Qualidade De Vida De Idosos Portugueses E Brasileiros

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1 Qualidade De Vida De Idosos Portugueses E Brasileiros Coordenador: Saul Neves de Jesus Qualidade De Vida De Idosos Brasileiros Saul Neves de Jesus Apresentadora: Cecilia Araujo Melo Resumo Nos últimos anos, o Brasil vem apresentando um novo padrão demográfico, com um significativo aumento do contingente de idosos. No entanto, nota-se uma carência de cuidados específicos a essa população, que vivencia um período de limitações físicas e sociais que podem influenciar em sua qualidade de vida. Assim, o presente estudo teve como objetivo avaliar a qualidade de vida de idosos de uma cidade do litoral paulista. Os instrumentos utilizados foram o WHOQOL-Bref, WHOQOL-Old e Questionário dos Dados Sóciodemográficos. Os dados foram analisados através do software SPSS. Para a avaliação dos escores do WHOQOL-Bref considerou-se os parâmetros de 04 a 20 e para o WHOQOL-Old de 01 a 05. A amostra foi composta por 58 idosos (57% homens e 43% mulheres), com idade de 60 à 91 anos (média = 74 anos), residentes na cidade de Santos. Destes 53% são casados ou vivem em união consensual, 95% tem filhos, 78% tem casa própria e 85% é aposentada. Em relação às doenças crônicas estas atingem 50% desta população, sendo as principais, hipertensão (26%) e diabetes (10%). Sobre o sistema de saúde, 69% possue plano de saúde e 25% utiliza a rede pública. Quanto à

2 escolaridade, 48% concluiu o ensino fundamental, 23% o ensino médio, 19% o ensino superior e 7% é analfabeto. Os resultados apontaram escore de 16,34 para a qualidade de vida global no WHOQOL-Bref e média equilibrada entre os domínios (Físico 15,57; Psicológico 15,82; Relações Sociais 15,19; Meio Ambiente 15,30). No WHOQOL-Old os escores globais obtiveram índice de 3,22, apresentando menor homogeneidade entre as médias dos domínios (Funcionamento do Sensório 2,29; Autonomia 3,92; Atividades Passadas, Presentes e Futuras 3,89; Participação Social 3,78; Morte e Morrer 1,74; Intimidade 3,72), sendo que os domínios Funcionamento do Sensório e Morte e Morrer estão abaixo dos demais escores, contribuindo para a diminuição da média global de QV. Os resultados encontrados mostraram que a QV dos idosos pode ser melhorada, principalmente, na avaliação do funcionamento sensorial e do impacto das perdas das habilidades na QV (2,29) e do domínio que avalia as preocupações, inquietações e temores sobre a Morte e Morrer (1,74). O Whoqol-Old mostrou-se, realmente, um instrumento mais sensível para as questões da QV associadas à velhice. As propostas de intervenções para idosos deveriam ser elaboradas após o reconhecimento da percepção do idoso sobre sua QV e no caso desta amostra preferencialmente centrarem-se nos domínios Funcionamento do sensório e Morte e Morrer. Palavras-chave: Qualidade de Vida; Idoso; WHOQOL-Bref; WHOQOL-Old Qualidade de Vida de Idosos Portugueses Saul Neves de Jesus Joana Nobre

3 Resumo Há uma previsão que até 2050, o número de pessoas com mais de 65 anos na União Européia cresça 70%. A proporção de pessoas acima dos 60 anos está crescendo mais rápido do que qualquer outra faixa etária, consequência do aumento da expectativa de vida e declínio das taxas de natalidade. O envelhecimento deve ser visto como um fator positivo, resultado do sucesso das políticas públicas e desenvolvimento econômico, no entanto, constitui-se em grande desafio aos governos e órgãos de saúde, de modo que possam atender satisfatoriamente essa nova realidade, possibilitando um envelhecimento saudável. Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivo avaliar a qualidade de vida de idosos de Portugal, através dos instrumentos WHOQOL- Bref, WHOQOL-Old e Questionário Sociodemográfico, especialmente criado para esta pesquisa. Para a avaliação dos escores do WHOQOL-Bref considerou-se os parâmetros de 04 a 20 e para o WHOQOL-Old de 01 a 05. Os dados foram tratados estaticamente através do software SPSS. O estudo foi realizado com uma amostra de 52 idosos (33% homens e 67% mulheres), na faixa etária de 60 a 85 anos, com idade média de 72 anos, residentes nas cidades de Faro, Olhão e Abrantes. A maioria é casada ou vive em união consensual (67%), tem filhos (87%), tem casa própria (70%) e é aposentada (84%). As doenças crônicas atingem 40% desta população, sendo diversas as patologias. Sobre o sistema de saúde 78% utiliza a rede pública. Quanto à escolaridade 50% concluiu o ensino médio, 29% ensino fundamental, 19% ensino superior e 2% é analfabeto. Os resultados apontaram que a qualidade de vida global no WHOQOL-Bref atingiu o escore de 13,61 e média equilibrada entre os domínios (Físico 14,49; Psicológico 14,57; Relações Sociais 14,08; Meio Ambiente 13,62). Os escores globais no WHOQOL-Old obtiveram índice de qualidade de vida de 3,20 (Funcionamento do Sensório 2,31; Autonomia 3,45; Atividades Passadas, Presentes e Futuras 3,27; Participação Social 3,56; Morte e Morrer 3,11; Intimidade 3,47). Ressalta-se que quanto mais alto o escore, melhor a qualidade de vida. Entretanto os resultados encontrados mostraram que a qualidade de vida pode ser melhorada, principalmente nos domínios Meio Ambiente (Whoqol-Bref) e Funcionamento do Sensório (Whoqol-Old) que respectivamente avaliam a segurança física e proteção, recursos financeiros, cuidados de saúde e sociais,

4 entre outros e o funcionamento sensorial e impacto das perdas das habilidades na qualidade de vida. Palavras-chave: Qualidade de Vida; Idoso; WHOQOL-Bref; WHOQOL-Old Comparação da Qualidade de Vida Entre Idosos Brasileiros e Portugueses Saul Neves de Jesus (apresentador) Resumo Atualmente o processo de envelhecimento é uma preocupação mundial tanto pelo aumento desta população como a falta de estrutura de muitos países para acolhê-la. A Organização Mundial da Saúde alerta que a proporção de pessoas acima dos 60 anos está crescendo mais rápido que qualquer outra faixa etária, o que implica em mudanças na sociedade, principalmente nas políticas de saúde. A qualidade de vida é definida pela OMS como a percepção do indivíduo sobre sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. O objetivo da presente pesquisa foi avaliar a qualidade de vida de idosos brasileiros e portugueses e comparar os resultados encontrados nas duas populações. Os instrumentos utilizados foram o WHOQOL-Bref, WHOQOL-Old e Questionário dos Dados Sociodemográficos. Para a avaliação dos escores do WHOQOL-Bref considerou-se os parâmetros de 04 a 20 e para o WHOQOL-Old de 01 a 05. O estudo foi realizado com uma amostra de 110 idosos (53% Brasil e 47%

5 Portugal), sendo 54,5% mulheres e 45,5% homens, na faixa etária de 60 a 91 anos, com idade média de 73 anos, residentes em cidades litorâneas do Brasil e Portugal. Os resultados mostraram que há diferença significativa na qualidade de vida global, avaliada pelo WHOQOL-Bref, da população dos dois países (Brasil:16,34; Portugal: 13,61; p<0,01), bem como em seus domínios: Físico (Brasil:15,57; Portugal: 14,49; p<0,05); Psicológico (Brasil:15,82; Portugal: 14,57; p<0,05); Relações Sociais (Brasil:15,19; Portugal: 14,08; p<0,05); Meio Ambiente (Brasil:15,30; Portugal: 13,62; p<0,01). Na avaliação do WHOQOL-Old não houve diferença significativa na qualidade de vida global entre a população dos dois países (Brasil:3,22; Portugal: 3,20; p>0,05). No entanto há diferença significativa entre os dois países nos domínios: Autonomia (Brasil: 3,92; Portugal: 3,45; p<0,01); Atividades Passadas, Presentes e Futuras (Brasil: 3,89; Portugal: 3,27; p<0,01); Morte e Morrer (Brasil: 1,74; Portugal: 3,11; p<0,01); em relação aos outros domínios não houve diferença significativa. Deste modo, os resultados apresentados apontam que os idosos brasileiros têm uma melhor qualidade de vida, que os portugueses. Esses resultados restringem-se a esta amostra, não possibilitando conclusões generalistas. Assim, considerando o aumento na expectativa de vida dos idosos tanto na Europa como na América Latina, esta pesquisa visou apresentar informações sobre a qualidade de vida destas populações e a partir dos resultados obtidos buscou-se uma compreensão sobre suas equidades e diferenças sociais, demográficas e culturais. Palavras-Chave: Qualidade de Vida; Idoso; WHOQOL-Bref; WHOQOL-Old