for pactuado seja de interesse do grupo. No segundo passo realizamos um diagnóstico, a partir de uma análise situacional utilizando o método de construção da matriz FOFA - Fortalezas, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças (PAIXÃO, 1998). A matriz FOFA é um instrumento metodológico para análise de projetos e organizações ou de atores sociais que se propõe planejar, diagnosticando a situação e preparando propostas de ações estratégicas. Esse método pode ser usado como um dos passos do Planejamento Estratégico Situacional (PES). No terceiro passo elencamos, a partir do marco operacional e da análise situacional, as prioridades a serem trabalhadas em 2010 e as organizamos em quatro eixos de atuação: projeto político pedagógico e regimento do curso, eventos e atividades complementares, corpo docente e corpo discente. Para cada eixo foram elaborados objetivos e metas que implicavam na melhoria da qualidade do curso e para atingir esses objetivos foram estabelecidas propostas de ação com responsável, prazo, local, instrumentos e recursos necessários. Conclusão: Consideramos que a oficina ora relatada constituiu-se de uma oportunidade para aproximar as pessoas e suas idéias. Para além de um momento em que foi possível a verbalização de necessidades e interesses, também representou um espaço para enriquecimento dos participantes, no sentido de troca e compartilhamento de saberes. Entendemos que o referencial adotado contribuiu para isso, pois orienta a ação no sentido de tornar-se um espaço democrático, em que todos são tratados como iguais e com os mesmo direitos, portanto para exprimir seus pensamentos e sentimentos.

7 Pretendemos aprimorar essa prática de forma que o curso de enfermagem das Faculades INTA possa contribuir não só para a formação de profissionais, mas também de cidadãos. Palavras chave: Planejamento participativo, Interdisciplinaridade, Enfermagem Referencias Bibliográficas: DALMÁS, A. Planejamento participativo na escola elaboração, acompanhamento e avaliação. 14ª. ed. Petrópolis: Vozes, 2008. GANDIN, D. A prática do planejamento participativo: na educação e em outras instituições, grupos e movimentos dos campos cultural, social e político, religioso e governamental. 11ª. ed. Petrópolis: Vozes, 2002. MORIN, E. Ciência com consciência. 7ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil; 2003. MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 5ª ed. São Paulo: Cortez; 2002. MORIN, E. A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 3ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil; 2001. PAIXÃO, F. Construindo a matriz FOFA no planejamento. Disponível em: http://www.iteia.org.br. Acesso em: 12/01/2010. SALES, I. da C. Os conselhos e a gestão democrática armadilhas e possibilidades. Cadernos de Educação Popular, n 29. Rio de Janeiro: Nova Pesquisa, 2005.

8 ESQUEMA DO PÔSTER Introdução: Para Gandim (2002), planejar é transformar a realidade numa direção escolhida, agindo racionalmente, organizando a própria ações e pondo em prática um conjunto de propostas que possam aproximar a realidade de um ideal. Sabendo que o ato de planejar faz parte da vida de todos nós, sentimos a necessidade realizar o planejamento das atividades do curso de enfermagem. O processo de planejamento participativo questiona as dinâmicas tradicionais de planejamento, nos mais variados campos de sua prática. Provoca inversão de relações do planejamento tradicional, em que estas verticalizadas. Objetivo: Descrever a experiência do curso de enfermagem das Faculdades INTA no desenvolvimento da oficina pedagógica de planejamento participativo do ano de 2010. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, realizado no período de janeiro de 2010, no curso de enfermagem das Faculdades INTA em Sobral- CE-Brasil. Os sujeitos do estudo participaram ativamente da atividade e corresponderam aos alunos, professores e coordenadores do curso de enfermagem. Resultados: A oficina aconteceu durante três encontros, no período de janeiro de 2010. Com base na metodologia do Planejamento Participativo (GANDIM, 2002), o primeiro passo foi construímos o marco referencial do curso de enfermagem das Faculdades INTA, a partir das seguintes questões: 1 Como você vê e sente a situação global da educação no Brasil, em Sobral, tendo como foco o curso de enfermagem? 2- Qual o ideal de educação, de enfermagem, de profissional pelos quais lutaremos no curso de enfermagem do INTA?

9 3 Como devemos nos organizar, ser e agir enquanto coordenação, docentes e discentes do curso de enfermagem do INTA para favorecer a construção da educação, da enfermagem e de profissional apontados acima? De acordo com Gandim (2002), quando houver desejo real de planejamento participativo, um aspecto metodológico que constitui-se fundamental é recolher o que as pessoas sentem, desejam e pensam da maneira como elas o pensam, desejam e sentem, utilizando as próprias palavras que as pessoas escrevem. As modificações são utilizadas apenas para reunir pensamentos próximos ou para estabelecer encadeamento entre as idéias. Nesse processo é necessário esquecer as perguntas que originaram o material para os textos. O tom de pessoal foi substituído no corpo do material, dando lugar ao nós. Entendemos que todas as pessoas presentes precisam se sentir parte. As respostas para os referidos questionamentos geraram três textos, que denominamos de: Marco situacional, Marco doutrinal e Marco operacional do curso de enfermagem, segundo o referencial teórico. Esses textos continham as respostas de todos os participantes e foram validados com os mesmos. No segundo passo realizamos um diagnóstico, a partir de uma análise situacional utilizando o método de construção da matriz FOFA - Fortalezas, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças (PAIXÃO, 1998). A matriz FOFA é um instrumento metodológico para análise de projetos e organizações ou de atores sociais que se propõe planejar, diagnosticando a situação e preparando propostas de ações estratégicas. Esse método pode ser usado como um dos passos do Planejamento Estratégico Situacional (PES). No terceiro passo elencamos, a partir do marco operacional e da análise situacional, as prioridades a serem trabalhadas em 2010 e as organizamos em quatro eixos de atuação: projeto político pedagógico e regimento do curso, eventos e atividades complementares, corpo docente e corpo discente. Para cada eixo foram elaborados objetivos e metas que implicavam na melhoria da qualidade do curso e para atingir esses objetivos foram estabelecidas propostas de ação com responsável, prazo, local, instrumentos e recursos necessários. Conclusão:

10 Consideramos que a oficina ora relatada constituiu-se de uma oportunidade para aproximar as pessoas e suas idéias. Para além de um momento em que foi possível a verbalização de necessidades e interesses, também representou um espaço para enriquecimento dos participantes, no sentido de troca e compartilhamento de saberes. Pretendemos aprimorar essa prática de forma que o curso de enfermagem das Faculades INTA possa contribuir não só para a formação de profissionais, mas também de cidadãos. Referencias Bibliográficas: DALMÁS, A. Planejamento participativo na escola elaboração, acompanhamento e avaliação. 14ª. ed. Petrópolis: Vozes, 2008. GANDIN, D. A prática do planejamento participativo: na educação e em outras instituições, grupos e movimentos dos campos cultural, social e político, religioso e governamental. 11ª. ed. Petrópolis: Vozes, 2002. MORIN, E. Ciência com consciência. 7ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil; 2003. MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 5ª ed. São Paulo: Cortez; 2002. MORIN, E. A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 3ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil; 2001. PAIXÃO, F. Construindo a matriz FOFA no planejamento. Disponível em: http://www.iteia.org.br. Acesso em: 12/01/2010. SALES, I. da C. Os conselhos e a gestão democrática armadilhas e possibilidades. Cadernos de Educação Popular, n 29. Rio de Janeiro: Nova Pesquisa, 2005.