O Valor da Literatura Infantil no ensino de Ciências



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Transcrição:

O Valor da Literatura Infantil no ensino de Ciências Kaline Prates Luz Amorim, UESB Cristiane Souza Borges 1, UESB RESUMO: O presente trabalho trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizado por meio de uma pesquisa bibliográfica, que teve como objetivo analisar o valor da Literatura Infantil no ensino de Ciências e a sua contribuição no ensino aprendizagem. Pode-se evidenciar que a articulação do ensino de Ciências e a Literatura Infantil é uma conduta importante e necessária para facilitar o aprendizado das crianças contribuindo e ampliando através da literatura a autonomia da criança e a imaginação. As imagens, as personagens e os locais onde acontecem as histórias auxiliam as crianças a compreenderem e associarem naturalmente sobre os conteúdos de Ciências, trazendo para a sala de aula a vivencia e a experiência de forma pratica e lúdica. Palavra-Chave: Ensino; Aprendizagem; Arte; Ludicidade.

INTRODUÇÃO A leitura faz parte da vida do ser humano. Ela está nos cercando a todo o momento, mesmo sem que percebamos. A prática da leitura promove a exploração do universo da leitura, um lugar literalmente singular. Não obstante, a maneira de apresentá-la à criança necessita ser feita de forma fascinante, consolidando um olhar prazeroso sobre a mesma, de modo a tornar-se uma prática incessante. Os caminhos traçados pelos livros infantis são infinitos e conduzem as crianças ao universo de descobertas. Na Educação Infantil a presença das descobertas é muito intensa, pois ao tempo que ela consegue formular alguns conceitos sobre a palavra e o seu significado, ela também aprende sobre a escrita dessa palavra, fazendo um paralelo entre a formação de outras palavras, transformando tudo num grande ciclo. Os alunos conseguem aprender na prática, o que se torna algo natural. A questão que norteou a pesquisa foi: como articular a Literatura Infantil (LI) com o Ensino de Ciências (EC), tendo em vista o uso aleatório dos livros infantis, totalmente desvinculados do ensino da Ciência. Nesse contexto, é preciso analisar as propostas dos professores e as suas metodologias em sala de aula. O presente artigo objetiva estreitar os laços entre a Literatura Infantil e o ensino da Ciência, de maneira que os dois elementos se tornem relevantes para as crianças. O trabalho se desenvolverá através de revisão bibliográfica baseada na literatura especializada por meio de artigos científicos. Acredita-se que este trabalho seja de fundamental importância, pois enfatiza que a Literatura Infantil e o ensino de Ciências podem ter seus conteúdos assimilados e usados em benefício um do outro.

A importância da Literatura Infantil Desde o século passado constata-se o valor que a Literatura Infantil exerce na vida de muitas pessoas, de maneira especial na vida das crianças. São elas que ficam mais extasiadas com esse universo fascinante do faz de - conta. E não necessita serem crianças que dominem a leitura, as menores, que ainda não apreendem o ambiente da língua escrita e tampouco da leitura por meio das palavras, são as que mais sabem usufruir a criatividade e as que mais percorrem pelo mundo da fantasia e imaginação. As histórias, todavia, não ocupam apenas a área da fantasia e do prazer, ela adentra no aspecto pedagógico. As crianças são incentivadas, desde muito pequena a buscar a autonomia. São educadas, instruídas a andar, falar, vestir-se, ir ao banheiro, etc. e isso é para elas uma série de tarefas que são conquistadas gradativamente. As narrativas contribuem para que essa criança consiga alcançar mais facilmente essas metas impostas, no entanto necessárias ao seu crescimento. Como se sabe, a Literatura Infantil tem a sua importância nessa faixa etária, pois é através dela que a imaginação fantástica da criança é despertada. Através dos livros os pequenos tem a oportunidade de descobrir um universo de coisas e conhecer um mundo diferente. Quando se tira da criança a possibilidade de conhecer este ou aquele aspecto da realidade, na verdade se está alienando-a a sua capacidade de construir seu conhecimento. Porque o ato de conhecer é tão vital como comer ou dormir, e não posso comer ou dormir por alguém (FREIRE, 1986, p.15). Para a autora, a aprendizagem participativa é extremamente relevante. Não há melhor maneira de a criança aprender do que fazendo. Ela não é um expectador, mas é parte do processo de elaboração das atividades. Quando o professor entrega ao aluno a receita pronta, acaba por tirar da criança a oportunidade de perguntar, de perceber as coisas.

As crianças aprendem mais quando participam diretamente dos trabalhos, pois têm a possibilidade de tocar, ver, perguntar, experimentar. Elas aprendem enquanto brincam. A LI possui inúmeros atributos que faz com que ela seja imprescindível no cotidiano da escola. É fomentadora da leitura e criadora de conhecimento e entendimento de mundo, pois possui traços particulares de ludicidade. Além disso, é atraente e dinâmica. A sua natureza, sua essência não pode ser falseada ou confundida, pois é um manancial de saberes. Ela pode conduzir para um mundo dos sonhos, como afirma Antloga (2012, p.2) O universo lúdico que a literatura proporciona, encanta até o público adulto. As crianças vivem intensamente cada momento da história e conseguem viajar plenamente pelo mundo da imaginação, incorporando muito do que vêem e ouvem. A ficção expressa na literatura tem um grande teor de ludicidade, incidindo sobre as emoções e tornando as informações importantes para ficarem gravadas na memória. O trajeto que a LI pode traçar é incrível. Por meio desse caminho as crianças são capazes de viajar por um universo diferente e transformar as informações em conhecimentos. As ideias vão se consolidar de maneira mais efetiva, pois ela estará aprendendo de uma maneira prazerosa. As contribuições do Ensino de Ciências na Educação Infantil O ensino de Ciências Naturais tem sido alvo de estudo devido ao seu grau de relevância tanto nas séries iniciais quanto na educação infantil. A maior parte das escolas não oferece um ensino de ciências adequado, que produza nos seus alunos uma percepção superior, mais satisfatória e com mais apreço, do mundo em que vivem.

De modo particular, o ensino de Ciências se propõe a contribuir com a formação do sujeito, oferecendo-lhe um entendimento adequado sobre a ciência, a tecnologia e a sociedade, instrumentalizando-o com conhecimentos científicos que propiciam uma leitura crítica do mundo (Antloga, 2012, p.1). O ensino de ciências tem importância no ato de educar as crianças, tem seu valor para a construção do sujeito crítico reflexivo e participativo, que observando o meio, poderá dar a sua contribuição, por ter despertado nele uma consciência ecológica ambiental. Para tanto, cabe à escola a missão de promover uma educação que considere o aluno no seu aspecto social com ensino dialogado observando o cotidiano. Segundo o Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil (1998, p.168) o ensino de Ciências deve gerar resultados significativos para as crianças, contendo experiências e facilitando a assimilação dos conteúdos, como se pode observar quando diz que o trabalho com os conhecimentos derivados das Ciências Humanas e Naturais deve ser voltado para a ampliação das experiências das crianças e para a construção de conhecimentos diversificados sobre o meio social e natural. O ensino de ciências não deve mais ser visto como transmissão de conceitos, mas sim como construção de conhecimentos para que o processo ensino-aprendizagem tenha sentido e contextualidade. Neste sentido, o ensino de Ciências é fundamental para a população não só ter a capacidade de desfrutar dos conhecimentos científicos e tecnológicos, mas para despertar vocações, a fim de criar estes conhecimentos. O ensino de Ciências é fundamental para a plena realização do ser humano e a sua integração social. Continuar aceitando que grande parte da população não receba formação científica e tecnológica de qualidade agravará as desigualdades do país e significará seu atraso no mundo globalizado. Investir para constituir uma população cientificamente preparada é cultivar para receber de volta cidadania e produtividade, que melhoram as condições de vida de todo o povo. Para tanto, Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil (1998, p.168) afirmam:

É importante que as crianças tenham contato com diferentes elementos, fenômenos e acontecimentos do mundo, sejam instigadas por questões significativas para observálos e explicá-los e tenham acesso a modos variados de compreendê-los e representá-los. É extremamente importante que as crianças sejam introduzidas no meio científico desde cedo, respeitando as suas particularidades e incentivando as descobertas. Os livros infantis podem auxiliar a Ciência nesse caminho, servindo de ponte entre o mundo da imaginação e as experiências concretas. Articulando o Ensino de Ciências e a Literatura Infantil O uso da LI no EC é um fator relevante e que pode ser facilmente aplicado se o professor se colocar no papel de facilitador e abdicar das velhas metodologias. A LI tem como marca a exuberância das imagens, cada vez mais elaboradas e criativas para conquistar a atenção dos leitores. As figuras representam uma das qualidades essenciais desse tempo. Aparecem nos mais diversos locais como ruas, out doors, televisão, cinema, entre outros. Nos livros didáticos e nos livros de LI as imagens estão presentes e discorrem de modo incisivo com os leitores. Como afirma Antloga (2012, p.6) Portanto, a imagem transcende o texto, transmite informações que vão além das expressas no texto. Mesmo as crianças que ainda não se apropriaram da leitura propriamente dita, são capazes de ler as histórias infantis. Para tanto, elas se apoderam das imagens e desenvolvem as narrativas. No Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil (1998, p.143) A leitura de histórias é um momento em que a criança pode conhecer a forma de viver, pensar, agir e o universo de valores, costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares que não o seu. As LIs podem contribuir no desenvolvimento do EC, ajudando as crianças a compreenderem os conteúdos em meio a fantasia, ao professor cabe fazer esse paralelo, limitando os dois mundos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Conscientizar os alunos a respeito da importância das ciências no âmbito da aprendizagem escolar, bem como, na execução de tarefas cotidianas é vital para o desenvolvimento da economia e da indústria. A educação científica e tecnológica é também essencialmente importante no processo de promoção da cidadania e inclusão social, uma vez que propicia às pessoas oportunidades para discutir, questionar, compreender o mundo que as cerca, respeitar os pontos de vista alheios, resolver problemas, criar soluções e melhorar sua qualidade de vida. Articular o ensino de Ciências e a Literatura Infantil é uma conduta importante e necessária para facilitar o aprendizado das crianças. As imagens, as personagens e os locais onde acontecem as histórias auxiliam as crianças a compreenderem e associarem naturalmente sobre os conteúdos de Ciências. Enquanto a criança se encanta com as historinhas, vai conhecendo outras coisas mais úteis. Enquanto lê o conto da Chapeuzinho Vermelho aprende que lobos vivem em florestas e são carnívoros, logo apreciam comer pessoas. O ensino de Ciências na escola deve proporcionar conhecimentos individuais e socialmente necessários para que cada cidadão possa administrar a sua vida cotidiana e se integrar de maneira crítica e autônoma à sociedade a que pertence. Deve, ainda, levar crianças e jovens a se interessar pelas áreas científicas e incentivar a formação de recursos humanos qualificados nessas áreas. O professor exerce um papel muito importante quando incentiva à leitura dos seus alunos. É fundamental também que ele estabeleça limitações entre o mundo real e o imaginário.

REFERENCIA: ANTLOGA, Daiane Christ; SLONGO, Iône Inês Pinsson. Ensino de ciências e literatura infantil: uma articulação possível e necessária. In: IX SEMINÁRIO DE PESUISA EM EDUCAÇÃO DA REGIÃO SUL (IX ANPEDSUL), 2012, Caxias do Sul. IX Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul. Anais... 2012. p. 1-18. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, v. 134, n. 248, 23 dez. 1996. Seção 1, p. 27834-27841. CARVALHO, Anna Maria Pessoa de (Org). Ensino de Ciências: unindo a pesquisa e a prática.são Paulo: Pioneira Thomson learning, 2004. COMPIANI, M. O lugar e as escalas e suas dimensões horizontal e vertical nos trabalhos práticos: implicações para o ensino de ciências e educação ambiental. Ciência & Educação, v. 13, n. 1, p. 29-45, 2007. GALLO, S. Transversalidade e educação: pensando uma educação não disciplinar. 2. ed. In: ALVES, N. (Org.). O sentido da escola. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. p. 17-41. GEWANDSZNAJDER, Fernando; LINHARES, Sérgio de Vasconcellos. Biologia Programa Completo. 10. ed. São Paulo: Ática, 1991.

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