SUMÁRIO EXPEDIENTE. Edição nº 96 - MAIO - JUNHO / 2008



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Transcrição:

Verdades ignoradas Nos últimos anos, o movimento sindical vem ocupando um importante espaço em nossa sociedade, resultado principal das muitas das nossas lutas e conquistas para a classe trabalhadora, seja pela valorização do salário mínimo, como também no reajuste da tabela do IRPF e nas campanhas salariais, que obtiveram reposição da inflação e aumento real dos salários, entre outros ganhos e benefícios. Por conta disso tudo, profundas mudanças estão ocorrendo na vida, no dia-a-dia de milhões de brasileiros. O poder de compra aumentou, os trabalhadores estão sendo beneficiados, a própria sociedade e o crescimento econômico do país demonstram isso. Mas o que uma parte da mídia, alguns jornais, rádios, revistas e televisões nos mostram são preconceitos injustificados, desinformações e injúrias ao movimento sindical. É nessa hora que precisamos voltar um pouco no tempo e lembr armos do final dos anos 80 e dos anos 90, no auge do governo Collor, e posteriormente no governo FHC, quando do advento da implantação de uma linha neoliberal, numa época em que a imposição de certas políticas econômicas quase conseguiu arrasar a classe trabalhadora e seus representantes. Foram tempos difíceis, em que o movimento sindical precisou ser repensado e somar uma grande união de forças na luta contra o fechamento de setores inteiros de produção, de parques industriais, num processo que gerou uma enorme massa de desempregados, crises sociais e uma grande recessão que repercute mesmo nos dias atuais. As entidades sindicais sofreram inúmeras dificuldades para organizar e atender os anseios dos trabalhadores, mesmo com a indústria brasileira batendo recordes de produtividade, o salário mínimo e o salário médio caíam a níveis nunca vistos, lembrando que mais de 2 milhões de postos de emprego foram extintos no período 1988 a< /metricconverter> 92, e a grande maioria das empresas recolhia irregularmente ou não recolhia o FGTS e para a previdência social. Já para os trabalhadores que conseguiam manter seus empregos, sobrava uma infinidade de horas-extras a serem feitas, isso sem que sequer fossem respeitados, diretos trabalhistas referentes à saúde e segurança. Além de tudo isso, foi uma época de muitas denúncias sobre trabalho escravo, entre outros males que afligiram os trabalhadores nesse período. Mas o movimento sindical reagiu, nossa Federação é exemplo disso, se hoje, por exemplo conseguimos mobilizar um grande número de trabalhadores para ir a Brasília, reivindicar um salário mínimo digno, isso se deve principalmente a união e organização, além de inúmeras ações em defesa da cidadania, por parte do movimento sindical. Incluindo aí a luta pelo emprego, junto à criação de novos postos de trabalho. Agora que estamos conseguindo constatar os resultados dos cursos de qualificação e requalificação profissional que realizamos para os trabalhadores e seus familiares nos últimos anos. Ressaltando que a luta pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem perdas salariais, e direitos como o descanso semanal remunerado, licenças maternidade e paternidade, entre outros, são conquistas sagradas para o movimento sindical. Mas em vez de reconhecimento, estamos é constatando muitas críticas injustas e pejorativas ao movimento sindical, parece que o progresso que estamos conseguindo está incomodando alguns grupos. Nossa sugestão é que os números e dados, referentes ao desenvolvimento e o aumento da qualidade de vida dos trabalhadores, sejam constatados com muito critério. Nossas lutas, por maiores ganhos econômicos e sociais, precisam ser respeitadas. Ressaltamos que uma parte da mídia não reconhece os nossos avanços e deixa passar despercebido, que também o empresariado esta sendo contemplado, seja pelo aquecimento econômi co, como pelo aumento do poder de compra dos trabalhadores, além de que, uma série de vantagens como a baixa do dólar, que favoreceu a modernização da produção, junto a renovação de parques industriais, e a compra de insumos importados. Também não podemos esquecer dos lucros exorbitantes dos bancos e instituições financeiras. Na maioria das vezes, boatos e injurias prevalecem contra a própria realidade. Agora, o que nos importa é mesmo é sabermos que a sociedade como um todo, reconheça e avalie todos os esforços do movimento sindical na defesa dos direitos conquistados pela classe trabalhadora. É isso o que realmente importa. Danilo Pereira da Silva - Presidente da Fequimfar JORNAL DA FEQUIMFAR é publicado pela Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo Rua Tamandaré, 120/124 - Liberdade CEP 01525-000 São Paulo/SP - Tel: (11) 3277-5000 Fax: (11) 3277-5216 Correio Eletrônico: fequimfar@fequimfar.org.br. Diretor Responsável: Danilo Pereira da Silva. Editor: Paulo de Tarso Gracia - MTb 24.714. Jornalista Responsável: Amanda de Paula - Mtb 47.710. Arte: Caio Franzolin. Fotos: Departamento de Imprensa e Comunicação Fequimfar. Diagramação e Impressão: Gráfica e Editora JBA (11) 3903-5053 2 EXPEDIENTE *Esta publicação é impressa em papel reciclato. Faça sua parte e conserve a natureza SUMÁRIO Edição nº 96 - MAIO - JUNHO / 2008 3...GERAL 4...DIRETO DA BASE/GERAL 5... SAÚDE E SEGURANÇA 6... 1º DE MAIO 7... FORÇA SÃO PAULO 8... CONQUISTA NO SETOR FARMACÊUTICO 10... ENTRAVISTA - GUIDO MANTEGA 12... SETOR DO ÁLCOOL 13... RELAÇÕES INTERNACIONAIS 15... JUBILEU DE OURO

Fequimfar reafirma Pacto de Inclusão de Deficientes Após avaliação de resultados, dirigentes sindicais assinam novamente o acordo GERAL Antonio Messias dos Santos diretor do STI Guarulhos No dia 25 de junho, lideranças sindicais da Fequimfar, Fetquim e Sindusfarma assinaram o Pacto de Inclusão de Deficientes com a Superintendência Regional de Trabalho e Emprego para a inclusão profissional de portadores de deficiência física no setor farmacêutico. Avaliação No dia 12 de maio, dirigentes sindicais, trabalhadores e representantes de empresas participaram de um seminário para avaliar os resultados dos dois anos de vigência da Convenção Coletiva para Inclusão de Deficientes. O evento aconteceu na Câmara Municipal de São Paulo e contou com a presença de Sergio Luiz Leite, Serginho, secretário geral da Fequimfar, Antonio Messias dos Santos, diretor do STI Guarulhos, e Lívia Ghirello, assessora técnica do departamento de saúde, segurança e meio ambiente da Fequimfar. A mesa de abertura foi composta por: Serginho, Lauro Moretto, vice presidente do Sindusfarma, Edílson de Paula Oliveira, presidente da CUT do Estado de São Paulo, Lucíola Rodrigues Jaime, superintendente regional do trabalho e emprego do Estado de São Paulo, Francisco Chagas, vereador, e Marcelo Oliveira de Melo, coordenador de operações da secretaria do emprego e relações do trabalho. Lauro Moretto disse que o objetivo do evento era expor, analisar e debater a inclusão das pessoas com deficiência (PCD). Acreditamos na importância do tema para a sociedade, além disso, estes colaboradores têm a nobre função de produzir e controlar medicamentos, declarou. Foi uma oportunidade para verificar quais problemas as empresas que não cumpriram a cota enfrentam, ouvir os trabalhadores que foram contratados garças ao pacto e discutir melhorias na acessibilidade do PCD na empresa, melhorar o conteúdo da qualificação e discutir a recepção do PCD na fábrica, disse Sergio. Arnaldo Pedace, gerente de Relações Trabalhistas do Sindusfarma, analisou ações, parcerias e estratégias adotadas pela indústria farmacêutica nos últimos 2 anos para melhor acolher PCDs e falou sobre os resultados encontrados. Se em 2006 o setor empregou Sergio Luiz Leite secretário geral da Fequimfar 175 pessoas, em 2008 observou crescimento de 542%, índice bastante elevado, disse. De acordo com dados do Sindusfarma, o segmento emprega, no Estado de São Paulo, 906 pessoas com deficiência (PCD) em 45 empresas que assinaram, em 2006, a CCT para Inclusão de PCDs. Na ocasião, Antonio Messias, que é diretor do STI Guarulhos apresentou a visão dos trabalhadores e da Federação dos Químicos, retomando a importância de todo o processo de educação de ambas as partes (trabalho e empresa) para que a legislação que já existe seja devidamente cumprida. O Seminário foi promovido pelo Sindusfarma, CNQ-CUT, Fequimfar (Força Sindical) em conjunto com a SRTE/SP, do Ministério do Trabalho. 3ª etapa do Seminário de Formação Abertura do seminário Participantes de todo o estado de São Paulo Em março, dirigentes dos sindicatos filiados a Fequimfar participaram do Seminário de Formação, na colônia de féria, em Praia Grande. Organizado pelo departamento de formação e qualificação profissional da Fequimfar, lideranças sindicais e assessores da Federação fizeram palestras sobre diversos temas. A abertura do seminário contou com a participação de Sergio Luiz Leite, secretário geral da Fequimfar, Luciano Martins Lourenço, coordenador da SNQ, e Levy Gonçalves Ferreira, 1º secretário da Fequimfar. Durante toda a semana, os dirigentes assistiram vídeos sobre o mundo do trabalho e participaram de palestras sobre diversos temas, entre eles: A história do movimento sindical; O negro no mercado de trabalho: racismo, preconceito de cor e de classe; Direito do trabalho; Juventude e o movimento sindical; Centrais: atuação nacional e internacional; Comunicação sindical; Saúde e Segurança; Meio ambiente. 3

DIRETO DA BASE STI Araçatuba elege nova diretoria Nos dias 7, 8 e 9 de abril, os associados do STI Araçatuba participaram da solenidade de posse da nova diretoria, coordenada por José Roberto da Cunha. Estiveram presentes no evento: Danilo Pereira da Silva, presidente da Fequimfar, Jurandir Pedro de Souza, tesoureiro geral da Federação, Edson Dias Bicalho, presidente do STI Bauru e diretor da Fequimfar, Antonio Mendes Neto, presidente do STI Prudente, entre outros. GERAL Cerimônia de posse do STI Itapecerica da Serra No dia 26 de abril, tomou posse a diretoria do STI Itapecerica da Serra, numa cerimônia no Sítio Santo Expedito, em Itapecerica da Serra. José Roberto da Silva reassumiu a presidência para uma gestão de quatro anos, com início em abril de 2008 e término em março de 2012. Estiveram presentes no evento autoridades sindicais, entre elas, o presidente da Federação dos Químicos e da Força São Paulo, Danilo Pereira da Silva, Sergio Luiz Leite, secretário geral da Fequimfar, e Leandro Alves, diretor do STI Bauru, além dos assessores jurídicos da Federação, Amílcar Albieri Peixoto e César Augusto de Mello. CDES é a favor do projeto de reforma tributária Danilo discursa para os presentes A nova diretoria do STI Itapecerica No mês de maio, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), órgão consultivo da Presidência da República do qual Danilo Pereira da Silva, presidente da Fequimfar, participa, desenvolveu um parecer favorável ao projeto de reforma tributária feito pelo governo. De acordo com notícia no site G1, no parecer, os conselheiros elogiam a proposta de reforma e pedem empenho do Congresso na discussão do tema e agilidade na tramitação. O ex-governador do Rio Grande do Sul Germano Rigotto, que coordenou o grupo de trabalho sobre reforma tributária no CDES, disse que há um compromisso do presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, de acompanhar os trabalhos na Câmara para acelerar a discussão no Senado. O presidente Garibaldi disse que vai priorizar a reforma tributária e que o Senado vai acompanhar o trabalho da Câmara para acelerar a tramitação depois, afirmou Rigotto. Bioenergia No dia 20 de maio, aconteceu mais uma reunião do grupo de trabalho sobre Bioenergia: Etanol, Bioeletricidade e Biodiesel, do qual Danilo participa. Desta vez, o objetivo foi dar continuidade às discussões já iniciadas e definir os subgrupos de trabalho, que foram: Diagnóstico do Mercado de Biocombustíveis e Bioenergia; Zoneamento Agroecológico; Certificação e/ou Boas Práticas; Papel do Estado (Regulação e Políticas Públicas); Relações de Trabalho (Trabalho Decente e Trabalho Verde); Defesa do Etanol Ambientalmente e Socialmente Sustentável; e Medidas para Fortalecimento e Consolidação do Programa. 4

SAÚDE E SEGURANÇA 28 de abril em memória das vítimas de acidentes No dia 28 de abril, a Fequimfar, Força Sindical, Força Sindical São Paulo e Sindicatos filiados se encontraram no auditório da Federação dos Químicos, para um ato público em manifestação ao Dia Internacional em memória das vítimas de acidentes e doenças do trabalho. Danilo fala para os presentes João Donizeti Scaboli, responsável pelo de partamento de saúde do trabalhador Palestra de Lívia Ghirello Danilo Pereira da Silva, presidente da Fequimfar e da Força Estadual São Paulo, ressaltou a importância da luta pela redução para a qualidade de vida dos trabalhadores. Já Sergio Luiz Leite, secretário geral da Fequimfar, destacou a importância da formação de profissionais para trabalharem na área da saúde, além de fazer acordos para o treinamento dos próprios trabalhadores para uso de máquinas, como os que existem no setor metalúrgico (prensa), padaria (cilindro), produção de álcool (proibição do uso do benzeno) e plástico (injetoras). João Donizeti Scaboli, responsável pelo departamento de saúde, segurança e meio ambiente da Fequimfar explica que o 28 de abril existe para marcar a prevenção e busca da saúde nos locais de trabalho. Os dirigentes fizeram um manifesto em memória das vítimas, passeata até o Palácio do Trabalhador e se concentraram em frente ao Teatro Municipal, no centro. O evento na Fequimfar foi transmitido em tempo real, pela Internet, no site da Fequimfar (www.fequimfar.org.br). Encontro de cipeiros fortalece luta por saúde e segurança O STI Guarulhos promoveu, no dia 15 de maio, o 15º Encontro de Cipeiros, reunindo muitos participantes. O evento foi realizado no Clube de Campo do sindicato e teve palestras sobre o uso de equipamentos de proteção na indústria, ergonomia nos locais de trabalho e ainda sobre as NRs 16 e 20. Em setembro, a Federação realizará um encontro estadual de cipeiros e nós do Sindiquímicos vamos contribuir para a grandeza deste evento, pois pelo 8º ano consecutivo fazemos este tipo de atividade com os companheiros cipeiros, diz Antônio Silvan de Oliveira, preisidente do STI Guarulhos e da CNTQ. Segundo ele, a proposta é atualizar, cada vez mais, os cipeiros a respeito da legislação relativa à segurança no local de trabalho, além de mobilizar a categoria. Rita, Nelson, Silvan, Lívia e João Scaboli Palestra no clube de campo do Sindicato 5

1º DE MAIO Guarulhos 1º de maio do Trabalhador A Fequimfar participou ativamente das diversas festas e comemorações em homenagem ao Dia do Trabalhador, o 1º de maio em todo o estado de São Paulo Santos Além da tradicional festa da Força Sindical, em São Paulo, na Praça Campo de Bagatelle, evento que reuniu mais de um milhão de pessoas na capital paulista, dirigentes da Fequimfar também estiveram presentes em eventos promovidos pelos Sindicatos filiados e pela Força Sindical São Paulo, em todo o estado. O tema de das comemorações esse ano foi a campanha pela redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem perdas salariais e com mais e melhores empregos. São Paulo Em Santos, mais de 45 mil pessoas, estiveram no Sambódromo para assistir a shows e sorteio de prêmio no dia 1º de Maio. Na ocasião, o presidente do STI Santos e coordenador da Força Sindical na Baixada Santista, Herbert Passos, ressaltou a importância da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais para a geração de mais e melhores empregos. A festa em Araçatuba reuniu mais de 20 mil pessoas na Praça Olímpia, e contou com a presença do presidente da Fequimfar e da Força SP, Danilo Pereira da Silva e Jurandir Pedro de Souza, diretor tesoureiro da Federação, acompanhados de e uma delegação italiana. José Roberto da Cunha, presidente do STI Araçatuba, coordenou as festividades. Araçatuba Com bandeiras de luta pelo emprego e redução da jornada sem redução de salário, o STI Santos realizou a festa de 1º de maio no sambódromo na Zona Noroeste que reuniu 50 mil pessoas e teve muitos shows e sorteio de vários prêmios. 6

1º DE MAIO Presidente Prudente Cosmópolis O STI Marília promoveu pelo segundo ano consecutivo a festa do 1º de Maio da Força Sindical na região. Maurílio Pereira Alvim, presidente do STI Marilia destacou a luta dos Trabalhadores pela redução da jornada. Mais de 25 mil pessoas estiveram presente. Antonio Mendes Neto o Toninho, presidente do STI Presidente Prudente, coordenou as comemorações da festa do 1º de Maio da Força Sindical em Presidente Prudente. O evento reuniu mais de 10 mil pessoas no Parque do Povo, e contou com a participação de Danilo Pereira da Silva, presidente da Fequimfar e da Força SP e membro da diretoria do sindicato local. A festa do Dia do Trabalhador da Força Sindical de Jundiaí foi realizada no dia 27 de abril e contou com a participação de mais de 50 mil pessoas ao Parque da Uva. Muitos sorteios de brindes e shows musicais foram realizados. João Henrique dos Santos foi o anfitrião no evento que também contou com a presença de Danilo Pereira da Silva e Sérgio Luiz Leite, pela Fequimfar. Em Guarulhos, Antonio Silvan Oliveira, presidente do STI Guarulhos e CNTQ, disse que o mau tempo não prejudicou a festa dos trabalhadores, que contou com muitos sorteios, bandas de música, shows de dança e comediantes, que animaram os trabalhadores da categoria química, familiares e amigos que estiveram presentes. O STI Cosmópolis realizou a Festa de 1º de Maio na Praça do Coreto, que contou com apresentações de vários artistas e shows musicais. Odair Antonio Bortoloso, presidente do STI Cosmópolis, disse que também houve o sorteio de diversos prêmios entre os trabalhadores. A festa em comemoração ao Dia do Trabalho do STI Jaguariúna aconteceu no Parque Santa Maria, na própria cidade. Maria Nalva Vieira, presidente do STI Jaguariúna, disse que a festa teve uma programação com muitas atrações e sorteios de prêmios, shows musicais de sertanejo e forró, apresentação de dança e brinquedos para as crianças. É importante destacar que também houveram comemorações em São João da Boa Vista e Vale do Ribeira, com festas e distribuição de prêmios, coordenadas pelos sindicatos dos químicos daquelas regiões. Presidente Prudente Marília Jundiaí Jaguariúna FORÇA SÃO PAULO Força São Paulo fecha ciclo de plenárias do 4º Congresso A 4ª plenária preparatória para o 4º Congresso da Força Sindical São Paulo, que aconteceu no dia 20 de junho, em São Paulo, no auditório da Força Sindical, contou com mais de 600 delegados de cerca de 300 entidades sindicais da Grande São Paulo, Vale Paraíba e Baixada Santista. O 4º Congresso da Força Sindical São Paulo acontece nos dias 31 de julho e 01 de agosto no Centro de Integração e Valorização do Idoso, em Americana. No Congresso, além da eleição da nova diretoria da Força São Paulo para os próximos quatro anos, serão definidas as propostas e a estrutura de funcionamento da estadual: número de secretarias, diretorias setoriais, escritórios regionais e porcentagem de recursos destinados a cada instância, nacional e estadual. Plenárias Na primeira plenária, no Clube dos Comerciários de Tupã, dia 28 de março, compareceram 105 delegados de 50 dos 59 sindicatos filiados à Força na região. Na segunda, que aconteceu no Clube dos Empregados Rurais de Catanduva, dia 25 de abril, compareceram 144 delegados de 69 sindicatos filiados à Força na região. E no dia 16 de Maio foi a vez do Clube dos Metalúrgicos de Piracicaba sediar a terceira plenária, que teve a participação de 315 delegados de 81 sindicatos e seis federações. De acordo com Danilo Pereira da Silva, presidente da Força São Paulo, a particiáção de diferentes categorias nas plenárias estimula a discussão, esclarece as diferenças entre as necessidades de cada categoria e orienta a direção para as necessidades da base. 7

Setor farmacêutic 40 horas semanais Mais tempo para lazer, família, saúde e educação Mais uma vez o setor fa e conquista, em conven da jornada Mais de 37 mil trabalhadores químicos na indústria farmacêutica do estado de São Paulo comemoram o fechamento desta campanha salarial. Este ano, as duas bancadas representantes dos trabalhadores, a Fequimfar, filiada a Força Sindical, e a Fetquim (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico no Estado de São Paulo, filiada a CUT) negociaram com o setor patronal, representado pelo Sindusfarma, em conjunto. No dia 23 de abril, dirigentes sindicais da Fequimfar e sindicatos filiados, da Fetquim e do Sindusfarma assinaram convenção que estipula, entre outras cláusulas, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais a partir de 2009 sem redução de salário. De acordo com o Sindusfarma, a convenção foi aprovada pelas 300 empresas do setor farmacêutico de São Paulo, que reúnem 37 mil trabalhadores. Sergio Luiz Leite, secretário geral da Fequimfar, explica que o ajuste será feito em duas etapas, com a redução de uma hora por semana a partir de janeiro de 2009 e depois, uma nova diminuição da carga horária em dezembro de 2009. Consideramos este prazo suficiente para que as empresas façam os ajustes necessários nas linhas de produção e fazerem novas contratações, completa Sergio. Em entrevista ao jornal Valor Econômica, edição do dia 24 de maio de 8 2008, João Guilherme Vargas Neto, cientista social e consultor sindical, declarou que a decisão de reduzir a jornada, envolvendo uma classe profissional representa uma maturação das negociações sindicais, abrindo precedente para que a reivindicação seja estendida para outros segmentos. Danilo Pereira da Silva, presidente da Fequimfar e da Força Sindical São Paulo declara que a união das duas bancadas de trabalhadores foi fundamental para esta conquista, afinal, em grande parte dos países desenvolvidos, a jornada de trabalho já é bem reduzida. Já Antonio Silvan de Oliveira, presidente da CNTQ defende que a redução da jornada reduzirá também o risco de acidentes, tendo em vista que a maioria ocorre no fim do expediente ou nos fins de semana, em função do estresse. Dados do Dieese Estudo do Dieese demonstra que a redução da jornada nas indústrias farmacêuticas deverá contribuir para o aumento de novos postos trabalho nos próximos anos, a exemplo do que ocorreu em 2006, quando, também no setor farmacêutico, a jornada semanal de trabalho passou de 44 para 42 horas. Essa medida foi praticada pelas empresas do setor a partir de 1º de janeiro de 2007 e, de acordo com pesquisas do Dieese, com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), referentes aos anos de 2004 a 2005 e do Cadastro Geral de Admitidos e Desligados (CAGED), de janeiro a dezembro de 2007, a variação do emprego no setor farmacêutico foi de 2,8%, passando de 46.229 empregos para 47.526. Em 2007, ano no qual a jornada de trabalho no setor farmacêutico de São Paulo passou a ser de 42 horas semanais, de acordo com os dados do CAGED, houve um saldo positivo de 896 novos trabalhadores admitidos no setor. Expectativa A expectativa do Dieese é para que a redução da jornada de 42 para 40 horas semanais, que passará a vigorar a partir de janeiro de 2009, terá o potencial de gerar em média mais 1.400 novos postos de trabalho. Nova conquista A redução da jornada não foi a única cláula inédita. Os trabalhadores também

o reduz jornada rmacêutico sai na frente ção coletiva, a redução de trabalho 40 horas semanais Mais tempo para lazer, família, saúde e educação conseguiram a inclusão de uma recomendação na Convenção Coletiva, para que as empresa reconheçam a união estável de pessoas do mesmo sexo, para que possam usufruir de direitos sociais e trabalhistas, como seguro de vida, plano médico, convênio odontológico e outros. Esta iniciativa deve abrir espaço para outras categorias profissionais adotarem medidas semelhantes, afirma Silvan. A decisão de incluir a recomendação na convenção coletiva foi tomada após e- mails e cartas anônimas chegarem, no ano passado, nos sindicato. Sergio diz que apesar de não ser ainda uma cláusula que obriga as empresas a adotarem essa medida, mas sim uma recomendação expressa na convenção, é um passo importante para acabar com o preconceito no ambiente de trabalho e no meio sindical. Dia Nacional de Lutas Em todo o país, trabalhadores e lideranças sindicais realizaram mobilizações No dia 28 de maio, cerca de 1,2 milhões de trabalhadores, em 19 estados brasileiros, participaram de manifestações a favor da redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução dos salários. O Dia Nacional de Lutas foi organizado pelas centrais Força Sindical, CUT, UGT, CGTB, CTB e Nova Central. Além da redução da jornada, os dirigentes sindicais também querem a aprovação das Convenções 151 e 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Danilo Pereira da Silva, presidente da Fequimfar e da Força São Paulo, elogiou a unidade das centrais e destacou que reduzir a jornada significa gerar 2,5 milhões de novos empregos, além de também impactar na educação, saúde e lazer dos brasileiros. O objetivo dos atos foi sensibilizar e esclarecer a sociedade sobre a importância da redução da jornada no País. Danilo Pereira da Silva, presidente da Fequimfar e da Força Sindical São Paulo, declara que a união das duas bancadas de trabalhadores, da Fetquim pela CUT e da Fequimfar pela Força Sindical, para a conquista da redução da jornada para 40 horas semanais, na melhora da proposta econômica, e na criação de grupos de trabalho, para discussão de problemas referentes à área da saúde do trabalhador. Destacamos todas estas conquistas, nesse, que já pode ser considerada como um grande avanço em se tratando de Convenções Coletivas. Seja em relação à redução da Jornada, como na recomendação para que as empresas reconheçam a união estável entre trabalhadores do mesmo sexo, e na criação de grupos de trabalho. Geraldo Melhorine Filho, coordenador político da Fetquim, ressalta que a redução da jornada já é adotada em grande parte dos países desenvolvidos, Esta é mais uma grande vitória para os trabalhadores químicos do setor farmacêutico. Lembramos que os resultados desta campanha se devem à mobilização e ao empenho de toda a categoria no estado de São Paulo. Pois, somente com muita persistência e determinação conseguimos levar as reivindicações dos trabalhadores para as mesas de negociação. Sergio Luiz Leite, secretário geral da Fequimfar, declara que a assinatura desta Convenção Coletiva é resultado da luta dos trabalhadores, através de suas Centrais Sindicais, para que a redução da Jornada de Trabalho seja estendida a todos os trabalhadores do Brasil e passe a integrar a Convenção Coletiva de Trabalho a ser assinada, como cláusulas permanentes. Já Antonio Silvan de Oliveira, presidente da CNTQ e do STI Guarulhos, ressalta que a redução irá diminuir os acidentes de trabalho, que normalmente é resultado de jornadas exaustivas. Como foram as manifestações São Paulo (centro) Ato unitário com a presença de todos os presidentes das centrais sindicais. Rua de 24 de Maio Manifestação em frente a empresa C&A Parque Dom Pedro Paralisação entre 11h30 e 13 horas dos ônibus do terminal Dom Pedro, centro de São Paulo. Ponte Estaiada Cerca de 5 mil trabalhadores, entre eles metalúrgicos, químicos, costureiras e da construção civil fizeram manifestações. Marília Foram distribuídos 15 mil panfletos sobre a redução da jornada no terminal rodoviário de Marília. Sorocaba Panfletagem na Praça Coronel Fernando Prestes e passeata pela rua 15, com cerca de 2 mil pessoas. Campinas Panfletagem de dirigentes sindicais no calçadão de Campinas. Guarulhos Químicos fizeram paralisações na empresa Dupont. Itapira - Manifestações na Fábrica de Brinquedos Estrela. 9

ENTREVISTA Presente e Futuro Uma economia forte para o Brasil Entrevista com o Ministro de Fazenda Guido Mantega O Jornal da Fequimfar entrevistou Guido Mantega, ministro da Fazenda do atual governo, que é formado em economia na USP e Doutor em Sociologia do Desenvolvimento na USP, com especialização no Institute of Development Studies (IDS) da Universidade de Sussex. Mantega já publicou dezenas de artigos em revistas como Revista de Economia Política, Estudos CEBRAP e Teoria em Debate e teve livros publicados, como Acumulação Monopolista e Crises no Brasil, Editora Paz e Terra, 1981; A Economia Política Brasileira, Vozes, 1984; Custo Brasil - Mito ou Realidade, Vozes, 1997; Conversas com Economistas Brasileiros II, Editora 34, 1999. Guido Mantega já foi ministro de Estado do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (2004) e presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), cargo que exerceu até março de 2006. 10 Jornal da Fequimfar - Como o senhor vê o atual processo inflacionário? Guido Mantega - O País não reviverá o fantasma da inflação, graças à política fiscal que prevê controle maior de gastos do governo e à condução do Banco Central na área monetária por meio do aumento da taxa de juro. Defendemos a dose aplicada sobre o superávit primário, que aumentará de 3,8% para 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB), proporcionando uma economia a mais de R$ 14 bilhões. Antigamente, o Brasil vivia uma inflação estrutural, causada por erros de política econômica. Agora trata-se de uma nova modalidade, gerada no Exterior, uma inflação de commodities, parecida com o choque dos anos 70, que misturava petróleo com commodities agrícolas. Embora estejamos observando uma elevação no Brasil, é menor do que nos outros emergentes. O Brasil já teve uma das maiores inflações do mundo. Essa fase já passou, está enterrada. Para o Brasil, claro, é desconfortável ter inflação de 5%, 5,5%. J. F. E qual é a meta a ser atingida? Mantega - É de 4,5% o nosso centro da meta. Conseguimos estabelecer uma meta razoável combinando inflação sob controle e permitindo crescimento. A média mundial era 3,5% até o ano passado. Nos últimos 12 meses, subiu dois pontos percentuais e meio. Estamos na média. J. F. Que tipos de medidas o governo está tomando contra o avanço da inflação? Mantega Fazemos uso de várias armas contra a inflação. O juro é uma, e ele pode ser mais ou menos eficaz dependendo do tipo de inflação. Estamos usando um conjunto de armas. O superávit primário é a mais pesada. Qual é o objetivo de você subir juro? É reduzir a demanda agregada, reduzir o gasto, mas de forma indireta. Em relação as commodities agrícolas, significa que, quando vierem as safras, a agricultura reage. É só perguntar a seu agricultor lá. O trigo era inviável até um tempo atrás, porque a Argentina produzia a um preço muito mais baixo do que o nosso. Agora não, viabilizou o trigo brasileiro. Mesmo em relação a produção de etanol, o governo tem tomado outra série de medidas para atenuar o impacto da inflação, sendo que não é possível reduzir o preço do petróleo, mas podemos tentar produzir mais etanol. Estamos aumentando o superávit primário. Significa que o governo vai poupar mais e gastar menos e, com isso, estará atenuando sua demanda. J. F. Muitos comentam que o preço do barril de petróleo irá chegar a US$ 200. Como o senhor analisa essa questão? Mantega - O preço do petróleo preocupa. Tem também aumento da demanda por petróleo e alimentos. Não se fizeram investimentos necessários para aumentar a oferta, não no Brasil, que foi um dos poucos que aumentou a produção agrícola. Os EUA têm um comportamento que atrapalha bastante. Eles começaram a fazer etanol do milho. Do ponto de vista tecnológico não é recomendável, porque o etanol tem de ser feito da cana-de-açúcar, mais eficiente. Para o Brasil, é também uma grande oportunidade de se destacar como o maior produtor de tudo isso. Pode ocupar mercados. Porque o Brasil é o país mais competitivo em quase tudo. Temos produtividade, custo baixo, condições climáticas favoráveis e a maior área agriculturável disponível do planeta. Vamos transformar esta crise de commodities numa oportunidade para o Brasil. J. F. Comente a relação crescimento econômico junto a alta taxa de juros em nosso País? Mantega - A estratégia está correta porque estamos atacando a inflação de vários lados. Não há só uma arma contra a inflação, o juro é uma. Estamos usando um conjunto de armas. O superávit primário é a mais pesada, porque é reduzir gasto diretamente. Qual o objetivo de subir juro? É reduzir a demanda, gasto, mas de forma indireta, porque o juro vai diminuir parte do investimento, que vai diminuir a demanda. Fazer um gasto menor, tem resultado imediato. O governo não deixará de tomar todas as medidas para segurar a inflação. J. F. - Muitos reclamam do excesso de impostos. Como o senhor analisa esse problema? Mantega Geralmente quem reclama muito são os grandes empresários que

não gostam de pagar impostos. Por que os empresários estão pagando impostos? Estão pagando porque estão faturando mais do que faturavam e estão tendo lucros muito maiores do que tinham no passado. J. F. - Por que não se consegue baixar a carga tributária? Mantega - A carga é elevada, mas não está impedindo que o país cresça. Desde que sou ministro da Fazenda, tenho reduzido tributos. J. F. - Fale um pouco sobre a reforma tributaria. Mantega - Reduzimos o IPI sobre quase todos os produtos, impostos sobre investimento e exportação, antecipamos o crédito do PIS e Cofins, reduzimos os impostos da cesta básica. Fizemos uma reforma tributária para as micros e pequenas empresas. E aí acabaram com a CPMF e, com isso, caíram R$ 40 bilhões. Nós só recolocamos um quarto disso, com o IOF. Já baixamos quase R$ 100 bilhões de tributação, somando a CPMF, que, confesso não por minha vontade, foi reduzida. Estamos no caminho certo, propusemos uma reforma tributária que vai baixar contribuição previdenciária. J. F. - Existe possibilidade dela ser votada ainda este ano? Mantega - Vocês pensam que é um passe de mágica. Tem uma liturgia. Estão trabalhando arduamente. Na Câmara, será aprovada, na minha opinião, antes de agosto. Depois vai para o Senado, e lá será um outro capítulo. Não é fácil aprovar uma reforma tributária. J. F. - Fale sobre a importância do movimento sindical, junto a suas centrais, sindicatos e entidades representantes dos trabalhadores, na defesa dos direitos e conquistas (qualidade de vida, segurança, PLR s, reajustes salariais, com aumentos reais acima da inflação, correção da Tabela do IRPF, salário mínimo) em relação ao crescimento e momento econômico do Brasil. Mantega - O movimento sindical é fundamental numa economia madura e numa sociedade desenvolvida como a que nós estamos construindo. Ele coloca a defesa dos interesses dos trabalhadores na pauta de discussão do País e desempenha importante papel na divulgação das ações do governo para assegurar o crescimento real da renda e defendê-la desse surto inflacionário vindo do Exterior. Recentemente, tomamos medidas que aumentam a inserção das pessoas no chamado mercado de massa, como a ampliação do crédito e aumento do salário real. Portanto, houve um aumento do bem-estar de uma parcela maior da sociedade que não tinha acesso aos bens duráveis. Isso foi possível pela atuação forte do governo em assegurar uma inflação baixa, com renda real mais elevada e mais emprego. J. F. - Existe boas perspectivas para o Brasil? Mantega - O futuro chegou no Brasil. Hoje o Brasil é um país dinâmico, que tem as contas todas equilibradas, fiscal, a inflação, apesar desta subida, está sob controle, tem uma estrutura produtiva dinâmica, com uma indústria forte e complexa. O Brasil tem uma indústria que se modernizou inclusive graças à valorização do real. Não estou dizendo que sou favorável, antes que vocês coloquem: o ministro disse que gostou. As importações estão em alta, mas temos de compensar com mais exportação. Por isso, na política industrial existem medidas para estimular as exportações. O Brasil tem de ocupar um espaço cada vez maior no comércio internacional. Temos de diversificar parceiros, exportamos desde aviões até trigo, até gado, então temos de ser campeões em todos os setores. E o Brasil é competitivo, exporta carro, avião, bens de capital, máquinas agrícolas e bens agrícolas. ENTREVISTA Projeto que o Brasil já atingiu um patamar de crescimento em torno de 5%. No patamar de 5%, se você crescer 10 anos ou 20 anos consecutivos, seremos uma das cinco maiores economias do mundo. Estamos nessa trajetória. Temos de fazer várias coisas para garantir isso. Temos de continuar garantindo um forte investimento, investimento em infra-estrutura, em energia elétrica, energia nuclear, termelétrica, petróleo e gás. E cuidando de produzir em todos os setores, garantir aumento de produtividade. O governo tem de se empenhar que haja redução de custo fiscal, reduzir o custo burocrático. J. F. - Fale sobre a importância do movimento sindical, junto a suas centrais, sindicatos e entidades representantes dos trabalhadores, na defesa dos direitos e conquistas (qualidade de vida, segurança, PLR s, reajustes salariais, com aumentos reais acima da inflação, correção da Tabela do IRPF, salário mínimo) em relação ao crescimento e momento econômico do Brasil. Mantega - O movimento sindical é fundamental numa economia madura e numa sociedade desenvolvida como a que nós estamos construindo.ele coloca a defesa dos interesses dos trabalhadores na pauta de discussão do País e desempenha importante papel na divulgação das ações do governo para assegurar o crescimento real da renda e defendê-la desse sustro inflacionário vindo do Exterior. Recentemente, tomamos medidas que aumentam a inserção das pessoas no chamado mercado de massa, como a ampliação do crédito e aumento do salário real. Portanto, houve um aumento do bemestar de uma parcela maior da sociedade que não tinha acesso aos bens duráveis. Isso foi possível pela atuação forte do governo em assegurar uma inflação baixa, com renda real mais elevada e mais emprego. Guido Mantega discute Emenda 3 No dia 16 de maio dirigentes sindicais de várias centrais estiveram presentes em São Paulo, no prédio da Caixa Econômica Federal na avenida Paulista para uma reunião com o ministro da fazenda Guido Mantega. Neste encontro foi debatida a intenção do governo em encontrar uma alternativa a Emenda 3. Na ocasião, o ministro mostrou o interesse do governo em regularizar a relação natural entre pessoas jurídicas, em especial as envolvidas com atividades artísticas e culturais. Nós deixamos claro ao ministro que não vamos abrir mão para precarização dos direitos trabalhistas, declarou Sergio Luiz Leite, secretário da Fequimfar e 1º secretário da Força Nacional, que compareceu ao evento representando a central. 11

SETOR DO ÁLCOOL Etanol deve crescer 135,3% A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estimam que a produção de etanol no Brasil aumentará 135,3% entre 2007 e 2017, passando de 17 bilhões de litros para 40 bilhões. As estimativas apontam que a produção mundial atingirá 125 bilhões de litros em 2017. A avaliação indica que a produção mundial dobrará em dez anos, mas as entidades pedem que os subsídios e barreiras dos países ricos ao comércio do produto sejam retirados, para evitar impacto negativo no mercado de alimentos. Elas alertam que os ricos estariam distorcendo o mercado de alimentos com suas políticas ao setor e afirmam: o etanol teria benefícios ambientais, energéticos e econômicos bem mais modestos que o que se imaginava. Cana põe interior de SP na lista das cidades que mais empregam A expansão acelerada do setor sucroalcooleiro colocou dois pequenos municípios paulistas entre as dez cidades que mais geraram empregos formais em abril deste ano, segundo ranking do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Rio da Pedras, com cerca de 26 mil habitantes, abriu 2.525 vagas, e Braúna, com 4,4 mil moradores, contratou 2.516 trabalhadores. Os números reforçam os sinais de interiorização do emprego. Em 2008, a abertura de postos com carteira no interior é o dobro do da área metropolitana. Vemos, de forma geral, que as vagas nas regiões metropolitanas aumentaram 0,73% até abril e nas cidades do interior, 1,48%, disse Rodolfo Torely, diretor do Departamento de Emprego e Salário da pasta. No ranking das cem mais do ministério, as grandes cidades puxam a abertura de emprego formal, medida em termos absolutos. São Paulo lidera com 29.764 novas vagas em abril, seguida por Rio (12.297), Belo Horizonte (6.365), Brasília (5.029), Curitiba (4.193) e Salvador (3.499). Rio das Pedras e Braúna estão, respectivamente, no sétimo e oitavo lugares. Manaus (2.498) e Goiânia (2.453) completam o Top 10. Além da capital, o Rio não tem outras cidades bem posicionadas no ranking, apesar das presenças de Caxias (59º lugar), Niterói (76), Friburgo (77) e Campos (82). Químicos do setor do álcool fecham acordos Os trabalhadores do setor de produção de álcool conquistaram aumento real nesta campanha salarial A Fequimfar, junto aos 12 sindicatos filiados, que representam cerca de 25 mil trabalhadores no setor da produção de álcool, concluiu a campanha salarial da categoria. As negociações ocorreram, como tradicionalmente acontece, por região e por empresa, com reajustes que foram basicamente de 7%, sendo o aumento real de 1,03. Em todo o estado de São Paulo, os pisos salariais variaram de R$ 567,00, em Ipaussú, e R$ 811,55, em Bauru. Para Danilo Pereira da Silva, presidente da Fequimfar e da Força São Paulo, o setor continua consolidado e o momento é favorável para a obtenção de um aumento real e uma melhor distribuição de renda entre os trabalhadores. Nesses últimos anos, as usinas e destilarias tiveram um grande desenvolvimento, tanto com relação a suas estruturas e patrimônios, quanto no ganho com a venda de seu produto principal, que é o álcool combustível, afirma. O trabalhador ainda não foi recompensado pelo real valor de sua força de trabalho. Além disso, novos postos de trabalho estão sendo abertos, mas também ainda não existe uma política séria de qualificação profissional, e por isso, os trabalhadores necessitam de que suas reivindicações sejam atendidas, declara Sergio Luiz Leite, secretário geral da Fequimfar. 12 Resultado das negociações: Região de São José do Rio Preto: mais de 5 mil trabalhadores aprovaram a proposta de 7% (sendo o aumento real de 3,44%) de reajuste, piso salarial de R$ 724,00, valor mínimo de PLR nas empresas que fazem turno fixo será de R$ 582,00, e nas que fazem turno de revezamento, R$ 1.163,00, e manutenção das demais cláusulas. Região de Araçatuba: O Sindicato fechou acordo que reajusta os salários em 7%. O piso salarial ficou em R$ 664,00 e PLR de R$ 800,00. A região possui 17 empresas, entre usinas e destilarias, reunindo mais de 5 mil trabalhadores. Região de Presidente Prudente: As propostas patronais recebidas pelo sindicato ainda estão abaixo das expectativas para a categoria. São aproximadamente 4 mil trabalhadores distribuídos entre as usinas e destilarias da região. Região de Guaíra: O Sindicato assinou acordo que reajusta em 7% o salário dos quase 3 mil trabalhadores das quatro usinas da região. O piso salarial ficou em R$ 688,00. E o reajuste na PLR também foi de 7%. Região de Ipaussu: sete empresas fecharam acordo que reajustou o piso salarial em 12%, que passa a ser R$ 567,00. Outras três empresas reajustaram os salários em 7%. Região de Marília: Somente duas empresas fizeram proposta aos trabalhadores, ambas com um reajuste de 5,98%, o que significa apenas a reposição da inflação, sendo que o Sindicato continua no aguardo de uma melhora na proposta patronal. Região de Itapetininga: O sindicato representa cerca de 700 trabalhadores nas duas empresas do setor. O reajuste salarial foi de 7,5%. Região de Botucatu: O sindicato continua no aguardo de uma melhora na proposta patronal. Até o momento, apenas foi oferecida a reposição da inflação do período. Região de Bauru: Os mais de 2 mil trabalhadores também aprovaram a proposta de 7% (sendo o aumento real de 3,44%) de reajuste, sendo que o piso salarial variou de R$ 663,14 a 811,55, PLR variou de R$ 1.000 a R$ 3.745,00, e manutenção das demais cláusulas. Região de Americana: O reajuste salarial foi de 7%, o piso passou para R$ 623,30, o valor da PLR ficou em R$ 480,00 e manutenção das demais cláusulas. Região de Ribeirão Preto: Na maioria das usinas, o sindicato conquistou 7% de reajuste salarial para os trabalhadores das usinas da região. O piso deve ficar em torno de R$ 720,50. Outra conquista importante foi a PLR no valor de dois salários nominais. A expectativa é de que os as poucas usinas que faltam, também fechem o acordo nos próximos dias.

Encontro sindical Brasil e Itália Dirigentes sindicais dos segmentos químicos participaram do Seminário Internacional sobre o movimento sindical italiano, realizado pela Fequimfar e UILCEM (Unione Italiana Lavoratori Chimica Energia e Manifatturiero), nos dias 6 e 7 de maio, na colônia de férias da Fequimfar, em Praia Grande. Os companheiros italianos Fabrizio Rigoldi, secretário geral da UILCEM, região da Lombardia, Maria Grazia, tesoureira da UILCEM, e Guido Moretti, presidente da UIL no Brasil explicaram a estrutura e funcionamento do movimento sindical na Itália, país que deu origem ao sindicalismo brasileiro. Danilo Pereira da Silva, presidente da Fequimfar e da Força São Paulo, lembrou que a Itália passou por duas grandes guerras e pela revolução industrial, fatores que ajudaram para que a estrutura do sistema sindical mudasse. Mas a atuação em defesa dos trabalhadores é igual, disse. Guido Moretti ressalta a importância de se conhecer modelos sindicais diferentes, principalmente num momento em que o Brasil estuda uma proposta de reforma sindical. Sindicalismo italiano No primeiro dia, os dirigentes conheceram o modelo atual do sindicalismo italiano, que se baseia no contrato nacional (equivalente a uma convenção coletiva de trabalho por categoria, mas em nível nacional), que nasceu para que todos os trabalhadores, sindicalizados ou não, pudessem ter as mesmas condições de trabalho. Depois, Maria Auxiliadora dos Santos, presidente do STI Brinquedos e responsável pelo departamento de mulher e gênero da Fequimfar, e Maria Grazia, falaram sobre a situação RELAÇÕES INTERNACIONAIS atual da mulher no mercado de trabalho tanto italiano, quanto brasileiro. Maria Grazia disse que lá, as mulheres não são tão unidas e por isso, ainda sofrem muito preconceito no local de trabalho. Na parte da tarde, Fabrizio explicou as parcerias existentes entre as entidades sindicais e o poder público, atuando na prestação de serviços para os trabalhadores, como fundos de pensão, saúde, educação, previdência social pública (seguros sociais) e auxílio no imposto de renda. No dia seguinte, Onorio Kitayama, representando a ÚNICA e Especialista em Bioeletricidade, falou sobre bioenergia e produção de etanol. Em seguida, Fabrizio fez uma análise da atual conjuntura sindical italiana, explicando sobre o funcionamento da legislação e solução de conflitos, o Contrato Coletivo Nacional de Trabalho, práticas anti-sindicais, terceirização e Convenção 158 da OIT. Para Sergio Luiz Leite, secretário geral da Fequimfar, o movimento sindical italiano conseguiu avançar para uma estrutura sindical mais democrática, servindo de modelo para possíveis propostas de mudanças no atual sistema sindical brasileiro. Plínio Sarti, presidente da UIM (Unione degli Italiani nel Mondo), no Brasil, acompanhou todo o evento e disse que os químicos é a primeira categoria que está discutindo um modelo sindical pós-legalização das centrais e avaliando o modelo italiano, com seu contrato coletivo de trabalho nacional para um único setor. Nasce a Confederação Nacional das Américas A entidade deverá reunir cerca de 50 milhões de trabalhadores, dos mais diversos segmentos Do dia 27 a 29 de março, na Cidade do Panamá, foi realizado o congresso de fundação da Confederação Sindical de Trabalhadores das Américas (CSA), entidade formada a partir da unificação das duas maiores organizações sindicais do continente americano: a ORIT (Organização Interamericana dos Trabalhadores) e da CLAT (Central Latinoamericana de Trabalhadores). Edson Dias Bicalho, presidente do STI Bauru e secretário adjunto para assuntos sobre Mercosul, América do Sul e África da Força Sindical, ao lado de uma delegação de mais 12 dirigentes da central, participou do Congresso e disse que a união aconteceu depois de muitos anos de discussões nacionais e internacionais sobre a importância da unidade no movimento sindical em todo o mundo para fazer frente aos desafios impostos pela globalização. Agora, ficamos mais fortes para tratarmos de temas como liberdade sindical, democracia e trabalho decente, destacou. Linda Chavez Thompson, da AFL-CIO, dos Estados Unidos, foi eleita presidente. Além dela, a direção geral CSA será composta 29 dirigentes sindicais, representando todas as regiões do continente sul-americano, e mais 21 membros para o Comitê Executivo. A central Força Sindical tem dois representantes na CSA, são eles: Nilton Souza Silva, o Neco, secretário de Relações Interncaionais da Força Sindical, que vai ocupar o cargo de vice-presidente regional do Cone Sul e também será membro do Comitê Executivo da CSA, e Milene Rodrigues, presidente do Calçado de Birigui, eleita suplente no Comitê. Na ocasião, a presidente Linda Chávez falou sobre o empenho da Confederação nas lutas contra os Tratados de Livre Comércio, que aumentam o poder das empresas enquanto empobrecem os povos. A nova Confederação terá sua sede em São Paulo e, de acordo com Bicalho, um dos desafios da CSA é construir uma entidade que una a diversidade de pensamento e que garanta direitos e amplie conquistas, com a democratização das estruturas sindicais. As ações da Confederação serão: promover o desenvolvimento sustentável para as Américas; reforma sindical para a inclusão e a defesa de todos os trabalhadores nas Américas; democracia, direitos humanos e trabalhistas e diálogo social; comércio e investimentos internacionais. 13

RELAÇÕES INTERNACIONAIS Entrevista: Edson Dias Bicalho, secretário de Relação Internacional Adjunto, na Força Sindical, para América Latina, África do Sul e Países de Língua Portuguesa Conte sobre o seu trabalho na central Força Sindical. Edson Bicalho Nós construímos as discussões sobre Mercosul nos países da América Latina, já que como o bloco foi criado com a finalidade única e exclusivamente comercial, buscamos, junto a outras centrais sindicais, uma integração política, social, cultural e trabalhista. Discutimos uma unificação de propostas dos trabalhadores, movimento sindical, ONGs e outras entidades sociais. E para isso, criamos o Fórum Consultivo Político, Social e Econômico do Mercosul, que, de forma tripartite, analisa a possibilidade de geração de emprego decente, com integração social no Mercosul. Também buscamos acordos que visem a livre circulação dos trabalhadores, tanto quanto as garantias de benefícios previdenciários, para fins de aposentadoria. J. F. Como o movimento sindical pode interagir com Mercosul? Edson Nossa intenção é para que o movimento sindical integre as discussões dos governos, porque tanto o Fórum Consultivo quanto a Coordenadora apresentam propostas e políticas para essa integração. Na 2ª Conferência de Ministros do Trabalho do Mercosul, discutimos a criação de uma comissão sócio-laboral, alto nível de emprego, relações trabalhistas, seguridade, segurança no local de trabalho, trabalho infantil. Ou seja, o movimento sindical já faz parte das discussões do Mercosul, porque todos os presidentes recebem nossas propostas. J. F. Como você observa a criação de um parlamento no Mercosul, a exemplo do que já acontece na União Européia? Edson O parlamento serviria de interlecutor entre a sociedade e os governos envolvidos no Mercosul. Hoje, o parlamento europeu é indicado, porém, há grandes chances de que até 2012, a eleição ocorra por votação direta. Esse parlamento tem grande peso político, pois é ele quem representa a sociedade, a população, e o que os povos pensam. 14 J. F. Existe no Mercosul o Protocolo de Brasília que é um órgão de soluções de controvérsias para questões comerciais. O movimento sindical participa deste órgão? Qual é sua opinião sobre o órgão? Edson Temos acompanhado as resoluções deste órgão, mas na prática, ele não tem funcionado. Uma das nossas cobranças é para que haja maior transparência na agenda comercial do Mercosul, para que o Fórum Consultivo seja um órgão efetivamente consultado nestas discussões e pra que a população também tenha participação, porque este fórum representa trabalhadores, empresas e ONGs. J. F. Como você vê a entrada da Venezuela no Mercosul? Edson Politicamente, a entrada da Venezuela é interessante, porque trata da integração da América Latina como um todo. Por outro lado, o país só entrou no bloco por decisão do presidente Hugo Chavez, sem ter discutido com os empresários, trabalhadores e outras entidades sociais. Ou seja, não houve discussão com a sociedade. Isso é um ponto complicado, porque a sociedade venezuelana não apóia, os países membros do Mercosul tem forte resistência a alguns setores com a participação da Venezuela. O Chile é um dos países que mais possui tratados de livre comércio do mundo, eles têm tratado de livre comércio com quase todos os países. Entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o Brasil é o país que tem a responsabilidade de alavancar os avanços. Enquanto não houver investimento para diminuir as assimetrias que existem entre os quatros países, dificilmente vamos conseguir caminhar. J. F. Existem países europeus que têm interesse em negociar com o Brasil. Como fica, politicamente falando, se o Brasil negociar com estes países fora do Mercosul? Edson O Brasil poderia fazer acordos de livre comércio com todos os países do mundo, independente do Mercosul, mas atitude sensata do presidente Lula, que se recusa a negociar como Brasil, acaba fortalecendo ainda mais a negociação como bloco econômico. J. F. Os trabalhadores dos outros países têm consciência disso? Edson Sim, todos sabem desta situação. Nós conversamos com dirigentes sindicais europeus e eles também têm a consciência de que o Brasil, como maior país da América Latina, investe no fortalecimento do Mercosul e na construção da comunidade sudamericana de nações, para que a região se torne um dos maiores mercados consumidores do mundo. J. F. Há quantos anos você desenvolve essa função junto ao Mercosul? Edson Eu participo deste trabalho há três anos, quando fui eleito no Congresso da Força Sindical, mas há sete anos eu trabalhava como suplente, com o companheiro Herbert Passos, que era o responsável por esta área. Então, o movimento sindical já adquiriu experiência, elaborando propostas sérias e objetivas. J. F. No que diz respeito ao trabalho, quais são os problemas mais comuns? Edson A diferença salarial. O piso salarial em dólar tem uma discrepância muito grande entre os quatro países do Mercosul. A nomeação das faixas salariais e das funções, em cada país, também é muito diferente. Estamos solicitando aos governos destes países a criação do Observatório do Mercado de Trabalho do Mercosul, para que possamos construir uma nomenclatura universal, para que a mesma função exercida por um trabalhador em qualquer um destes países tenha o mesmo nome e os salários também sejam os mesmos. Isso vai possibilitar a integração de todos os aspectos trabalhistas. J. F. Como você avalia os problemas trabalhistas no Brasil e nos outros países? Edson Toda a discussão trabalhista passa pelo Observatório do Mercado de Trabalho. Algumas questões são melhores na Argentina, mas o melhor lugar ainda é o Brasil. No Uruguai e Paraguai as dificuldades são muito grandes, tanto que eles nem tem um Observatório. O Brasil é o país mais bem assessorado, pois tem o trabalho do Dieese, Fundacentro e outros órgãos que fazem pesquisas. E queremos criar o Observatório do Mercado de Trabalho do Mercosul para que técnicos capacitados possam levantar dados nos quatro países e a partir daí construir uma proposta que seja igual para todos, porque as diferenças ainda são gritantes. J. F. Como você observa países como a Argentina, que integra o Mercosul, atrelar junto a OMC, exigindo retaliações junto ao Brasil, buscando soluções de controvérsias e problemas de ordem comercial? Edson Isso mostra um pouco que a integração é somente comercial e que nosso tribunal sobre solução de controvérsia não funciona. Além disso, o bloco não está consolidado nem amadurecido para discutir, internamente, seus problemas. Um dos maiores problemas que chegou em nível mundial também é a discussão no setor papeleiro entre Argentina e Uruguai. Isso nos leva a pensar que como a criação deste bloco aconteceu com interesses puramente comerciais e lucrativo, sempre existirá este tipo de conflito. Mas a partir do momento que ele for um bloco cultural, social, comercial e integracionista, essas discussões serão ponderadas e este tribunal fortalecido. Será importante um parlamento fortalecido e sociedade organizada para buscar o consenso, sem precisar.

Presidente da Fequimfar recebe Título de Cidadão Paulistano Como parte das atividades em comemoração aos 50 anos da Fequimfar, Danilo Pereira da Silva recebeu o Título de Cidadão Paulistano. JUBILEU DE OURO Familiares, amigos e lideranças sindicais e políticas prestigiam Danilo A solenidade foi realizada no dia 29 de abril, como homenagem da Câmara Municipal de São Paulo, numa iniciativa do vereador Cláudio Prado. A sessão solene aconteceu no Salão Nobre da Câmara e contou com a presença de muitas lideranças políticas, empresariais e sindicais, como dirigentes dos sindicatos filiados a Fequimfar, além dos funcionários e assessores da entidade. Antonio Mendes Neto, o Toninho, presidente do STI Presidente Prudente e sua diretoria, foi um dos que homenagearam Danilo. Para o vereador Cláudio Prado, o título faz com que a responsabilidade de Danilo ultrapasse os limites de sua categoria e do movimento sindical. Danilo, agora, desempenha também o papel de defensor dos direitos de toda a população paulistana, afirmou Prado. Danilo recebe Título das mãos do vereador Cláudio Prado Danilo, por sua vez, garantiu que se considerava realizado pela homenagem. Para quem, como eu, trabalha desde pequeno, receber essa homenagem é uma honra muito grande, disse. Também prestigiaram da cerimônia familiares do homenageado, lideranças e dirigentes sindicais dos STI s Rio Claro, Ipaussú, Salto, Itapetininga, Itapecerica da Serra, Bauru, Guarulhos, Brinquedos e Instrumentos Musicais entre outros. Diretores de Sindicatos filiados a Federação Cláudio Prado, Danilo e Toninho Orlando, Larri, João Scaboli e Valério Serginho, Mª Auxiliadora, Milton e família Diretores do STI Rio Claro Fabrizio Rigoldi parabeniza Danilo Autoridades presentes na solenidade Diretores dos STIs Bauru, Marília, Ribeirão Preto Danilo e família 15