Aula 10 Responsabilidade Civil do Advogado. DOS PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ADVOGADO:



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Transcrição:

Aula 10 Responsabilidade Civil do Advogado. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ADVOGADO: DOS PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ADVOGADO: ( ) DANO. ( ) NEXO CAUSAL. ( ) ATO ILÍCITO. ( ) CULPA OU DOLO. Advogado, etimologicamente, provém do latim advocatus, que por sua vez é formado de outras duas palavras vocati ad que significa chamar para junto interceder em favor de... Muita responsabilidade: deve ser diferenciada, estudo por cinco anos, prova da oab... Tribunal administrativo da oab, várias condenações. 11 de agosto de 1827 criação dos cursos jurídicos de olinda e são paulo. Lei regente da advocacia: 8.906/94. Advogado: indispensável à administração da Justiça (art. 133 da Constituição Federal).

Inviolabilidade de seus atos e manifestações no limite da lei. Deve responder por seus atos quando violadores de deveres profissionais. Em relação ao cliente: é contratual. A responsabilidade do advogado tem caráter contratual, por decorrer de uma obrigação de meio, mas não está necessariamente obrigado a ganhar a causa. Deve apenas atuar em defesa dos poderes constantes no mandato, sempre agindo com diligência, prudência e escrúpulo, esforçando-se para que a causa tenha bom termo, de modo que não poderá ser responsabilizado se vier a perder a demanda, a não ser que o insucesso seja oriundo de sua exclusiva culpa. Celso Marcelo de Oliveira. Teoria Geral da responsabilidade civil e de consumo. IOB Thomson, 2005. Contrato o mais fechado o possível. Responsabilidade no CDC: 4º, art. 14. Se atuar como defensor dativo: art. 36, 6º da Constituição Federal. Advogado não é obrigado a aceitar a causa, aliás, é o primeiro juiz da causa.

Se assumir? Responsabilidade de meio, não pode garantir o resultado. Propagandas: tiramos o seu nome do SPC, baixamos sua prestação em 50%... Não se compromete a vencer a causa ou absolver o acusado. Deve defender a causa com o máximo de atenção, diligência é técnica. 1. Desconhecimento de texto legal; 2. Ajuizamento de ação equivocada (execução, monitória, cobrança...) 3. Perder prazo para contestar, recorrer, preparar, pleitear alguma diligência urgente; 4. Conselhos dados aos clientes que contrarie jurisprudência, lei ou doutrina. (falsas esperanças); 5. Violação de segredo profissional; 6. Reter ou extraviar autos; caso Rônis. 7. Desvio ou excesso de poder. 8. Recusa de prestar contas ao cliente. Está o advogado obrigado a recorrer? Depende do mandato, se o recurso for manifestamente sem fundamentação. Deve convencer o cliente e pegar uma carta de anuência.

Art. 14, parágrafo único do CPC. Só é responsabilizado se agir com dolo ou culpa art. 32 da lei 8.906. Se o cliente recusar? Renúncia, mas é responsável pelos próximos 10 dias. Cuidar art. 45 do CPC e 34, XI da lei 8.906. Parágrafo único do art. 32 lide temerária. A respeito do tema, oportuno transcrever trecho do artigo publicado na Revista Síntese de Direito Civil e Processual Civil, vol. 21, pág. 136, escrito por Ênio Santarelli Zuliani. Perda de uma chance é uma expressão feliz que simboliza o critério de liquidação do dano provocado pela conduta culposa do advogado. Quando o advogado perde o prazo, não promove a ação, celebra acordos pífios, o cliente, na verdade, perdeu a oportunidade de obter, no Judiciário, o reconhecimento e a satisfação integral ou completa de seus direitos (art. 5º, XXXV, da CF). Não perdeu uma causa certa; perdeu um jogo sem que lhe permitisse disputá-lo, e essa incerteza cria um fato danoso. Portanto, na ação de responsabilidade ajuizada por esse prejuízo provocado pelo profissional do direito, o juiz deverá, em caso de reconhecer que realmente ocorreu a perda dessa chance, criar um segundo raciocínio dentro da sentença condenatória, ou seja, auscultar a probabilidade ou o grau de perspectiva favorável dessa chance. Comportamento assacado contra o juiz existem condenações.

Calamandrei: o advogado não deve se considerar nem mais que o juiz; não pode, entretanto, aceitar ser menos. Pré-contrato e pós-contrato: pode haver responsabilidade. Cuidar sociedade de advogados: objetiva. Seguro responsabilidade civil. Segredo profissional: Justiça para todos - Al Pacino. LEITURA PARA REFLEXÃO: O ano é 2.209 D.C. - ou seja, daqui a duzentos anos - e uma conversa entre avô e neto tem início a partir da seguinte interpelação: - Vovô, por que o mundo está acabando? A calma da pergunta revela a inocência da alma infante. E no mesmo tom vem a resposta: Porque não existem mais advogados, meu anjo. Advogados? Mas o que é isso? O que fazia um advogado? O velho responde, então, que advogados eram homens e mulheres elegantes que se expressavam sempre de maneira muito culta e que, muitos anos atrás, lutavam pela justiça defendendo as pessoas e a sociedade. Eles defendiam as pessoas? Mas eles eram super-heróis? Sim. Mas eles não eram vistos assim. Seus próprios clientes muitas vezes não pagavam os seus honorários e ainda faziam piadas, dizendo que as cobras não picavam advogados por ética profissional. E como foi que eles desapareceram, vovô?

Ah, foi tudo parte de um plano secreto e genial, pois todo super-herói tem que enfrentar um supervilão, não é? No caso, para derrotar os advogados esse supervilão se valeu da União de três poderes. Por isso chamamos esse supervilão de União. Segundo o velho, por meio do primeiro poder, a União permitiu a criação de infinitos cursos de Direito no País inteiro, formando dezenas de milhares de profissionais a cada semestre, o que acabou com a qualidade do ensino e entupiu o mercado de bacharéis. Com o segundo poder, a União criou leis que permitiam que as pessoas movessem processos judiciais sem a presença de um advogado, favorecendo a defesa de poderosos grupos econômicos e do Estado contra o cidadão leigo e ignorante. Por estarem acostumadas a ouvir piadas sobre como os advogados extorquiam seus clientes, as pessoas aplaudiram a iniciativa. O terceiro poder foi mais cruel. Seus integrantes fixavam honorários irrisórios para os advogados, mesmo quando a lei estabelecia limite mínimo! Isso sem falar na compensação de honorários. Mas o terceiro poder não durou muito tempo. Logo depois da criação do processo eletrônico, os computadores se tornaram tão poderosos que aprenderam a julgar os processos sozinhos. Foi o que se denominou de Justiça self-service. Das decisões não cabiam recursos, já que um computador sempre confirmava a decisão do outro, pois todos obedeciam à mesma lógica. O primeiro poder, então, absorveu o segundo, com a criação das medidas definitivas, novo nome dado às medidas provisórias. Só quem poderia fazer alguma coisa eram os advogados, mas já era tarde demais. Estes estavam muito ocupados tentando sobreviver, dirigindo táxis e vendendo cosméticos. Sem advogados, a única forma de restaurar a democracia é por meio das armas. E é por isso que o mundo está acabando, meu netinho. Mas agora chega de assuntos tristes. Eu já contei por que as cobras não picam os advogados? Observação: Desvalorizaram tanto os professores que acabaram com a educação, cultura e os princípios básicos. (mais fácil manipular um povo inculto). O mesmo princípio de desvalorização assola os advogados e suas prerrogativas. (mais fácil manipular um povo inculto e sem direito à Justiça).