COMUNICADO CONJUNTO DOS PRESIDENTES DO MERCOSUL E ESTADOS ASSOCIADOS
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- Ágatha Back Cipriano
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1 Tradução do espanhol realizada pela SM COMUNICADO CONJUNTO DOS PRESIDENTES DO MERCOSUL E ESTADOS ASSOCIADOS Os Presidentes do MERCOSUL e Estados Associados, reunidos na cidade de Córdoba, em 21 de julho de 2006, por ocasião da XXX Reunião do Conselho do Mercado Comum, reiteraram seu firme compromisso com os valores da integração, a paz, o fortalecimento do multilateralismo, o desenvolvimento, a democracia e os direitos humanos, e manifestaram sua satisfação pelo progresso que evidencia o bloco regional, tanto pela incorporação da Venezuela como Estado Parte quanto pelos avanços setoriais de cada uma das dimensões da integração. Neste contexto, os Presidentes: 1. Expressaram sua satisfação pela assinatura do Protocolo de Adesão da República Bolivariana da Venezuela ao MERCOSUL. 2. Saudaram a recente realização dos processos eleitorais no Chile, Colômbia e Peru, bem como o Referendo Autonômico e a eleição de Representantes para a Assembleia Constituinte na Bolívia. 3. Reafirmaram o papel central das Nações Unidas no âmbito internacional, e o apoio de seus Governos para o fortalecimento e a reforma integral desta Organização, especialmente a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança e o Conselho Econômico e Social, que os torne mais eficientes, democráticos, representativos e transparentes, considerando essencial que as Nações Unidas possa dar respostas efetivas para a manutenção da paz e segurança internacionais, bem como para a promoção do desenvolvimento econômico e social e a erradicação da pobreza extrema e a fome. Reiteraram sua determinação de continuar fortalecendo e defendendo a democracia a partir dos propósitos e princípios contidos na Carta da OEA e na Carta Democrática Interamericana, bem como de adotar ações que permitam dar resposta aos problemas da pobreza e do desemprego e que promovam o desenvolvimento integral de suas populações. Coincidiram, nesse sentido, na firme vontade de seus governos de continuar avançando em um trabalho conjunto, tanto em nível hemisférico quanto regional, para assegurar a prosperidade e o funcionamento das instituições democráticas, oferecendo a todos seus cidadãos mais oportunidades para beneficiar-se do desenvolvimento sustentável com equidade e inclusão social. Congratularam-se pela Declaração adotada pela recente Assembleia Geral da OEA, reiterando a vontade política de concluir exitosamente as negociações da Carta Social das Américas e de seu Plano de Ação. 4. Reiteraram o compromisso de seus governos com a proteção e promoção dos direitos humanos. Neste sentido, celebraram a primeira sessão do Conselho de
2 Direitos Humanos das Nações Unidas, na qual se aprovou por consenso a Convenção Internacional para a Proteção de Todas as Pessoas contra os Desaparecimentos Forçados. Do mesmo modo, congratularam-se pela aprovação das resoluções dedicadas às liberdades e garantias fundamentais, adotadas na última Assembleia Geral da OEA. Em particular, destacaram os avanços alcançados no âmbito da IV Reunião de Altas Autoridades Competentes em Direitos Humanos e Chancelarias do MERCOSUL e Estados Associados. 5. Destacaram seu compromisso por levar adiante Programa de Regulação Migratória em todo o território do MERCOSUL e Estados Associados para seus nacionais. Neste sentido, agradeceram à República Argentina pela implementação unilateral do Acordo de Residência do MERCOSUL, Programa Pátria Grande o qual surgiu da negociação concluída no seio da Reunião de Ministros do Interior. 6. Sublinharam a importância do Acordo para a Concessão de Prazo de 90 dias de Permanência aos Turistas Nacionais dos Estados Partes e Associados, negociado na Reunião do Foro Migratório. 7. Expressaram sua satisfação pela aprovação do Acordo para a Verificação da Documentação de Ingresso e Egresso de Menores entre os Estados Partes e Estados Associados do MERCOSUL, dada a importância de procurar instrumentos jurídicos de cooperação que possibilitem maior controle e resguardo dos menores nacionais ou residentes. 8. Assinalaram a relevância do Acordo-Quadro sobre Cooperação em matéria de Segurança Regional que busca otimizar os níveis de segurança da região, promovendo a mais ampla cooperação e assistência recíproca na prevenção e repressão das atividades ilícitas, especialmente as transnacionais, tais como: o tráfico ilícito de entorpecentes e substâncias psicotrópicas, o terrorismo internacional, a lavagem de ativos, o tráfico ilícito de armas de fogo, munições e explosivos, o tráfico de pessoas, o contrabando de veículos e os crimes ambientais. 9. Congratularam-se pelo alto grau de coordenação alcançado no âmbito da VIII e da IX Reunião do Grupo de Armas de Fogo do MERCOSUL e Estados Associados, que permitiu o estabelecimento de uma posição comum e identificou as prioridades de nossa região no âmbito da Primeira Conferência de Revisão do Programa de Ação das Nações Unidas contra o Tráfico Ilícito de Armas Pequenas e Leves (UNPOA) que teve lugar entre os dias 26 de junho e 7 de julho passado. 10. Reafirmaram o decidido compromisso de seus governos na luta contra o comércio de pessoas, bem como a determinação de promover ações eficazes de prevenção e luta contra este crime. Expressaram sua satisfação pela decisão adotada por iniciativa da Reunião Especializada da Mulher do MERCOSUL, relativa à realização de uma campanha regional de informação e prevenção no âmbito do MERCOSUL e Estados Associados
3 11. Destacaram a transcendência das realizações alcançadas nas Reuniões de Ministros da Educação, das quais surgem: O Mecanismo para o Reconhecimento de Estudos de Nível Primário e Médio não Técnico, que tem por objeto estabelecer as denominações equivalentes dos níveis de educação em cada um dos Estados Partes, harmonizar os mecanismos administrativos que facilitem o desenvolvimento do estabelecido e resolver aquelas situações não contempladas pelas Tabelas de Equivalências. O Regulamento interno do Setor Educacional do MERCOSUL, com a finalidade de obter uma estrutura acorde com os novos desafios colocados em matéria educacional, de maior funcionalidade e que facilite a gestão continuada do Setor Educacional do MERCOSUL, estabelecendo quais as instâncias orgânicas para tomar decisões sobre as possíveis contribuições da gestão educacional para o desenvolvimento das políticas do MERCOSUL. A publicação de materiais conjuntos sobre educação, memória e direitos humanos de docentes vítimas do terrorismo de Estado durante os regimes ditatoriais na região. 12. Congratularam-se pela designação da República Argentina como Sede Permanente do MERCOSUL Cultural. Neste sentido, foi aceito o oferecimento da UNESCO para que a Villa Ocampo se constitua no Centro de Referência do MERCOSUL Cultural. 13. Valoraram os avanços do Programa A Voz dos sem Voz, que busca promover e recuperar as expressões de música e dança de profunda raiz cultural que integram o patrimônio imaterial dos povos originários da América Latina. Neste sentido, ao tempo que insistiram no aprofundamento de trabalhos de recuperação patrimonial em nível continental e sua eventual incorporação à educação, receberam com beneplácito o anúncio da mostra destas expressões artísticas, que terá lugar na Argentina em dezembro de 2006, na qual estarão presentes os exponentes representativos que se encontrem fora do circuito comercial maciço do MERCOSUL. 14. Reiteraram que a cultura deve situar-se no primeiro plano dos esforços pela busca da integração do MERCOSUL e renovaram seu apoio a iniciativas regionais como o Grande Caminho Principal Andino e o Centro Regional para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, fundamentais para a preservação e promoção da diversidade cultural de nossos países. 15. Expressaram sua satisfação pela realização da X Reunião Especializada de Autoridades de Aplicação em Matéria de Drogas, Prevenção de seu Uso Indevido e Reabilitação de Dependentes de Drogas do MERCOSUL (RED), e congratularam-se pelos avanços nela produzidos, o que permitirá aprofundar a cooperação entre os países da região, em prol de afrontar decididamente e sob o princípio da responsabilidade compartilhada, com um enfoque equilibrado no
4 tratamento de seus diversos aspectos, o problema mundial das drogas, que constitui uma grave ameaça para nossas populações. 16. Assumiram o compromisso por um MERCOSUL com rosto humano e perspectiva social, impulsionando um projeto inclusivo que contribua a superar a pobreza e a exclusão, promovendo o bem comum e a igualdade de oportunidades para o desenvolvimento humano em nossos povos, com uma lógica de proteção e promoção social, respeito pela diversidade étnica e cultural, fortalecendo o núcleo familiar e garantindo o exercício de direitos e deveres da pessoa humana. 17. No caminho para uma integração plena é preciso assumir a centralidade e o aprofundamento da questão social. Neste sentido, saudamos a publicação A Dimensão Social do MERCOSUL como exemplo de esforço e trabalho mancomunado que constitui uma reafirmação na hierarquização do social no bloco regional. 18. Valoraram a designação de Pontos Focais da Iniciativa Capacetes Brancos nos Estados Partes, para a conformação da Rede Regional de Voluntariado Humanitário como ferramenta valiosa para a luta contra a fome e a pobreza e a gestão de riscos, em conformidade com as Resoluções das Assembleias Gerais da OEA e a ONU, e convieram em dar continuidade nas próximas reuniões a esta iniciativa e a outros mecanismos existentes na região. 19. Salientaram os resultados da vigésima e da quinta Reunião dos Ministros da Saúde e Meio Ambiente do MERCOSUL e Estados Associados que adotaram uma Declaração Conjunta reafirmando, dentre outros conceitos, o compromisso com o processo de integração regional, e também que a coordenação das políticas de saúde e meio ambiente é uma ferramenta melhorar a qualidade de vida e garantir o bem-estar de nossos povos. 20. Reafirmaram a relevância da cooperação em matéria consular, destacando os avanços na mesma, como o funcionamento do Mecanismo de Assistência e Proteção Consular e a assinatura do Acordo sobre Gratuidade de Vistos para Estudantes e Docentes do MERCOSUL. 21. Destacaram a realização da I Reunião Especializada de Ministérios Públicos do MERCOSUL e a importância de intercambiar experiências e de aprofundar a cooperação a respeito das investigações penais no âmbito do Estado de Direito. 22. Salientaram as conquistas na Reunião de Ministros da Justiça do MERCOSUL, e os avanços produzidos no Segundo Encontro do Foro de Autoridades Centrais, bem como o acompanhamento da aplicação e difusão dos convênios na matéria. 23. Destacaram a realização do Primeiro Encontro de Entidades Governamentais para Nacionais no Exterior, que acontecerá em Santiago, Chile, nos dias 25 e 26 de julho próximo, para analisar princípios que inspirem políticas públicas destinadas à promoção dos direitos humanos dos migrantes, no marco dos acordos e tratados internacionais vigentes.
5 24. Renovaram seu compromisso com a Declaração dos Presidentes dos Estados Partes do Mercosul e da República da Bolívia e da República do Chile, assinada em 25 de junho de 1996 em Potrero de los Funes, denominada Declaração sobre Malvinas, reafirmando seu respaldo aos legítimos direitos da República Argentina na disputa de soberania referida à questão das Ilhas Malvinas. Do mesmo modo, recordaram o interesse hemisférico em que a prolongada disputa de soberania entre a República Argentina e o Reino Unido da Grã Bretanha e Irlanda do Norte sobre as Ilhas Malvinas, Geórgias do Sul, Sandwich do Sul e os espaços marítimos circundantes, alcance uma pronta solução em conformidade com as resoluções das Nações Unidas e as declarações da Organização dos Estados Americanos. 25. Congratularam se com os resultados obtidos na Reunião sobre Comércio de Pessoas no âmbito da OEA, que aconteceu na llha de Margarita, Venezuela, de 14 a 16 de março deste ano. 26. Destacaram os avanços no âmbito do relacionamento externo do bloco durante o presente semestre, particularmente a III Reunião do Diálogo Político sobre temas de interesse comum desenvolvidos com a Federação da Rússia, bem com a elaboração do Memorando de Entendimento tendente a institucionalizar o Mecanismo de Diálogo Político. 27. Receberam com agrado o forte interesse dos países integrantes do Visegrad (Polônia, República Tcheca, Eslováquia e Hungria) por impulsionar as relações com o MERCOSUL mediante o estabelecimento de um diálogo político. 28. Reafirmaram seu compromisso com a Comunidade Sul-Americana de Nações baseada no diálogo político, a convergência dos mecanismos comerciais e a integração física e energética, a partir do fortalecimento dos blocos regionais préexistentes o MERCOSUL e a CAN mais o Chile, a Guiana e o Suriname, e do cumprimento das etapas previstas por estes para alcançar uma cada vez mais sólida e completa integração regional, que supere as assimetrias e promova a coesão social, considerando as múltiplas dimensões econômicas, políticas e sociais. Destacaram a realização da Segunda Reunião de Chefes de Estado da Comunidade Sul-Americana de Nações que terá lugar este ano em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia. A esse respeito, o Governo da Bolívia reiterou seu convite para que a mencionada Cúpula aconteça nos dias 8 e 9 de dezembro de Salientaram a importância de que todos os países em desenvolvimento possam alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Sublinharam, nesse sentido, a necessidade de contar com projetos e recursos regulares e previsíveis de cooperação, de maior acesso de seus produtos de exportação aos mercados internacionais, bem como da criação de mecanismos financeiros inovadores. Igualmente, assinalaram a transcendência da proposta de uma contribuição solidária sobre as passagens aéreas internacionais para a criação de uma central internacional de compra de medicamentos contra o HIV/AIDS, a malária e a tuberculose.
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