DIMENSÕES DA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL: RELAÇÃO ENTRE EAD E APRENDIZAGEM COM ENFOQUE NO DESIGN INSTRUCIONAL

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Transcrição:

1 DIMENSÕES DA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL: RELAÇÃO ENTRE EAD E APRENDIZAGEM COM ENFOQUE NO DESIGN INSTRUCIONAL Rio de Janeiro RJ 04/2015 Cleiton Machado Maia AVM Faculdade Integrada cleiton@avm.edu.br Gloria Jesus de Oliveira AVM Faculdade Integrada gloria@avm.edu.br Mario Luiz Trindade Rocha AVM Faculdade Integrada marioluiz@avm.edu.br Mary Sue Carvalho Pereira AVM Faculdade Integrada marysue@avm.edu.br Narcisa Castilho Melo AVM Faculdade Integrada narcisa@avm.edu.br Sirlei Alves Chaves AVM Faculdade Integrada sirlei@avm.edu.br Classe: A: Pesquisa Setor Educacional: C Classificação das áreas de Pesquisa em EAD: Nível Micro M Natureza: A RESUMO Este trabalho mostra a importância da avaliação nos sistemas de DI para o desenvolvimento dos cursos na educação a distância, pois envolvem estudantes, professores, tutores e o quadro administrativo com a finalidade de obter um bom desenvolvimento e um processo com mais qualidade. Por meio do desenvolvimento do presente estudo, foi possível observar que existe, nesta relação, um destaque importante, que é a aplicação do design instrucional no que tange ao planejamento e organização do material didático para o desenvolvimento do ensino e aprendizagem com qualidade atendendo as normas e padrões de acordo com os Referenciais de Qualidade para um curso na modalidade EAD. Palavras chave: EAD, ensino-aprendizagem, design instrucional.

2 Introdução O movimento crescente da Educação a Distância é uma realidade no nosso país e está diretamente relacionado em princípio à necessidade de ampliar as oportunidades de acesso ao conhecimento para o pleno desenvolvimento pessoal, o exercício da cidadania e à inserção no mercado de trabalho de grande parcela da população que por diversas razões não estão usufruindo dessas finalidades da Educação, previstas no art.2º, LDB 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional). Mais recentemente, a fim de atender a demanda, o Decreto de nº 5622/05, vem para regulamentar e definir EAD, como a seguir: Caracteriza-se a educação à distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. (Art.1º, Cap.I, Decr.5622,2005). Dessa forma fica compreendido que o desenvolvimento de cursos EAD deve manter o foco no aluno e nos processos de ensino-aprendizagem que utilizem de meios e tecnologias de informação e comunicação para garantir formação de qualidade, como sugere também, os Referenciais de Qualidade para EAD do MEC (Ministério de Educação e Cultura): Assim, embora a modalidade a distância possua características, linguagem e formato próprios, exigindo administração, desenho, lógica, acompanhamento, avaliação, recursos técnicos, tecnológicos, de infraestrutura e pedagógicos condizentes, essas características só ganham relevância no contexto de uma discussão política e pedagógica da ação educativa. (RQEAD, 2007 p. 7). O fato de existir uma regulamentação básica para a modalidade, não caracteriza, no entanto, um modelo único de aplicação ou a simples transposição do modelo presencial para a EAD. A crescente demanda pelos cursos superiores a distância como a evolução desta modalidade, requer das instituições de ensino como também dos órgãos públicos, medidas que possam avaliar e garantir a qualidade dos profissionais da educação e de todos os atores envolvidos nesse processo, para construção de novos saberes com a contribuição dos sistemas e das ferramentas tecnológicas como sua aliada, as TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) alavancando a parceria do homem com a máquina numa interação global, quebrando barreiras e

3 distâncias corroborando com o desenvolvimento de estratégias que possam garantir melhorias na formação e capacitação profissional, propiciando uma melhor educação no país. Dessa forma, se torna relevante analisar a relação entre as dimensões da avaliação institucional, a EAD e a aprendizagem, mostrando nesse contexto a importância do design instrucional em todo o seu processo que visa atingir os seus objetivos pedagógicos criando materiais didáticos interessantes, atrativos e eficazes com o foco no processo de ensino aprendizagem do aluno. Marchelli (2007, apud BRASIL, 2005, p. 78) relata que [...] as ações combinadas de avaliação interna e externa são processos importantes de discussão e reflexão com respeito aos grandes temas de politica pedagógica, científica e tecnológica, bem como para tomadas de decisões [...]. Assim, os órgãos públicos com a suas normas e leis em parceria com as instituições de ensino se organizam e se unem para desenvolver novos procedimentos e metodologias que possam regularizar na prática ações que valorizam o ensino-aprendizagem gerando mudanças significativas na vida profissional de todos os atores que estão integrados nesse processo. No mundo contemporâneo, são inegáveis as tendências evolutivas das tecnologias da informação e comunicação, o que tem promovido renovação e inspirado inovação nos modelos educacionais de cursos EAD, apresentando muitas vezes métodos criativos e eficazes que privilegiam o aluno na construção do conhecimento, de forma autônoma, reflexiva, crítica e dialógica, sendo desenvolvidos através de Projetos Políticos Pedagógicos interdisciplinares e contextualizados. Para que possamos ter um processo de ensino-aprendizagem na modalidade EAD de qualidade, as etapas que devem ser desenvolvidas pelo DI são de muita relevância, pois consistem em saber responder qual o método, sistema e condições pode um aluno atingir em seu aprendizado. Dessa forma, o DI deve analisar, planejar, desenvolver, implementar e avaliar todas as etapas deste processo, pois essas ações irão contribuir de forma efetiva no processo de ensino aprendizagem do aprendiz, como também atenderá as dimensões de avaliação institucional de acordo com o MEC, que irá envolver diversos atores, contemplando a organização didático pedagógica, o corpo docente, de tutores, técnico-administrativo e alunos, além das instalações

4 físicas e as metas de avaliação do desempenho dos alunos como também do curso oferecido como um todo. Dessa forma esta pesquisa vem colaborar com pontos de discussão importantes no cenário da educação na modalidade EAD, o qual o aluno se torna responsável pelo seu aprendizado e compartilha do seu conhecimento, construindo com os seus pares (alunos e professores) novos saberes, sendo o DI um dos fatores relevantes nesse processo. 1- Contextualização da EAD no cenário pedagógico A EAD está presente no contexto histórico da Humanidade e relacionase aos aspectos políticos, econômicos e socioculturais, que aliados ao desenvolvimento humano e sua busca na apropriação dos novos saberes e ao uso de novas tecnologias, contribuem para a transformação da sociedade e da educação através do tempo. A evolução social do homem confunde-se com as tecnologias desenvolvidas e empregadas em cada época. Diferentes épocas da história da humanidade são historicamente reconhecidas pelo avanço histórico correspondente. [...] O conhecimento científico da humanidade amplia o conhecimento sobre os recursos e cria permanentemente novas tecnologias cada vez mais sofisticadas. Moore e Kearsley. (2007, p.20). Para a autora Filatro (2010, pag.73), historicamente o design instrucional tem caminhado lado a lado com o desenvolvimento das teorias educacionais, formulando práticas de ensino alinhadas às descobertas científicas sobre a aprendizagem humana. A mesma (2010, p.4) descreve a aplicação prática do design instrucional na concepção e implementação de soluções educacionais em diferentes níveis: micro (unidades de estudo, atividades pedagógicas); meso (estrutura programas, cursos ou disciplinas) e macro (Projeto Político e Pedagógico de uma instituição em concordância com as diretrizes nacionais); sendo este último melhor abordado, pois nele encontra-se o papel do design instrucional como planejamento estratégico e flexível em um curso de EAD. Para Romiszowski (2004) a avaliação do design instrucional refere-se à reflexão crítica e sistemática sobre as informações obtidas no processo de planejamento didático, e utilização das informações para melhoria da qualidade dos materiais/ambientes de aprendizagem elaborados (Romiszowski, H. 2000, 2001).

5 No design instrucional, a avaliação contribui para a qualidade dos materiais didáticos e ambientes de aprendizagem, através de: obtenção de informações; utilização das informações; atendimento adequado à realidade e garantia de qualidade. Assim, para atender na prática aos pressupostos educacionais, a aplicação de um sistema de design instrucional requer uma visão integrada dos fundamentos dos vários campos que o incorporam: ciências humanas, da informação e comunicação e da gestão, a fim de atender ao Projeto Político Pedagógico de qualidade em cursos de EAD. 2 As dimensões da Aprendizagem na EAD A educação a distância, vem se apresentando numa dinâmica crescente, pois não há barreiras para esse modelo de ensino aprendizagem, mas exige conhecimento do mundo virtual com o uso das ferramentas e linguagens tecnológicas que promove integração e construção de conhecimentos com atividades que geram reflexão e autonomia do aluno em seu processo de aprendizagem. Para Nogueira e Moraes (2011), os ambientes virtuais de aprendizagem, por exemplo, possibilitam o acompanhamento da frequência e da produção de cada aluno. Contudo, partindo das ideias das autoras, a avaliação da aprendizagem na educação a distancia pode utilizar duas perspectivas: de produção individual dos alunos, que valoriza o produto final; e a avaliação baseada nas interações. Assim, produto (conteúdo) e processo (interações) são entendidos como duas faces da mesma realidade cognitiva (BASSANI e BEHAR, 2009, p. 101). Dessa forma, avaliar as dimensões da aprendizagem na modalidade EAD, mostra que o conteúdo deve ser atrativo, dinâmico, com linguagem clara e objetiva, favorecendo ao aluno o aprendizado. Com a aplicação do DI como um dos principais recursos educacionais e tecnológicos, podemos ter um processo de interação e colaboração eficaz, propiciando uma boa avaliação em todo processo pedagógico, pois esse instrumento irá apresentar quais decisões podem ser tomadas no ensino-aprendizagem do aluno para se obter melhores resultados.

6 Avaliação diagnóstica ou inicial Avaliação contínua ou formativa Avaliação final, somativa ou acumulativa Avaliação de Aprendizagem na EAD Permite conhecer o que o aluno já sabe sobre o conteúdo a ser desenvolvido numa disciplina. É feito um diagnóstico prévio do aluno, visando a conhecer a bagagem trazida por ele. Ela pode ser feita com a ajuda da plataforma no fórum ou num quiz ou ainda com a ajuda do tutor presencial numa atividade desenvolvida pelo professor. Acompanha o processo de aprendizagem. Ela é realizada durante o processo e visa checar os avanços na aprendizagem. Ela pode ser feita através de uma avaliação à distância (online) ou presencial, por meio de uma prova ou uma produção de texto, por exemplo. O importante é que, nesta hora, o professor informe ao aluno o resultado dessa avaliação. Acontece no final do processo e serve para mostrar o resultado, fazer um balanço somatório de uma ou várias sequências de trabalho de formação. Sua grande característica é a de classificar os avaliados tendo a perspectiva de conclusão em evidência. Os resultados desta avaliação servem para classificar, situar, informar e certificar. Fonte: Adaptado pela autora a partir da obra A Avaliação em Educação a Distância de Bragança (2014). Para que tudo ocorra de forma integrada, os meios tecnológicos devem atender as expectativas de todos os atores eficazmente. Para tanto, deverá ter uma boa plataforma com o ambiente virtual de aprendizagem, o material deve ser atrativo, proporcionando ao aluno uma eficiente compreensão pela linguagem utilizada. Em todo esse processo se percebe a importância do design instrucional nos projetos educacionais, pois a partir das atividades desenvolvidas, com um bom planejamento, metodologias, técnicas, atividades, materiais de aprendizagem, etc., é que irá garantir um ensino a distancia bem avaliado atendendo a todas as expectativas. Dessa forma, o papel do avaliador no processo de ensino aprendizagem se torna relevante, pois deve se preocupar com o planejamento de todo o processo, diagnosticando o seu público-alvo, analisando a participação do aluno e o seu desenvolvimento na construção de novos conhecimentos, promovendo sempre a interatividade, pois servirá de norte para verificar a necessidade de se planejar novas ações, no qual a aplicação do design instrucional irá contribuir para o ensino-aprendizagem do aluno e também para sua autonomia. Logo,se torna fundamental apresentarmos o quanto é imprescindível a Avaliação Institucional na modalidade EAD, que tem como objetivo a divulgação sobre a qualidade das instituições de nosso país.

7 Para Bragança (2014), a condução da Avaliação Institucional deve facilitar o processo de discussão e análise entre os participantes, divulgando a cultura de avaliação, fornecendo elementos metodológicos e agregando valor às diversas atividades do curso e da instituição como um todo. Para identificar na avaliação os aspectos fundamentais para a qualidade de um curso superior, a instituição deve desenhar um processo contínuo de avaliação quanto a sua organização didático-pedagógica, ao corpo docente, corpo de tutores, corpo técnico-administrativo e discentes, além das instalações físicas, meta de avaliação do desempenho dos alunos como também do desenvolvimento do curso em sua totalidade. As instituições de ensino devem aplicar o design instrucional em todas as etapas do seu projeto e enxergar a Avaliação Institucional como uma aliada que irá ajudá-la em todos os aspectos construtivos na melhoria de sua qualidade nos serviços prestados a sociedade, no processo pedagógico, na sua infraestrutura física e material, prevenindo os desgastes de sua imagem, agregando incentivos constantes de melhorias nos seus procedimentos e sistemas de gestão, faz parte das estratégias para manter a qualidade na construção do conhecimento. 3. Aplicação do DI na elaboração do material didático O Design Pedagógico ou Design Instrucional é uma área da pesquisa educacional que estuda formas de ajudar as pessoas a aprenderem melhor. A área envolve a metodologia voltada ao planejamento de currículos, programas de capacitação e de materiais didáticos em diferentes mídias e contextos de aprendizagem. A intenção dessa área de pesquisa é a realização de um planejamento sistemático, baseado em princípios científicos de comunicação, aprendizagem e de ensino que melhorem os materiais instrucionais elaborados. A condução do Design instrucional é realizada pelo profissional denominado Designer Instrucional (Filatro; Piconez, 2004, apud SILVA, [et al] 2014). No contexto da EAD, o Designer Instrucional dedica-se a planejar, preparar, projetar, produzir e publicar textos, imagens, gráficos, sons e movimentos, simulações, atividades e tarefas ancorados em suportes virtuais.

8 Esse profissional, geralmente especialista em Educação a Distância, é responsável pelo desenho pedagógico dos materiais didáticos, integrando uma equipe multidisciplinar (MALLMAN; CATAPAN, 2007 apud SILVA [et al], 2014). A elaboração de materiais didáticos precisa atentar para um grande número de variáveis, pois o designer instrucional lida com sistemas complexos e probabilísticos, nos quais nem tudo é previsível. Os designers instrucionais precisam estar atentos à realidade do contexto, analisá-la, avaliá-la. Há uma demanda por competência em enfoques de aprendizagem e princípios de ensino, e por criatividade no aproveitamento do potencial das novas tecnologias e essa é uma responsabilidade social com a aprendizagem e o ensino de qualidade na qual a avaliação é essencial. (Romiszowski, 2004) 4. A avaliação no Design Instrucional Segundo Silva (2014) para validar todo o modelo no DI, inicia-se a fase da avaliação cujo processo deverá ocorrer em dois níveis: do sistema e da aprendizagem. Para realizá-la, é preciso que sejam definidos os seus critérios, ou seja, deve-se estabelecer o quê e como avaliar: testes; questionários, enquetes, pesquisas e observações compõem um portfólio de instrumentos que devem ser devidamente confeccionados para que seus objetivos avaliativos sejam alcançados. Indagações que caracterizam a Avaliação: como o design será avaliado? Quem fará essa avaliação? Quais foram os problemas detectados na implementação? Que erros podem ser corrigidos? Em que medida o design instrucional pode ser aperfeiçoado? Que ações podem ser tomadas para possibilitar a continuidade do projeto ou novas edições? Em todo esse processo de avaliação, podemos perceber a importância do DI no projeto educacional, que irá assegurar a qualidade da aprendizagem dos alunos com os materiais didáticos adequados para construção e desenvolvimento de novos conhecimentos. Segundo Romiszowski (2004), a avaliação no design instrucional tem muitos pontos favoráveis a curto e em longo prazo, como: avaliação a curto prazo: ajuda na identificação de problemas/deficiências, criando a oportunidade para revisões pertinentes, no próprio processo de elaboração; e avaliação em longo prazo: a avaliação formativa ajuda no fornecimento de dados para a verificação da qualidade da

9 experiência educacional como um todo, facilitando até decisões de ordem institucional. Outra contribuição é na solidificação do corpo de conhecimento tanto no planejamento quanto da avaliação educacional, campos que ainda se ressentem com a escassez de conhecimentos que orientem a boa prática pedagógica com o uso de tecnologias interativas. Pesquisas e avaliações sobre o impacto das novas tecnologias na aprendizagem e no ensino são essenciais e devem ser incentivadas como oportunidades para melhoria educacional Com tantos pontos relevantes sobre as dimensões avaliativas institucionais e da aprendizagem, o foco principal é o aluno que está diretamente envolvido em todo o processo, pois é a partir desse ator, que a aplicação de métodos e técnicas pedagógicas, sistemas e infraestrutura articulados irão desenvolver e construir colaborativamente novos saberes numa perspectiva formativa do discente. Considerações Finais A EAD ao longo dos tempos tornou-se uma modalidade de ensino que rompe as barreiras da sala de aula para o mundo virtual. Nessa modalidade alguns aspectos relevantes se apresentam para identificar as novas metodologias pedagógicas adotadas, como também os sistemas de informação e comunicação que ganham cada vez mais espaço no contexto educacional. A relação entre as dimensões da avaliação institucional, a EAD e a aprendizagem vem corroborar com os novos perfis de alunos e professores nessa dinâmica de ensino e aprendizagem, onde as dimensões da aprendizagem requer um conteúdo que tenha uma linguagem clara e objetiva sendo interessante para o aluno, favorecendo-o no seu aprendizado. Para tanto, a aplicação do Design Instrucional é fundamental nesse processo pedagógico, pois é um dos principais recursos para se alcançar êxito na construção e interação de novos saberes. Nesse contexto as avaliações classificadas como diagnósticas, continuas e somativas, mostram a sua relevância quanto a necessidade de se ter uma boa plataforma para auxiliar o aluno no movimento circular da comunicação e interação nas suas atividades. Refletir sobre a dimensão da avaliação institucional e buscar entender o quanto pode impactar diretamente nos projetos educacionais, sobre a

10 qualidade do material didático, e o ensino e aprendizagem do aluno, requer das IES uma busca constante de aprimoramento em todo o seu sistema e metodologias. Podemos então entender que, para se obter sucesso, a instituição de ensino, não pode medir esforços quanto ao planejamento, organização, investimento em infraestrutura, coordenação e a aplicação do design instrucional, pois são pontos relevantes e cruciais para que todos os atores envolvidos possam ter êxito nas suas atribuições, conseguindo bons conceitos quando avaliadas, atendendo ao padrão de qualidade em seus métodos e processos pedagógicos que irão privilegiar o seu foco principal, o aluno. Referências Bibliográficas BRAGANÇA, Regina Célia Moreth A Avaliação em Educação a Distância disponível em <http://pigead.lanteuff.org/mod/folder/view.php?id=6227> Acesso em08 maio de 2014. BRASIL. Decreto 5.622/05. Brasília/DF: Presidência da República/Casa Civil, 2005. Disponível em:< http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/dec_5622.pdf. Acesso em 02/09/12. BRASIL. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm> Acesso em: 03 jul de 2014., Ministério da Educação e Cultura - Secretaria de Educação a Distância, Referenciais de qualidade para educação superior a distância. Brasília: 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/refead1.pdf> acesso em: 12 maio 2014. FILATRO, A., Design Instrucional Contextualizado, 3. ed., São Paulo: Ed. SENACSP, 2010, p. 216 ISBN: 9788573599329. MARCHELLI, Paulo Sérgio. O sistema de avaliação externa dos padrões de qualidade da educação superior no Brasil: considerações sobre os indicadores. Rio de Janeiro, v.15, n. 56, p. 351-372, julh./set.2007. Disponível em: <http://www.sciel.br/pdf/ensaio/v15n56/a04v1556.pdf> Acesso em 14 julho 2 014 NOGUEIRA, D. X. P., MORAES, R. A. Avaliação e educação a distancia: proposições de uma concepção formativa e emancipatória. Disponível em: <http://reposital.cuaed.unam.mx:8080/jspui/bitstream/123456789/2893/1/pamplona%20nogueir a,%20danielle%20xabregas.pdf> Acesso em: 10 julho 2014 ROMISZOWSKI, P., H., Avaliação no Design Instrucional e Qualidade da Educação a Distância: qual a relação? - Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância, São Paulo, ABED - Associação Brasileira de Educação a Distância, fev. 2004, v.3, p.01-07. ISSN - 1806 1362. Disponível em: <http://www.abed.org.br/revistacientifica/revista_pdf_doc/2004_avaliacao_romiszowski.pdf> acesso em: 27 abr.2014. SILVA, A.R.L., PFEIFFER, C., BASTOS, E.; VASCONCELLOS, S.M. A relevância do design instrucional do material didático para Web: relato de um estudo de caso. Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância- ABE vol. 13 - Outubro 2014