COMUNICADO CONJUNTO DOS PRESIDENTES DOS ESTADOS PARTES DO MERCOSUL



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Transcrição:

Tradução do espanhol realizada pela SM COMUNICADO CONJUNTO DOS PRESIDENTES DOS ESTADOS PARTES DO MERCOSUL As Presidentas da República Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, e da República Federativa do Brasil, Dilma Vana Rousseff; o Presidente da República Oriental do Uruguai, José Mujica Cordano; e o Ministro do Poder Popular para as Relações Exteriores da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro Moros, em representação do Presidente Hugo Chávez Frías, reunidos na cidade de Mendoza, República Argentina, no dia 29 de junho de 2012, por ocasião da XLIII Reunião do Conselho do Mercado Comum: 1. Congratularam-se com a participação do Presidente do Estado Plurinacional da Bolívia, Evo Morales; do Presidente da República do Chile, Sebastián Piñera Echenique; do Presidente da República do Equador, Rafael Correa Delgado; e do Presidente de Suriname, Desi Bouterse. Expressaram, ainda, sua satisfação pela presença da Ministra das Relações Exteriores da República da Colômbia, María Ángela Holguín Cuéllar, do Ministro das Relações Exteriores da República do Peru, Rafael Roncagliolo, da Secretária das Relações Exteriores dos Estados Unidos Mexicanos, Patricia Espinosa Cantellano, e do Chanceler da República Cooperativista da Guiana, Carolyn Rodrigues-Birkett. 2. Saudaram a participação do Secretário-Geral da ALADI, Carlos Álvarez; do Secretário-Geral da UNASUL, Alí Rodríguez Araque; da Senhora Secretária-Executiva da CEPAL, Alicia Bárcena, e Representantes do Tribunal Permanente de Revisão, a Comunidade Andina de Nações, a Corporação Andina de Fomento e o Sistema da Integração Centro- Americana. 3. Destacaram a Declaração de Cidadão Ilustre do MERCOSUL do expresidente Luiz Inácio Lula da Silva, reconhecendo sua invalorável contribuição à integração regional e seu permanente compromisso com a democracia, a ordem constitucional, o estado de direito e o respeito irrestrito dos direitos humanos e liberdades fundamentais. SITUAÇÃO DO MERCOSUL 4. Renovaram seu compromisso com o MERCOSUL, salientando que seus objetivos devem orientar-se a aprofundar a integração de seus povos, a consolidação da democracia, o crescimento e a geração de emprego em todos os Estados Partes. 5. Reiteraram sua condenação pela ruptura da ordem democrática produzida na irmã República do Paraguai, sublinharam que o restabelecimento das

instituições democráticas é condição indispensável para o desenvolvimento do processo de integração e decidiram suspender, no marco do Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático do MERCOSUL, o direito desse país a participar nos órgãos do MERCOSUL. Ressaltaram seu compromisso com que os efeitos da aplicação desta medida não provoquem prejuízos ao povo paraguaio. A suspensão cessará quando, conforme estabelecido no Artigo 7 do Protocolo de Ushuaia, for verificado o pleno restabelecimento da ordem democrática na parte afetada. 6. Congratularam-se pelo ingresso da República Bolivariana da Venezuela ao MERCOSUL, salientando que o processo de integração é um instrumento para promover o desenvolvimento integral, enfrentar a pobreza e a exclusão social. Convocaram, para tanto, uma reunião para efeitos da admissão oficial da Venezuela ao MERCOSUL em 31 de julho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. 7. Saudaram o início dos trabalhos para estudar a adesão do Equador ao MERCOSUL e ratificaram a vontade das partes de avançar rumo a uma integração mais profunda e solidária, baseada na complementação produtiva, reconhecendo as diferentes estruturas econômicas e com a vontade necessária para permitir sua conclusão no menor prazo possível. 8. Receberam o relatório do Alto Representante-Geral do MERCOSUL ao Conselho do Mercado Comum, que contribui com elementos relevantes para a discussão sobre o aprofundamento do processo de integração. Tomaram conhecimento, com pesar, da carta de demissão do Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães e agradeceram seu trabalho como primeiro Alto Representante-Geral do MERCOSUL. 9. Manifestaram seu beneplácito pela realização da Reunião de Ministros da Economia e Presidentes de Bancos Centrais do MERCOSUL e Estados Associados, marcada por um alto nível de consenso no que diz respeito ao diagnóstico e os desafios que enfrenta a região a partir da crise internacional, pelo que destacaram a importância de aprofundar a coordenação macroeconômica no MERCOSUL 10. Reafirmaram a necessidade de impulsionar iniciativas e ações que transcendam o eixo do bloco, reafirmando que é fundamental avançar na complementaridade produtiva no MERCOSUL e consolidar o aumento da competitividade dos setores produtivos dos Estados Partes. Estas iniciativas contribuem para avançar nas construção de projetos regionais comuns em matéria de Ciência, Desenvolvimento Tecnológico, Inovação e Integração Produtiva como um objetivo estratégico que possibilite superar as brechas de competitividade em diferentes setores produtivos entre os sócios, bem como a respeito de terceiras economias.

Congratularam-se, nesse sentido, pelos termos da Declaração dos Estados Partes do MERCOSUL sobre Ciência, Tecnologia e Inovação. 11. Ratificaram sua determinação de fortalecer a dimensão social da integração, salientando a importância dos trabalhos que se desenvolvem nos distintos foros para garantir o crescimento econômico com justiça e inclusão social. 12. Destacaram a importância de contar com um Protocolo de Contratações Públicas do MERCOSUL e instaram a continuar os trabalhos com o intuito de culminar a referida revisão. 13. Reafirmaram que o Fundo para a Convergência Estrutural do MERCOSUL (FOCEM) é ferramenta fundamental para a superação das assimetrias existentes entre os países e as regiões do bloco e o fortalecimento do processo de integração. Nesse contexto, congratularam-se com sua evolução, destacando os 39 projetos aprovados até o presente, por um valor total de 1,133 bilhão de dólares. Tomaram conhecimento da Decisão do Conselho do Mercado Comum de ampliar o financiamento do projeto Vínculo de interconexão em 132 kv. Iberá Paso de los Libres Norte. Manifestaram seu interesse no Projeto pluriestatal sobre Economia Social e Solidária com o propósito de fortalecer a rede produtiva de zonas gêmeas em fronteiras, possibilitando assim o acesso ao trabalho digno, a integração ao mercado de trabalho, a incorporação de valor agregado aos produtos e serviços, a capacitação, o acesso ao microcrédito e o desenvolvimento da comercialização e inovação. Expressaram sua satisfação, ainda, pela apresentação ao FOCEM do segundo projeto destinado à recuperação de ferrovias no litoral uruguaio, por uma extensão total de 327 km, que contribui para a integração ferroviária regional. Congratularam-se pela aprovação do Projeto Construcción de la Avenida Costanera Norte de Asunción 2ª Etapa, que permitirá melhorar a eficiência do transporte urbano na cidade de Assunção. 14. Destacaram a evolução positiva dos trabalhos do Grupo de Integração Produtiva; em particular aqueles desenvolvidos em matéria aeronáutica, naval, eólica, metalmecânica, de tecnologias da informação e comunicação, os Projetos FOCEM de Qualificação de provedores da cadeia produtiva de petróleo e gás e de Adensamento e complementação automotiva no âmbito do MERCOSUL, bem como o desenvolvimento de cadeias valor fronteiriças. Destacaram, nesse sentido, as atividades desenvolvidas no âmbito regional das Missões Jesuítico- Guarani, que abrange o nordeste argentino, sul do Brasil e leste do Paraguai; os avanços no Grupo da Bacia do Rio Uruguai, bem como

aqueles instalados em diversos territórios, como testemunho das realizações alcançadas. 15. Sublinharam a aprovação da estrutura do Fundo MERCOSUL de Garantias para as Micro, Pequenas e Médias Empresas (FOMPMEs), o que constitui um passo adiante na implementação deste Fundo, instrumento que favorecerá os processos de integração produtiva. 16. Manifestaram sua satisfação com a criação do Grupo de Cooperação Internacional, que permitirá fortalecer e hierarquizar o tratamento da cooperação técnica no MERCOSUL e centralizará as ações em conformidade com as estratégias do bloco e em consonância com a evolução do processo de integração. Congratularam-se com a adoção dos lineamentos gerais da política de cooperação internacional do MERCOSUL, que estabelece objetivos, princípios e modalidades que permitirão ampliar o papel do MERCOSUL como ator internacional na matéria. 17. Destacaram a importância de impulsionar atividades de Promoção Comercial Conjunta no MERCOSUL, coordenando esforços para diversificar a oferta exportável e ter acesso a novos mercados, em particular aos de grande dinamismo. Neste sentido, instruíram as respectivas Chancelarias a organizar uma missão de Promoção Conjunta do MERCOSUL, com a participação do setor empresarial, a ser realizada durante o segundo semestre de 2012 na República da Indonésia (Jacarta) e a República Popular da China (Xangai). RELACIONAMENTO EXTERNO DO MERCOSUL 18. Enfatizaram a importância de sua relação com a República Popular da China e, nesse sentido, destacaram os termos da Declaração Conjunta pela qual se comprometeram a incrementar a cooperação em matéria econômica e comercial. 19. Destacaram a realização do XXIV Comitê de Negociações Birregionais MERCOSUL União Europeia e assinalaram a importância de alcançar um acordo abrangente, ambicioso e equilibrado para ambas as regiões. 20. Saudaram a conclusão do Diálogo Exploratório com Canadá, cujos resultados serão utilizados para realizar as avaliações nacionais correspondentes sobre a factibilidade de celebrar um acordo comercial MERCOSUL-Canadá. 21. Tomaram nota da realização em Buenos Aires da Primeira Reunião do Comitê Conjunto MERCOSUL-Israel, nos dias 17 e 18 de abril, e destacaram sua importância para o fortalecimento do Tratado de Livre Comércio vigente, o primeiro em vigor com um país não latino-americano.

22. Celebraram a presença do representante do Sistema da Integração Centro-Americana (SICA), no âmbito do interesse recíproco por consolidar e aprofundar os vínculos existentes entre ambas as regiões. Destacaram, nesse sentido, a intenção de estimular contatos entre os blocos regionais e incrementar a cooperação em iniciativas em que ambas partes participam ativamente. INTEGRAÇÃO REGIONAL 23. Manifestaram seu compromisso de continuar promovendo a complementação econômico-comercial regional, com o objetivo de que, mediante a complementaridade e cooperação dos processos de integração como o MERCOSUL, a Comunidade Andina de Nações (CAN), a União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), a região alicerce seu crescimento e sua importância política, econômica, social e cultural no mundo. 24. Congratularam-se pela entrada em vigência no dia 3 de abril do Convênio Constitutivo do Banco do Sul, do qual são membros fundadores a República Argentina, o Estado Plurinacional da Bolívia, a República Federativa do Brasil, a República do Equador, a República do Paraguai, a República Oriental do Uruguai e a República Bolivariana da Venezuela. O Banco do Sul terá como objetivo financiar o desenvolvimento econômico, social e ambiental de seus países membros, de forma equilibrada e estável, fazendo uso da poupança intra- e extrarregional, bem como fortalecer a integração, reduzir as assimetrias e promover a equitativa distribuição dos investimentos entre seus países membros. 25. Ainda, ratificaram a importância de levar a cabo periodicamente as reuniões das Comissões Administradoras dos Acordos de Complementação Econômica, para avançar no aprofundamento do comércio regional e a diversificação do intercâmbio, incluindo produtos com maior valor agregado. 26. Expressaram sua satisfação pelos trabalhos que vêm se desenvolvendo na Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) em prol da integração regional, através da identificação de novos temas de interesse prioritário dos países membros com vistas a favorecer o desenvolvimento econômico e social de seus povos, e da concretização de outros, como a certificação de origem digital. 27. Manifestaram seu beneplácito pela realização e os resultados da 32 Conferência Regional para América Latina e Caribe da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), levada a cabo em Buenos Aires, de 26 a 30 de março de 2012. Igualmente, destacaram as decisões adotadas com o objetivo de garantir a segurança alimentar e

erradicar a fome em nossa região e manifestaram sua satisfação por ser a primeira conferência sob a gestão do novo Diretor Geral, José Graziano da Silva. SITUAÇÃO INTERNACIONAL 28. Reconheceram a deterioração do cenário econômico internacional, reafirmando o compromisso de coordenar e implementar ações que permitam atenuar o impacto da crise internacional sobre as economias do bloco, sustentar a demanda interna, contribuir para a geração de emprego e proteger os mais vulneráveis, levando em conta as particularidades nacionais. 29. Destacaram o papel ativo que os países em desenvolvimento tiveram em anos recentes como principais impulsionadores da demanda agregada global mediante o aumento de suas importações. Nesse sentido, manifestaram seu compromisso de continuar aplicando políticas públicas responsáveis a fim de impulsionar o desenvolvimento com inclusão social e emprego de qualidade. 30. Valoraram o resultado da Cúpula do G20 em Los Cabos (México), em especial que as lideranças se comprometessem a criar um ambiente propício ao desenvolvimento, incluído o da infraestrutura, e que reiterassem a prioridade que tem o crescimento sustentável em suas dimensões econômica, social e ambiental para a criação de emprego, a erradicação da pobreza e a superação da brecha de desenvolvimento. Salientaram, ainda, a necessidade de que o G20 continue complementando a tarefa das instituições e organizações do sistema multilateral internacional, especialmente o da Nações Unidas, para poder superar a atual crise econômico-financeira global e suas consequências políticas e sociais, particularmente para os países em vias de desenvolvimento. 31. Ratificaram a necessidade de reforçar suas ações conjuntas a fim de alcançar um resultado ambicioso integral e equilibrado das negociações da Rodada de Doha da OMC, conforme seu mandato focado no desenvolvimento. 32. Destacaram que caso não sejam cumpridas as disposições do Mandato de Doha sobre agricultura, o seguimento do processo de reforma que fora acordado na Rodada Uruguai continuará estagnado e o comércio agrícola internacional se manterá como bastião do protecionismo. Instaram os países a cumprirem com a continuação deste processo de reforma, incluindo a eliminação de todos os subsídios às exportações agrícolas em 2013. 33. Expressaram sua preocupação pelo aumento do protecionismo no comércio agrícola internacional como resultado da aplicação de medidas sem justificação científica ou técnica inconsistentes com os Acordos da OMC sobre Medidas Sanitárias e Fitossanitárias ou de Obstáculos

Técnicos ao Comércio Destacaram que medidas tais como a utilização crescente de padrões privados e exigências de etiquetagem obrigatória não conformes com os Acordos da OMC, prejudicam os países em desenvolvimento de maneira desproporcionada. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 34. Tomaram conhecimento da realização da XV Reunião de Ministros do Meio Ambiente do MERCOSUL e Chile como Estado Associado, bem como da aprovação da Declaração de Buenos Aires que reafirma os acordos alcançados na XIV Reunião sobre as contribuições para o processo preparatório da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio + 20), que teve lugar no Rio de Janeiro, República Federativa do Brasil, de 20 a 22 de junho do corrente ano. Ainda, coincidiram na identificação de temas prioritários para o bloco e comprometeram-se a impulsioná-los pós-rio, tais como mudança climática, água e resíduos. 35. Destacaram a relevância da realização da Conferência Rio+20, na qual foi adotada a Declaração O futuro que queremos, com a reafirmação do compromisso político intergovernamental com o desenvolvimento sustentável, visando à plena integração dos pilares econômico, social e ambiental. Realçaram a vigência da Declaração do Rio, a Agenda 21 e o Plano de Implementação de Joanesburgo, reafirmando que todo compromisso político internacional renovado em matéria de Desenvolvimento Sustentável deve fechar as brechas de implementação que ainda persistam nos processos para sua realização. Sublinharam a importância de alcançar a realização do paradigma de desenvolvimento sustentável em seus três pilares, de forma equitativa e equilibrada em favor dos países em desenvolvimento e os menos avançados. Em consequência, ratificaram a vigência do princípio de responsabilidades comuns porém diferenciadas, os direitos soberanos dos Estados sobre seus recursos naturais, a não existência de um modelo de desenvolvimento único aplicável a todos, na medida em que deve-se atender às distintas capacidades e aos diferentes níveis de desenvolvimento de cada país, de forma tal a contribuir à erradicação da pobreza. Destacaram que o desenvolvimento sustentável dever ser considerado de forma integral, complementar e interdependente, respeitando o direito dos Estados e seus povos ao desenvolvimento conforme seus respectivos modelos, o que implica, dentre outros, o reconhecimento ao direito das populações de superar a pobreza, a eliminação das condições que geram inequidade e exclusão, o exercício de seus direitos em harmonia com a

natureza, respeitando a Mãe Terra, sob os princípios da Agenda 21 e outros instrumentos internacionais vigentes. 36. Insistiram na necessidade de reduzir radicalmente as emissões de gases de efeito estufa, em conformidade com os princípios de equidade e responsabilidades comuns, porém diferenciadas, para impedir que o problema continue se agravando, instando os países desenvolvidos a cumprirem seus compromissos de redução de tais emissões, prover maiores recursos financeiros e facilitar a transferência de tecnologias limpas. Igualmente, comprometeram-se a realizar esforços conjuntos para fortalecer o regime internacional de mudança climática sob a Convenção- Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática e o Protocolo de Quioto e conforme os princípios nele estabelecidos. 37. Reafirmaram seu apoio à importante tarefa que leva adiante, no âmbito Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o Comitê Intergovernamental de Negociação (CIN), encarregado de preparar o Tratado Internacional sobre o Mercúrio, e afirmaram sua vontade política para trabalhar construtivamente nessa direção. 38. Lembraram que a mineração, os minerais e os metais são importantes para o desenvolvimento econômico e social de nossos países, em conformidade com os resultados da Cúpula Mundial de Desenvolvimento Sustentável de 2002 e a Cúpula Mundial Rio+20, recentemente finalizada. O pleno desenvolvimento do setor de mineração do MERCOSUL permitirá a radicação de investimentos, o desenvolvimento de novos projetos, a geração de empregos e as oportunidades para o empreendedorismo relacionado com a prestação de serviços, criando oportunidades de inclusão social, progresso econômico e tecnológico. DIREITOS HUMANOS, DIMENSÃO SOCIAL E CIDADÃ DO MERCOSUL 39. Salientaram necessidade de aprofundar a promoção dos alicerces da verdade, justiça, reparação e garantias de não repetição; apoiar a tarefa do Grupo Técnico de obtenção de dados, informação e levantamento de arquivos das coordenações repressivas do Cone Sul criado no âmbito da Comissão Permanente Memória, Verdade e Justiça da RADDHH; fortalecer a cooperação para a prevenção do genocídio; memória e preservação de lugares históricos, bem como alentar a universalização da Convenção Internacional para a Proteção de Todas as Pessoas Contra os Desaparecimentos Forçados. 40. Renovaram seu compromisso de avançar no aprofundamento da dimensão social e cidadã do MERCOSUL e sublinharam a realização da Sessão Ampliada da Comissão de Coordenação de Ministros de Assuntos Sociais do MERCOSUL (CCMASM), que contou com a presença de Ministros e Autoridades de Estados Partes do MERCOSUL e Estados

Associados participantes nas Reuniões de Ministros da Justiça; Interior; Direitos Humanos; Educação; Cultura; Trabalho; Saúde; Desenvolvimento Social e Mulher, bem como nas Reuniões Especializadas de Ciência e Tecnologia e Agricultura Familiar. Saudaram a adoção, nesse âmbito, da Declaração de Buenos Aires Por um MERCOSUL Social e Inclusivo, Avançando para a Pátria Grande mediante a qual os Ministros acordam em aprofundar o desenvolvimento e a implementação de distintas iniciativas e projetos enquadrados no Plano Estratégico de Ação Social do MERCOSUL (PEAS). Ainda, tomaram nota dos trabalhos relativos à definição, no âmbito da Estratégia Social Regional da CCMASM para os anos 2012-2013, sobre Fortalecimento das capacidades públicas dos Estados do MERCOSUL para o desenvolvimento de estratégias integrais para a Erradicação da Pobreza Extrema e a Fome". Reiteraram a importância de dispor de mecanismos regionais adequados de financiamento para o desenvolvimento e implementação de projetos sociais regionais e tomaram nota dos trabalhos conjuntos desenvolvidos na matéria no âmbito da CCMASM, o Foro de Consulta e Concertação Política do MERCOSUL e o Grupo Mercado Comum. Destacaram a aprovação, no âmbito do Plano de Ação para a conformação de um Estatuto da Cidadania do MERCOSUL, do Segundo Protocolo Adicional ao Acordo de Recife, com o objetivo de facilitar a livre circulação no MERCOSUL e agilizar os tempos em fronteira mediante o estabelecimento de novas modalidades de controle migratório simultâneo e pelo reconhecimento recíproco de competências. 41. Congratularam-se pelos trabalhos desenvolvidos na Cúpula Social do MERCOSUL, celebrada em Las Heras, Mendoza, nos dias 27 e 28 de junho de 2012, que teve por objetivo estreitar os laços de cooperação entre as organizações sociais e fomentar sua participação ativa nas políticas públicas do bloco, buscando enraizar a cidadania regional. A Cúpula abordou questões vinculadas com o trabalho e a inclusão, o papel do Estado, a participação cidadã e os direitos humanos. 42. Celebraram a homologação do novo Regulamento Interno do Foro Consultivo Econômico-Social, que ampliará as bases de representação dos sectores econômicos e sociais dos Estados Partes do MERCOSUL. 43. Reconheceram que a geração de emprego em todos os Estados Partes é um dos objetivos fundamentais do MERCOSUL em um contexto internacional em crise, por isso, salientaram a tarefa que com esse fim levam adiante os Órgãos Sócio Trabalhistas do MERCOSUL. Coincidiram, nesse âmbito, na importância dos planos regionais como metodologia de trabalho para fixar objetivos concretos, destacando a necessidade de

avançar com o Plano Regional de Emprego Juvenil instrumentado no âmbito do GANEMPLE. Salientaram os termos da II Declaração Presidencial sobre Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil no MERCOSUL e coincidiram em que esta nova iniciativa significa um salto qualitativo, que implica um maior grau de participação dos atores sociais na luta contra a erradicação do trabalho infantil. Congratularam-se pelo lançamento da campanha comunicacional O MERCOSUL Unido Contra o Trabalho Infantil e fizeram notar a necessidade de realizar as ações necessárias para conscientizar a sociedade sobre a luta contra esse flagelo. 44. Saudaram a celebração da XI Reunião Plenária do Foro Consultivo de Municípios, Estados Federados, Províncias e Departamentos do MERCOSUL (FCCR), na qual foram definidas as nova linhas de trabalho, fortalecendo, entre outros temas, o posicionamento dos governos subnacionais e as ações já empreendidas, entre as que se sublinham a próxima entrada em funcionamento do projeto Governança Fronteiriça cofinanciado pela AECID e os governos subnacionais do MERCOSUL. Nesse contexto, salientaram a importância da décima-sétima Cúpula da Rede de Mercocidades, que acontecerá no mês de novembro próximo na cidade de Quilmes, ocasião em que essa localidade assumirá a Secretaria Executiva das Mercocidades. POLÍTICAS SETORIAIS E REGIONAIS 45. Tomaram nota dos importantes avanços realizados no Registro MERCOSUL de Doação e Transplante de Órgãos (DONASUR) e destacaram a importância de sua pronta implementação em nível regional, bem como da necessidade de promover sua extensão aos Estados Associados do bloco. 46. Destacaram a importância do apoio recebido de todos os participantes da XI Reunião de Ministros do Turismo, para que a República Argentina e a República Oriental do Uruguai postulem conjuntamente ser sede do Mundial de Futebol 2030, ano que coincide com o centenário do primeiro mundial levado a cabo no Uruguai, salientando a importância que reveste este tipo de evento desportivo, não apenas para a indústria turística dos países anfitriões, mas para a economia da região em geral. 47. Celebraram a entrada em vigência do Fundo da Agricultura Familiar do MERCOSUL (FAF), que permitirá apoiar os trabalhos que vem desenvolvendo a Reunião Especializada de Agricultura Familiar no fortalecimento das políticas públicas diferenciadas voltadas à agricultura familiar no MERCOSUL e à promoção e facilitação da comercialização de

seus produtos, assegurando a ampla participação dos atores sociais vinculados ao setor. 48. Salientaram o papel fundamental da vitivinicultura na dinâmica econômica dos territórios onde esta se desenvolve, graças a sua contribuição ambiental positiva, ao enraizamento cultural e como geradora de indústrias e serviços nas zonas de cultivo da vide. Nesse âmbito, congratularam-se pela recomendação do Conselho do Mercado Comum de gerar políticas públicas regionais para o fortalecimento desse setor. Agradeceram ao Governo da Província de Mendoza pela hospitalidade e o carinho de seu povo. Expressaram seu reconhecimento e agradecimento à Senhora Presidenta da República Argentina, Doutora Cristina Fernández de Kirchner, ao Governo e ao povo argentino pela sua hospitalidade, bem como pela realização da XLIII Cúpula do MERCOSUL e Estados Associados.