A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO III NA FORMAÇÃO DOCENTE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Documentos relacionados
SKYPE: FERRAMENTA PEDAGÓGICA USADA COMO APRENDIZAGEM COLABORATIVA NOS ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS

Plano de Ensino Docente

FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE FÍSICA NO IFRN/CAMPUS CAICÓ: O ESTÁGIO DOCENTE EM PERSPECTIVA

UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO PROGRAD CENTRO DE EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA

PLANO DE ENSINO. Curso: Pedagogia

A IMPORTÂNCIA DA OBSERVAÇÃO NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA II

Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal Catarinense - Campus Sombrio

Estágio Supervisionado no Núcleo de Educação da Infância NEI/CAp UFRN: contribuições para a formação docente na educação infantil

Plano de Ensino IDENTIFICAÇÃO. SEMESTRE ou ANO DA TURMA: 5º semestre

Palavras-Chave: Educação de Jovens e Adultos. Prática Pedagógica. Aprendizagem. Castanhal-Pa.

A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

VISÃO DO PIBID SOB O OLHAR DO SUPERVISOR SUBPROJETO EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

A PRÁTICA DA REGÊNCIA DURANTE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO II: EMPREGO DE JOGOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE CIÊNCIAS

ESTÁGIO DOCENTE SUPERVISIONADO III PROF. CAIO VASCONCELOS PINHEIRO DA COSTA O QUE DIZEM OS DOCUMENTOS

CONSTRIBUIÇÕES DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE

PRÁTICA DE ENSINO E O ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA.

Eixo: 3 - Ciências Agrárias RESUMO

UMA REFLEXÃO SOBRE AS CONCEPÇÕES DE ESTÁGIO CURRICULAR E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O FUTURO LICENCIADO EM CIÊNCIAS AGRÍCOLAS.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CEAD PLANO DE ENSINO. Código: EST-II Carga Horária: 72h Créditos: 5

PRÁTICA DE ENSINO E O ESTÁGIO SUPERVISIONADO: DESENVOLVIMENTO DE ATITUDES INVESTIGATIVAS PARA A DOCÊNCIA

O futuro da graduação na UNESP: planejamento e expectativas Iraíde Marques de Freitas Barreiro

A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO E A FORMAÇÃO DE LEITORES EM MATEMÁTICA

Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal Catarinense - Campus Sombrio

CONTRIBUIÇÕES DO PIBID PARA O PROCESSO FORMATIVO DE ESTUDANTES DO CURSO DE LICECIATURA EM PEDAGOGIA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CEAD PLANO DE ENSINO

ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DOCENTE EM MÚSICA

RELATO DE OBSERVAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA CELSO RAMOS

REGULAMENTO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA CAPITULO I - DA NATUREZA E DOS OBJETIVOS

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CAMPUS DE CAPANEMA CURSO DE LICENCIATURA EM BIOLOGIA

Plano de Ensino IDENTIFICAÇÃO

DICOTOMIA ENTRE TEORIA E PRÁTICA? O PAPEL DO ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DOCENTE

Aula 3 ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO ENSINO DE BIOLOGIA I E II. Claudiene Santos Guilherme Guimarães JR

A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DO LICENCIANDO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS: ANSEIOS E DIFICULDADES

Estágios Curriculares: ateliê de aprendizagens na formação profissional

O ESTÁGIO, A LEGISLAÇÃO E AS EXPECTATIVAS DOS ESTUDANTES DE LICENCIATURA DO IFGOIANO CAMPUS MORRINHOS

DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS PROFESSORES ORIENTADORES DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

MANUAL DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR

PERSPECTIVAS FORMATIVAS DO TRABALHO INTERDISCIPLINAR: RELATO DE EXPERIÊNCIA

O compartilhamento das ações de estágio como espaço de formação: contribuições da teoria da atividade

O ESTÁGIO SUPERVISIONADO COMO OPORTUNIDADE DE PRÁXIS DOCENTE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA VIVENCIADO PELOS LICENCIANDOS EM QUÍMICA DO IFCE CAMPUS

REGULAMENTO DE ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS DOS CURSOS SUPERIORES DE LICENCIATURA

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NÚCLEO DE CIÊNCIAS HUMANAS

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA UNIR DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA DME CAMPUS

REGULAMENTO DOS ESTÁGIOS UNICRUZ - UNIVERSIDADE DE CRUZ ALTA CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - LICENCIATURA REGULAMENTO DOS ESTÁGIOS CURRICULARES

OS DESAFIOS DA PESQUISA NA FORMAÇÃO DOS ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA OFERECIDO PELA PLATAFORMA FREIRE, NO MUNICÍPIO DE BOM JESUS DA LAPA BA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS CCT DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA DMAT

Plano de Ensino Docente

Universidade Federal de Sergipe Pró-reitoria de Graduação Departamento de Apoio Didático-Pedagógico (DEAPE)

Ensino de Didática: Parceria entre Universidade e Escola Básica

MANUAL DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO DA FORMAÇÃO PEDAGÓGICA 30 de agosto de 2017

PROGRAMA DE DISCIPLINA

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

ESTÁGIO SUPERVISIONADO. Profª Isabel de O. e S. Monguilhott Profª Maria Izabel de Bortoli Hentz Profª Nelita Bortolotto

CURSO DE PEDAGOGIA REGULAMENTO

CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS PORTUGUÊS/INGLÊS PROGRAMA DE DISCIPLINA E DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

REGULAMENTO DO ESTÁGIO OBRIGATÓRIO CURSO DE MATEMÁTICA CAPÍTULO I DA NATUREZA DO ESTÁGIO

ESTÁGIO DOCENTE: UMA ATIVIDADE DE FORMAÇÃO CONTINUADA E DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

REGULAMENTO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO CURSO DE LICENCIATURA EM FÍSICA CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Plano de Ensino IDENTIFICAÇÃO

NORMAS PARA ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

PROFESSORES ATUANTES NO CURSO DE PEDAGOGIA: TRAJETÓRIAS E SABERES DOCENTES. Me. Ana Paula Pereira Arantes. Dra. Raimunda Abou Gebran

PROJETO DE EXTENSÃO ALFABETIZAÇÃO EM FOCO NO PERCURSO FORMATIVO DE ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA

Aprovação do curso e Autorização da oferta

A MATEMÁTICA NO COTIDIANO: RECONHECENDO E TRABALHANDO COM SITUAÇÕES QUE ENVOLVEM FUNÇÕES

O DESAFIO DE SER UM PROFESSOR PESQUISADOR DO ENSINO DE HISTÓRIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE FORMAÇÃO DE TECNÓLOGOS COLEGIADO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS

A UTILIZAÇÃO DAS TIC COMO RECURSO PEDAGÓGICO: EXPLORANDO LITERATURA INFANTIL NO LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA

CURSO ANO LETIVO PERIODO/ANO Licenciatura em Matemática º Ano CÓDIGO DISCIPLINA CARGA HORÁRIA Estágio Curricular Supervisionado II EMENTA

O ESTÁGIO SUPERVISIONADO - UM MOMENTO DE FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA NO PROCESSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL

CONCEPÇÕES DOS DISCENTES DO CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS (CFP/UFCG) SOBRE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES

O ESTÁGIO DOCENTE COMO LUGAR DE FORMAÇÃO DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO

O ESTÁGIO DOCENTE NA POS-GRADUAÇÃO ESPAÇO OU LUGAR DE FORMAÇÃO DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO?

ESTÁGIO SUPERVISIONADO: UM ESTUDO DAS PESQUISAS NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA

PORTFÓLIO - DO CONCEITO À PRÁTICA UNIVERSITÁRIA: UMA VIVÊNCIA CONSTRUTIVA

Formação docente interdisciplinar como espaço de reflexão coletiva acerca da prática docente

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 13/4/ :50:57 PROGRAD - Pró-Reitoria de Graduação DICE - Divisão de Controle Escolar.

GD 5: Estágio Curricular e Supervisionado na formação de professores que ensinam Matemática

REGULAMENTO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO PEDAGOGIA // LICENCIATURA

Palavras-Chave: Prática Formativa. Desenvolvimento Profissional. Pibid.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CEAD PLANO DE ENSINO

ALFABETIZAÇÃO E TECNOLOGIA NAS SÉRIES INICIAIS: EXPLORANDO O LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA

Luiz Dourado CNE/UFG Recife,

FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS DE BRAGANÇA PAULISTA

REGULAMENTO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO DO CURSO CIÊNCIAS DA NATUREZA LICENCIATURA CAPÍTULO I DA DEFINIÇÃO E DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

O PRIMEIRO ESTÁGIO: CONHECENDO O AMBIENTE ESCOLAR

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CONSELHO SUPERIOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO RESOLUÇÃO N , DE 19 DE AGOSTO DE 2015

Nádia de Sousa Silva 1 Poliana Machado da Silva Moreira 2 INTRODUÇÃO

ESTÁGIO DE REGÊNCIA NO ENSINO MÉDIO: ALGUMAS REFLEXÕES

4 Ano Curso Bacharelado e Licenciatura em Enfermagem

REGULAMENTO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO. Licenciatura EM educação básica intercultural TÍTULO I DA CARACTERIZAÇÃO

Plano de Ensino Docente

RESULTADO DA AVALIAÇÃO INTERNA Edital Capes, 6/2018 Programa Residência Pedagógica/UNEB

RELATO DE EXPERIÊNCIA: O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NA FORMAÇÃO DOCENTE

ANEXO B - ESTÁGIO SUPERVISIONADO I, II e III E PRÁTICA DE ENSINO

ESTÁGIO E FORMAÇÃO DOCENTE: REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO DO FUTURO PROFESSOR

IMPACTOS DAS AÇÕES PIBIDIANAS NA ESCOLA A PARTIR DA REFLEXÃO DE DIRETORES

Matriz Curricular (2017-atual)

REGULAMENTO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO LICENCIATURA EM LETRAS

Transcrição:

A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO III NA FORMAÇÃO DOCENTE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Jéssica Targino Muniz, IFRN/Campus Santa Cruz, jessica.tar@hotmail.com Josefa Cristiane Pontes da Cruz, IFRN/Campus Santa Cruz, jcristhi@hotmail.com Cristiano Rodrigo Gobbi, IFRN/Campus Santa Cruz, cristiano.gobbi@ifrn.edu.br Resumo O presente trabalho é um relato de experiência com relação ao Estágio Curricular Supervisionado III com enfoque no estudo e na análise da importância da mesma na formação docente em matemática. O estudo foi realizado no Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) Campus Santa Cruz em parceria com a Escola Estadual Isabel Oscarlina Marques e a Escola Estadual Rita Nelly Furtado, ambas situadas da cidade de Santa Cruz/RN. O Estágio Curricular Supervisionado III é componente curricular na prática profissional da formação docente, possibilitando a articulação entre teoria e prática, além de estimular a percepção de especificidades do ensino de Matemática no espaço escolar. É composto, basicamente, da observação em sala de aula e da regência no Ensino Fundamental (prioritariamente), envolvendo também a produção de planos de aula e elaboração de portfólio contendo as atividades feitas ao longo do semestre letivo. O objetivo desse relato de experiência é refletir sobre a importância dessa componente curricular para formação geral do licenciando, mais especificamente, da relevância observada na formação acadêmica e pessoal dos alunos, com base na realização de atividades didático-pedagógicas de caráter docente, de maneira semelhante ao professor efetivo. A metodologia busca retratar o Estágio Curricular Supervisionado III como campo de conhecimento no contexto da escola pública e da formação profissional. É importante ressaltar que aspectos como a vivência das necessidades e dificuldades dos alunos, a conduta desses em sala de aula, o contato com outros profissionais da área da educação e com a escola pública em si constituem-se notáveis instrutores para os licenciandos. Esse estudo considera ainda a consolidação e vinculação dos conhecimentos desenvolvidos durante o curso de Licenciatura em Matemática, além da relevância de estudos sobre o Estágio Curricular Supervisionado III, pela possibilidade de aprofundamento de reflexões sobre o processo de ensino- aprendizagem em Matemática, suas relações e implicações pedagógicas no contexto escolar. Palavras-chave: Estágio Curricular Supervisionado III; Formação Docente; Regência em Sala de Aula; Relato de Experiência. 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho se constitui como um registro das atividades realizadas durante o Estágio Curricular Supervisionado III, se configurando como um relato de experiência com relação à essa componente curricular, com enfoque no estudo e na análise da importância da mesma na formação docente em Matemática. O estudo foi

realizado no Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) Campus Santa Cruz em parceria com a Escola Estadual Quintino Bocaiuva, a Escola Estadual Isabel Oscarlina Marques e a Escola Estadual Rita Nelly Furtado, ambas situadas da cidade de Santa Cruz/RN. É composto, basicamente, da observação em sala de aula e da regência no Ensino Fundamental (prioritariamente), envolvendo também a produção de planos de aula e elaboração de portfólio contendo as atividades feitas ao longo do semestre letivo. É importante ressaltar ainda que o Estágio Curricular Supervisionado III é componente curricular na prática profissional da formação docente, possibilitando a articulação entre teoria e prática, assim como a compreensão de características específicas do ensino de Matemática nas instituições escolares. A apresentação do Estágio Curricular Supervisionado III como campo de conhecimento no contexto da escola pública e da formação profissional é o foco deste trabalho. Diferentes visões do espaço escolar, tais como a vivência das necessidades e dificuldades dos alunos, a conduta desses em sala de aula, o contato com outros profissionais da área da educação e com a escola pública em si constituem-se notáveis instrutores para os licenciandos, favorecendo uma formação docente crítica e conhecedora da práxis. Esse estudo considera ainda a consolidação e vinculação dos conhecimentos desenvolvidos durante o curso de Licenciatura em Matemática, além da relevância de estudos sobre o Estágio Curricular Supervisionado III, pela possibilidade de aprofundamento de reflexões sobre o processo de ensino- aprendizagem em Matemática, suas relações e implicações pedagógicas no contexto escolar. O estágio das autoras foi realizado em três escolas: a Escola Estadual Quintino Bocaiuva, onde foram feitas observações de aula e dadas aulas durante duas semanas para os estudantes do 6º ano A; a Escola Estadual Isabel Oscarlina Marques, espaço no qual houve regência no 8º ano A durante cerca de três meses; a Escola Estadual Rita Nelly Furtado, instituição em que foram realizadas observações de aula e feita a regência também no 8º ano do Ensino Fundamental, durante o período referido acima. 2. OBJETIVOS 2.1. OBJETIVO GERAL

O objetivo desse relato de experiência é refletir sobre a importância dessa componente curricular para formação geral do licenciando, mais especificamente, da relevância observada na formação acadêmica e pessoal dos alunos, com base na realização de atividades didático-pedagógicas de caráter docente, de maneira semelhante ao professor efetivo. 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Aprimorar estratégias didáticas; - Preparar aulas condizentes com a realidade dos alunos; - Buscar novas formas de atuação do professor de Matemática em sala de aula; - Conhecer e aprofundar reflexões sobre atividades didático-pedagógicas de caráter docente. 3. METODOLOGIA Inicialmente foi feita uma pesquisa bibliográfica com relação a documentos, artigos e teses que dissessem respeito ao estágio, com destaque para a relevância desse para a formação docente. Enfatiza-se ainda que o estágio supervisionado III possui duas etapas: A de observação de sala de aula, que envolve a caracterização de aulas de Matemática, avaliação do docente e caracterização de aspectos exteriores à sala de aula e que teve duração de oito horas/aula. Na segunda etapa foi realizada a regência, com duração de trinta horas/aula, e que por sua vez compreende a produção de planos de aula, o trabalho docente como professor estagiário (ou regente), e por fim a elaboração de um portfólio, contendo todas as atividades realizadas durante o semestre letivo. A metodologia utilizada em sala de aula consistiu em aulas expositivas e dialogadas, com a utilização de recursos didáticos como jogos, materiais manipuláveis e resolução de problemas. No portfólio de estágio, todo o trabalho realizado foi documentado: informações como a descrição minuciosa de cada observação de sala de aula, avaliação das metodologias utilizadas pelo docente titular da turma, informações detalhadas sobre a regência, os planos de aula elaborados pelos licenciandos, descrição das aulas e atividades desenvolvidas durante essa etapa do estágio, além de toda documentação

como carta de apresentação, declaração de realização de estágio supervisionado e avaliação geral dessa componente curricular. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Na realização do estágio curricular supervisionado III, os estagiários puderam observar a real condição de professor em sala de aula na Educação Básica, além de analisar com profundidade sua futura carreira. Assim, o licenciando pode verificar/refletir se é realmente o caminho escolhido para a prática profissional. É notória a relevância do estágio supervisionado III para os alunos em formação acadêmica, pois sem uma componente curricular como essa, se tornaria bastante complicado, para os universitários, fazer a conexão entre teoria e prática, exercitar seus conhecimentos adquiridos ao longo do curso e acima de tudo, melhorar suas práticas pedagógicas através da experiência real no espaço escolar. No que diz respeito à observação da sala de aula, foram notados aspectos como estrutura física das salas de aula, características da classe, o comportamento e metodologia utilizada pelos docentes de Matemática das escolas campo de estágio, além dos conteúdos, técnicas e recursos utilizados pelos professores. Destaca-se, no que diz respeito à esses profissionais, que as aulas tem caráter expositivo e nas mesmas são utilizadas, geralmente, somente o livro didático. No tocante à aspectos exteriores à sala de aula, locais como a biblioteca, o laboratório de informática e a sala dos professores foram analisados. A regência fez as estagiárias notarem a importância da inovação em sala de aula: a utilização de recursos didáticos variados, que possibilitassem maior participação dos alunos, socialização dos conhecimentos, discussões, descobertas e atividades mais dinâmicas tornaram as aulas de Matemática mais prazerosas para os alunos, e mais produtivas para o contexto geral de aprendizagem. Assim, os professores titulares da turma e as professoras regentes puderam observar claramente como a aplicação de práticas pedagógicas diferenciadas transformavam o ambiente da sala de aula positivamente; impactando de forma bastante perceptível o processo de ensinoaprendizagem dos alunos. Considera-se, portanto, que o estágio curricular contribuiu não só na formação das estagiárias e dos alunos, como também do docente atuante no Ensino Fundamental.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS No Estágio Supervisionado III acontece geralmente o primeiro contato do licenciando com a sala de aula. Além disso, é o espaço onde o futuro docente pode notar como se configura a organização e gestão escolar, o ambiente de trabalho da área em que ele irá atuar, assim como as peculiaridades do mesmo, configurando-se assim um momento formativo de fundamental importância. O estágio pode ser traduzido como um treinamento : mostra a realidade da educação pública brasileira, a dinâmica da sala de aula, a dificuldade dos alunos, o comportamento desses em sala de aula, a particularidade de cada educando, o processo de ensino-aprendizagem, o professor enquanto condutor desse mesmo processo e as diferentes dimensões que esse pode atuar. Essa aproximação com a realidade da escola pública, por sua vez, possibilita a utilização, na prática, do que foi aprendido na Universidade, porém faz o licenciando perceber que todo esse conhecimento não é suficiente para lidar com as situações de uma sala de aula e da instituição escolar como um todo. Nesse sentido, o estágio se articula à pesquisa, ao passo que integra práticas educativas de caráter investigativo, interdisciplinar, extensivo e aplicado. Vale ressaltar que a prática profissional contribui ainda para a formação global do individuo, pois desenvolve habilidades como a tomada de decisões, a gestão de conflitos, a atividade reflexiva e o espírito crítico. Além disso, propicia o exercício da produção e execução de planos de aula, da utilização de novas metodologias, da análise de livros didáticos e exploração de práticas educativas em sala de aula. Dessa forma, o estágio curricular supervisionado III age como elo entre as disciplinas do núcleo didático-pedagógico, as disciplinas do núcleo epistemológico e as disciplinas do núcleo específico, além de garantir a inserção do futuro docente na realidade do contexto escolar. Nota-se então que o estágio configura-se como uma componente curricular que favorece a descoberta, enriquecendo muito a formação docente. Assim, deve ser vista como um processo dinâmico de aprendizagem em diferentes áreas de atuação no campo profissional, uma profunda união entre teoria e prática.

6. REFERÊNCIAS BARREIRO, Iraíde Marques de Freitas; GEBRAN, Raimunda Abou. Prática de ensino: elemento articulador da formação do professor. IN: BARREIRO, Iraíde Marques de Freitas; GEBRAN, Raimunda Abou. Prática de ensino e estágio supervisionado na formação de professores. São Paulo: Avercamp, 2006. Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : matemática / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília : MEC/SEF, 1997. IFRN. Projeto Pedagógico do Curso Superior de Licenciatura de Matemática na modalidade presencial. 2012. KULCSAR, Rosa. O estágio supervisionado como atividade integradora. IN: FAZENDA, Ivani Catarina Arantes [et all]; PICONEZ, Stela C. Bertholo (Coord.). A prática de ensino e o estágio supervisionado. Campinas-SP: Papirus, 1991. LIMA, Maria Socorro Lucena. Reflexões sobre o estágio supervisionado na formação de professores. Revista Diálogo Educ., Curitiba-PR, v. 8, n. 23, jan./abr/2008, p. 195-205. PASSERINI, Gislaine Alexandre. O estágio supervisionado na formação inicial de professores de matemática na ótica de estudantes do curso de licenciatura em matemática da UEL. 121f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e Educação Matemática) Universidade Estadual de Londrina. Londrina: UEL, 2007. PIMENTA, Selma G. & LIMA, Maria Socorro L. Estágio e docência: diferentes concepções. Revista Poíesis,s.l. v. 3, n. 3 e 4, p. 5-24, 2005/2006.