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Transcrição:

SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO DO VALE DO IPOJUCA FACULDADE DO VALE DO IPOJUCA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO JOSICLEIDE MENDES DA SILVA VASCONCELOS PERFIL EMPREENDEDOR: O SETOR DE CONFECÇÕES CARUARUENSE CARUARU JOSICLEIDE MENDES DA SILVA 2011

SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO DO VALE DO IPOJUCA FACULDADE DO VALE DO IPOJUCA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO JOSICLEIDE MENDES DA SILVA VASCONCELOS PERFIL EMPREENDEDOR: O SETOR DE CONFECÇÕES CARUARUENSE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Administração da Faculdade do Vale do Ipojuca, como exigência parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientador: Gustavo Boudoux de Melo CARUARU 2011

V331p Vasconcelos, Josicleide Mendes da Silva. Perfil empreendedor: o setor de confecções caruaruense / Josicleide Mendes da Silva Vasconcelos. -- Caruaru : FAVIP, 2011. 71 f. : il. Orientador(a) : Gustavo Boudoux de Melo. Trabalho de Conclusão de Curso (Administração de Empresas) - - Faculdade do Vale do Ipojuca. Inclui anexo e apêndice. 1. Empreendedorismo. 2. Perfil empreendedor. 3. Pólo Comercial de Caruaru. I. Título. CDU 658[12.1] Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário: Jadinilson Afonso CRB-4/1367

SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO DO VALE DO IPOJUCA FACULDADE DO VALE DO IPOJUCA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PERFIL EMPREENDEDOR: O SETOR DE CONFECÇÕES CARUARUENSE Aprovado em / / BANCA EXAMINADORA: Prof. Gustavo Boudoux de Melo Orientador Faculdade Vale do Ipojuca - FAVIP Examinador (a) Faculdade Vale do Ipojuca FAVIP Examinador (a) Faculdade do vale do Ipojuca - FAVIP CARUARU 2011

Dedico esse trabalho a minha mãe, que faleceu no dia 18 de junho deste ano. Sei que você não estará mais aqui para viver minhas conquistas, mas prometo que cumprirei o seu último pedido: Serei feliz!

AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a DEUS, ao SENHOR Jesus que me permitiu viver esse momento, lutar e concluir esse trabalho com a graça do DEUS vivo, amém! Agradeço também a minha mãezinha do coração, que desde o início de tudo, esteve ao meu lado, por incrível que pareça dizendo que eu nunca ia conseguir nada estudando. Mas, sendo ela uma generala em espírito, essa é apenas a sua tática para ferir meu orgulho e me fazer provar para ela que eu posso! Obrigada, velha brava! Devo também reconhecer o imprescindível apoio do meu marido, que me acompanhou e me ajudou a concluir esse trabalho nas horas em que eu mais precisei. Muito obrigada meu querido, obrigada pela sua paciência e pelos vários quilômetros que caminhamos juntos no Polo Comercial, valeu! Meus sinceros agradecimentos ao professor Gustavo Boudoux, meu orientador neste trabalho. Um obrigada imenso também a professora Magna Lúcia, que desde o início dos meus estudos nessa instituição foi uma peça de fundamental importância na preparação até a chegada desse momento tão importante na minha vida. Muito obrigada mesmo! De coração!

RESUMO Esse trabalho visa levantar um perfil sobre o espírito empreendedor dos empresários do ramo de confecções instalados no Polo Comercial de Caruaru. Para tanto foi preciso definir bem o conceito de empreendedor e separá-lo do conceito de empresário, para que se tenha uma idéia melhor do que é o verdadeiro perfil empreendedor. Como forma de organizar melhor a pesquisa e as informações coletadas, foi feito um mapeamento do local, separando módulos e nomeando os estabelecimentos ativos na época. Também foi realizado um estudo de observação por parte do pesquisador e uma coleta de dados através de um teste pré- formatado do SEBRAE de São Paulo. As informações coletadas no teste foram apuradas e organizadas, analisando primeiramente os indicadores principais que compõem o perfil empreendedor e por último foi traçado um gráfico geral que divide o perfil empreendedor em inferior, médio e superior, para assim, finalmente definir o perfil dos empresários do Polo. Após a aplicação do teste foi concluído que os empresários do pólo têm um perfil empreendedor médio, eles nem apresentam fortes característica para ser tornarem verdadeiros empreendedores e nem se encontram nulos em relação às mesmas, eles se encontram em uma zona de conforto, onde existe a possibilidade de crescer, mas o conformismo os impede de seguir em frente. Palavras chave: Empreendedorismo, Perfil Empreendedor, Pólo Comercial de Caruaru

ABSTRACTO Este trabajo pretende elevar un perfil sobre el espíritu emprendedor de los empresarios en la rama de costura instalados en el Polo Comercial de Caruaru. Para eso fue necesario definir bien el concepto de empresario y separar el concepto de emprendedor, para tener una mejor idea de lo que es el verdadero perfil emprendedor. Como una manera de organizar mejor la búsqueda y la información reunida, se hizo una asignación local, separando los módulos y nombres de los establecimientos activos en el momento. También se realizó un estudio de observación por parte del investigador y una colección de datos a través de una prueba pre formateada por el SEBRAE de São Paulo. Las informaciones recopiladas en la prueba fueron recogidas y organizadas, primero mediante el análisis de los indicadores clave que conforman el perfil emprendedor y por último, se ha hecho un gráfico general que divide el perfil emprendedor en las posiciones baja, media y superior, para finalmente definir el perfil de los empresarios del Polo. Finalizada la aplicación de la prueba fue posible concluir que los empresarios del Polo tienen un perfil medio, ellos no cuentan con carácter fuerte que los convierta en verdaderos emprendedores, pero, tampoco son nulos con respecto a eso, caen en una zona de confort, donde existe la posibilidad de crecer, pero el conformismo les impide avanzar. Palabras clave: Emprender, Perfil Emprendedor, Polo Comercial de Caruaru

LISTA DE FIGURAS Figura 1 Evolução do Uso do Termo Empreendedor...16 Figura 2: Mapa do Polo Comercial de Caruaru...27 Figura 3: Ciclo da atividade empreendedora...34 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Componentes base do espírito empreendedor...19 Gráfico 2: Iniciativa...40 Gráfico 3: Busca de Oportunidades...41 Gráfico 4: Persistência...42 Gráfico 5: Busca Informações...43 Gráfico 6: Orientação para objetivos...44 Gráfico 7: Planejamento Sistemático...45 Gráfico 8: Autoconfiança...46 Gráfico 9: Correr riscos moderados...47 Gráfico 10: Preocupação com questões financeiras...48 Gráfico 11: Perfil empreendedor.....52

LISTA DE TABELAS Tabela 1: Administrador x Empreendedor...21 Tabela 2: Iniciativa...39 Tabela 3: Busca de Oportunidades...41 Tabela 4: Persistência...42 Tabela 5: Busca Informações...43 Tabela 6: Orientação para objetivos...44 Tabela 7: Planejamento Sistemático...45 Tabela 8: Autoconfiança...46 Tabela 9: Correr riscos moderados...47 Tabela 10: Preocupação com questões financeiras...48 Tabela 11: Fator de correção...49

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...10 1.1. Objetivos... 11 1.1.1. Objetivo Geral... 11 1.1..2Objetivos Específicos... 11 1.2. Justificativa... 12 2 REFERENCIAL TEÓRICO... 14 2.1 Definição de Empreendedor e Empreendedorismo... 14 2.2 Características do Indivíduo Empreendedor...17 2.3 Definição de Empresário... 19 2.4 Análise comparativa entre atividade empresária e empreendedora... 20 2.5 Um empreendedor bem sucedido: o que o diferencia dos demais... 21 2.6 A importância do empreendedorismo para a economia... 23 3. METODOLOGIA DA PESQUISA... 25 3.1 Classificação da pesquisa...25 3.2 Participantes, Fontes de informação...26 3.3 Universo e amostra...26 3.4 Procedimento de coleta e registro dos dados...31 3.4.1 Lista de indicadores do teste do SEBRAE...31 3.4.2 Indicadores escolhidos para a pesquisa...32 3.4.3 Indicadores suprimidos da pesquisa...36 4. ANÁLISES E RESULTADOS...37 4.1 Relação de estabelecimentos pesquisados...37 4.2 Análise dos indicadores...39 4.2.1 Iniciativa...39 4.2.2 Busca de oportunidades...40 4.2.3 Persistência...42 4.2.4 Busca informações...43 4.2.5 Orientação para objetivos...44 4.2.6 Planejamento sistemático...45 4.2.7 Autoconfiança...46 4.2.8 Correr riscos moderados...47

4.2.9 Preocupação com questões financeiras...48 4.2.10 Fator de correção...49 4.3 Levantamento do Perfil empreendedor...49 4.4 Aplicação do fator de correção...50 4.5 Mapa de identificação e análise do perfil empreendedor...51 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...53 6. REFERÊNCIAS...56 7. APÊNDICE...57 8. ANEXOS...60

10 1. INTRODUÇÃO Graças ao talento e capacidade dos empreendedores nos últimos tempos, grandes economias se levantaram e muitas nações enriqueceram e se tornaram influentes no mundo inteiro. O Brasil, por ser um país em desenvolvimento, precisa muito desses empreendedores e de sua valorosa contribuição na geração de empregos e na sustentabilidade da economia. Este efeito foi muito notório no Nordeste brasileiro nos últimos anos, muitos novos empregos foram gerados e com os investimentos do governo muitos empreendedores puderam se instalar nessa região. Um dos setores que mais cresceram e merecem destaque é o de confecções: Bahia, Rio Grande do Norte e Pernambuco agora são concorrentes dos tradicionais polos de confecções do sul do Brasil. No estado de Pernambuco, na região Agreste, o principal atrativo é o preço popular das peças. As pequenas cidades que se tornam polos de confecções chegam a crescer anualmente com IDH acima da média de todo o estado, antecedidos apenas por Fernando de Noronha e a Região metropolitana do Recife (Censo IBGE 2000), como é o caso de Petrolina (sertão), Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe. Um exemplo que chama muito a atenção é o desenvolvimento socioeconômico experimentado pela cidade que se tornou o polo econômico do agreste pernambucano, Caruaru. E justamente o setor que impulsionou todo este desenvolvimento foi o de confecções, a partir do incentivo da infraestrutura implantada pelo governo com a construção de novas estradas a cidade passou a escoar sua produção com muito mais eficiência. O comércio da cidade cresceu assustadoramente nos últimos 50 anos e famílias que iniciaram pequenos empreendimentos hoje são donas de negócios rentáveis e produtivos, que chamam a atenção de todos com seus preços e variedade. Por isso, o intuito desta pesquisa é traçar um perfil destes empreendedores, investigar suas concepções e ideias a respeito de seus negócios e descobrir seus planos e objetivos para a expansão deste setor tão importante que se tornou o polo de confecções do agreste pernambucano. E por conseguinte a problemática deste projeto gira em torno da seguinte questão: Haverá um perfil empreendedor comum aos microempresários de confecções do Polo Comercial de Caruaru?

11 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral Analisar o perfil dos micro-empresários do Polo Comercial de Caruaru. 1.2.2 Objetivos Específicos a) Fazer um levantamento e mapeamento das lojas do setor têxtil instaladas no Polo Comercial; b) Fazer um mapeamento das características empreendedoras nos lojistas do Polo; c) Traçar um paralelo entre o perfil dos lojistas e os indicadores do espírito empreendedor;

12 1.3 JUSTIFICATIVA Nos últimos anos o Nordeste vem recebendo muitos investimentos do governo e consequentemente a economia e a geração de empregos vem apresentando sensíveis melhoras. No estado de Pernambuco, além dos setores agrícola e industrial o setor têxtil também merece destaque, pois várias cidades do interior pernambucano vêm despontando como polos de produção importantes e que distribuem para todo o país. Um bom exemplo é a cidade de Caruaru, que na última década apresentou visível desenvolvimento socioeconômico e hoje desponta no cenário nacional como a Princesa do Agreste, a famosa feira da Sulanca, além de representar um grande centro comercial ainda atrai muitos turistas. Outro grande destaque é a cidade de Santa Cruz do Capibaribe, grande pólo têxtil do agreste pernambucano e que concorre diretamente com Caruaru. E Toritama, a cidade do jeans, que ganhou destaque no cenário nacional como grande produtora de jeans e pela comercialização do produto a preços muito populares, o que atrai compradores de todo o Brasil. O interesse em levantar o questionamento sobre um perfil empreendedor nos empresários de confecções de caruaru vem principalmente do fato de que muitos começam vendendo Sulanca na feira, iniciam pequenos fabricos em casa e depois de algum tempo já despontam no comércio local com lojas arrojadas, que atraem o público local e de várias outras cidades devido a qualidade de seus produtos e o preço bastante popular das peças. A questão envolvida nesta pesquisa é investigar como é o comportamento desses pequenos empresários, seu perfil pessoal (a fim de identificar empreendedores), como surge a motivação para empreender, e como em pouco tempo estas pessoas formaram um mercado tão rentável no agreste pernambucano. Como até o presente momento não há estudos sobre o comportamento empreendedor desses empresários. O estudo será de grande utilidade para a comunidade acadêmica local, pois irá explorar um território, até então, desconhecido onde há muitos casos de sucesso mas também grandes fracassos. Também os micro empreendedores do local de estudo poderão se beneficiar da pesquisa, já que a partir desta análise poderão ser propostas melhorias de forma geral com o fim posterior de ser implantadas pelos empresários que manifestarem interesse. A comunidade local poderá se beneficiar da pesquisa obtendo através dela maiores informações sobre as empresas do Polo e do comportamento dos empresários locais, pois a

13 partir da delimitação do perfil desses empreendedores o caminho fica aberto para que mais pessoas possam seguir o mesmo caminho e encontrar na otimização e melhoria dessas características o seu diferencial de mercado nesse setor tão competitivo. Também para o pesquisador do presente estudo, vem enriquecer seu leque de experiências e conhecimentos na área empresarial e empreendedora.

14 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Definição de empreendedor e empreendedorismo Empreendedor é o indivíduo que, valendo-se de sua capacidade realizadora e de sua criatividade, coloca em prática ideias geradoras de riqueza, assumindo riscos e mantendo seu olhar voltado para um futuro de crescimento e consolidação de grandes objetivos e metas. Segundo Leite (2002, p. 15), Ser empreendedor significa ter capacidade de iniciativa, imaginação fértil para conceber as ideias, flexibilidade para adaptá-las, criatividade para transformá-las em uma oportunidade de negócio, motivação para pensar conceptualmente, e a capacidade para ver, perceber a mudança como uma oportunidade. Geralmente um indivíduo empreendedor já apresenta naturalmente as características citadas por Leite, diz-se popularmente que fulano ou cicrano tem tino para negócios, sob um ponto de vista mais acadêmico podemos dizer que fulano tem um espírito empreendedor. É um traço marcante do empreendedor a arte de saber aproveitar as oportunidades. Seja devido a uma demanda não satisfeita, que necessita de alguém que inove e a abasteça completamente através de um diferencial de mercado. Seja devido a uma necessidade, onde não há a oferta de determinado produto e o indivíduo pioneiro inicia um novo negócio ou seja através da grande ideia, da inovação que gera uma revolução e um novo mercado. Ainda, segundo Leite (2002, p. 25), Os empreendedores de sucesso sabem como identificar e aproveitar as oportunidades, à medida que elas se apresentam. [...] O empreendedor é um artista, um criador. Alguém que cria novos produtos, novos empregos, novas coisas. E nunca param. Os empreendedores não criam porque querem, mas porque tem uma grande necessidade de realização. Para outros autores há sim características únicas para um indivíduo que fazem dele um empreendedor, mas boa parte delas deve ser desenvolvida na prática, no meio de convivência, pois há diversos tipos de empreendimentos e empreendedores. Na visão de Chiavenato (2007 p. 7), [ ] o empreendedor é a pessoa que consegue fazer as coisas acontecerem, pois é dotado de sensibilidade para os negócios, tino financeiro e capacidade de identificar oportunidades. Com esse arsenal, transforma ideias em realidade, para benefício próprio e para benefício da comunidade. Por ter criatividade e um alto nível de energia, o empreendedor demonstra imaginação e perseverança, aspectos que,

15 combinados adequadamente, o habilitam a transformar uma ideia simples e malestruturada em algo concreto e bem-sucedido no mercado. Por isso, como ressalta Chumpeter (1997), o empreendedor tem uma grande necessidade de realização. Ele nunca para, pois precisa fazer com que as coisas aconteçam o tempo todo para satisfazer sua necessidade. Os empreendedores surgem de várias formas, dependendo das circunstâncias ou da oportunidade que se apresenta. Chiavenato (2007 p. 12) apresenta dois tipos distintos de empreendedores: - O empreendedor artesão: que é aquele que inicia seu pequeno negócio apenas com conhecimento técnico, mas não tem um conhecimento de gestão nem uma visão de futuro para os negócios. Tende a ser muito paternalista e centralizador, contudo se este indivíduo não buscar seu desenvolvimento pessoal e profissional ele nunca passará de um prestador de serviços. - O empreendedor oportunista: é aquele que além de um conhecimento técnico tem conhecimentos mais profundos de gestão, nas áreas de economia, administração, línguas ou legislação. Ele tem como características a delegação de tarefas, visão de futuro, se utiliza de estratégias de marketing e softwares de controle operacional, trata a equipe sem paternalismo [grifo nosso]. De acordo com Chiavenato (2007), esses dois caracteres são o extremo do perfil empreendedor, o ideal não é ser nem de um modo nem de outro, mas sim encontrar um ponto de equilíbrio entre esses dois personagens que seria a figura do administrador experiente. Já para Chumpeter (1997) os empreendedores estão divididos em dois grandes Grupos, o dos empreendedores inovadores e o dos que não inovam. Sendo que apenas os empreendedores inovadores podem ser considerados verdadeiros empreendedores, pois são eles que fazem com que a economia evolua, são os grandes geradores de riquezas e os merecedores de crédito dentro do sistema econômico. Em contrapartida ao segundo grupo de meros imitadores. O termo empreendedorismo, mais precisamente a palavra empreendedor (entrepreneur), segundo Dornelas, (2001 p. 9), tem origem francesa e quer dizer aquele que assume riscos e começa algo novo. De acordo com Dornelas (2001), o primeiro exemplo que podemos entender como definição de empreendedor deve-se a Marco Polo, que assinou um contrato com um capitalista para explorar a rota das índias e posteriormente repassar-lhe as mercadorias. O

16 capitalista assumiu um risco passivo, mas Marco se aventurou de todas as maneiras: física, emocional e financeira. O que caracteriza a atitude empreendedora de assumir riscos e se aventurar em algo totalmente novo, gerando novos mercados e novas demandas. Dornelas (2001) apresenta uma interessante projeção do uso do termo empreendedor ao longo da história até o século XX. Confira a tabela logo abaixo: Evolução do Uso do Termo Empreendedor Idade Média - Indivíduo que gerenciava Grandes Projetos - Não assumia riscos ativamente - se valia do capital do governo do seu páis Século XVII - O emprendedor passa a assumir os riscos de forma ativa - Ele se torna responsável pelo lucro ou prejuízo de suas obras apesar de se utilizar de dinheiro público - Richard Chantillon define o empreendedor como quem assume riscos e o capitalista como o forncedor dos recursos Século XVIII - Empreendedor e capitalista se diferenciam totalmente devido aos advento da industrialização. - Os empreendedores criam, os capitalistam investem. Séculos XIX e XX - Empreendedores vistos sob a ótica econômica - Confusão do papel do empreendedor com a figura do administrador Figura 1 Evolução do Uso do Termo Empreendedor Fonte: Dornelas (2001 p. 14) Para Chiavenato (2007 p.5 ), O empreendedorismo tem sua origem na reflexão de pensadores econômicos do século XVIII e XIX, conhecidos defensores do laissaz-faire ou liberalismo econômico. Esses pensadores econômicos defendiam que a ação da economia era refletida pelas forças livres do mercado e da concorrência. O empreendedorismo tem sido visto como um engenho que direciona a inovação e promove o desenvolvimento econômico (REYNOLDS, 1997; SCHUMPETER, 1934). Segundo Chiavenato (2007), dominaram três linhas de pensamento sobre o papel do empreendedor: - A visão dos economistas: Viam o empreendedor como uma pessoa que busca oportunidades para gerar lucros assumindo certos riscos. - A visão dos behavioristas: A pesquisa de McClelland (1971) procurava explicações para a ascensão do império soviético e o declínio das nações, tentado traçar um perfil empreendedor de gerentes de grandes empresas. Mas não faziam associação com a necessidade de realização e a decisão de empreender.

17 - Escola de traços de personalidade: Apesar de as pesquisas de McClelland (1971) não terem conseguido delimitar o perfil do empreendedor de forma específica, seus resultados serviram de base para que muitos empreendedores tomassem por base suas características como forma de aprimoramento para a obtenção do sucesso. Portanto, segundo Hermam (2008), [...] a capacidade empreendedora é um processo que ocorre em diferentes ambientes e situações empresarias. Provoca mudança através da inovação feita por pessoas que geram ou aproveitam oportunidades econômicas, que criam valor tanto para si próprios quanto para a sociedade. 2.2 Características do indivíduo empreendedor Segundo Leite (2000), destacam-se entre as características do indivíduo empreendedor: a) iniciativa; b) visão; c) coragem; d) firmeza; e) decisão; f) atitude de respeito humano; g) capacidade de organização e direção. A junção de todas estas características é o que faz alusão ao conceito de espírito empreendedor. Alguns autores acreditam que estas características podem ser desenvolvidas de acordo com as circunstâncias do meio em um indivíduo vive, já outros mantém o conceito de este perfil é pessoal e não pode ser ensinado, ele é nato. Shumpeter, (1997, p. 10) dá um bom exemplo de como não é fácil desenvolver o espírito empreendedor: Ao examinar o lucro empresarial, Schumpeter apresenta algumas reflexões sociológicas sobre a impossibilidade de os empreendedores transmitirem geneticamente a seus herdeiros as qualidades que os conduziram ao êxito, por meio de inovações e novos métodos produtivos. Assim, compara o estrato mais rico da sociedade com um hotel repleto de gente, alertando, porém, para o fato de que os hóspedes nunca são os mesmos. Isso decorre de um processo no qual os que herdam a riqueza dos empreendedores estão geralmente tão distanciados da batalha da vida que não conseguem aumentar ou simplesmente manter a fortuna herdada.

18 Por isso não basta apenas conviver com um empreendedor para desenvolver o espírito. É preciso mais que isto, tem que haver uma vontade, uma motivação pessoal que faça com que a pessoa se interesse por negócios e desenvolva características empreendedoras. Na visão de Druker (1987), contudo, pode-se concluir que ser empreendedor não é algo que vem arraigado a qualidades pessoais, traços de personalidade, ser empreendedor é uma característica única que diferencia o indivíduo dos demais que não podem desenvolver o espírito empreendedor. Fica evidente, entretanto que esta característica ou características que faz um empreendedor não igual para todos, há muitos tipos de empreendedores e empreendimentos. Justamente o que demonstra Chiavenato (2007 p. 7), Hoje, é evidente a diversidade de negócios e tipos de empreendedor. Novas pesquisas sobre o perfi l do empreendedor são propostas, visto que eles diferem em suas habilidades, busca de oportunidades, motivação,também,em educação, envolvimento social, competências sociais e orientação de tempo e risco. Essa abordagem é chamada de construtivista. A análise psicológica da teoria construtivista tem sido bem aceita dentro do campo do empreendedorismo. Ainda, de acordo com Chiavenato (2007), são três as características básicas do espírito empreendedor: -Necessidade de realização: há pessoas com grande necessidade de realização, esta característica também denota um espírito competitivo muito exacerbado que faz com que lãs queiram ser sempre as melhores no que fazem. -Disposição para assumir riscos: pessoas com grande necessidade de realização tendem assumir riscos com responsabilidade, pois não deixam que estes fatores fujam ao seu controle, portanto o empreendedor é mestre em assumir riscos controlados e isto gera autoconfiança. - Autoconfiança: ser confiante dá ao empreendedor uma maior segurança e precisão para agir diante dos problemas, pois ele sabe que a superação dos desafios só depende da sua dedicação e esforço.

19 Espírito Empreendedor Necessiadade de realização Disposição para assumir riscos Autoconfiança Gráfico 1: Componentes base do espírito empreendedor. Fonte: Baseada no texto de Chiavenato (2007, p. 10) 2.3 Definição de Empresário Conceito do Código Civil (art.966 CC/2002), considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Empresário é um gestor, ele não cria, ele não tem a necessidade constante de realização, ele é um profissional que trabalha em prol da sustentabilidade da empresa. Ele se assemelha também a um técnico que age com precisão e frieza para a resolução de problemas, tem uma postura firme diante das situações e está sempre observando o mercado para adaptarse às novas demandas e inovações. O principal papel de um bom empresário é ser um bom administrador, pois sem o conhecimento e sem a técnica administrativa bem desenvolvidos, nem o empreendedor nem o empresário podem ser bem sucedidos no mundo dos negócios. Ser um grande e perspicaz administrador do seu patrimônio é o fator que faz do empresário uma pessoa de sucesso. Apesar de empreendedor e empresário compartilharem o papel de administrador suas funções e perfis não se confundem, pois cada um tem características muito próprias que não permitem que o empresário seja também um empreendedor e nem o empreendedor um empresário bem sucedido.

20 2.4 Análise comparativa entre atividade empresária e empreendedora Degen (1989, p.11), apresenta algumas diferenças dos três personagens que correspondem a papéis organizacionais: a) o Empreendedor, que transforma a situação mais trivial em uma oportunidade excepcional, é visionário, sonhador; o fogo que alimenta o futuro; vive no futuro, nunca no passado e raramente no presente; nos negócios é o inovador, o grande estrategista, o criador de novos métodos para penetrar nos novos mercados; b) o Administrador, que é pragmático, vive no passado, almeja ordem, cria esquemas extremamente organizados para tudo; c) o Técnico, que é o executor, adora consertar coisas, vive no presente, fica satisfeito no controle do fluxo de trabalho e é um individualista determinado. O empresário, sob esta ótica tem as características de um técnico administrador, que organiza, coordena, lidera, planeja e executa. Já o empreendedor é um grande realizador, que busca oportunidades de geração de riquezas, se arrisca no que parece improvável, é um verdadeiro visionário. De acordo com a visão de Dornelas (2001, p.11), para diferenciar um administrador de um empreendedor é necessário delimitar a função de cada um. A abordagem clássica ou processual, com foco na impessoalidade, na organização e na hierarquia, propõe que o trabalho do administrador ou a arte de administrar concentre-se nos atos de planejar, organizar, dirigir e controlar. O principal divulgador desse princípio foi Henry Fayol, no início do século XX, e vários outros autores reformularam ou complementaram seus conceitos com o passar dos anos. Obviamente que o trabalho de um administrador não se limita as 5 funções básicas de Fayol, contudo, este é basicamente o leque da atividade administrativa. Essa delimitação também não quer dizer que o administrador seja um ser engessado, ele, assim como os empreendedores também é muito dinâmico, otimista, tem capacidade intuitiva e sabe como ninguém assumir riscos calculados. Um administrador não é apenas um executor metódico, pois uma de suas funções mais importantes é planejar, e é justamente através da atividade de planejamento que o administrador tem que se valer de toada a sua perspicácia, visão de futuro e autoconfiança para se arriscar no mercado e obter o sucesso. É por isso que a atividade empreendedora se mistura tanto com a administração, o perfil dos dois personagens é muito parecido e todo empreendedor precisa também ser um bom administrador para obter o sucesso. Mas nem todo administrador tem um perfil empreendedor, principalmente aqueles que se destacam como grandes investidores. O que foi dito pode ser ratificado no texto de Dornelas (2001 p.11)

21 [...] Esses administradores criam e modificam agendas,incluindo metas e planos para sua organização e desenvolvem redes de relacionamentos cooperativos para implementá-los. Em sua maioria, esses gerentes são ambiciosos, buscam o poder, são especializados, têm temperamento imparcial e muito otimismo. Um empreendedor, possui características que o diferem do empresário comum, como a visão aguçada de futuro e a necessidade constante de realização. Contudo para exercer bem suas funções o empreendedor precisa deter todo um leque de características técnicas e pessoais que fazem dele um grande realizador. Segundo Dornelas (2001, p.18). As habilidades requeridas de um empreendedor podem ser classificadas em três áreas: técnicas, gerenciais e características pessoais. As habilidades técnicas envolvem saber escrever, saber ouvir as pessoas e captam informações, ser um bom orador, ser organizado, saber liderar e trabalhar em equipe e possuir know-how técnico na sua área de atuação. As habilidades gerenciais incluem as áreas envolvidas na criação, desenvolvimento e gerenciamento de uma nova empresa: marketing, administração, finanças, operacional, produção, tomada de decisão, controle das ações da empresa e ser um bom negociador. Algumas características pessoais já foram abordadas anteriormente e incluem: ser disciplinado, assumir riscos, ser inovador, ser orientado a mudanças, ser persistente e ser um líder visionário. [...] Quadro de Análise Administrador e Empreendedor Características Visionários Administrador Empreendedor X Assumem riscos x X São determinados e dinâmicos X X Comprometidos x X Sabem liderar X X Criam valores para a sociedade Necessidade de realização X X Tabela 1: Administrador x Empreendedor Fonte: Autoria própria 2.5 Um empreendedor bem sucedido: o que o diferencia dos demais. De acordo com Leite (2002, p. 52)

22 Numa visão mais profunda, todo empreendedor de sucesso é um caso inspirador e relevante, e também um representante do espírito empreendedor, que gera negócios bem-sucedidos ao transformar visões em realidades lucrativas. Coletivamente os empreendedores criam milhões de empregos e servem a milhões de clientes. Individualmente geram milhões de reais em lucros, mas o ponto principal se torna uma forma de manter resultados, não a história do realizaram. Sob esta ótica é possível perceber que um empreendedor bem sucedido não é aquele nos inspira por um breve momento, mas sim aquele que sabe manter sua fórmula de sucesso e sustentar seus resultados. Desta forma é bem compreensível o que acontece com muitas pessoas que resolvem empreender no Brasil, pois eles tem vontade, sonham e tentam colocar suas ideias em prática, mas por falta de um espírito empreendedor (com características natas ou técnicas) muitos não sabem visualizar a oportunidade de negócio certa, pois não se baseiam no mercado e sim nos seus anseios pessoais. Qualquer um pode iniciar seu próprio negócio, mas este simples fato não basta para que este indivíduo seja identificado como um empreendedor. Pois, segundo Druker (1987, p. 29). [...] Nem todos os pequenos negócios novos são empreendedores, ou representam empreendimento. O casal que abre mais uma confeitaria, ou mais um restaurante de comida mexicana no subúrbio mexicano, certamente estará assumindo riscos. Mas será que eles são empreendedores? Tudo que fazem já foi feito muitas vezes antes. Eles apostam popularidade crescente de se comer fora, na vizinhança. Por outro lado eles não criam uma nova satisfação para o consumidor, e nem uma nova demanda para este. Visto sob esta perspectiva, é claro que eles não são empreendedores, mesmo que seu negócio seja novo. Portanto, mesmo que um negócio seja novo, ele não pode ser considerado um empreendimento a menos que tenha um grande diferencial de sua concorrência, a menos que crie novas demandas ou um novo modelo de negócio para a satisfação dos clientes. O empreendedor de sucesso sabe visualizar a oportunidade de negócio, seja a partir de uma demanda insatisfeita, de uma necessidade ou de uma grande inovação. O verdadeiro empreendedor sabe visualizar o mercado e projetar suas ideias no futuro, ele encontra a fórmula do sucesso e sabe como ninguém manter-se no mercado, continuar inovando e conquistar novos mercados. Ainda de acordo com Leite (2002, p. 57), [...] É importante também destacar que, na concepção de Schumpeter, um empreendedor não é necessariamente um inventor, mas é importante chamar atenção para o fato de que os empreendedores de sucesso poderiam tornar-se capitalistas de sucesso. No entanto eles preferem continuar como empreendedores, mesmo enfrentando reveses e insucessos.

23 Sob a ótica de Schumpeter, podemos perceber que os empreendedores de sucesso não vivem no sucesso o tempo inteiro, eles enfrentam muitas dificuldades e muitas vezes insucessos, mas são um exemplo de persistência e perspicácia, sabem aguardar a aproveitar a oportunidade certa para realizar seus sonhos e alcançar grandes conquistas. Continuando com Leite (2002, p. 57), O empreendedor Shumpeteriano tem um comportamento racional, no sentido de explorar prosperamente, objetivamente as possibilidades de inovação. Todavia agem de forma irracional naquilo que estão a perseguir objetivos que nunca deixa-os satisfeitos pelos seus resultados. Portanto, o empreendedor de sucesso parece nunca estar satisfeito com seus resultados, pois mesmo que pareça uma atitude irracional ou até impossível ultrapassar determinado estágio ou etapa, ele sempre persevera na busca para encontrar uma forma de melhorar o que já parece perfeito. Ele nunca para, precisa de realização constante. Para Chiavenato (2007, p. 20) para ser bem sucedido o empreendedor precisa, além de outras mais, apresentar as seguintes características: Ter vontade de trabalhar duro; Ter habilidade de comunicação; Conhecer maneiras de organizar o trabalho; Ter orgulho daquilo que faz; Manter boas relações interpessoais; Ser um self-starter, um autopropulsionador; Assumir responsabilidades e desafios; Tomar decisões. Conclui-se, portanto que, um empreendedor de sucesso tem que ser uma espécie de revolucionário, que cria novos mercados por meio de algo único. Ao contrário do que a maioria das pessoas faz, criando negócios em mercados pré-existentes atraídas pelo sucesso já consolidado (CHIAVENATO, 2007). 2.6 A importância do empreendedorismo para a economia Segundo Leite (2002, p. 63)

24 As evidências econômicas demonstram, claramente, que quase todo crescimento das economias mundiais, está sendo gerado pelas micro, pequenas e médias empresas. [...] A economia fornece a explicação porque os anos 80 do século XX são frequentemente referenciados como a década dos empreendedores. A economia do empreendedorismo está desempenhando relevante papel no desenvolvimento econômico, pelo estímulo à inovação e à concorrência. De acordo com as observações de Leite, pode-se concluir que a presença do espírito empreendedor, da inovação e da competição, tem sido fundamental, nas últimas décadas, para a evolução das economias em todo mundo. Pois quanto mais inovação mais empresas e mais empregos serão criados. Quanto mais concorrência, melhores as condições de consumo para a demanda, que se beneficia da concorrência com melhores preços e condições de crédito. E tem sido justamente esta a contribuição dos empreendedores para a economia ao longo dos tempos. O empreendedorismo cria negócios, faz surgir grandes empresas, gera milhões de empregos e proporciona o consumo dos bens que faz o roda economia girar. Contudo, de acordo com Leite (2002), a visão da importância dos empreendedores para a economia só se tornou notória a partir dos anos 80 do século XX, pois antigamente as pessoas não tinham a visão de um mundo dominado por grandes empresas. Essa teoria de Grandes Empresas é consistente com a teoria neoclássica, que visa a economia de escala baseada no fato de que quanto maior a produção menor o custo; a partir deste preceito desponta a importância das grandes empresas para a economia e consequentemente do empreendedor. Para Chiavenato, (2007 p. 4), Os empreendedores são heróis populares do mundo dos negócios. Fornecem empregos, introduzem inovações e incentivam o crescimento econômico. Não são simplesmente provedores de mercadorias ou de serviços, mas fontes de energia que assumem riscos em uma economia em mudança, transformação e crescimento. Continuamente, milhares de pessoas com esse perfil desde jovens a pessoas adultas e de todas as classes sociais inauguram novos negócios por conta própria e agregam a liderança dinâmica que conduz ao desenvolvimento econômico e ao progresso das nações.3 É essa força vital que faz pulsar o coração da economia. Segundo Hermann (2008, p. 20), Novas empresas contribuem de forma significativa para o desenvolvimento econômico, principalmente nos países em desenvolvimento. Ao ter sucesso, os novos empresários criam empregos, expandem segmentos de mercado, aumentam a produção de bens e serviços e dinamizam a economia das comunidades onde operam.

25 3 METODOLOGIA DA PESQUISA Os objetivos dessa pesquisa foram atendidos utilizando o conjunto de procedimentos descritos abaixo: 1º Foi claramente definida a diferença entre empresário e empreendedor; 2º Realizou-se um mapeamento do local de estudo, separando os módulos e catalogando as lojas ativas; 3º Foi escolhido um teste já aplicado pelo SEBRAE de São Paulo para identificar o perfil empreendedor dos empresários do Polo; 4º Ficou resolvido que o universo da pesquisa ficaria limitado ao módulo azul, devido ao fato de ele conter o triplo do número de lojas dos outros dois principais módulos mais ativos, o laranja e o amarelo. 5º A amostra da pesquisa, segundo critérios pessoais de observação do pesquisador, ficou restrita a um terço do total de estabelecimentos ativos do módulo azul, já que o mesmo possui o triplo de lojas ativas se comparado aos módulos laranja e amarelo, a terça parte se configura como uma proporção igual entre os três. 6º O teste do SEBRAE foi adaptado para a realidade da pesquisa, reduzindo-se o número de questões e preservando os indicadores principais do perfil empreendedor. 7º Aplicação do teste se deu por meio de entrevista ou deixando o instrumento com os empresários para que pudessem ler e responder com calma. 8º Ao final, os dados colhidos na pesquisa foram organizados e analisados. Primeiro separando-se o resultado para cada indicador e depois seguindo o procedimento padrão indicado no teste original do SEBRAE para traçar um perfil geral. 9º Por fim, após analisar os indicadores e traçar o perfil geral do nível de potencial empreendedor dos empresários do Polo, chegou-se a uma conclusão final. 3.1 Classificação da pesquisa Segundo Vergara (2003), quanto aos meios a pesquisa caracteriza-se como de Campo e bibliográfica, pois o pesquisador tem como local pesquisado um grande centro de compras que engloba várias lojas do setor de confecções na cidade de Caruaru, o Polo Comercial. Já quanto aos fins ela se enquadra como exploratória e descritiva, pois até o presente momento não há pesquisas específicas sobre perfil empreendedor nas lojas ativas do Polo comercial de Caruaru.

26 3.2 Participantes, fontes de informação A pesquisa em questão foi realizada com os lojistas do Polo Comercial de Caruaru. Foram selecionados apenas gestores e gerentes do módulo azul a critério de observação do pesquisador baseado do fato de este local ser o que possui o maior número de lojas ativas e maior fluxo de pessoas. Um terço das lojas do módulo azul foi submetida ao teste do SEBRAE de forma aleatória, levando-se em conta apenas a disponibilidade de participar do teste das pessoas presentes no local. 3.3 Universo e amostra A pesquisa em questão é referente ao setor de confecções, que nas últimas décadas vem se tornando bastante forte no contexto da economia nacional. No nordeste como citado anteriormente este setor vem ganhando muita força nas últimas décadas. Como o objetivo geral da pesquisa era traçar um perfil empreendedor dos empresários locais do setor, foi escolhido como universo o Polo Comercial de Caruaru. A escolha do Polo se deu pela acessibilidade ao local de pesquisa e às pessoas que ali trabalham, amostra probabilística por conveniência, bem como porque o mesmo engloba um número bastante expressivo de lojas de confecções com múltiplas características: grandes, pequenas, populares e de marcas famosas. O Polo é um local bastante amplo e arejado, as lojas estão divididas em módulos de cinco cores diferentes: laranja, amarelo, verde, branco e azul. Cada módulo é dividido em fileiras, geralmente 12, e as fileiras por sua vez estão divididas em ruas: tanto no sentido horizontal como vertical, aparentando um tabuleiro de xadrez

27 Polo comercial FILEIRAS DE LOJAS MÓDULO LARANJA JA MÓDULO LARANJA MÓDULO AZUL MÓDULO BRANCO MÓDULO LARANJA OJA MÓDULO VERDE PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO Rota do Mar ESPAÇO PARA EVENTOS MÓDULO AMARELO MÓDULO LARANJA JA AMERICANA S PROVIDER Figura 2: Mapa do Polo Comercial de Caruaru Fonte: Autoria Própria Relação de Lojas Ativas Do Módulo Laranja: 1ª Fileira: Solange Multimarcas, Reuward Confecções. 2ª Fileira: Solange Confecções 3ª Fileira: Francineide Confecções 4ª Fileira: Ss Confecções, S E L Modelly, Athena 5ª Fileira: Zanza Modas, Izatoria Baby, Ma Cherrie 6ª Fileira: Del Reno, Brec, Regive Confecções 7ª Fileira: Nick Modas, Charme Moda Íntima, Jéssica Modas Multimarcas, Gaby Modas Multimarcas, Motivo, Cravo E Canela, Arte D quintal 8ª Fileira: Hs Confecções, Via Sonho, Louvor Modas 9ª Fileira: Totalmente Desativada. 10ª Fileira: Eguimark ( Aparentemente Falindo), Via Sonho 11ª Fileira: Ville Ris Specility, Companhia Da Sombrinha, União Confecções

28 12ª Fileira: Doce Morena Moda Feminina Total De Lojas Ativas: 30 Estabelecimentos Das Lojas Ativas No Módulo Amarelo: 1ª Fileira: Target 2ª Fileira: Ocean Surf, Rafeny, Visual 3ª Fileira: Rutiny Modas, Dympactum Moda Masculina 4ª Fileira: Lozza Sá Modas. Zero 81, A Rústica, Simetria Moda E Acessórios, Dijô Modas, Dona Chica Moda Artesanal 5ª Fileira: Coisa Di Menina, Dona Joana, Gente Bacana, Marakangalha, Sonho De Casa, Cores Do Algodão, Kamal Modas, Doug Funny Modas, Charme Moda Feminina, Berna Baby 6ª Fileira: Kikerem Jeans Wear, Menta E Pimenta, Boa Moça, Sônia Mendes Cama Mesa E Banho, Medida Certa, Repertório, Visonia, Casa Do Sonho, A Nova Vida, Seaven Radical Wear, Dudu Confecções, A Favorita Modas, Cia Da Frase 7ª Fileira: Motivo, Tikriti, Espaço Visual, Eumar Fir-For, Ágape, Vest Kid S, Modelo Confecções 8ª Fileira: Treli Moda Feminina, Jl Confecções, André Confecções, Encanto 9ª Fileira: Alda Modas, Mo cast Mares E Castro Modas 10ª Fileira: Desfrut Moda Feminina, M E A, Face Íntima Lingérie 11ª Fileira: Doanbella, Montiê, Parada Obrigatória, Kianu, Verde Cana, Estilo Pai E Filho, Nepoll Jeans 12ª Fileira: Kocotinhas, Lali Baby, Suo s, Lua Caliente, Scaven, Chiss Com Estilo Total De Lojas Ativas: 64 Estabelecimentos Relação de Lojas Ativas No Módulo Branco: No Setor De Confecções Há Apenas Nígila Magazine. Total De Lojas Ativas: 1 Estabelecimento Relação de Lojas Ativas No Módulo Azul: 1ª Fileira: Gente Bacana, Tayla Modas, Bekka

29 2ª Fileira: Real Zen, Bms Confecções, Casa Do Pijama, Etnia Moda E Acessórios, Nick Modas, X Bella, Doce Desejo, Absoluta, D lourd Tricô Feito À Mão, Ponto De Vista Modas 3ª Fileira: Maristela Modas, Mh Kids, Ut Estilo Modas, Rosts, Oten Basic Fashion, Grif s, Dondoca Moda Fashion, La Famili, Plnp Penélope, João.Com, Mércia Arruda, Glamour 4ª Fileira: Transk Magazine, Blá Blá Blá, Kyll s Modas, Via 3, Mh Confecções, Acácia, Algodão Doce, Stilo De Vestir, Biss, Acr Confecções, Rene Bia Moda Fem, Mirage Moda E Acessórios, Esquina 107, Moda Fashion, Lara Baby, Shekinah, Good Angel Moda Infanto Juvenil 5ª Fileira: Turma Do Jeans, D lucas Moda Fem E Masc, Parada Obrigatória, Nina Baby, Cecília Modas, Coisa De Menina, Alla Mar Beack Wear, Rosilda Modas, It s, Rafaela Modas 6ª Fileira: Rota Do Mar, Ópera Nágila, Calzare Jeans Wear, Dympactum Moda Masculina, Tokage, Zero81, Ofir, Renata Modas, Nanoca Moda Surf, Célula Stilus, Garota Rebelde, Kanal Modas, Nadjane For Ladies, Vestare, Mss Modas, Ninos Fashion Kids, Zero 81, Só Alegria, La Ferrier, Rônega, Malha Mania, Calzare 7ª Fileira: Mss Modas, Nick Modas, Dympactum Moda Masculina, Foxxi, Boa Moça Limited, Mjp Moda Fem, D victor Confecções, D milla Modas, Mss Modas, Ro Xinol Modinha, Vivos Kids, Family Fashion, Girafas Jeans Wear, Fik Bella, Dani Modas, Maria Maria, A Rústica, Transki, Coisa De Moleque 8ª Fileira: Spazio, Maria Flor, Rafaela Modas, Lucemyr Modas, Via Modas, Vitória Modas, Anita Modas, Expresso Baby, Todo Stylo, Luará, Roots, Cia Da Bermuda, Josy Modas E Acessórios, Bela Diva, Homem Santo, Dona Moça, Graça Life, Lucemyr 9º Fileira: La Ferrier, Belluk, Cheia De Charme, Suzana Modas, Mundo Intimu s, Doug Funny Modas, Emilly Modas, Turminha Baby E Kid S, Via Bella, Bela Rosa, Viva Sempre, Previsão Moda Masculina, Pólo Da Moda, Clara Bela, Cheia De Charme 10ª Fileira: Mares, Mirage, Top Moda, Doug Funny Modas, Gigi Baby, Rosa Bela, Di Cleri, Menina Mulher, Marco Zero, Conecçõa Jovem, Lyra Modas, Spazio, Djfan, Bia Flor 11ª Fileira: Lc Modas, D K Modas, Exclamação, Bv Confecções, Doce Bella, Confecções Sm E F 12ª Fileira: Nágila Teen, Luna Caliente, Loja Da Fábrica Confecções, Ki Surf, Ok Jeans, Ponto Da Moda, Sempre Viva Total De Lojas Ativas: 157 Estabelecimentos

30 Dentre os 5 módulos, baseado nas observações do pesquisador, nota-se que o módulo azul é o mais organizado e com maior número de lojas. Enquanto o módulo laranja conta apenas com 30 lojas ativas e o amarelo com 64, o azul conta com nada mais, nada menos que 154 estabelecimentos ativos. O que é um fato curioso, pois todos os módulos, com exceção do branco, têm o mesmo tamanho e a mesma capacidade de comportar lojas. Talvez, mais uma vez com base na observação do local, o grande motivo pelo qual o módulo azul aglomere um número tão grande de lojas e tenha um fluxo maior de pessoas seja a presença da Rota do Mar, diga-se de passagem, a maior e bem mais organizada loja do Polo. Como as pessoas estão sempre a procura dessa loja e ela é a maior âncora do pólo, as lojas que se situam ao seu redor são beneficiadas pela atração exercida pela Rota do Mar e como as outras lojas nos outros módulos estão afastadas dela, as pessoas acabam se concentrando no módulo azul mesmo e acabam sem querer andar muito. As lojas em volta da Rota do Mar já oferecem um mix de produtos muito variado, o que acaba prendendo as pessoas no módulo azul. Um fator ainda mais agravante para a situação das lojas nos outros módulos é o fato da Rota do Mar estar muito próxima a praça de alimentação, as pessoas vão para a Rota, comem e não se dão ao trabalho de percorrer todo o Polo, ficam satisfeitas com o mix de produtos em volta da Rota e vão embora. Portanto, diante dessas evidências, nenhum dos outros módulos se configura como uma amostra melhor que o módulo azul. Sendo assim, temos como universo da pesquisa o módulo azul e como amostra um terço das lojas ativas, o que configura uma proporção igual em relação ao número de lojas ativas nos outros dois módulos principais, o amarelo e o laranja, já que o módulo azul tem quase o triplo das lojas ativas em cada um dos dois. As lojas visitadas serão selecionadas aleatoriamente por critério de disponibilidade e acessibilidade para a aplicação do teste de levantamento do perfil empreendedor ( Amostra probabilística por conveniência). A análise dos dados obtidos no teste será tanto quantitativa como qualitativa, devido ao número e aos tipos de indicadores, que ensejam análises tanto com porcentagens e gráficos bem como as explicações para os mesmos. Os nomes dos gestores entrevistados serão mantidos em sigilo, apenas o estabelecimento comercial será identificado. Depois de concluída a coleta, aos indicadores serão analisados individualmente e ao final será atribuída uma média simples para cada um. Por fim, os dados serão separados seguindo o mesmo procedimento do teste original do SEBRAE culminado assim em um mapeamento das características empreendedoras dos empresários do pólo.

31 3.4 Procedimento de coleta e registro dos dados O instrumento de coleta da pesquisa em questão será um teste elaborado pelo SEBRAE SP em 14 de novembro de 2006, publicado no T08. Manual no aluno. 01 de 10. Levantamento do Perfil Empreendedor. O teste em questão é composto por 85 assertivas que devem ser respondidas com uma escala numérica que vai de 1 a 5. Contudo, devido ao curto espaço de tempo disponível para aplicação e posterior análise dos dados, o referido teste foi enxugado e adaptado para a realidade do Polo Comercial. Como o teste é baseado em indicadores, que se referem a características marcantes de um indivíduo com perfil empreendedor, foram excluídos alguns indicadores e mantidos os principais característicos segundo teóricos do assunto, que definem um perfil empreendedor. 3.4.1 Lista de indicadores do teste do Sebrae: Tem iniciativa Busca Oportunidades Persistência Busca Informações Exigência de Qualidade Cumprimento de Contratos de Trabalho Orientação para Eficiência Orientação para Objetivos Planejamento Sistemático Resolução de Problemas Assertividade Autoconfiança Correr riscos moderados Uso da estratégia de influência Monitoramento Preocupação com Gestões Financeiras Fator de Correção

32 3.4.2 Indicadores escolhidos para a pesquisa a) Tem iniciativa: Segundo Leite (2002, p. 15, 25) Ser empreendedor significa ter capacidade de iniciativa [...]. Os empreendedores de sucesso sabem como identificar e aproveitar as oportunidades, à medida que elas se apresentam. [...]. Segundo Dornelas (2001, p. 17) Em qualquer definição de empreendedorismo encontram-se, pelo menos, os seguintes aspectos referentes ao empreendedor: 1. Iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz. 2. Utiliza os recursos disponíveis de forma criativa transformando o ambiente social e econômico onde vive. 3. Aceita assumir os riscos calculados e a possibilidade de fracassar. Iniciativa é sem dúvida uma das características mais inerentes ao indivíduo empreendedor, pois ele não espera que os outros tenham as ideias e as coloquem em prática para somente depois segui-los, não, ele é inovador, é um agente de mudanças e sem iniciativa suas realizações não seriam possíveis. Esta é uma característica interligada a várias outras, como a necessidade de realização e a capacidade de correr riscos calculados, por exemplo. b) Busca de oportunidades: Segundo Dornelas (2001, p. 28) [...] Os empreendedores de sucesso são diferentes: estão sempre atrás de novas ideias de negócio e de verdadeiras oportunidades de mercado, ficando atentos a tudo que ocorre à volta deles. [...] Segundo CHUMPETER (1997, p. 93) [...] No peito de quem deseja fazer algo novo, as forças dos hábitos se levantam e testemunham contra o projeto em embrião. É, portanto necessário uma força de vontade nova e de outra espécie para arrancar, dentre o trabalho e a lida com as ocupações diárias, oportunidade e tempo para conceber e elaborar a combinação nova e resolver olhá-la como uma possibilidade real e não meramente como um sonho. [...]

33 Portanto, segundo Dornelas (2001) e Chumpeter (1997), um indivíduo empreendedor, mesmo com todas dificuldades e atribulações da vida diária está sempre muito atento ao ambiente afim de identificar a oportunidade perfeita para realizar suas ideias e objetivos. c) Persistência: Na visão de Chiavenato (2007, p. 7) [...] Por ter criatividade e um alto nível de energia, o empreendedor demonstra imaginação e perseverança, aspectos que, combinados adequadamente, o habilitam a transformar uma ideia simples e mal-estruturada em algo concreto e bem-sucedido no mercado [grifo nosso]. Sendo assim, não apenas na visão de Chiavenato, mas na opinião de vários outros autores citados anteriormente, a persistência é uma das características mais importantes do indivíduo empreendedor, pois empreender não significa viver de sucesso. Muitas vezes um empreendedor enfrenta muitas dificuldades e fracassos antes de atingir o sucesso tão almejado, mas graças a sua persistência e coragem para correr todos os riscos de forma inteligente e calculada, ele se sobressai dentre os outros. Um verdadeiro empreendedor não desiste facilmente diante das dificuldades. d) Busca Informações: Segundo Dornelas (2001, p. 18, 28) As habilidades requeridas de um empreendedor podem ser classificadas em três áreas: técnicas, gerenciais e características pessoais. As habilidades técnicas envolvem saber escrever, saber ouvir as pessoas e captar informações, ser um bom orador, ser organizado, saber liderar e trabalhar em equipe e possuir know-how técnico na sua área de atuação [grifo nosso]. [...] Qualquer fonte de informação pode ser um ponto de partida para novas ideias e identificação de oportunidades de mercado.[...]

34 Informação é a base de novas ideias. Estar bem informado é o dever de qualquer empreendedor.[...] e) Orientação para Objetivos: Segundo CHIAVENATO (2007, p. 69, 146) [...] o empreendedor deve ter um objetivo maior em mente. Precisa trabalhar com uma visão de futuro, ou seja, com um quadro mental daquilo que pretende chegar a ser como referência. A visão de futuro consiste em olhar para o horizonte e visualizar qual é a imagem que se tem da empresa quando se chegar lá. Isso permite que o empreendedor estabeleça objetivos e metas, indicadores de desempenho e mensuradores de resultados futuros para saber se está ou não alcançando aquilo que projetou. Assim, a visão é o componente que permite desdobrar os objetivos a serem alcançados. Todo indivíduo com características empreendedoras tem essa capacidade, ele consegue com muita facilidade projetar suas ideias no futuro e planejar suas ações para alcançar o objetivo almejado. A visão de futuro faz parte de uma cadeia: Identificação de uma oportunidade Concepção da idéia Projeção do futuro Plano de ações Realização Sucesso. Figura 3: Ciclo da atividade empreendedora Fonte:Autoria própria. f) Planejamento Sistemático: Segundo CHIAVENATO (2007, p. 131) Para ser bem-sucedido, o empreendedor precisa planejar o seu negócio. Improvisar jamais. Saltar no escuro não é exatamente uma boa pedida. Afinal, a figura do plano de negócios é sempre um instrumento presente nos empreendimentos de sucesso.

35 g) Autoconfiança: Conforme com Chiavenato (2007) São três as características básicas do espírito empreendedor -- necessidade de realização, disposição para assumir riscos e autoconfiança --. h) Correr riscos moderados: Segundo Chiavenato (2007) [...] Os economistas: Viam o empreendedor como uma pessoa que busca oportunidades para gerar lucros assumindo certos riscos. Segundo DORNELAS (2001, p. 17) Em qualquer definição de empreendedorismo encontra-se, pelo menos, os seguintes aspectos referentes ao empreendedor: 1. Iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz. 2. Utiliza os recursos disponíveis de forma criativa transformando o ambiente social e econômico onde vive. 3. Aceita assumir os riscos calculados e a possibilidade de fracassar [grifo nosso]. Afinal, a inteligência de um empreendedor está interligada justamente ao fato de correr o risco, de fazer o que para os outros pareceria loucura, algo insano, ou que não daria certo. Mas que o individuo visualizou, projetou no futuro, calculou os riscos e apostou suas fichas em algo novo, que ninguém ainda tinha feito, por medo, ou porque achou que era muito incerto ou perigoso. É mais ou menos desta lógica, que saber calcular os ricos se transforma em vantagem competitiva e dá destaque os indivíduo. i)preocupação com Questões Financeiras: Segundo Dornelas (2001, p. 14)

36 Os empreendedores sabem obter e alocar os recursos materiais, humanos, tecnológicos e financeiros, de forma racional, procurando o melhor desempenho para o negócio [grifo nosso]. Afinal, um bom empreendedor não vive só de boas ideias, a adequada gestão dos recursos financeiros disponíveis é decisiva para a sobrevivência e para o futuro sucesso de um novo empreendimento. Total de afirmações dentro da entrevista: 45 Contando com as 5 perguntas do fator de correção totalizamos: 50 afirmações 3.4.3 Indicadores suprimidos da pesquisa Exigência de Qualidade Cumprimento de Contratos de Trabalho Orientação para Eficiência Resolução de Problemas Assertividade Monitoramento Uso da estratégia de influência Total de afirmações fora da entrevista:

37 4 ANALISES E RESULTADOS 4.1 Relação de estabelecimentos pesquisados Durante o processo de aplicação da pesquisa de campo o pesquisador conseguiu entrevistar cerca de um terço das lojas domódulo azul. Então, para enriquecimento da pesquisa foram considerados os 50 estabelecimentos dos quais o pesquisador conseguiu coletar as informações completas. 1- A Rústica 2- Acácia 3- Anita Modas 4- Bia Moda Fem. 5- Boa Moça 6- Bv Confecções 7- Cecília Modas 8- Coisa de Moleque 9- D Victor 10- D Lourd 11- Dany Modas 12- Di Cleri 13- Doce Desejo 14- Dona moça 15- Doug Funny 16- Dympactum 17- Emily Modas

38 18- Exclamação 19- Expresso Baby 20- Garota Rebelde 21- Gigi Baby 22- Girafas Jenas Wear 23- Good Angel 24- João.com 25- Josy modas 26- Ki Surf 27- La Famili 28- La Ferrier 29- Loja da Fábrica 30- Lucemyr 31- Malha Mania 32- Maria Flor 33- Maria Maria 34- Nanoca 35- Nick Modas 36- Ofir 37- Ok Jeans 38- Parada Obrigatória 39- Plmp Penélope 40- Polo da Moda

39 41- Rafaela Modas 42- Renata Modas 43- Renata Modas 44- Ro Xinol 45- Sempre viva 46- Turma do Jeans 47- Turminha Baby Kids 48- Vestare 49- Via Modas 50- Viva Sempre 4.2 Análise dos indicadores 4.2.1 Iniciativa Questões: 1-11 -21-31 41 ( em anexo) Escala 1-Nunca 2-Raramente Iniciativa 3-Algumas Vezes 4-A maioria das Vezes Pergunta 1 0 3 8 16 23 Pergunta 11 1 4 4 15 26 Pergunta 21 6 12 13 11 8 Pergunta 31 2 3 11 20 14 Pergunta -41 10 12 9 6 13 Média de pessoas 3 7 9 14 17 Total de entrevistados: 50 Pessoas Tabela 2: Iniciativa Fonte: Autoria Própria. 5-Sempre

40 Nesse indicador, iniciativa pode-se perceber que 17 pessoas em 50 entrevistadas sempre toma a iniciativa e que 14 em 50 o faz a maioria das vezes. Então 30 pessoas em 50, tem a iniciativa como uma característica marcante de sua personalidade, totalizando 60,8% do total de entrevistados. Pode-se concluir, portanto que a iniciativa é uma característica empreendedora dos empresários do Polo. Representação gráfica do indicador iniciativa em porcentagens: Iniciativa 1- Nunca= 7,6% 2- Raramente= 13,6% 3- Algumas vezes= 18% 4- A maioria das vezes= 27,2% 5- Sempre= 33,6% Gráfico 2: Iniciativa Fonte: Autoria Própria 4.2.2 Busca de Oportunidades Questões: 2-12- 22-32 42 ( em anexo)

41 Escala 1-Nunca 2-Raramente Busca de Oportunidades 3-Algumas Vezes 4-A maioria das Vezes Pergunta 2 0 2 12 8 28 Pergunta 12 0 12 10 13 15 Pergunta 22 2 5 7 12 24 Pergunta 32 3 6 15 10 16 Pergunta 42 1 4 11 13 21 Média de pessoas 1 6 11 11 21 Total de entrevistados: 50 Pessoas Tabela 3: Busca de Oportunidades Fonte: Autoria Própria 5-Sempre Saber aproveitar as oportunidades é uma das características mais importantes de um empreendedor, observando o gráfico acima podemos ver que 21 pessoas em 50 entrevistadas estão sempre atentas ao aparecimento de novas oportunidades de negócio. E 11 estão atentas a maioria das vezes, totalizando portanto mais de 50% do total juntando os que sempre estão atentos e a maioria das vezes. Com isso, podemos concluir que os empresários do pólo apreciam a novas oportunidades de negócio e estão dispostos a aproveitá-las quando valem a apena. Representação gráfica do indicador busca de oportunidades em porcentagens: Busca de oportunidades 1- Nunca= 2,4% 2- Raramente= 11,6% 3- Algumas vezes= 22% 4- A maioria das vezes= 22,4% 5- Sempre= 41,6% Gráfico 3: Busca de Oportunidades Fonte: Autoria Própria