Classificações das Constituições

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Transcrição:

Classificações das Constituições

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1. Formal Dotada de supralegalidade, portanto, requer procedimentos especiais (mais solenes, mais difíceis) para sua modificação.

2. Material Conjunto de normas escritas, ou não, em um documento constitucional formal, e que dizem respeito às matérias tipicamente (fundantes) constitutivas do Estado e da sociedade (núcleo do Estado e da sociedade).

Na prática este conceito se traduz na organização e estruturação do Estado e nos direitos fundamentais.

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1. Rígida Requer procedimentos especiais para sua modificação; Quanto ao conteúdo, é formal.

2. Superrígida Maria Helena Diniz. O fato de a constituição possuir cláusulas pétreas ficaria caracterizada uma superrigidez. A maioria da doutrina entende que é apenas um atributo a mais de rigidez.

3. Flexível Não requer procedimentos especiais para sua modificação, portanto, qualquer procedimento comum pode modificá-la. Está no mesmo nível das leis ordinárias. Exemplo clássico: Constituição Inglesa. Critério cronológico: lei posterior revoga lei anterior.

Observação! Esta flexibilização está relativizada pela União Européia. O legislador inglês não pode modificar Tratado de Direitos Humanos, do qual a Inglaterra adere.

4. Semirrígida (Semi-Flexível) Uma parte da Constituição exige procedimentos especiais para ser modificada, outra parte não. A Constituição brasileira de 1824 era semirrígida, o que era verificado em seu art. 178.

Art. 178, CRFB. É só Constitucional o que diz respeito aos limites, e atribuições respectivas dos Poderes Políticos, e aos Direitos Políticos, e individuais dos Cidadãos. Tudo, o que não é Constitucional, pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias.

5. Imutável (Granítica) Insusceptível de modificação. Exemplo: Constituição da Finlândia de 1919.

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1. Escrita Escrita e sistematizada em um documento único, elaborado de uma vez só (procedimento único) pelo poder constituinte competente, ou como dito por José Afonso da Silva: de um jato só.

2. Não Escrita Aquela elaborada de forma esparsa no decorrer do tempo, fruto de um processo de construção e sedimentação histórica. Esta pode conter em seu bojo documentos escritos, desde que sejam esparsos no decorrer do tempo.

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1. Promulgada (Democrática): Elaborada com a participação popular, ainda que por meio de representantes. Dotadas de legitimidade popular. Exemplo: Constituição brasileiras de 1891, 1934, 1946, 1988.

2. Outorgada (Autocrática ou Ditatorial): Elaborada sem a participação popular, ou seja, o povo, ou seus representantes não participam do processo de elaboração, portanto, não são dotadas de legitimidade popular. Exemplo: Constituição brasileiras de 1824, 1937, 1967-69.

3. Cesarista ou Bonapartista Elaboradas sem a participação popular, o povo não participa de seu processo de feitura, porém, após a sua elaboração o povo é chamado para aprovar o documento (referendar) ou não, através de consulta plebiscitária.

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1. Dogmática Escrita e sistematizada em um documento único que traz as ideias dominantes de um país em um determinado momento.

2. Histórica Aquela elaborada de forma esparsa, ou seja, a partir de um processo de sedimentação histórica (equivale a não escrita quanto à forma).

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1. Sintética Constituições sucintas ou resumidas, que apresentam apenas normas materialmente constitucionais. Exemplo: constituição americana de 1787.

2. Analítica Constituições prolixas, de cunho detalhista. Exemplo: CRBF/88, Constituição de Portugal 1976, Constituição da Espanha 1978.

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1. (Simples) Ortodoxa Apresenta apenas uma ideologia em seu texto. Exemplo: Constituição da ex-união Soviética.

2. (Compromissória) Eclética Apresenta mais de uma ideologia em seu texto. São constituições que apresentam pluralismo de concepções. Exemplo: CRFB/88.

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1. Principiológica Predominam os princípios, embora existam regras e princípios. Observação: atualmente, pela perspectiva neoconstitucional, podemos classificar nossa Constituição como principiológica.

2. Preceitual Predominam as regras. Exemplo: Constituição México 1917.

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1. Orgânica Escrita em um documento único, no qual há uma interconexão entre suas normas (títulos, capítulos e sessões). Exemplo: CRFB/88.

2. Ignorância Não há uma unidade documental, portanto, existem documentos escritos que não guardam uma interconexão normativa. Exemplo: Constituição de Israel.

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1. Garantia (abstencionista, negativa) Tem o viés do passado. São típicas dos Estados liberais, dos séculos XVIII e XIX. Visam a garantir direitos assegurados frente a ataques, usurpações do poder público.

Impõem uma conduta negativa por parte do Estado, apenas para garantir o equilíbrio. Observação! Todas as constituições são, de certa forma, garantia.

2. Balanço Trabalha o presente; São constituições típicas dos Estados socialistas, de viés extremamente marxista; Visam a explicitar características já presentes na realidade econômica, política e social. Mais ligada ao mundo do ser do que do dever ser.

3. Dirigente Trabalha o futuro. Típica dos Estados Sociais (constitucionalismo social Well fare state, Estado do bem estar social). Estabelece uma ordem concreta de valores para o Estado e a sociedade, predefinindo uma pauta de vida para a sociedade.

São Constituição que estabelecem programas, fins, para o cumprimento por parte do Estado e da sociedade. Nelas encontramos as chamadas normas programáticas.

O grande autor da teoria da Constituição dirigente na língua portuguesa é Canotilho, porém, ele lança no final da década de 90 a segunda edição de sua tese e, explicita a relativização do conceito de Constituição dirigente.

Conclusão: Para Canotilho, a Constituição dirigente não morreu. Porém, não há mais um dirigismo forte, mas, sim, um constitucionalismo dirigente fraco, no qual a Constituição é menos impositiva e, mais reflexiva.

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4. Constituição Plástica Dotada de maleabilidade. Maleável aos influxos da realidade social, permitindo releituras, reinterpretações de seus textos a luz de seu texto. Permite a mutação constitucional. Pode ser tanto uma Constituição rígida tanto uma Constituição flexível.

Para a corrente minoritária (Pinto Ferreira), a Constituição Plástica se equivale à Constituição Flexível.

5. Constituição em branco É aquela que não apresenta limitações explícitas ao poder constituinte reformador. Portanto, o poder de reforma é dotado de discricionariedade para alterar a constituição.

6. Constituição Dúctil (Gustavo Zagrebelsky) É aquela que não pré-define uma forma de vida para a sociedade, mas, ao invés disso, cria condições para que nós possamos exercer os mais variados projetos de vida. Constituição aberta e plural, típica de um Estado Democrático de Direito.

7. Classificação ontológica da Constituição (Karl Loewenstein) É a técnica metodológica de classificação das constituições que visa a realizar uma análise da relação do texto da Constituição com a realidade social subjacente ao mesmo.

Ontologia: é o estudo da essência do ser, aquilo que diferencia aquele ser de tudo o mais. Objetiva saber o que realmente é uma Constituição.

Dessa forma, Loewenstein diz que as demais classificações são insuficientes, pois trabalham somente o texto da Constituição, quando na verdade elas devem conjugar o texto com a realidade social da época.

Por esta classificação, existem apenas 3 tipos de Constituição:

Normativa Nominal Semântica

Normativa Nominal Semântica

É aquela na qual há uma adequação entre o texto e a realidade social. A Constituição conduz os processos de poder e traduz os anseios de justiça dos cidadãos. O texto constitucional é respeitado e dotado de efetividade.

Exemplo: Constituição Americana de 1787, Constituição Francesa de 1958.

Normativa Nominal Semântica

É aquele em que não há uma adequação entre o texto e a realidade social. A Constituição é conduzida pelos processos de poder e sofre constantes déficits de efetividade. Exemplo: Brasil, nas CONSTITUIÇÃO de 1934, 1946 e 1988.

Normativa Nominal Semântica

É aquela que trai o significado do termo Constituição, pois, ao invés de limitar o poder, ela naturaliza e legitima práticas autoritárias de poder. Exemplo: Constituição brasileira de 1937 e de 1967/69

Questões Relevantes

Existe Constituição material fora da Constituição formal?

Existe Constituição material fora da Constituição formal? Sim, a Constituição material não se define pela forma, e sim pelo conteúdo. É matéria constitucional.

Exemplo: ECA. Lei 8.069/90, estatuto do idoso, Lei 11.741/03, CDC, Lei 8.078/90. Mas embora sejam matérias Constituição, não são dotadas de supralegalidade. As matérias constitucionais que estão dentro da Constituição foram dotadas de supralegalidade.

Dentro da Constituição formal, existe hierarquia entre as normas só formalmente constitucionais e as normas formal e materialmente constitucionais? Ou seja, as normas que são somente formais valem menos que as que são formais e materiais? Não há hierarquia.

Observação! O STF não adota a teoria de Otto Bachof de que existiriam em uma Constituição normas constitucionais originárias inconstitucionais. Existe a possibilidade de normas constitucionais derivadas serem inconstitucionais (defesa de Constituição contra usurpações).

Sentidos (concepções) de Constituição

a) Sociológico (Ferdinand Lassale): Para Lassale, a Constituição deve ser entendida como os fatores reais de poder que regem uma sociedade, fatores estes que são econômicos, militares, religiosos;

Além disso, existe a Constituição folha de papel que não retrata de forma fiel o arranjo politico institucional. Mas seria bom que esta fosse equivalente à Constituição real.

b) Jurídico (Hans Kelsen e Konrad Hesse) Constituição do século XX A Constituição deve ser entendida como uma norma jurídica de dever ser que vincula condutas e rege (conduz) a sociedade e o Estado.

Hesse explicita em sua obra o sentido jurídico mediante o conceito da força normativa da Constituição.

c) Político (Carl Schmitt) Decisionismo: A Constituição deve ser entendida como as decisões políticas fundamentais do povo. Além disso, existem as legislações de cunho constitucional, que não é a Constituição. Crítico da democracia representativa. Acaba fundamentando o próprio nazismo.

d) Ideal Artigo 16 da Declaração de direitos do homem e do cidadão. Art. 16, DUDH. A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição.

Aplicabilidade das Normas Constitucionais

É uma classificação das normas constitucionais, baseada na teoria brasileira da aplicabilidade de José Afonso da Silva; Segundo esta teoria, todas as normas constitucionais são vinculantes e, portanto, dotada de aplicabilidade.

Qualquer norma constitucional carrega um efeito positivo e um efeito negativo.

1. Efeito Positivo O fato de uma Constituição revogar tudo do ordenamento anterior contrário a ela. 2. Efeito negativo: Negar ao legislador a possibilidade de elaborar normas contrárias à Constituição. Algumas normas da Constituição terão muita aplicabilidade e outras terão pouca.

Classificação das Normas Constitucionais

Classificação de José Afonso da Silva a) De Eficácia Plena Reúnem todos os elementos necessários à produção de efeitos jurídicos concretos e imediatos. Bastantes em si. Aplicabilidade direta, imediata. Art. 1º, art. 22, I, art. 44 ao art. 46.

Classificação de José Afonso da Silva b) De Eficácia Contida Nascem com eficácia plena, mas terão seu âmbito de eficácia reduzido, restringido ou contido pelo legislador infraconstitucional. Art. 5, XIII, 37, I, CRFB.

Art. 5º, XIII, CRFB. É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;

Art. 37, caput, CRFB. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

Art. 37, caput, CRFB. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, (...) I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;

Classificação de José Afonso da Silva c) De Eficácia Limitada Não são bastantes em si, pois não reúnem todos os elementos necessários para a produção de todos os efeitos jurídicos. Vão necessitar de complementação (regulamentação) do poder público. Aplicabilidade indireta.

Podem ser: 1) de Princípios Institutivos Traçam esquemas gerais de organização e estruturação de órgãos, entes ou instituições do Estado.

Podem ser: 2) de Princípios Programáticos Apresentam programas ou fins para o cumprimento por parte do Estado e da sociedade. Art 196, 215 a 218, CRFB.

Art. 196, CRFB. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Art. 215, CRFB. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.

Art. 218, CRFB. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação tecnológicas.

Considerações Finais

Qual a diferença entre as normas constitucionais de eficácia contida e de eficácia limitada? Em ambas pode existir a expressão nos termos da lei. A diferença não vai estar na necessidade da atuação do poder publico, mas na maneira com que esta será desenvolvida.

Na contida, atuação será para restringir o âmbito de eficácia. Na limitada, a atuação será para aumentar o âmbito de eficácia.

Uma norma de eficácia limitada ainda não regulamentada pelo poder público será dotada de aplicabilidade? Sim, porém uma aplicabilidade mediata. Toda norma constitucional terá aplicabilidade. Terá também eficácia, sendo esta limitada.

Título I Dos Princípios Fundamentais Art. 1º, CRFB. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

O direito de secessão somente pode ocorrer por meio de emenda à CF, discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, sendo ela considerada aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.

O direito de secessão somente pode ocorrer por meio de emenda à CF, discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, sendo ela considerada aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. Errado.

É proibido o direito de secessão, já que a Constituição estabelece no art. 1º que a República Federativa do Brasil é uma união indissolúvel.

A República Federativa do Brasil admite o direito de secessão, desde que esta se faça por meio de emenda à CF, com três quintos, no mínimo, de aprovação em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos.

A República Federativa do Brasil admite o direito de secessão, desde que esta se faça por meio de emenda à CF, com três quintos, no mínimo, de aprovação em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos. Errado.

É proibido o direito de secessão, já que a Constituição estabelece no art. 1º que a República Federativa do Brasil é uma união indissolúvel.

Art. 18, CRFB. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.

A descentralização política, apesar de ocorrer em alguns países que adotam a forma federativa de Estado, não é uma característica marcante do federalismo.

A descentralização política, apesar de ocorrer em alguns países que adotam a forma federativa de Estado, não é uma característica marcante do federalismo. Errado.

Esta descentralização do poder político é o traço principal da federação, que é a forma de Estado onde existem autonomias regionais.

O modelo de federalismo brasileiro é do tipo segregador.

O modelo de federalismo brasileiro é do tipo segregador. Correto.

Em países como os Estados Unidos tivemos o que se chama de federalismo de agregação, ou seja, os entes, antes fracionados, se uniram para formar um único país. Já no Brasil foi o contrário, tinha-se somente um único ente que se descentralizou formando outros, daí ser chamado de federalismo por segregação.

O federalismo brasileiro, quanto à sua origem, é um federalismo por agregação.

O federalismo brasileiro, quanto à sua origem, é um federalismo por agregação. Errado.

Diferentemente dos EUA, onde vários estados se agregaram e formaram um país, no Brasil, foi um só território que foi desmembrado. Assim, o federalismo brasileiro é por segregação.

Uma das características comuns à federação e à confederação é o fato de ambas serem indissolúveis.

Uma das características comuns à federação e à confederação é o fato de ambas serem indissolúveis. Errado.

Diferentemente do que ocorre nas federações, nas confederações, os Estados se agregam para aumentar a sua força política internacional, mas não abdicam de sua soberania, podendo se separar do bloco no momento em que julgarem necessário.

Art. 34, CRFB. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I - manter a integridade nacional;

Art. 1º, CRFB. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania;

Art. 1º, CRFB. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: II - a cidadania;

Art. 1º, CRFB. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: III - a dignidade da pessoa humana;

Art. 1º, CRFB. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

Art. 1º, CRFB. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: V - o pluralismo político.

Art. 3º, CRFB. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

Art. 3º, CRFB. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: II - garantir o desenvolvimento nacional;

Art. 3º, CRFB. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

Art. 3º, CRFB. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Princípio Democrático Princípio da Soberania Popular

Art. 1º, parágrafo único, CRFB. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Art. 14, caput, CRFB. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: (...)

Art. 14, CRFB. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular.

Art. 2 º, caput, Lei 9709/98. Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao povo para que delibere sobre matéria de acentuada relevância, de natureza constitucional, legislativa ou administrativa.

Art. 2 º, 1º, Lei 9709/98. O plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido.

Art. 2 º, 2º, Lei 9709/98. O referendo é convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição.

Art. 49, CRFB. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;

Art. 61, 2º, CRFB. A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

Art. 27, 4º, CRFB. A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.

Art. 29, CRFB. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: (...)

Art. 29, CRFB. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, (...) XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;

De acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF), todo o poder emana do povo, que o exerce exclusivamente por meio de representantes eleitos diretamente.

De acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF), todo o poder emana do povo, que o exerce exclusivamente por meio de representantes eleitos diretamente. Errado.

Está disposto no parágrafo único do art. 1º: Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos "ou" diretamente, nos termos da Constituição.

Princípio da Separação de Poderes

Art. 2º, CRFB. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Art. 4º, CRFB. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional;

Art. 4º, CRFB. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: II - prevalência dos direitos humanos;

Art. 4º, CRFB. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: III - autodeterminação dos povos;

Art. 4º, CRFB. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: IV - não-intervenção;

Art. 4º, CRFB. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: V - igualdade entre os Estados;

Art. 4º, CRFB. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: VI - defesa da paz;

Art. 4º, CRFB. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: VII - solução pacífica dos conflitos;

Art. 4º, CRFB. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

Art. 4º, CRFB. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

Art. 4º, CRFB. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: X - concessão de asilo político.

Art. 4º, parágrafo único, CRFB. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.