Conferências de Segurança Alimentar e Nutricional Alimentação Adequada e Saudável: Direito de Todos Irio Luiz Conti CONSEA/REDESAN/FIAN INTERNACIONAL irio@ifibe.edu.br Fone: (51) 9274-1002
INTRODUÇÃO Mundo: 1bilhão de pessoas passam forme. América Latina: 62 milhões passam fome. Brasil: 25,3% ou 48 milhões na pobreza e 8,8% ou 16,9 milhões na extrema pobreza. Brasil: 49% da população com excesso de peso e obesidade. E daí???
PERSPECTIVA HISTÓRICA 1993 - Criação do Conselho Nacional de SAN CONSEA; 1994 - I Conferência Nacional de SAN; 1995 - Extinção do CONSEA; 1996 - Cúpula Mundial da Alimentação FAO; 2003 - Estratégia FOME ZERO ; 2003 - Reimplantação do CONSEA; 2004 - Criação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; 2004 - II Conferência Nacional de SAN; 2006 - Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional - LOSAN, Lei 11.346/2006; 2006 - II Conferência Nacional de SAN + 2; 2007 - Criação da Câmara Interministerial de SAN CAISAN; 2007 - III Conferência Nacional de SAN; 2009 - III Conferência Nacional de SAN + 2; 2010 - Inclusão do direito humano à alimentação na Constituição - EC 64; 2010 - Decreto 7.272 que institui a Política Nacional de SAN; 2011 IV Conferência Nacional, estaduais, territoriais/regionais de SAN.
DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA Declaração Universal dos DH (art. 25) Pacto Internacional dos DESC (art.11) Comentário Geral nº 12 (ONU) O direito à alimentação adequada realiza-se quando cada homem mulher e criança, sozinho ou em companhia de outros, tem acesso físico e econômico, ininterrupto, à alimentação adequada ou aos meios para sua obtenção. O DHAA tem duas dimensões indivisíveis: 1) O direito de estar livre da fome = provimento, com implementação imediata; 2) O direito à alimentação adequada = mediante estratégias de políticas públicas.
O DHAA NO BRASIL Art. 6º da CF incorpora a EC 64/2010 São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
OBRIGAÇÕES DO ESTADO Respeitar Proteger Promover Prover
COMO SE PODE EXIGIR O DHAA? Meios administrativos Meios políticos Meios quase judiciais Meios judiciais
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL A segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis. (Art. 3º LOSAN, Lei nº 11.346/2006)
CONTEÚDO DO DHAA/SAN (Art. 11 do PIDESC, CG12 e LOSAN) A adequação: às condições sociais, econômicas, culturais, climáticas e ecológicas de cada contexto específico da população; A sustentabilidade: estar disponível para as atuais e as futuras gerações; A disponibilidade: em quantidade e qualidade; A aceitabilidade cultural: respeitar os hábitos e costumes das pessoas; A acessibilidade: acesso físico e econômico sem interferir na realização dos outros direitos.
LEI ORGÂNICA DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL - LOSAN, LEI 11.346/2006 Reconhece a alimentação como direito fundamental; Cria o SISAN para assegurar o DHAA no Brasil; Define os integrantes dos SISAN; Reafirma obrigações do Estado de respeitar, proteger, promover e prover a alimentação adequada; Institucionaliza a Política e o Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional; Institui a necessidade de haver instrumentos de monitoramento e exigibilidade do DHAA.
SOBERANIA ALIMENTAR Soberania Alimentar é o direito dos povos definirem suas próprias políticas e estratégias sustentáveis de produção, distribuição e consumo de alimentos que garantam o direito à alimentação para toda a população, com base na pequena e média produção, respeitando suas próprias culturas e diversidades dos modos camponeses, pesqueiros e indígenas de produção... A soberania alimentar é a via para erradicar a fome e a desnutrição e garantir a segurança alimentar duradoura e sustentável para todos os povos. (Fórum Mundial sobre Soberania Alimentar Havana,Cuba - 2001)
CONCEITOS INTERDEPENDENTES DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA SOBERANIA ALIMENTAR SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL VIDA DIGNA PARA TODOS/AS
EIXOS DAS CONFERÊNCIAS DE SAN Eixo 1 - Avanços, Avanços, ameaças e perspectivas para a efetivação do Direito Humano à Alimentação Adequada e Saudável. Objetivo Objetivo: Identificar os principais avanços e ameaças, bem como levantar propostas para a efetivação do direito humano à alimentação e saudável nos municípios, no Estado e no país.
AVANÇOS EM SAN E DHAA Marco legal (LOSAN, PNSAN, PNAN, EC 64, PNAE) Instituição do SISAN da Política e do Plano de SAN Institucionalização da SAN em estados e municípios Criação e instalação de CONSEAs Realização dos processos de Conferências Sociedade se apropria e exige SAN e DHAA
AVANÇOS EM SAN E DHAA Ampliação do acesso aos alimentos possibilitou melhora nos índices de SAN Programas de Transferência de Renda Recuperação do salário mínimo Queda do desemprego: de 12,2 em 2002 para 6,7 em 2010
AVANÇOS EM SAN E DHAA Criação e revitalização de programas e ações inovadores em SAN Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) Programa Bolsa Família (PBF) Rede de Equipamentos Públicos (Rest., Bancos Al. Coz.) Política de Pesca e Aquicultura Programa Modernização do Mercado Hortigranjeiro (PROHORT) Ampliação do PRONAF: Plano Safra, Preços Mínimos Construção de Cisternas
DESAFIOS Consolidação da Política e do SISAN Reversão das taxas de excesso de peso e obesidade, com diminuição dos industrializados Reforma Agrária e recursos produtivos Universalização do acesso á água Criação e implantação de Política Nacional de Abastecimento Enfrentamento dos transgênicos e agrotóxicos e transição para produção agroecológica Fortalecimento do mercado institucional de alimentos
Eixo 2 Sistema Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) Avaliar os compromissos políticos do governo e da sociedade civil com a implementação do SISAN. Objetivo:
MARCO LEGAL DO SISAN LEI nº 11.346 de 15/set/2006 (LOSAN) Cria o SISAN com vistas em assegurar o direito humano à alimentação. DECRETO N 6.276 DE 23 DE NOVEMBRO DE 2007 Cria, no âmbito do SISAN, a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN). DECRETO N 6.272 DE 23 DE NOVEMBRO DE 2007 Dispõe sobre as competências, a composição e o funcionamento do CONSEA Nacional.
EC 64 altera o art. 6º da Constituição Federal Reconhece a alimentação como um direito fundamental social. DECRETO FEDERAL Nº 7.272, 25/08/2010 Regulamenta a Lei N o 11.346, de 15/09/2006, que cria o SISAN com vistas a assegurar o DHAA, institui a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, estabelece os parâmetros para a elaboração do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, e dá outras providências.
O QUE É O SISAN? É um sistema em construção, que tem por objetivos formular e implementar políticas e planos de segurança alimentar e nutricional nos municípios, estados e em âmbito federal.
PRINCÍPIOS DO SISAN (art. 8º LOSAN) Universalidade e equidade no acesso à alimentação; Autonomia e dignidade das pessoas; Participação social em todas as etapas da gestão das políticas públicas, em todas as esferas de governo; Transparência.
INTEGRANTES DO SISAN
CARACTERÍSTICAS DO SISAN Intersetorialidade; Participação social; Diálogo entre Sistemas; Simultânea à formulação e implementação das políticas de SAN; Sistema em construção.
ENFOQUE SISTÊMICO DO SISAN Sinergia; Integração; Intersetorialidade; Completariedade; Convergência; Focalizar e universalizar;... das Políticas Públicas.
O SISAN NA PRÁTICA DO MUNICÍPIO Existência da LOSAN; Dotação Orçamentária garantida; CONSEA ativo e atuante; Conferencias de SAN; Câmaras intersecretarias; Política e Plano de SAN; Desafio: capacitação conselheiros. de gestores e SISAN = é o município garantindo a realização do direito humano à alimentação adequada como política de Estado.
Eixo 3 Plano Plano de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável. Objetivo: Identificar e apontar prioridades para o Plano municipal e estadual de SAN.
PLANO REQUER A POLÍTICA DE SAN A Política deve dispor sobre o sistema municipal de SAN constituído por: a) Conferência de SAN; b) Conselho municipal de SAN c) Câmara intersetorial de SAN; d) Plano Municipal de SAN; e) Outras providências específicas.
O QUE É UM PLANO DE SAN? É um instrumento estratégico de É um instrumento estratégico de planejamento, gestão e execução de programas e ações de SAN que garantam o DHAA para toda a população do município.
PRINCÍPIOS DE UM PLANO DE SAN Intersetorialidade; Equidade no acesso à alimentação saudável; Participação social na formulação; Descentralização e sustentabilidade; Respeito à diversidade cultural e aos hábitos alimentares locais; Apoio à reforma agrária e ao fortalecimento da agricultura familiar; Monitoramento e avaliação.
UM PLANO DE SAN PRECISA CONTER Diagnóstico da situação de SAN; Definição de objetivos e prioridades; Metas dos programas e ações a cada ano; Responsabilidade de cada órgão e entidade; Recursos financeiros e fontes orçamentárias; Mecanismos de integração com os sistemas setoriais; Articulação entre ações municipais, estaduais e nacionais; Mecanismos de monitoramento e avaliação.
SISAN E PLANO DE SAN utopia ou realidade? Sonho que se sonha juntos é sinal de solução... Então vamos Irio Luiz Conti iirio@ifibe.edu.br (051)9274-1002 CONSEA Nacional RedeSAN FIAN INTERNATICONAL