E-mail: Bamburra@superig.com.br Web Site: http://www.bamburra.com



Documentos relacionados
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA SECRETARIA DE MINAS E METALURGIA

III Seminário Nacional Sobre Política e Economia Mineral

COMENTÁRIOS DO DESEMPENHO NO 3º TRIMESTRE E 9 MESES DE 2002

Empreendimentos Florestais Santa Cruz Ltda. Demonstrações financeiras em 30 de setembro de 2009 e relatório dos auditores independentes

Relatório de Análise dos Investimentos. da OABPREV SP. Julho de 2015

Determinantes da Evolução Recente do Consumo Privado

ASSOCIAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS EM REDE

CONCESSIONÁRIA AUTO RAPOSO TAVARES S.A. - CART (EM FASE PRÉ-OPERACIONAL)

ANÁLISE DE INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS PARA FINS DE TOMADA DE DECISÕES: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA NATURA COSMÉTICOS S/A

A INSTITUIÇÃO TESOURO ESTADUAL EM TEMPO DE AMEAÇAS ÀS FINANÇAS CAPIXABAS*


CONTABILIDADE SOCIETÁRIA AVANÇADA Revisão Geral BR-GAAP. PROF. Ms. EDUARDO RAMOS. Mestre em Ciências Contábeis FAF/UERJ SUMÁRIO

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012

RESULTADOS 2T15 Teleconferência 10 de agosto de 2015

Esclarecimentos sobre rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária

PARTE III Introdução à Consultoria Empresarial

Observatório de micro e pequenos empreendimentos no Rio de Janeiro IETS

PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES

ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

Correção da Prova. Questões: 7, 8, 12, 20, 21, 22, 24, 34, 45 e 46

RELATÓRIO TRIMESTRAL DE FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO BRASIL. Abril 2015

Decomposição da Inflação de 2011

AUDITORIA EXTERNA PARECERES

Basimóvel Consultoria Imobiliária S/A. Demonstrações Contábeis acompanhadas do Parecer dos Auditores Independentes

Texto para Coluna do NRE-POLI Revista Construção e Mercado Pini Setembro 2012

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

RELATÓRIO DE EVOLUÇÃO

PLANEJAMENTO OPERACIONAL: RECURSOS HUMANOS E FINANÇAS MÓDULO 16

Boletim informativo: Brasil em Foco

ESTRUTURA DE GERENCIAMENTO DE RISCO DE LIQUIDEZ. 1 Objetivo. 2 Diretrizes. 2.1 Princípios para Gerenciamento do Risco de Liquidez

TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O INDICADOR : RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Niterói Administradora de Imóveis S/A. Demonstrações Contábeis acompanhadas do Parecer dos Auditores Independentes

Graal Investimentos S.A. Demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2011 (em fase pré-operacional)

5 Análise do Balanço Patrimonial

Demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2013 e 2012

INVESTIMENTOS NA INDÚSTRIA

Mudanças Recentes no Passivo Externo Brasileiro

Patrimônio Líquido. Políticas Contábeis, Mudanças de Estimativas e Retificação de Erro. Agosto Elaborado por:

RELATÓRIO DE EVOLUÇÃO

Apresentação Institucional

A Concentração Bancária no Sistema Financeiro Nacional


FUNDO DE GARANTIA DA BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO

Discurso do Ministro Alexandre Tombini, Presidente do Banco. Central do Brasil, na Comissão Mista de Orçamento do. Congresso Nacional

Dinâmica demográfica e qualidade de vida da população brasileira Parte II

Engajamento com Partes Interessadas

Perfil de investimentos

FINANÇAS DOS CLUBES BRASILEIROS E VALOR DAS MARCAS DOS 17 CLUBES MAIS VALIOSOS DO BRASIL

Prof. José Luis Oreiro Instituto de Economia - UFRJ

FII Caixa Incorporação

Como as empresas financiam investimentos em meio à crise financeira internacional

O site de RI como ferramenta de divulgação

REQUERIMENTO. (Do Sr. Carlos Bezerra) Senhor Presidente,

CPC 15. Combinações de Negócios. Conselho Regional de Contabilidade - CE AUDIT

Projeções econômicas para o setor de seguros Ano 2000 (Trabalho concluído em 21/10/99)

Quais as aplicações do custo de capital?

Relatório dos auditores independentes sobre revisão especial das Informações Financeiras Trimestrais (IFTs) Trimestre findo em 30 de setembro de 2002

INVESTIMENTOS NA INDÚSTRIA

Demonstrações Contábeis

SEMINÁRIO ABRASCA A NOVA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA (LEI /14) AJUSTE A VALOR JUSTO E AJUSTE A VALOR PRESENTE

CONVERSAO DE DEMONSTRACOES CONTABEIS EM MOEDA. ESTRAGEIRA: FASB nº 8 e FASB nº 52

REDUÇÃO DA TAXA DE POUPANÇA E O FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO BRASIL- 2012/2013

O Desempenho do Investimento Público do Ceará, , uma análise comparativa entre os Estados.

SINCOR-SP 2016 FEVEREIRO 2016 CARTA DE CONJUNTURA DO SETOR DE SEGUROS

1T09 Divulgação de Resultados

IFRS para PMEs: Seção 14 - Investimento em Controlada e em Coligada

Referência: Instrumento Particular de Escritura da 6ª Emissão de Debêntures Participativas da Companhia Vale do Rio Doce (Escritura)

* (Resumo executivo do relatório Where does it hurts? Elaborado pela ActionAid sobre o impacto da crise financeira sobre os países em

Apresentação de Resultados 1T15

Geografia Geral: Econômica Vestibulares UNICAMP

Relatório Analítico 27 de março de 2012

BERJ PUBLICA BALANÇO DE 2007 AUDITADO (25/08/2008)

ATIVO Explicativa PASSIVO Explicativa

cargas tributárias para empresas no mundou

COMO ANALISAR E TOMAR DECISÕES ESTRATÉGICAS COM BASE NA ALAVANCAGEM FINANCEIRA E OPERACIONAL DAS EMPRESAS

Relatório de asseguração limitada dos auditores independentes

UP-TO-DATE. ANO I. NÚMERO 15

Graficamente, o Balanço Patrimonial se apresenta assim: ATIVO. - Realizável a Longo prazo - Investimento - Imobilizado - Intangível

Apresentação de Resultados

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS INTERPRETAÇÃO TÉCNICA ICPC 06. Hedge de Investimento Líquido em Operação no Exterior

A consolidação do modelo

Estrutura de Gerenciamento de Capital

Planejamento do fluxo de caixa para um crescimento sustentado

Teleconferência de Resultados do 3T09

REDUÇÃO DA TAXA DE POUPANÇA E AS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS:

Balanço e análise setorial

Exportação de Serviços

A EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO EXTERNO DIRETO (IED) NO BRASIL: RESUMO

Rumo à abertura de capital

Avaliação Econômica Valuation

TRABALHO DE ECONOMIA:

Relatório do Processo de Coleta de Indicadores do Funttel n 001/2011

EXPLORAÇÃO DO CERRADO BRASILEIRO

INSTRUMENTOS FINANCEIROS

NOTA CEMEC 05/2015 INVESTIMENTO E RECESSÃO NA ECONOMIA BRASILEIRA : 2015: UMA ANÁLISE SETORIAL

1 a Jornada de Contabilidade Práticas de Governança Corporativa e Transparência 22 de setembro de 2005

Fonte: AZ Investimentos / Andima. Fonte: AZ Investimentos / Andima

Transcrição:

Planejamento e Economia Mineral Ltda. a Caixa Postal: 37005-22.622-970 Rio de Janeiro - RJ - Brasil Fone: (+ 55) (21) 2439-8153 / 2449-1756 Fax: (+55) (21) 2493-2881 / 2439-8153 E-mail: Bamburra@superig.com.br Web Site: http://www.bamburra.com Exploração de Diamantes no Brasil Destaques Selecionados Published in Brasil Mineral 2003

Exploração de Diamantes no Brasil Destaques Selecionados Eduardo Vale* O artigo apresenta perfil sintético sobre a exploração de diamantes no País. São estimados alguns indicadores inéditos de natureza econômica e financeira e tecidas breves considerações sobre agregados selecionados que consubstanciam as campanhas exploratórias das empresas juniores. Introdução Durante os anos 90, face ao crescente interesse das empresas estrangeiras na exploração mineral no Brasil, especialmente para ouro, os investimentos aumentaram substancialmente assim como as transações envolvendo propriedades e direitos minerários. Não obstante, a partir do primeiro semestre de 1997, em função do impacto conjugado de vários acontecimentos relevantes sobre o mercado internacional de ouro observou-se uma forte reversão de expectativas com reflexos desfavoráveis nos patamares dos investimentos em exploração mineral. Em nível global, a importância do ouro enquanto vetor de mobilização de capitais impactou decisivamente os investimentos. No caso brasileiro, historicamente, a sua importância relativa é mais acentuada com o ouro representando cerca de 64% dos investimentos em exploração mineral durante o período 1982-1997. A Figura 1 oferece essa visão retrospectiva. * BAMBURRA Planejamento & Economia Mineral Ltda. bamburra@superig.com.br http://www.bamburra.com 2

Em nível global, com a retração nos investimentos em ouro ocorreu um redirecionamento de capital de risco para o diamante. A corrida para os diamantes no Canadá, iniciada em 1992 com a descoberta de kimberlitos diamantíferos nos Territórios do Noroeste, recebeu impulso decisivo. Ressalte-se que, em 1997, o primeiro megaprojeto de diamante - Ekati - já se encontrava no pipeline de desenvolvimento iniciando operação em 1998. No que diz respeito ao Brasil, observou-se a saída de grande parte das empresas com interesse (Au) no País. A despeito desse comportamento, ao longo dos anos 90 já se constatava um interesse crescente no País por parte de empresas mais focadas na exploração de diamantes. A partir de 1994, várias junior companies formalizaram transações de investimento vinculadas, direta ou indiretamente, à exploração e à lavra de diamantes. No período 1997-2001, as atividades dessas empresas apresentaram maior dinamismo relativo e de certa forma polarizaram componente significativa do processo de atração de capitais externos para a exploração mineral e do mercado de transações de prospectos e propriedades minerais. A Figura 2 disponibiliza uma amostra bastante representativa das empresas com interesses na exploração de diamantes em algum momento ao longo do período 1994-2001. Fonte: Sistema de Informações sobre Diamantes - Bamburra Ltda. 3

A aproximação desse universo está apoiada em sistema de informações desenvolvido pela empresa BAMBURRA Ltda. Trata-se de sistema especialista que monitora, desde 1994, a atuação de empresas de mineração selecionadas com interesses na exploração e na lavra de diamantes no Brasil. Faz-se mister mencionar a influência que o processo evolutivo das empresas exerce na delimitação do universo efetivo das entidades com interesses no País. A dinâmica empresarial derivada, entre outras decisões, de alterações societárias, de fusões e aquisições, de cisões, de decisões de desinvestimento e abandono, assim como simples mudanças na denominação acabam por delimitar o contingente efetivo de empresas atuantes no País em um determinado período. Utilizando-se como referencial básico o exercício de 2001, procurou-se caracterizar, quantitativa e qualitativamente, o conjunto das empresas atuantes na exploração e na lavra de diamantes. A amostra preferenciou empresas estrangeiras com projetos - de exploração e/ou desenvolvimento - em andamento. Assim sendo, as empresas que suspenderam atividades ou desmobilizaram seus ativos no País durante 2001 não foram analisadas. Entre essas empresas destacam-se: South Atlantic, Trans Hex International e Southernera Resources. A partir dessas considerações, foram selecionadas as empresas discriminadas a seguir: AKD Limited Black Swan Resources Ltd. Brasilca Mining Corporation Canabrava Diamond Corp. Consolidated AGX Resources DIA BRAS Exploration Inc. Diagem International Emerging Africa Gold Juína Mining Corporation Inc. MinMet plc Spider Resources Inc. Verena Minerals Corporation Zarcan Intern. Resources Inc. 4

Na Figura 3 tem-se uma visão locacional dos principais prospectos e projetos conduzidos por essas empresas em 2001. Em dezembro de 2001, estima-se que as empresas analisadas detivessem em conjunto uma área total requerida de aproximadamente 738 mil hectares. Entre as treze empresas analisadas, cinco concentravam 86% do total de áreas requeridas, a saber: Verena, Diagem, Black Swan, Spider e Canabrava. Em nível de recursos e reservas, as informações disponíveis não permitem uma visão de conjunto satisfatória. Não obstante, algumas empresas oferecem ordens de magnitude do que se poderia denominar de recursos delineados. Entre essas empresas destacam-se: Black Swan, Verena e Zarcan. Caso o foco seja direcionado ao número de kimberlitos descobertos, as empresas Diagem e Black Swan assumem a liderança. No que concerne à produção das empresas analisadas, as poucas informações disponíveis são intermitentes e, em geral, dizem respeito aos resultados obtidos no passado e provenientes dos trabalhos de amostragem em grande volume. Na seqüência, o Quadro 1 apresenta estimativa do Balanço Consolidado, em dezembro de 2001 para o conjunto das treze empresas acima mencionadas. 5

Quadro 1 - Balanço Consolidado das Empresas Juniores Discriminação US$ 1000 ( % ) ATIVO TOTAL 87.745 100,0 Corrente 12.548 14,3 Investimentos 3.452 3,9 Propriedades & Diferimentos 71.745 81,8 PASSIVO TOTAL 87.745 100,0 Curto Prazo 5.298 6,0 Longo Prazo 4.735 5,4 Patrimônio Líquido 77.712 88,6 Fonte: Balanços das Empresas. Estimativa Bamburra Ltda. A análise dos demonstrativos econômicos, financeiros e de resultados do conjunto das empresas selecionadas, entre as atuantes no País, ofereceu as seguintes constatações: Em dezembro de 2001, esse grupo de empresas concentrava, agregadamente, um bloco total de 923,4 milhões de ações subscritas mediante ofertas e colocações públicas e privadas nas diferentes bolsas de valores em que estão listadas; Em termos financeiros, essas subscrições representavam, a preços correntes, aproximadamente US$ 165 milhões; O valor médio unitário de subscrição, a preços correntes, do bloco agregado de ações alcançava US$ 0,18; Em nível do balanço consolidado, o valor total das ações subscritas representava 188% do Ativo Total e 213% do Patrimônio Líquido. 6

Esses índices apontam um valor elevado para a rubrica Prejuízos Acumulados; Em 2001, a razão Prejuízos Acumulados / Ativo Total alcançava 110%; Cerca de 82% do Ativo Total era constituído pela rubrica Propriedades & Diferimentos. Essa conta consolida os gastos relativos à aquisição de direitos minerários e propriedades minerais, assim como as despesas de exploração e desenvolvimento passíveis de diferimento e capitalização; Cerca de 89% do Passivo Total era constituído pelo Patrimônio Líquido, caracterizando um reduzido nível de endividamento. Conforme esperado, trata-se de um traço marcante das empresas de mineração emergentes, sem (ou com reduzida) receita operacional e voltadas fundamentalmente para a fase de exploração mineral. Nesse contexto, a captação de recursos de risco venture capital - torna-se crucial, visto representar a única fonte de fundos; A elevada relação (92%) entre Propriedades & Diferimentos e o Patrimônio Líquido além de corroborar a assertiva acima, sugere um alto grau de aderência entre a captação dos recursos de risco e seu efetivo direcionamento para o foco principal de atuação das empresas; e Em 2001, o valor das Propriedades & Diferimentos vinculados ao País representava 71% do valor dessa rubrica para o conjunto das empresas, caracterizando a importância do País no portifólio das empresas. Todavia, para as empresas Black Swan, Verena, Emerging Africa Gold, Diagem e Brasilca essa relação estava na vizinhança de 100%. Referências 7

1. BAMBURRA. Brazilian Gold Transactions - 1996. Relatório Multi-cliente. Bamburra Ltda., 65 p. 2.. Brazilian Diamond Transactions. Relatório Multi-cliente. Bamburra Ltda. 3. VALE, Eduardo. Perfil da Exploração de Diamantes no Brasil. Relatório de Consultoria. CPRM. Outubro, 2002. 8