Efeitos da resistência muscular localizada visando a autonomia funcional e a qualidade de vida do idoso

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Transcrição:

EISSN 1676-5133 doi:10.3900/fpj.1.3.29.p Efeitos da resistência muscular localizada visando a autonomia funcional e a qualidade de vida do idoso Artigo Original Jani Cléria Bezerra de Aragão Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência da Motricidade Humana da Universidade Castelo Branco/RJ janicba@bol.com.br Estélio Henrique Martin Dantas Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência da Motricidade Humana da Universidade Castelo Branco-RJ Bolsista de Produtividade em Pesquisa (CNPq) 2A estélio@ism.com.br Bernardo Henrique Alexander Dantas Acadêmico de Educação Física (UCB-RJ) Bolsista de Iniciação Científica (CNPq) badantas@openlink.com.br Aragão, J.C.B.; Dantas, E.H.M.; Dantas, B.H.A. Efeitos da resistência muscular localizada visando a autonomia funcional e a qualidade de vida do idoso. Fitness & Performance Journal, v.1, n.3, p.29-37, 2002. RESUMO: Os transtornos causados pela perda progressiva da autonomia refl etem-se nos diversos domínios na vida do geronte, provocando conseqüências como uma motricidade desequilibrada e precária. As manifestações à cerca da motricidade humana buscam melhorar a qualidade de vida dos indivíduos. Baseando-se nestas informações, este estudo tem como objetivo investigar os efeitos da resistência muscular localizada (RML) dos membros inferiores, superiores e coluna dorsal, visando a autonomia funcional no desempenho das atividades da vida diária (AVDs) e a qualidade de vida (QV), em indivíduos idosos. O grupo, de características homogêneas, foi composto por 114 mulheres acima de 60 anos de idade, selecionadas aleatoriamente em centros de atividades para idosos, da Zona Oeste da Cidade do Rio de Janeiro. Esse grupo foi submetido a uma única sessão de testes e entrevista para mensurar as variáveis RML, AVDs e QV. Na avaliação da RML, utilizou-se o tempo de execução dos Testes de Avaliação da Resistência Muscular Localizada (TARMLo): a. agachamento com pernas alternadas; b. extensão estática do tronco; e c. extensão de braços modifi cada. Na avaliação das AVDs, foram utilizados os Testes de Avaliação Funcional nas Atividades da Vida Diária (TAFAVDs) compostos por: caminhar 10 metros (C10M); Time Up & Go Test (TUG); levantar se da posição sentada (LPS) e levantar se da posição decúbito ventral (LPDV); e o Questionário Senior de Atividades Físicas (QSAF). Para a avaliação da variável QV, adotou-se o Questionário de Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL). Para a descrição das variáveis de cunho discreto, utilizou-se a estatística descritiva. Para analisar o grau de homogeneidade dos dados utilizou-se o teste post-hoc da curtose. Ainda foi utilizado o teste Não Paramétrico Qui-Quadrado, através do qual fez-se uma análise de cruzamento das respectivas classifi cações, tomadas dois a dois. O nível de signifi cância adotado foi de p <0,05, isto é,95% de certeza para as afi rmativas e/ou negativas denotadas durante as investigações. Os resultados encontrados demonstram haver correlação signifi cativa entre as variáveis QV e TAFAVDs (p=0,01158); TAFAVDs e TARMLo (p=0,01873); TAFAVDs e QSAF (p=0,01773); e TARMLo e QSAF (p=0,00253). A análise dos dados revelou que indivíduos com autonomia no desempenho das AVDs possuem melhor qualidade de vida e que quanto maior o estado de resistência muscular localizada de um indivíduo, melhor a autonomia no desempenho das AVDs e melhor a autonomia exprimida pela autopercepção. Palavras-chave: idoso, resistência muscular localizada, autonomia, qualidade de vida. Endereço para correspondência: Data de Recebimento: março / 2002 Data de Aprovação: abril / 2002 Copyright 2002 por Colégio Brasileiro de Atividade Física, Saúde e Esporte. Fit Perf J Rio de Janeiro 1 3 29-37 mai/jun 2002

ABSTRACT Effects of localized muscle resistance aiming the functional independence and quality of life of the elders The disorders caused by the progressive loss of independence are reflected on the various areas of the aged person s life, with consequences such as an unsteady and poor motricity. The interest for human motricity has been an attempt to improve the individuals life quality. Based on this information, the purpose of this study is to investigate the effects of the localized muscle resistance (RML) of lower limbs, upper limbs and dorsal column, aiming at the functional independence in the performance of daily life activities (AVDs) and life quality (QV) in aged individuals. The group, presenting homogenous characteristics, was formed by 114 women above 60 years of age, randomly selected in activity centers for the elderly, in the West Zone of the City of Rio de Janeiro. This group was submitted to one single session of tests and interview to measure the RML, AVDs and QV variables. The evaluation of the RML employed the performance time in the Localized Muscle Resistance Evaluation Tests (TARMLo): a. alternate leg squatting; b. static trunk extension; and c. modified arm extension. The evaluation of AVDs used the Daily Life Activities Functional Evaluation Tests (TAFAVDs) comprising: 10 meter walk (C10M); Timed Up & Go Test (TUG); rising from sitting position (LPS) and rising from ventral decubitus (LPDV); and Senior Questionnaire of Physical Activities (QSAF). The World Health Organization Quality of Life Questionnaire (WHO- QOL) was adopted for the evaluation of the QV variable. Descriptive statistics was used for the description of discrete variables. The curtosis post-hoc test was used to analyse the data homogeneity degree. The Square-Khi Non-Parametric Test was also used, with the consequent cross-analysis of the relevant classifications, taken two by two. The significance level adopted was p <0,05, that is, 95% of certainty for affirmatives and/or negatives indicated during investigations. The results found show that there is a significant correlation between the variables QV and TAFAVDs (p=0,01158); TAFAVDs and TARMLo (p=0,01873); TAFAVDs and QSAF (p=0,01773); and TARMLo and QSAF (p=0,00253). Data analysis revealed not only that individuals with independence in the AVDs performance have a better life quality; but also that a greater state of localized muscle resistance of an individual is directly proportional to a better independence in his performance of AVDs, and to a better independence expressed by self-perception. Keywords: aged people, localized muscle resistance, independence, quality of life. RESUMEN Efectos de la resistencia muscular localizada procurando la autonomía funcional y la calidad de vida del anciano Los trastornos causados por la pérdida progresiva de la autonomía se reflejan en los diversos dominios en la vida del anciano, provocando consecuencias como una motricidad desequilibrada y precaria. Las manifestaciones acerca de la motricidad humana buscan mejorar la calidad de vida de los individuos. Basándose en estas informaciones, el estudio tuvo por objetivo investigar los efectos de la resistencia muscular localizada (RML) de los miembros inferiores, superiores y columna dorsal, procurando la autonomía funcional en el desempeño de las actividades de la vida diaria (AVDs) y la calidad de vida (QV), en individuos ancianos. El grupo, de características homogéneas, estaba compuesto por 114 mujeres sobre los 60 años de edad, seleccionadas aleatoriamente en centros de actividades para ancianos, de la Zona Oeste de la Ciudad de Rio de Janeiro. Este grupo fue sometido a una única sesión de pruebas y entrevista para mensurar las variables RML, AVDs y QV. En la evaluación de la RML, se utilizó el tiempo de ejecución en las Pruebas de Evaluación de la Resistencia Muscular Localizada (TARMLo): a. agachamiento con piernas alternadas; b. extensión estática del tronco; y c. extensión de brazos modificada. En la evaluación de la AVDs, fueron utilizadas las Pruebas de Evaluación Funcional en las Actividades de la Vida Diaria (TAFAVDs) compuesto por: caminar 10 metros (C10M); Time Up & Go Test (TUG); levantarse de la posición sentada (LPS) y levantarse de la posición decúbito ventral (LPDV); y el Cuestionario Senior de Actividades Físicas (QSAF). Para la evaluación de la variable QV se adoptó el Cuestionario de Calidad de Vida de la Organización Mundial de la Salud (WHOQOL). Para la descripción de las variables de cuño discreto, se utilizó la estadística descriptiva. Para analizar el grado de homogeneidad de los datos se utilizó la prueba post-hoc de la curtosis. Además fue utilizada la prueba No Paramétrica Qui-Cuadrado, a través de la cual se hizo un análisis de cruzamiento de las respectivas clasificaciones, tomadas dos a dos. El nivel de significancia adoptado fue de p <0,05, esto es, 95% de certeza para las afirmativas y/o negativas, denotadas durante las investigaciones. Los resultados encontrados demuestran haber correlación significativa entre las variables QV y TAFAVDs (p=0,01158); TAFAVDs y TARMLo (p=0,01873); TAFAVDs y QSAF (p=0,01773); y TARMLo y QSAF (p=0,00253). El análisis de los datos reveló que individuos con autonomía en el desempeño de las AVDs poseen mejor calidad de vida y que canto mayor es el estado de resistencia muscular localizada de un individuo, mejor es la autonomía en el desempeño de las AVDs y mejor la autonomía expresada por la auto-percepción. Palabras clave: ancianos, resistencia muscular localizada, autonomía, calidad de vida. INTRODUÇÃO A população idosa é a que cresce mais rapidamente, ou seja, em torno de 3,46% ao ano. Compreende-se por indivíduo idoso aquele que tem a idade igual ou superior a 60 anos (LEI N 8842, 1994; WHO, 1998b), que já passou pelo processo fi siológico de crescimento e de desenvolvimento, teve seu início ao nascer e que somente fi ndará com a morte, levando o organismo a sofrer alterações biológicas, psicológicas e sociais, advindas de diversos fatores: genético, estilo de vida, doenças crônicas, desequilíbrio gradual, que podem interagir com outras causas (SHEPARD, 2001). Segundo a Tábua Vida do IBGE, divulgada em 3 de dezembro de 2000, na última década a população brasileira experimentou um acréscimo de 2,6 anos, na sua expectativa de vida, quando passou de 66,0 anos em 1991, para 68,6 anos, em 2000, superando assim a projeção do órgão de estatística americano que limitava a expectativa de vida a 62, 9 anos de idade para o mesmo ano. O aumento na expectativa de vida efetivou-se em todas as idades, para homens e mulheres, mas observa-se um acréscimo expressivo no que tange à população feminina, que possuía, em 1991, uma vida média ao nascer 7,2 anos superior à dos homens, havendo um incremento, em 2000, neste diferencial para 7,8 anos. Assim, a esperança de vida para as mulheres, em 2000, é de 72,6 anos, enquanto que para homens fi ca em 64,8 anos (TABELA 1). Ao longo dos tempos, o ser humano usou todo tipo de artifício, racional ou místico para estender sua existência (longevidade). Atualmente, tem-se a certeza de que um indivíduo saudável pode viver de 110 a 120 anos. Esta longevidade foi infl uenciada pelo desenvolvimento socioeconômico-cultural e tecnológico. Diversos 30 Fit Perf J, Rio de Janeiro, 1, 3, 30, mai/jun 2002

Tabela 1 - BRASIL - Esperanças de Vida ao Nascer 1991-2000 Anos de referência Ambos os sexos Homens Mulheres 1991 66,0 62,6 69,8 1998 68,1 64,4 72,0 1999 68,4 64,6 72,3 2000 68,6 64,8 72,6 Fonte: IBGE, Diretoria de Departamento de População e Indicadores Sociais estudos têm investigado que a longevidade depende de diversos fatores, dentre eles a nutrição, o nível de atividade geral e a atividade física, isolados ou em conjunto (NIA, 1996). O impacto negativo de uma vida longeva surge da possibilidade da pessoa sofrer de doenças crônico-degenerativas e fragilidade física, que em muitos momentos põe em questão se a vida pode ser desfrutada em toda sua abrangência estando, o indivíduo, sob as condições de morbidade, que reprimem tantas atividades (WHO, 2001a). As alterações ocasionadas pelo desequilíbrio encaminham este ser a uma redução gradual de suas capacidades de adaptação e de desempenho psicofísicas, ocasionando, com raras exceções, uma baixa na autonomia funcional, na independência, na auto-imagem, na auto-estima e conseqüentemente, na qualidade de vida (WHO, 1999b). A atividade física é um instrumento usualmente utilizado para prevenir ou reverter a síndrome da fragilidade. Segundo o ACSM (1998), participar de um programa efetivo de atividade física aumenta e melhora a capacidade funcional, a função cognitiva, alivia os sintomas de depressão como também estimula a auto imagem e a auto efi ciência. Perder a independência e a autonomia nas atividades da vida diária (AVDs) tem como forte conseqüência uma motricidade desequilibrada e precária, provocando, no idoso, um desajuste psicossocial, gerando não só doenças relativas à motricidade mas também psicológicas (BUCHNER, D. M., 1997). A manutenção da independência e autonomia funcional nas diversas atividades da vida diária (AVDs) proporciona ao senescente motricidade equilibrada e ajustamento psicossocial na manifestação da ergomotricidade, sem a qual estaria sujeito a doenças e desconfortos, limitando, assim, sua auto-imagem, saúde e, conseqüentemente, a qualidade de vida. A energia do corpo humano necessita estar proporcionalmente eqüitativa para haver perfeita funcionalidade psicofi siológica (DANTAS, 2001). No sentido de obter saúde, mediante a autonomia alcançada pelo desempenho de atividade física, diversos pesquisadores têm se esforçado para tentar defi nir qual a condição física que determina um melhor desempenho nas AVDs, que poderia ser defi nida como triangulação saudável (FIGURA 1). O ACSM (1990) considera que o Fitness Físico depende de RML, de Força, de Resistência Aeróbica, de Flexibilidade e da Composição Corporal. Conclui se então que há uma necessidade de se reduzir a dependência de indivíduos idosos através da melhoria da condição de vida, da educação, da atenção à saúde e da atividade física, podendo esta ter como base a RML, que é um parâmetro de importância, embora tenha recebido pouca atenção da literatura, constituindo-se numa medida mais prática para ser relacionada às atividades da vida diária (AVDs), autonomia e independência em idosos (BEMBEN, M. G. e col., 1996). Proporcionar aos indivíduos idosos autonomia nas suas AVDs, saúde e qualidade de vida são os propósitos determinados por qualquer que seja o programa de atividade física. Logo, o aumento da resistência muscular,está intimamente envolvido na melhora de funções neuromusculares, mantendo e otimizando a mobilidade e as AVDs (ADAMS e col., 2000), obtendo assim uma melhora na saúde, no bem-estar e, conseqüentemente, na qualidade de vida, ou seja, garantindo um estilo de vida ativo, que é o novo paradigma na prescrição de exercícios (FRANKLIN, 2001), também defendido pela Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, que enfatizam a participação em exercícios na maioria dos dias da semana para obtenção dos benefícios da saúde (NÓBREGA e col., 1999). A presente pesquisa que está inserida na manifestação da Ergomotricidade tem como objetivo analisar os efeitos da resistência muscular localizada sobre a autonomia funcional no desempenho das atividades da vida diária e na qualidade de vida do indivíduo idoso. AUTONOMIA NAS ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA Um dos fatores motivacionais que leva um indivíduo a procurar uma atividade física efetiva é a manutenção da saúde (DANTAS, 1997), que de acordo com a WHO (1958, p. 459) é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade. As pessoas necessitam ser ativas para serem saudáveis. O estilo de vida moderno e todas as suas conveniências transformaram o ser humano em sedentário, o que é perigoso para sua saúde. Os hábitos adotados como sentar-se em frente à televisão ou ao computador, percorrer de carro pequenas distâncias, utilizar elevadores e não escadas ou rampas são atitudes que conduzem a inatividade e que são tão prejudiciais para a saúde, quanto o vício de fumar. De acordo com o CANADIAN SOCIETY FOR EXERCISE PHYSIO- LOGY, a atividade física não precisa ser vigorosa para melhorar a saúde e ainda determina que acumulando 60 minutos de atividade física por dia o indivíduo fi ca muito mais saudável. Viver de maneira autônoma e independente signifi ca ser capaz de fazer qualquer atividade quando tiver vontade mantendo-se forte e em movimento. Participar de um programa de exercício regular é uma intervenção efetiva na redução ou prevenção dos Figura 1 - Triangulação Saudável Fit Perf J, Rio de Janeiro, 1, 3, 31, mai/jun 2002 31

declínios associados ao envelhecimento (ACSM, 1998). Assim, o fi tness físico poderia ser visto não somente como aptidão física, mas como um comportamento saudável constituído por um conjunto de fatores capazes de promover a saúde, o bem-estar físico e a qualidade de vida dos indivíduos (DANTAS, 1994). Portanto, manter o envolvimento em programas de exercícios regulares pode proporcionar inúmeros benefícios fi siológicos, psicológicos e sociais, contribuindo para uma saúde melhor, um estilo de vida independente, melhorando a capacidade funcional e a qualidade de vida dos gerontes (ACSM, 1998). Se os indivíduos pudessem envelhecer mantendo se autônomos e independentes, as difi culdades seriam minimizadas para eles, para a família e para a sociedade. Um efeito conhecido do avanço da idade é a gradual redução das funções musculares, logo do desempenho das atividades da vida diária (AVDs). Recentes pesquisas comprovam que mesmo indivíduos bem idosos podem se benefi ciar dos exercícios aumentando não só a resistência e a força muscular, mas também o equilíbrio e a mobilidade, assim reduzindo os riscos de quedas (BUCHNER, 1997; IMUTA e col., 1998). Segundo FARINATTI (1997), a preocupação com o declínio funcional gradual associado ao envelhecimento é uma constante da população por ser um processo universal, onde ninguém, não importando o que faça ou onde viva, escapará de seus efeitos. Sob os aspectos da saúde, o referido autor constata que um dos campos mais úteis de discussão refere-se às relações entre um estilo de vida ativo e a manutenção de uma vida autônoma durante a velhice. A opinião é que os indivíduos idosos são mais felizes quando ativos na sociedade, o que provém da organização de condições que lhes permitam atuar de maneira independente. As limitações vivenciadas pelas perdas orgânicas relacionadas ao envelhecimento abalam a segurança e auto-estima, afetando de forma negativa a auto-imagem. Ao aceitar a idéia da promoção de saúde como um referencial para o estudo da autonomia, FARINATTI (1997) distingue três níveis de expressão de autonomia que tanto podem estar distintos como interligados: uma autonomia de ação, incorporando a noção de independência física, possibilitando ao indivíduo a capacidade de mover-se sem obstáculos ou constrangimentos físicos; uma autonomia de vontade, correspondendo às possibilidades de auto-determinação, proporcionando ao indivíduo a opção de escolha; e uma autonomia de pensamento, representando a diferença entre autonomia e liberdade, permitindo o julgamento de uma situação qualquer. E determina:...o objetivo não é discutir uma autonomia completa, ideal, utópica. Pretendemos aderir à realidade, reconhecendo a existência de graus de autonomia. Ser realista é ter em mente os obstáculos que se colocam ao exercício da autonomia, assim como aceitar o seu valor relativo: como a saúde, a autonomia deve ser constantemente mantida e defendida. RESISTÊNCIA MUSCULAR LOCALIZADA Resistência muscular é a qualidade física que dota um músculo da capacidade de executar uma quantidade numerosa de contrações sem que haja diminuição na amplitude do movimento, na freqüência, na velocidade e na força de execução, resistindo ao surgimento da fadiga muscular localizada (DANTAS, 1998, p.172). A resistência muscular representa a melhor medida da capacidade funcional para um músculo ou grupamento muscular. A melhora na resistência muscular é importante porque algumas reduções nas atividades funcionais dos adultos idosos parecem estar relacionadas à incapacidade do indivíduo em manter esforços repetitivos, necessários para continuar atividades da vida diária. Isso parece ser, parcialmente, devido ao adulto idoso ter relativa fraqueza nos membros inferiores e necessitar desempenhar quase uma força máxima para sustentar uma atividade. A perda de uma pequena parcela de força por causa da fadiga resultará numa resistência muscular, signifi cativamente, reduzida. Para ADAMS e col. (2000) o incremento da resistência muscular localizada em idosos pode levar à melhora na habilidade para desempenhar tarefas submáximas e atividades recreacionais, assim como o aumento de todos os aspectos de aptidão muscular pode levar ao incremento da independência e da habilidade em desempenhar atividades da vida diária. A RML é um importante parâmetro da função neuromuscular que tem recebido pouca atenção da literatura (BEMBEN, 1998), mas que pode fornecer uma medida mais prática da função muscular relacionada às atividades da vida diária, do que a força muscular, especialmente em indivíduos idosos (BEMBEN, 1996). QUALIDADE DE VIDA Os avanços tecnológicos e científi cos decorrentes da Revolução Industrial proporcionaram, por meio de ações urbanísticas e sanitárias, aliadas aos avanços da medicina, a redução da taxa de mortalidade mundial através do controle de doenças, obtendo-se, assim, melhora na qualidade de vida e aumento na longevidade (FURTADO, 1997). De acordo com NOVAES (1997), é mister conceituar expectativa de vida associando-a à idéia de expectativa de vida útil, ativa, produtiva, com bem-estar. O aumento da expectativa de vida deve associar-se ao conceito de qualidade de vida que, segundo a OMS (1994), é a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Assim, qualidade de vida seria uma opção pessoal, defi nida de acordo com as esperanças e possibilidades de cada indivíduo, logo, sendo sujeita a constantes reformulações. Sendo assim, ainda segundo NOVAES (1997), possuidora de dinâmica própria, a qualidade de vida deve ser respeitada pela sua individualidade, devendo-se evitar modelos obrigatórios e impenetráveis. Para NAHAS (1997), qualidade de vida (QV) é um conceito complexo, multideterminado e que deve ser interpretado de modo contínuo, não como uma dicotomia (ter ou não ter QV). O referido autor ainda cita ser a qualidade de vida resultante da inter-relação de fatores que modelam e diferenciam o dia-a-dia dos indivíduos, sob os aspectos das percepções, relacionamentos e pelas situações vivenciadas. E defi ne que qualidade de vida pode ser considerada como resultante de um conjunto de parâmetros individuais, sócio-culturais e ambientais que caracterizam 32 Fit Perf J, Rio de Janeiro, 1, 3, 32, mai/jun 2002

as condições em que vive o ser humano, uma comunidade ou uma nação. A hereditariedade defi ne o potencial de crescimento, aptidões e longevidade que são fatores individuais. Já as características alimentares, a maneira como sustentar situações de estresse e o nível de atividade física são fatores do estilo de vida, portanto modifi cáveis, que podem alterar a qualidade de vida (NAHAS, 1997). DANTAS (1997) conceitua qualidade de vida como função das carências que a pessoa apresenta. Pode-se, portanto, defi nir o nível de qualidade de vida como o grau de atendimento das necessidades existentes. Assim, como ele próprio diz, só se busca a satisfação de uma necessidade superior quando a anterior já tiver sido atendida. Assim, ainda segundo o autor, somente tendo garantidas as condições de subsistência e segurança, é que um indivíduo constituirá a atividade física como fator de melhoria de qualidade de vida, pois esta, pelo caráter motivacional, proporciona prazer. Assim, com poucas horas semanais de atividade física uma pessoa poderá ter seu otimismo potencializado e o seu nível de estresse diminuído, melhorando a qualidade de vida. METODOLOGIA O presente trabalho atende as normas para a realização de pesquisa em seres humanos, Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde de 10/10/1996 (Brasil, 1996) e teve seu projeto de pesquisa submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Castelo Branco após haver passado pela pré-qualifi cação, sendo aprovado na reunião do 2º semestre de 2001. A pesquisa é um estudo descritivo correlacional. A amostra foi selecionada entre indivíduos idosos do sexo feminino com idade igual ou superior a 60 anos, aposentadas, ou não, de qualquer classe econômica, moradoras da Zona Oeste da Cidade do Rio de Janeiro, freqüentadoras de centros de atividades físicas, desde que não estivessem praticando exercícios de contra-resistência há pelo menos três meses. Foram excluídos da pesquisa indivíduos que portassem qualquer tipo de patologia que pudesse comprometer ou que tornasse fator de impedimento para a realização dos testes, tais como cardiopatias, diabetes, hipertensão arterial e asma não controladas. Quaisquer condições musculoesqueléticas que pudessem servir de fator interveniente à prática da atividade (osteoartrite, fratura recente, tendinite e uso de prótese), problemas neurológicos e o uso de medicamentos, que pudessem causar distúrbios da atenção, foram considerados critérios de exclusão. Tais critérios foram identifi cados através de entrevista com os indivíduos. Após esta primeira etapa, a amostra contou com um quantitativo de 114 mulheres idosas. Todos os participantes do estudo concordaram em assinar o Termo de Participação Consentida (contendo: objetivo do estudo, procedimentos de avaliação, possíveis conseqüências, procedimentos de emergência, caráter de voluntariedade da participação do sujeito e isenção de responsabilidade por parte do avaliador e da instituição). Na próxima etapa, foram realizadas as Medidas Antropométricas e Avaliação da Composição Corporal, que seguiram os seguintes parâmetros: a. massa corporal; b. estatura; c. perímetros; d. índice de massa corporal;e e. avaliação da composição corporal. Esta avaliação caracterizou a amostra quanto a sua homogeneidade. Para a avaliação da Resistência Muscular Localizada foram selecionados três dos testes de uma bateria que avalia as habilidades relacionadas à saúde para adultos (SUNI e col., 1998). Os testes executados têm relação direta com os objetivos da pesquisa e receberam a denominação de Testes de Avaliação da Resistência Muscular Localizada (TARMLo): a. agachamento de joelhos alternados, para avaliar a força funcional do extensor da perna; b. extensão estática do tronco, para avaliar a capacidade de resistência dos músculos extensores do tronco; e c. extensão dos braços modifi cada, para avaliar a resistência muscular dinâmica dos músculos da extremidade superior e a habilidade para estabilizar o tronco. Na avaliação da Autonomia Funcional no Desempenho das AVDs foram selecionados quatro testes, que receberam a denominação de Testes de Avaliação Funcional nas Atividades da Vida Diária (TAFAVDs), que o indivíduo deveria executar no menor tempo possível: a. caminhar 10 metros (SIPILÄ e col. (1996); b. Timed Up & Go Test, levantar se de uma cadeira e caminhar uma distância de três metros, em linha reta, retornar e sentar se novamente (PODSIADLO & RICHARDSON, 1991; OKUMIYA e col., 1996); c. levantar se cinco vezes de uma cadeira sem auxílio das mãos (GURALNIK e col.1994; 1995); e d. levantar se, fi cando de pé, partindo da posição de decúbito ventral (ALEXANDER e col., 1997). Estes testes foram selecionados pela importância na relação com a autonomia e independência funcional na vida do idoso, observando características de velocidade de deslocamento, como preditor de queda e como preditor de morbidade e mortalidade. Ainda na avaliação da autopercepção da autonomia foi utilizado o Questionário Senior de Atividades Físicas (QSAF) (FARINATTI, 2000), que consiste de 17 itens distribuídos em quatro etapas: Parte I O que o entrevistado faz; Parte II O que o entrevistado deve fazer; Parte III O que o entrevistado deseja fazer; e Parte IV Ponto de vista do entrevistador. A qualidade de vida dos indivíduos foi avaliada utilizando-se o questionário WHOQOL-100 (WHO, 1998) composto de 100 questões que avaliam os seis domínios: físico, psicológico, independência, relações sociais, ambiente e aspectos espirituais / religião / crenças pessoais. O questionário WHOQOL-100 trata-se de um instrumento da Organização Mundial de Saúde (OMS), validado pelo Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul FAMED/ UFRGS, tendo avaliado aspectos relativos à qualidade de vida do indivíduo no âmbito biopsicossocial. Este questionário baseiase no pressuposto de que qualidade de vida é um construto subjetivo, multidimensional, composto por dimensões positivas (mobilidade) e negativas (dor) (OMS, 1998). TRATAMENTO ESTATÍSTICO O emprego de técnicas da Estatística Descritiva visou caracterizar o universo amostral pesquisado. Para a descrição das variáveis de cunho discreto, utilizou-se a distribuição de freqüência. Quanto às de natureza contínua, isto é, aquelas que obedecem a um sistema métrico bem defi nido e normatizado, seguiram-se os Fit Perf J, Rio de Janeiro, 1, 3, 33, mai/jun 2002 33

parâmetros estatísticos básicos - tamanho da população, média, desvio padrão, valores máximos e mínimos. A segunda parte do Tratamento Estatístico corresponde à parte inferencial do estudo. Para tanto, utilizou-se o teste Não Paramétrico Qui-Quadrado, no sentido de comparar e verifi car possíveis relações funcionais entre as diversas distribuições de freqüências. Ainda, para os dados de natureza contínua, utilizou-se o teste post-hoc de curtose para análise e verifi cação do grau de homogeneidade das médias, bem como o teste de assimetria para avaliação do grau de simetria das respectivas distribuições. Objetivando a medição dos testes, o presente trabalho pautou-se em consonância com as considerações básicas do tratamento estatístico, e para manter a cientifi cidade da pesquisa, considerou-se o nível de signifi cância de p < 0,05, isto é, 95% de certeza para as afi rmativas e/ou negativas, denotadas durante as investigações. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS A seguir serão mostrados os resultados, segundo os dados estatísticos básicos de descrição das tabelas de freqüências e dos valores médios das variáveis consideradas no presente estudo. A TABELA 2 apresenta as características da amostra, onde se observa uma homogeneidade quanto aos seus caracteres. A TABELA 3 apresenta as características quanto aos domínios da qualidade de vida no WHOQOL-100, que assim são distribuídos: Dom 1 Físico; Dom 2 Psicológico; Dom 3 Nível de Independência; Dom 4 Relações Sociais; Dom 5 Ambiente; Dom 6 Aspectos Espirituais/ Religião/ Crenças Pessoais. Ao analisar os dados, classifi caram-se os indivíduos com nível igual ou superior a 14 como sendo detentores de qualidade de vida Sufi ciente (57,9%), enquanto que aqueles que apresentaram condições inferiores foram classifi cados como Insufi ciente (42,1%). A TABELA 4 apresenta as características quanto à autonomia nos TAFAVDs, que assim são representados: C10M caminhar 10 metros; TUG Timed Up & Go Test, levantar se de uma cadeira e caminhar uma distância de três metros, em linha reta, retornar e sentar se novamente; LPS levantar se cinco vezes de uma cadeira sem auxílio das mãos; e LPDV levantar se, fi cando de pé, partindo da posição de decúbito ventral. Na análise dos resultados, os indivíduos foram classifi cados como tendo a sua autonomia funcional no desempenho das atividades da vida diária nos TAFAVDs como Muito Bom - Escore z 1,4526 (50%); Bom - 1,4526 < Esc.z 1,8188 (24,6%); Regular - 1,8188 < Esc.z 2,8345 (24,6%); e Insufi ciente - 2,8345 < Esc z (0,9%). A TABELA 5 é representada pelas características dos padrões de resistência muscular localizada nos TARMLo, que são representados: AGC Agachamento; EXTB Extensão de Braços; e EXTT Extensão de Tronco. Na análise dos resultados, os indivíduos foram classifi cados como tendo a sua resistência muscular nos TARMLo como Muito Bom - 1,9430 < Esc z (25,4%); Bom - 1,4048 < Esc.z 1,9430 (24,6%); Regular - 1,0956 < Esc.z 1,4048 (24,6%); e Insufi ciente - Escore z 1,0956 (25,4%). A TABELA 6 apresenta as características quanto à autonomia no QSAF, que assim é representada: PA capacidade cardiorrespiratória; FO força de membros superiores; e IEA índice de autonomia exprimida. Na análise dos resultados, os indivíduos foram classifi cados como tendo a sua autonomia exprimida como Muito Bom - 6,0965 < Esc z (25,4%); Bom - 2,5370 < Esc.z 6,0965; Regular - Tabela 2 - Características da Amostra Estatística Idade DC % G Peso Altura IMC MCG MCM n 114 114 114 114 114 114 114 114 Média 67,0 110,4 22,7 67,6 1,60 26,5 15,5 52,1 D.P 5,0 33,7 5,2 11,1 0,07 4,09 5,2 8,0 Mínimo 60 42 12,2 44 140 16,7 5,9 29,9 Máximo 81 206 37,3 107 180 39,2 34,7 72,3 Curtose -0,59-0,06-0,06 1,0 0,5 1,02 2,1 0,3 Res.Curt Homo Homo Homo Homo Homo Homo Homo Homo Assimetria 0,4 0,4 0,4 0,5-0,1 0,5 1,1 0,2 Res.Ass Simétrica Simétrica Simétrica Simétrica Simétrica Simétrica Simétrica Simétrica Tabela 3 - Características Quanto à Qualidade de Vida Estatística Dom1 Dom2 Dom3 Dom4 Dom5 Dom6 Dom_Med n 114 114 114 114 114 114 114 Média 12,9 14,5 12,4 13,5 13,5 18,5 14,2 D.P 1,4 1,8 1,8 2,0 1,5 1,9 1,2 Mínimo 9,7 9,0 8,3 8,3 9,1 12,0 11,3 Máximo 15,3 17,4 16,0 17,7 16,3 20,0 16,6 Curtose -0,7 0,1-0,4 0,1-0,4 0,3-0,8 Res.Curt Homo Homo Homo Homo Homo Homo Homo Assimetria -0,5-0,4-0,4-0,7-0,4-1,1-0,1 Res.Ass Assimétrica Simétrica Simétrica Assimétrica Simétrica Assimétrica Simétrica 34 Fit Perf J, Rio de Janeiro, 1, 3, 34, mai/jun 2002

1,7703 < Esc.z 2,5370 (24,6%); e Insufi ciente - Escore z 1,7703 (25,4%). Para analisar os cruzamentos das respectivas classifi cações, utilizou-se o Teste Paramétrico Qui-Quadrado, e os resultados encontrados com suas respectivas signifi câncias p são apresentados na TABELA 7, onde a representa QV; b Autonomia; c RML; e d IAE. Os resultados entre os cruzamentos das diferentes classifi cações denotam existir relação direta entre as classifi cações dos parâmetros QV e TAFAVDs (sig.p = 0,011582 < 0,05). Não existe relação direta entre as classifi cações dos parâmetros QV e Figura 2 - Distribuição dos Domínios da Qualidade de Vida TARMLo (sig.p = 0,886782 > 0,05). Não existe relação direta entre as classifi cações dos parâmetros QV e QSAF (sig.p = 0,521491 > 0,05). Existe relação direta entre as classifi cações dos parâmetros TAFAVDs e TARMLo (sig.p = 0,018732 < 0,05). Existe relação direta entre as classifi cações dos parâmetros TAFAVDs e QSAF (sig.p = 0,017727 < 0,05). Existe relação direta entre as classifi cações dos parâmetros TARMLo e QSAF (sig.p = 0,002534 < 0,05). Dos resultados acima, denota-se que somente para os cruzamentos QV e TARMLo e QV e QSAF não apresentaram correlação (p < 0,05), para os demais cruzamentos a existência de correlação foi signifi cativa. Figura 3 - Distribuição dos Índices de Autonomia Tabela 4 - Características Quanto à Autonomia nos TAFADVs Estatística C10M TUG LPS LPDV n 114 114 114 114 Média 7,0 7,6 11,0 4,5 D.P 1,1 1,4 2,4 2,0 Mínimo 4,2 5,5 4,9 1,7 Máximo 10,8 13,2 17,7 10,8 Curtose 0,9 2,1 0,1 0,5 Res.Curt Homogênea Homogênea Homogênea Homogênea Assimetria 0,6 1,3 0,2 1,0 Res.Ass Simétrica Simétrica Simétrica Simétrica Tabela 5 - Características Quanto à Resistência Muscular Localizada nos TARMLo Estatística AGC EXTB EXTT N 114 114 114 Média 24,1 26,4 1,7 D.P 6,2 6,8 1,5 Mínimo 11,0 11,0 0,1 Máximo 39,0 44,0 9,1 Curtose -0,6-0,4 3,2 Res.Curt Homogênea Homogênea Homogênea Assimetria 0,0 0,1 1,4 Res.Ass Simétrica Simétrica Simétrica Tabela 6 - Características Quanto à Autonomia no QSAF Estatística PA FO IAEb n 114 114 114 Média 0,3 0,3 1,9 D.P 0,1 0,1 1,1 Mínimo 0,2 0,2-0,7 Máximo 0,6 0,6 6,1 Curtose 1,1 1,8 1,5 Res.Curt Homogênea Homogênea Homogênea Assimetria 0,5 0,6 0,6 Res.Ass Simétrica Simétrica Simétrica Fit Perf J, Rio de Janeiro, 1, 3, 35, mai/jun 2002 35

Figura 4 - Distribuição dos Índices de RML Figura 5 - Distribuição dos IAE Tabela 7 - Correção das Classificações a&b I R B MB I 0,00% 22,92% 39,58% 37,50% S 1,52% 25,76% 13,64% 59,09% a&b 0,011582 Correlacionados a&c I R B MB I 29,17% 22,92% 22,92% 25,00% S 22,73% 25,76% 25,76% 25,76% a&c 0,886782 Ñ Correl. a&d I R B MB I 31,25% 18,75% 25,00% 25,00% S 21,21% 28,79% 24,24% 25,76% a&d 0,521491 Ñ Correl. b&c I R B MB I 100,00% 0,00% 0,00% 0,00% R 35,71% 28,57% 21,43% 14,29% B 28,57% 25,00% 35,71% 10,71% MB 17,54% 22,81% 21,05% 38,60% b&c 0,018732 Correlacionados b&d I R B MB I 0,00% 0,00% 0,00% 3,57% R 39,29% 21,43% 17,86% 21,43% B 21,43% 25,00% 35,71% 17,86% MB 21,05% 26,32% 22,81% 29,82% b&d 0,017727 Correlacionados c&d I R B MB I 31,03% 17,24% 21,43% 32,14% R 32,14% 39,29% 14,29% 14,29% B 25,00% 25,00% 28,57% 21,43% MB 13,79% 17,24% 34,48% 34,48% c&d 0,002534 Correlacionados CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Com este estudo pode-se concluir que as mulheres idosas que tiveram melhor desempenho nos TARMLo apresentaram melhores níveis de autonomia nos TAFAVDs e no QSAF. Os dados confi r- mam que os indivíduos que se apresentaram em bom estado de resistência muscular localizada na execução dos testes propostos pelo estudo (TARMLo) também obtiveram bons índices de autonomia no desempenho de atividades da vida diária (TAFAVDs) com relação à execução dos testes apresentados pela pesquisa e em sua autonomia exprimida ao responderem um questionário de autopercepção. No tocante à aplicação do questionário de qualidade de vida (WHOQOL-100), o estudo antecipa melhores índices de autopercepção de qualidade de vida em indivíduos que obtiveram melhores índices de autonomia no desempenho de atividades da vida diária na execução dos testes propostos pela pesquisa (TAFAVDs). Entretanto, os dados não confi rmam a existência de correlação signifi cativa entre as variáveis relacionadas à qualidade de vida (WHOQOL-100) e resistência muscular localizada (TRMLo), como entre as variáveis qualidade de vida (WHOQOL-100) e autopercepção da autonomia (QSAF). A partir dos resultados encontrados, pode-se recomendar que estudos utilizando os testes propostos pela pesquisa sejam desenvolvidos empregando uma amostra com um quantitativo maior: Em indivíduos idosos de ambos os sexos; em pesquisa de caráter experimental; em pesquisa com utilização de um período de intervenção; em populações heterogêneas; e em indivíduos idosos asilados e/ou hipocinéticos, utilizando-se diferentes tipos de atividades físicas. REFERÊNCIAS ADAMS, Kent, SWANK, Ann M., BARNARD, Kerry L., BERNING, Joe M. & SEVENE-ADAMS, Patricia G. Safety of maximal power, strength, and endurance testing in older African American Women. Journal Strength and Conditioning Research. v. 14, n. 3, p. 254-260, 2000. ALEXANDER, Neil B., ULBRICH, Jessica, RAHEJA, Aarti & CHANNER, Dwight. Rising from the floors in older adults. Journal of the American Geriatrics Society. v. 45, n. 5, p. 564 569, 1997. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Position Statement: The recommended quantity and quality of exercise for developing and maintaining cardiorespiratory and musccular fitness in healthy adults. Medicine and Science in Sports and Exercise. v. 20, p. 265 274, 1990.. Exercise and physical activity for older adults. Medicine and Science in Sports and Exercise. v. 30, n. 6, p. 992 1008, 1998b. ARMBRUSTER, Bill & GLADWIN, Laura A. More than fitness for older adults: a wholeistic approach to wellness. ACSM S Health & Fitness Journal. v. 5, n. 2, p. 6-12, 2001. BEMBEN, Michael G. Isometric intermittent endurance of four muscle groups in men aged 20 74 yr. Medicine and Science in Sports and Exercise. v. 28, n. 1, p. 145 154, 1996. BEMBEN, Michael G. Age related alterations in muscular endurance. Sports Medicine. v. 25 n.4, p.259 269, 1998. BUCHNER, David M. Physical activity and quality of life in older adults. Journal of American Medical Association. v. 277, n. 1, p. 64-66, 1997a. DANTAS, Estélio H. M. Fitness: a ecologia do corpo. Tese de Concurso à Professor Titular. UFF Niterói. 1994.. Fatores afetivos indispensáveis para o sucesso nos programas de atividade física para terceira idade. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. v. 2, n. 2, p. 75-82, 1997b.. Psicofisiologia. Rio de Janeiro: Shape, 2001. FARINATTI, Paulo de T. V. Avaliação da autonomia do idoso: definição de critério para uma abordagem positiva a partir de um modelo de interação saúde autonomia. Arquivos de Geriatria e Gerontologia. v. 1, n. 1, p. 31 37, 1997. FRANKLIN, Barry A. Improved fitness = increased longevity. ACSM S Health & Fitness Journal. v. 5, n. 2, p. 32-33, 2001a. FURTADO, Elen Salas. Atividade física na perspectiva da cultura e qualidade de vida do idoso. Memórias do Congresso Mundial de Educação Física - AIESEP. p. 269-275, 1997. 36 Fit Perf J, Rio de Janeiro, 1, 3, 36, mai/jun 2002

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