A AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL NO BRASIL DIANTE DO DESAFIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ANDRESSA DE OLIVEIRA LANCHOTTI
Avaliação ambiental estratégica (AAE) ou Strategic Environment Assesment (SEA) é um instrumento que permite agregar a proteção do meio ambiente e a utilização adequada e sustentável dos recursos naturais a todas as ações públicas, avaliando-se na fase de planejamento estratégico os efeitos que tais ações terão sobre o meio ambiente, permitindo, assim, sua modificação e adequação, com o objetivo de minimizar ou impedir a ocorrência de efeitos nocivos ou compensar tais efeitos, quando a realização das ações planejadas se imponha, por razões de interesse público.
Para que as decisões públicas estejam em consonância com o desenvolvimento sustentável, as considerações econômicas, sociais e ambientais devem estar integradas em todos os níveis de planejamento.
Propõe-se a institucionalização no Brasil da AAE, com aplicação a planos, programas, políticas e leis (em sentido amplo) suscetíveis de produzir efeitos ambientais significativos.
A AAE tem como objetivo elevar a consideração do meio ambiente a um nível anterior (no processo temporal de tomada de decisões) e superior (na espécie e no âmbito espacial) ao de projeto.
A AAE deverá possuir distintas abordagens, de acordo com as características da ação a ser avaliada. Propõe-se a a abordagem top-down (PARTIDARIO). O âmbito de uma AAE deverá ser projetado ou desenvolvido em torno de estratégias nacionais ou objetivos ambientais e de sustentabilidade. Apenas em uma etapa seguinte os objetivos específicos, opções e alternativas, deverão ser objeto de uma avaliação. A avaliação deverá resultar na formulação de um contexto para o desenvolvimento de soluções, a fim de resolver os problemas de política iniciais.
Propõe-se a a abordagem Deep Sea (DOVERS). Deverão ser tratados tanto os impactos diretos das ações propostas, quanto os indiretos. Por exemplo: Uma abordagem da espécie Deep SEA ao ser aplicada para a avaliação de uma política de preservação da biodiversidade trataria tanto dos impactos diretos quanto dos indiretos, permitindo contestar outras ações públicas (políticas agrícolas, p. ex.), que fomentam o desmatamento, em afronta ao objetivo inicial de conservação da biodiversidade.
A AAE deve iniciar-se com um breve exame da decisão estratégica em questão para verificar se as suas características indicam a necessidade ou não de realização de uma AAE (screening). O parâmetro deverá ser a probabilidade de que ocorram impactos ambientais significativos como consequência da implementação das leis e PPPs. Os impactos significativos poderão ser positivos e a AAE deverá consistir em uma oportunidade para maximizá-los ou negativos e o papel da AAE deverá ser antever e gerir os riscos ao meio ambiente.
É necessário que se defina o conteúdo dos estudos ambientais, ou seja, os aspectos mais significativos que deverão ser identificados para que sejam objeto de uma análise profunda na AAE (scoping). As questões irrelevantes não deverão formar parte da avaliação.
Deve-se estudar a situação atual do meio ambiente em relação aos objetivos de política avaliados. Deve-se enfatizar a existência de potenciais conflitos entre estes objetivos e outras ações públicas em planejamento ou execução (baseline monitoring). A existência de eventuais incompatibilidades entre tais objetivos e outras ações públicas em planejamento ou implementação deverá ser ressaltada.
AAE deverá analisar os efeitos ambientais de cada ação em comparação aos derivados de outras alternativas distintas às planificadas ou programadas e introduzir as medidas corretoras ou compensatórias que corrijam as consequências ambientais não desejadas.
Deverão ser privilegiados o seguimento e o controle das ações avaliadas. Follow-up ou vigilância ambiental. Por meio do seguimento, deverão ser observados os efeitos que realmente se produzirão no meio ambiente como consequência da aplicação dos planos, programas, políticas e leis avaliados, para que, se o caso, sejam identificados os efeitos não previstos e adotadas as medidas de correção adequadas (controle).
A participação garante o funcionamento democrático das sociedades e introduz maior transparência na gestão dos assuntos públicos.
Na institucionalização da AAE no ordenamento jurídico brasileiro os mecanismos de participação social no processo de tomada de decisões devem ser aprimorados e ampliados. Deve-se prever expressamente a participação social a partir da fase conhecida como scoping.
As contribuições decorrentes da participação social deverão ser necessariamente consideradas no processo de tomada de decisão.
CONCLUSÕES: Para que as ações públicas estejam em consonância com o desenvolvimento sustentável, as considerações econômicas, sociais e ambientais deverão estar integradas em todos os níveis de planejamento. Para tanto, deverá ser garantida a avaliação ambiental estratégica prévia das leis, políticas, planos e programas de governo.
CONCLUSÕES: Desenvolvimento sustentável e integração são princípios que se encontram interligados. A integração do meio ambiente em todas as decisões e estratégias públicas é uma exigência fundamental para garantirse o desenvolvimento sustentável.
CONCLUSÕES: A AAE, quando abarca todos os níveis de planejamento, permite uma completa integração ambiental, minimizando a utilização dos recursos naturais e garantindo a preservação ambiental com menor custo financeiro. Além disso, a participação pública precoce viabilizada pela AAE possibilita ao público influir no processo de tomada de decisão, diminuindo a conflituosidade social nas ações de desenvolvimento econômico.
CONCLUSÕES: A utilização sistemática da AAE gerará uma melhora na qualidade de vida no Brasil, aliando sustentabilidade ao desenvolvimento econômico.
MUITO OBRIGADA! alanchotti@hotmail.com